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ARTIGO DE NEUROPSICOPEDAGOGIA

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O DEFICIENTE AUDITIVO E SUAS DIFICULDADES NO ÂMBITO ESCOLAR DIANTE DA REALIDADE HODIERNA: UMA VISÃO TEÓRICO PRAGMÁTICA
Ângela Arcanjo Ramos Moreira�
Bárbara Madalena Heck da Rosa�
	
Resumo
Este artigo, apresentado ao curso de Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva, da Universidade Centro Sul Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-graduação - CENSUPEG, pela Pedagoga Ângela Arcanjo Ramos Moreira, professora da educação fundamental I, para obtenção do título de Especialista em Neuropsicopedagogia e Educação Especial, que abordará breve discussão sobre a deficiência auditiva no âmbito escolar e as dificuldades enfrentadas pelos discentes deficientes e pelos docentes diante da realidade atual. Para tanto iniciará conceituando e falando sobre as deficiências em termos gerais que acometem as crianças na idade escolar, suas dificuldades nos seus vários contextos, as dificuldades encontradas no âmbito da escola e na família para então entrar no foco da pesquisa que é a deficiência auditiva, sua conceituação, as dificuldades enfrentadas nos vários contextos a que se inserem os deficientes auditivos e as dificuldades encontradas pelos atores da educação inclusiva, seus papéis e a realidade hodierna no que tange às necessidades deste educando e os resultados que se tem frente ao que se pretende.
Palavras-chave: Neuropsicopedagogia. Educação especial. Deficiência Auditiva. Educação inclusiva.
1 INTRODUÇÃO
	Ao se falar da deficiência auditiva e discuti-la no âmbito escolar, requer iniciar dizendo sobre a deficiência no seu conceito e âmbito geral sem deixar de observar que historicamente os deficientes enfrentam as mais diversas dificuldades no âmbito social tanto quanto no âmbito escolar e familiar. Hodiernamente, apesar de amenizadas, essas dificuldades ainda podem ser notadas nos vários ambientes, especialmente no ambiente escolar que é onde está focada esta pesquisa. Dificuldades essas que vão desde a acessibilidade até ao tratamento dispensado pela escola, pelos docentes e até mesmo pelos colegas de classe e algumas vezes pela própria família. A criança com deficiência vai certamente enfrentar dificuldades desde já até sua vida adulta e contará com ajuda ou não a fim de alcançar uma relativa autonomia para a realização de suas necessidades mais básicas até a conquista de seus sonhos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	Para continuar o discurso se faz necessário conceituar a pessoa com deficiência, que segundo a lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, em seu artigo 2º, Considera a pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
 	Os impedimentos citados pela lei supracitada, certamente outorgarão aos seus portadores as mais diversas dificuldades, em diversos graus, nos vários contextos a que estiverem inseridos, o que acrescenta à sociedade em geral o dever de auxiliar, não como favor, mas por questão de humanidade. A fim de amenizar tal situação é que se institui esta lei que em seu artigo 1º reza destinar-se a “...assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.”
	Dentre essas dificuldades está a deficiência auditiva que é o objeto desta disciplina. Ao se falar em deficiência auditiva, têm-se os vários conceitos, todos convergentes, que dizem que a deficiência auditiva é a perda parcial ou total da audição, causada por má formação (causa genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. Estas podem ser a deficiência auditiva moderada que é a incapacidade de ouvir sons com intensidade menor que 50 decibéis e costuma ser compensada com a ajuda de aparelhos e acompanhamento terapêutico; os graus mais avançados, como na perda auditiva severa (quando a pessoa não consegue ouvir sons abaixo dos 80 decibéis, em média); e a profunda (quando não escuta sons emitidos com intensidade menor que 91 decibéis).
	Aparelhos e órteses ajudam parcialmente, mas o aprendizado de Libras e da leitura orofacial, sempre que possível, é recomendado. As perdas auditivas acima desses níveis são consideradas casos de surdez total. Quanto mais agudo o grau de deficiência auditiva, maior a dificuldade de aquisição da língua oral. É importante lembrar que a perda da audição deve ser diagnosticada por um médico especialista ou por um fonoaudiólogo.
	Ocorre que a realidade está longe de ser o que a teoria e a lei exigem no que tange ao atendimento e diagnósticos do problema, haja vista que a própria família, nas classes sociais mais humildes, não conta com conhecimento básico para perceber a possibilidade do problema e procurar os canais e profissionais competentes para elucidar as dúvidas e encontrar as possíveis soluções.
	Neste caso, caberá à escola perceber a deficiência, orientar a família e encaminhar o deficiente aos cuidados adequados a fim de amenizar as consequências e possibilitar a resolução do problema. Aí começam, ou se percebe outros problemas que são os encontrados pelas questões de ordem administrativas e financeiras que não podem ser relegados ao segundo plano, haja vista que interferem preponderantemente no assunto no que tange à efetividade de qualquer cuidado e tratamento por requerer a atuação de profissionais que em geral terão que ser contratados pela instituição sem os devidos subsídios citados em lei, haja vista que esta lei reza no seu artigo 4º que toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação, e desta forma o não cumprimento desta proteção caracterizará discriminação, que é crime segundo o conjunto legislativo pátrio.
	Reza a lei ainda que é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes a tudo que garanta seu bem-estar pessoal, social e econômico. Ocorre que na sociedade hodierna pouco ou nada se consegue sem a insistente cobrança do dever legal de quem de direito, neste caso o poder público.
	Neste sentido, a escola não pode se eximir de seu papel, ainda que os outros atores do dever deixem de cumprir com o que lhes compete, afinal a sociedade aprendeu a cobrar da escola aquilo que deveria cobrar com a mesma força de si própria e do poder público responsável.
	Então como lidar com a deficiência auditiva na escola? Toda escola regular com alunos com deficiência auditiva tem o direito de receber um intérprete de Libras e material de apoio para as salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Para isso, recomenda-se que a direção da escola entre em contato com a Secretaria de Educação responsável. Aí neste momento se afigura outro problema, pois muitas escolas se acomodam ou seus atores “desconhecem” a legislação e os cuidados que devem ser direcionados a estes alunos portadores desta deficiência, terminando por prejudicar seriamente o aluno, podendo ainda trazer complicações de cunho legal e, consequentemente, pecuniário à escola negligente, que poderá responder por responsabilidade objetiva do artigo 927 do novo Código Civil brasileiro, que reza que aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, será obrigado a repará-lo independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem, levando em conta que a atividade escolar, no que tange ao atendimento ao deficiente, deverá obedecer à lei e fornecer os meios necessários ao desenvolvimento satisfatório deste aluno sob o risco de prejudicá-lo intelectualmente e dessa forma ferir sua dignidade. 
	Poderá ainda a escola ou seus atores responder por danos morais, que se caracterizam como as perdas sofridas por um ataque à moral e à dignidadedas pessoas, caracterizados como uma ofensa à reputação da vítima. Qualquer perda que abale à honra pode ser caracterizada como dano moral. Durante muito tempo discutiu-se no direito brasileiro a possibilidade da reparação por danos morais, mas hoje o direito à indenização está determinado no inciso V do artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, dentre outros dispositivos legais, como o Código Civil Brasileiro e outros institutos, que não convém aqui esmiuçar.
	O fato é que não se pode negligenciar o deficiente auditivo em nenhum de seus aspectos, principalmente se levar em consideração o constante nos registros da ADAP (Associação de Deficientes Auditivos, Pais, Amigos e Usuários de Implante Coclear) de que segundo censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, cerca de 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva (DA), o que representa 5,1% da população brasileira. Deste total cerca de 2 milhões possuem a deficiência auditiva severa (1,7 milhões têm grande dificuldade para ouvir e 344,2 mil são surdos), e 7,5 milhões apresentam alguma dificuldade auditiva. No que se refere a idade, cerca de 1 milhão de deficientes auditivos são crianças e jovens até 19 anos. O censo também revelou que o maior número de deficientes auditivos, cerca de 6,7 milhões, está concentrado nas áreas urbanas. Considere-se que da realização do censo até hoje já se passaram 6 anos.
	Para a ADAP, apesar de ainda precisar de algumas reformulações, as leis federais, estaduais e municipais garantem uma série de direitos aos deficientes. Muitas pessoas ainda desconhecem essas leis e deixam de se beneficiar por elas e o desconhecimento delas se torna extremamente nocivo à intenção e aos esforços em prol do sucesso da criança surda. É fato que não só pessoas físicas desconhecem as leis de proteção ao deficiente, mas também as instituições em algumas situações deixam a desejar sobre os direitos legais dessa população de surdos.
�	Importa dizer, no bojo da discussão dos aspectos legais de atuação da escola e dos demais atores da educação, que é conveniente tanto quando digno que se atue de forma a auxiliar de um jeito especial ao aluno com deficiência, no que tange às suas necessidades especiais para que não se incorra no erro de prejudicá-lo no seu aspecto intelectual nem na sua dignidade humana.
	No dia a dia, posturas simples do professor em sala tendem a facilitar o aprendizado do aluno surdo. Trazê-lo para as primeiras carteiras, falar com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos que sabem fazê-lo. Dar preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no quadro negro, podem ser bons exemplos de como facilitar a vida deste aluno.
	Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição da Língua Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação com os demais e para o processo de alfabetização inicial. O aprendizado de libras ocorre no contraturno, nas salas de AEE (atendimento em educação especial). Ocorre que este recurso ainda encontra resistências dos vários atores da educação, da família, da sociedade e das próprias instituições de ensino, por vezes face à dificuldade de alocação de uma equipe multidisciplinar ou mesmo de um profissional capacitado a trabalhar especificamente com este deficiente. Às vezes se deixa parecer que andar na contramão desta deficiência nenhum mal causará aos envolvidos, ledo engano, pois os deficientes esperam por esse cuidado, por esse apoio para se desenvolverem e realizarem os seus mais básicos sonhos de se comunicar e crescer.
	Ocorre que o processo de adaptação do deficiente auditivo no contexto escolar é complexo, e o resultado final esperado depende muitas vezes de acertos e erros buscando experimentar quais as melhores táticas para adaptação desta criança, considerando que os métodos que funcionaram para um pode não funcionar para outros, por isso deve-se ficar atento aos detalhes apresentados por este ou pelas demais pessoas de sua convivência familiar e no âmbito da sala de aula para se ter uma noção de como anda o processo de adaptação escolar em sua totalidade. Fica claro, portanto, que não há lugar à laicidade se os objetivos forem o sucesso deste aluno em sua plenitude. 
	Neste diapasão surgem os professores, que são exatamente os primeiros a perceber, no âmbito educacional, as dificuldades e necessidades especiais deste aluno e devem providenciar imediatamente as devidas notificações a quem de direito sobre os possíveis entraves no que tange à educação deste discente. É importante que os professores solicitem treinamento para aprender libras ou peçam o acompanhamento de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos. Esta atitude certamente trará grandes benefícios ao aluno, ao mesmo tempo em que poderá causar embaraços de cunho social e/ou administrativos no momento em que incomodará à instituição, bem como à família deste aluno. Mesmo podendo incomodar, o professor não poderá se furtar a esse ato de responsabilidade social e de dignidade humana, esta protegida constitucionalmente como já se dissera.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
	De todo o exposto, considerando o bojo do artigo, que discutiu a realidade do deficiente auditivo, tem-se que esta realidade ainda está longe do desejado pelos atores envolvidos neste problema, que precisa contar com o apoio e o envolvimento aproximado e responsável de toda a sociedade, da família e da escola a fim de se amenizar ou quiçá resolver o problema por que passa o deficiente auditivo dentro de seu próprio contexto.
	Nenhuma forma de trabalho alcançará seus objetivos sem que haja responsabilidade conjunta da família, da escola e da sociedade em todos os contextos em que se faz presente este deficiente auditivo. A família precisa ter informação suficiente para procurar os direitos inerentes ao desenvolvimento daquele e a escola deve ter o mínimo necessário para que o ambiente escolar não seja hostil ao aluno com deficiência auditiva, e dentro desta escola o Professor deve ter conhecimento suficiente para se conduzir coerentemente com as necessidades de seu educando a fim de torná-lo o mais autônomo possível e que adquira os conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento cognitivo.
	Deve, portanto, haver uma sincronia entre os envolvidos para que ao final os citados autores se vejam não apenas como agentes facilitadores, mas como agentes sociais de transformação, capazes de tornar o deficiente o mais autônomo possível e feliz tal qual todo ser humano merece ser.
REFERÊNCIAS
ADAP. 
" �Associação de Deficientes Auditivos, Pais, Amigos e Usuários de Implante Coclear. Disponível em: http://www.adap.org.br/site/index.php/artigos/203-a-realidade-da-deficiencia-auditiva-em-sala-de-aula. Acesso em: 20/10/2016.
�
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
DANOS MORAIS: INDENIZAÇÃO. Disponível em: https://www.significados.com.br/danos-morais/. Acesso em: 22/09/2016.
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. Lei nº 10.406, de 10/01/2002. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca. Acesso em: 20/092016.
� Aluna do curso de Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva. E-mail: janjarcanjo@hotmail.com
� Orientadora de Trabalhos de Conclusão de Curso. E-mail: barbara@censupeg.com

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