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Recurso de Multa em 1ª Instância Campinas, 02 de outubro de 2019. ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JARI DO ÓRGÃO AUTUADOR DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS(SETRANSP/262910), DO ESTADO DE SÃO PAULO Vagner Rodrigues Ribeiro, inscrita no CPF: 194.284.378-08, residente e domiciliado à Rua Serra dos Cristais, 613, Apto 57 A Sorriso, Bairro Paranapanema, Campinas-SP – CEP: 13100-235, CNH Nº 00442538204, RG: 65609674-SSP/SP vem tempestivamente apresentar RECURSO CONTRA A IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE DE MULTA em decorrência do Auto de Infração de Trânsito, número: O1-459293-07, nos termos da Lei nº. 9503/97, Resolução nº 165 do CONTRAN, de 10 de setembro de 2004 e a Lei nº 9784/99, o que faz da seguinte forma: I – DADOS REFERENTES A AUTUAÇÃO O Requerente fora autuada por meio da AIT nº O1-459293-07, e após ter interposto recurso prévio, ANEXO II do presente recurso, fora Notificado da Imposição de Multa nº 0011230441, em questão, em que pune o requerente por avançar o sinal vermelho do semáfaro (fiscalização eletrônica), por sistema automático não metrológico de fiscalização, da Av. Anchieta X Rua Maj Solon F4, no município de Campinas-SP, as 17h35 do dia 12 de março de 2019. II – CARACTERÍSTICAS DO VEÍCULO O VEÍCULO da presente autuação, em questão, é o TOYOTA/ETIOS HB X 13L MT, de cor cinza, de placa QNR 1346, cujo proprietário é o Sr. Vagner Rodrigues Ribeiro. III – EXPOSIÇÃO DOS FATOS E FUNDAMENTOS O primeiro ponto a ser debatido no presente recurso em 1ª instância, trata sobre o cumprimento da Lei nº 9784/99. O requerente apresentou recurso de defesa prévia com pedido de anulação do AIT ao órgão autuador da prefeitura de Campinas-SP e mesmo amparado pela legislação vigente, teve seu pedido indeferido sem motivação explicita, clara e congruente, conforme prescreve o § 1º do art. 50 da Lei 9784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. O requerente apenas teve ciência de que seu recurso prévio foi indeferido por meio da notificação de imposição da multa, em que encontra-se na parte superior esquerda as seguintes informações “ DEFESA DE AUTUAÇÃO NR 30006402019: JULGADO EM 20/08/2019, RESULTADO: INDEFERIDO”. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.. No presente recurso, em primeira instância, conforme o art. 285 da Lei 9503/97, o requerente expõe a mesma motivação apresentada na defesa prévia (ANEXO II) para certificar a Vossa autoridade de que o Auto de Infração recebido é inconsistente e irregular. O requerente também vem contestar sobre a tempestividade do julgamento do recurso de defesa prévio e da imposição da multa, que está irregular com a Lei 9784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Conforme estabelece o Código de Trânsito Brasileiro, para a autuação ser considerada consistente, não poderá restar dúvidas na declaração da Notificação de Autuação do Agente de Trânsito, como é o caso da AUTUAÇÃO em questão, que gerou a penalidade do requerente. É bom atentar para alguns dos motivos que invalidam e tornam insubsistente o Auto de Infração, entre outros: ”Qualquer dado obrigatório que não esteja constado ou apresente erros”. Para julgamento deste recurso, solicito a vossa autoridade considerar a relevância das normas contidas: 1 - No inciso I, do art. 19, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, Código de Trânsito Brasileiro: Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União: I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas atribuições; 2 - No inciso I, do art. 1º da Portaria 16 de 21/09/2004, do DENATRAN: O Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 19, especialmente em seu inciso I, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 , Código de Trânsito Brasileiro, e à vista do que dispõe o inciso II do art. 2º da Resolução nº 165 do CONTRAN, de 10 de setembro de 2004, resolve: Art. 1º Estabelecer os requisitos específicos mínimos dos sistemas automáticos não metrológicos para a fiscalização das seguintes infrações previstas no CTB: I - Avançar o Sinal Vermelho do Semáforo ( art. 208 ); 3 - Na letra a) do inciso IV do Art. 6º da Portaria 16 de 21/09/2004, do DENATRAN: Art. 6º O sistema automático não metrológico de fiscalização de avanço de sinal vermelho deve: IV - na imagem detectada registrar, além do estabelecido no art. 4º da Resolução CONTRAN nº 165, no mínimo: a) o foco vermelho do semáforo fiscalizado; b) a faixa de travessia de pedestres, mesmo que parcial, ou na sua inexistência, a linha de retenção da aproximação fiscalizada. Pois bem, a reprodução fotográfica contida no AIT nº O1-459293-07 não apresenta o requisito a), do inciso IV, do Art.6º do estabelecido na legislação supracitada, “a) o foco vermelho do semáforo fiscalizado”, e que, certamente, é uma norma utilizada para provar a infração realizada e não deixar a dúvida do cometimento ou não da infração. Acerca dos fatos, a notificação de autuação encontra-se em desacordo com a legislação vigente e não pode comprovar se o requerente realmente cometeu a infração notificada. Nos termos da lei a presente notificação deve ser cancelada e/ou arquivada de modo a não trazer ônus ao requerente. Em relação a tempestivade do julgamento do recurso de defesa prévia e a consequente imposição da penalidade de multa, embora as resoluções do CONTRAN e do CTB não especificarem um prazo para o recurso de defesa prévia da autuação ser julgada, entretanto, a Lei nº 9784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, em seu §1º, do art.59, dispõe claramente: Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. Pois bem, o recurso de defesa prévia fora protocolado na data de 28 de maio de 2019, conforme ANEXO III, e na Notificação de Imposição de Multa, menciona que o resultado do julgamento do recurso de defesa prévia, dado como indeferido, foi apenas em 20 de agosto 2019 e a presente Notificação foi emitida somente em 03 de setembro de 2019. Sobre estas três datas, temos um lapso temporal além dos 30 e 60 dias tanto para julgamento quanto para emissão da Notificação, para ser bem mais preciso estes lapsos foram de 82 dias para órgão realizar o julgamento da defesa prévia e 95 dias para que fosse emitida a Notificação de Imposição de Penalidade de Multa. O órgão autuador, ao julgar a defesa prévia do requerente não atentou para o que normatiza a Lei nº 9784/99, levando em consideração apenas o contido no CTB e nas resoluções do COTRAN. Desta forma a Notificação de Penalidade de Multa, por não satisfazer todo o direito ao Contraditórioe Ampla Defesa, como princípio Constitucional e cláusula pétrea, deve ser anulado ou cancelado, não sendo legal que, o requerente seja punido por supostamente avançado o sinal vermelho do semáfaro sem que a prova da infração esteja plenamente substanciada nos requisitos mínimos previstos na legislação vigente já mencionados neste recurso. IV – DO PEDIDO Ex positis, é o presente RECURSO ADMINISTRATIVO para exorar a VOSSA SENHORIA que se digne julgá-la inteiramente procedente a fim de: (I) Seja o presente RECURSO julgado procedente, com fundamento na Lei nº. 9503/97, Resolução nº 165 do CONTRAN, de 10 de setembro de 2004, na Lei nº 9784/99 e no art. 37 da Constituição Federal de 1988. Requer-se a SUSPENSÃO e ANULAÇÃO da AIT nº O1-459293-07 e da oriunda Notificação de Penalidade de Multa, sendo a Notificação julgada insubsistente, cancelada ou nula e arquivada pelos motivos supra-expostos; (II) Caso o presente recurso não seja julgado no prazo de 30 (trinta) dias, de acordo com o art. Artigo 285, § 3º, CTB, seja SUSPENSA a presente notificação; (III) Não sendo acolhido o pleito suprajacente, a decisão deve ser motivada de forma “explícita, clara e congruente” (art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99), na medida em que afeta os interesses do Notificado, cominando-lhe sanção, a teor dos incisos I e II da referida norma; (IV) Caso, contudo, não seja este o entendimento do julgador, requer que seja a decisão devidamente motivada e de acesso transparente ao requerente, sob pena de nulidade, a teor do art. 50, I e II, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Em resumo, Ilmos. Srs., peço o deferimento deste recurso, pelos motivos relatados e que caracterizam que a multa está irregular, insubsistente e inconsistente conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro e demais legislações pertinentes. Atenciosamente, _____________________ VAGNER RODRIGUES RIBEIRO CPF: 194.284.378-08 RG: 65609674-SSP/SP
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