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apelaçao penal

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Carlos funcionário público estava em sua casa na noite de 10 de marco do corrente quando foi acordado por um barulho na sala de jantar. Munido de sua arma, desceu para ver o que era e se deparou com um vulto revirando o armário. Efetuo um único disparo, atingindo o ladrão na altura do peito, que não resistiu e morreu. Carlos foi processado perante o IV Tribunal do Júri, e acabou condenado a 6 anos em regime fechado. Questão: Redigir a peça cabível, considerando que a intimação da sentença, se deu há dois dias.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente da 4ª Vara do Júri da Comarca da Capital.
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Autos n° xxxx 
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 Carlos, já qualificado na ação penal em referencia que lhe move a Justiça Publica, por seu advogado que esta subscreve, não se conformando com a respeitável sentença condenatória de fls.xx, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor tempestivamente RECURSO DE APELAÇAO nos termos do artigo 593, I, do CPP.
 Recebido o presente recurso, requer-se o encaminhamento das razoes ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 
 Local e Data 
 
 Advogado – OAB/SP n° 
 RAZÕES DE APELAÇÃO 
 Apelante: Carlos
 Apelada: Justiça Pública 
 Autos n° xxxxx
 4ª Vara da Capital 
Colenda Câmara 
Eméritos Julgadores
Ínclita Procuradoria de Justiça
 Impõe-se a reforma da respeitável decisão condenatória proferida contra o apelante, pelas razões abaixo aduzidas. 
DOS FATOS 
O apelante foi preso em situação de flagrante pela suposta prática do delito previsto no artigo 121 do Código Penal. Denunciado, foi processado e ao final condenado.
Conforme a denúncia, Carlos teria feito o uso de sua arma de fogo com a finalidade de atingir uma pessoa desconhecida que estava em sua residência, efetuando um único disparo.
A polícia técnica afirmou, nos autos, que na arma apreendida, revólver calibre 38, ainda haviam 5 cartuchos intactos. E, ainda, que Carlos não possui antecedentes criminais.
 De acordo com o laudo de exame de corpo de delito, a vitima foi atingida no lado esquerdo do peito, tendo um projétil transfixado no coração, que resultou a morte.
 A sentença pronunciou Carlos, que foi submetido a julgamento pelo tribunal do júri, e considerado culpado, nos termos da denúncia, a 6 (seis anos) de regime fechado.
DO DIREITO 
A decisão dos jurados de condenar Carlos pela pratica dos delitos na denúncia, não pode prevalecer, vez que é manifestadamente contraria à prova dos autos e a exclusão da ilicitude da conduta, conforme artigo 23, II, do Código Penal que expõe:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
II - em legítima defesa;
 Esta claro, no caso em tela, a legitima defesa do réu, haja visto que o réu, ao disparar contra a vítima, foi tentar repelir eminente e injusta invasão a seu domicilio, estando presentes os requisitos do artigo 25 do Código Penal, excluindo-se a ilicitude do fato, nos termos do artigo 23, inciso II do Código Penal.
Caso Vossa Excelência não entenda deste modo, requer seja desclassificado o crime de homicídio para o crime de lesão corporal seguida de morte, nos termos do artigo 129, paragrafo 3º, de modo que o que o réu desejava era apenas fazer a vítima sair de sua residência e não atingir o resultado morte, remetendo-se então o processo ao juízo competente.
Assim sendo, a decisão dos jurados foi equivocada ao ter condenado Carlos por um crime de homicídio, conforme artigo 593, III, d, do Código de Processo Penal, e deve ser, portanto, submetida a novo julgamento, de acordo com o artigo 593, parágrafo 3º, do mesmo dispositivo legal. Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, deve ser retificada a quantificação da pena pelo Tribunal, conforme artigo 593, III, alínea c, parágrafo 2º, do Código de Processo Penal, já que as circunstancias de Carlos deve, ser computadas, como a ficha de antecedentes criminais. 
Dessa forma, a pena deverá restar no mínimo legal de 6 anos, que deverá ser abatida pela lesão corporal, e deverá, por fim ser fixada em 4 anos, que deverá ser cumprida no regime inicial de reclusão aberto, de acordo com o dispositivo no artigo 593, III, alínea b, paragrafo 1º, do Código de Processo Penal.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, afim de que a respeitável sentença proferida pelo Tribunal do Júri seja submetida a nova apreciação, conforme artigo 593, III, parágrafo 3°, alínea d, do Código de Processo Penal. Que seja reconhecido o instituto da legitima defesa, nos termos do artigo 25 do Código Penal, excluindo-se a ilicitude do fato, nos termos do artigo 23, inciso II do Código Penal.
Outrora, caso Vossa Excelência ainda pense de outro modo, requer seja desclassificado o crime de homicídio, para o crime de lesão corporal seguida de morte, nos termos do artigo 129, inciso 3° do Código Penal, remetendo-se os autos ao juízo competente. 
 Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, retificada a quantificação da pena, nos termos do artigo 593, III, alínea c, paragrafo 2º, do Código de Processo Penal.
Pede deferimento, 
Local e data.
Advogado.
OAB n° xxxxx

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