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ATIVIDADE DE REVISÃO – DIREITO CIVIL II 01. (183 ° Magistratura SP – VUNESP) Assinale a alternativa correta a respeito de novação. a) Se o novo devedor for insolvente, o credor que o aceitou pode ajuizar ação regressiva contra o primeiro, se houve má-fé deste na substituição. (Art. 363, CC, se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.). A ação regressiva contra o primeiro devedor, nos casos de má-fé, trata-se de norma razoável, que visa reprimir a atuação danosa do devedor que indica terceiro para substituí-lo, sabendo do seu estado de insolvência. b) A novação extingue, em todos os casos, os acessórios e garantias da dívida. Em geral, realizada a novação, extingue-se todos os acessórios e garantias da dívida (a exemplo da hipoteca e da fiança). Mas nem todos, poderá haver estipulação em contrário. (art. 364, PRIMEIRA PARTE, CC, A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário). c) A novação por substituição do devedor depende do consentimento deste. A substituição do devedor, ocorre na novação subjetiva passiva. Segundo a doutrina, esta, poderá ocorrer de dois modos, por delegação e por expropriação. No primeiro caso, o devedor participa do ato novatório. no segundo, a substituição do devedor se dá independentemente do seu consentimento, por simples ato de vontade do credor, que o afasta, fazendo-o substituir por um novo devedor (art. 362, CC, A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.). Imagine a hipótese de um filho abastado, angustiado pela vultosa dívida contraída por seu pai, dirige-se ao credor, solicitando- lhe que, sem o consentimento do seu genitor (homem orgulhoso e conservador), admita que suceda seu pai, na obrigação contraída. d) Permanece a obrigação do fiador, ainda que a novação feita com o devedor principal tenha ocorrido sem o consentimento daquele. Quanto a fiança, o legislador foi mais além, ao exigir que o fiador consentisse para que permanece obrigado em face da obrigação novada (art. 366, CC, Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal.). Quer dizer, se o fiador não consentir na novação, estará consequentemente liberado. Da mesma forma, a ressalva de uma garantia real (penhor, hipoteca ou anticrese) que tenha por objeto um bem de terceiro (garantidor da dívida) só valerá com a anuência expressa deste (art. 364, SEGUNDA PARTE, CC, Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. ) e) As obrigações anuláveis não podem ser objeto de novação. Se o ato anulável for confirmado, nada impede que a relação obrigacional aí compreendida seja extinta, e substituída por uma outra, por meio da novação. (Questão 3 /16º Exame OAB-RJ) A novação tem como características: A) Não extingue a dívida primitiva, há simplesmente um novo objeto A Novação, “trata-se se um ato de eficácia complexa, que repousa sobre uma vontade destinada a extinguir um crédito pela criação de um novo” ROBERTO DE RUGGIERO. b) Não se presume a intenção de novar. Na dúvida, entende-se que houve confirmação da obrigação ou se criou nova obrigação. c)O credor assume o novo devedor, porém tem ação contra o primitivo devedor em caso de insolvência do novo devedor, mesmo em caso de boa-fé; Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro devedor nos casos de boa-fé. d) Mesmo havendo estipulação em contrário não se extinguem os acessórios e garantias da dívida anterior, que poderão ser exigidos judicialmente; Art. 364, PRIMEIRA PARTE, CC, A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. 03. (TRT-PA e AP-CESPE- Analista Judiciário-Oficial de Justiça Avaliador-2013) Considere que determinada pessoa tenha reunido as qualidades opostas de credor e devedor da obrigação, tendo, com isso, desaparecido a pluralidade de situações jurídicas referentes à dívida. Essa situação configura a modalidade de pagamento denominada a) remissão. b) assunção de dívida. c) sub-rogação. d) compensação. e) confusão. Quando as qualidades de credor e devedor são reunidas em uma mesma pessoa, ocorre a confusão, extinguindo-se, consequentemente, a relação jurídica obrigacional (art. 381, CC, Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.), total ou parcial. A doutrina reconhece ainda a chamada confusão impropria, quando se reúnem na mesma pessoa as condições de garante e de sujeito (ativo ou passivo). É o que se dá quando se reúnem as qualidades de fiador e devedor (sujeito passivo), ou de dono da coisa hipotecada e credor (sujeito ativo). Nesses casos, a confusão é impropria, pois não extingue a obrigação primitiva, mas sim, somente a relação obrigacional acessória. Vale ressaltar que a obrigação não é extinta definitivamente (art. 384, CC, Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior). Senão não poderia ressurgir, tal qual fênix, das cinzas. Trata-se, na verdade, da ocorrência de causa que apenas suspende ou paralisa a eficácia jurídica do crédito, restabelecendo-se, posteriormente, a obrigação, com toda a sua força. Exemplo: “Seria o caso de operar-se a confusão, tendo em vista a sucessão provisória de B (ante sua morte presumida – desaparecimento em um desastre aviatório). Neste caso, durante o prazo e as condições que a lei prevê, aparecendo vivo B, desaparece a causa de confusão, podendo dizer que A esteve impossibilitado de pagar seu débito, porque iria faze-lo a si próprio, por ser herdeiro de B, como se, nesse período, estivesse neutralizado o dever de pagar com o direito de receber”. ÁLVARO VILLAÇA AZEVEDO. 04. (TJ-PI-CESPE-Titular de Serviços de Notas e de Registro-2013) Considere que Sérgio, pai de Mauro, se reúna com o credor deste e ambos deliberem que a dívida de Mauro seja substituída por um débito de Sérgio. Nessa situação, configura-se a ocorrência de a) confusão b) remissão c) sub-rogação d) assunção de dívida e) novação No caso concreto supramencionado ocorre uma Novação Subjetiva Passiva (art. 360, II, CC, Dá- se a novação: I - ... II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;). Há uma alteração de sujeitos passivos na relação obrigacional, de forma que a primitiva obrigação é considerada extinta em face do antigo devedor (Mauro), substituído pelo novo (Sérgio-pai de Mauro). Não há, pois, necessariamente, modificação do objeto da obrigação, mas apenas de sujeitos, considerando-se, entretanto, quitada a obrigação compactuada com o primeiro devedor. Essa Novação Subjetiva Passiva não se confunde com o pagamento por terceiro interessado ou desinteressado. Neste, a dívida é extinta pelo adimplemento, enquanto, naquela, nova obrigação é contraída, com o mesmo conteúdo objetivo, mas com diversidade substancial no polo passivo, extinguindo-se a relação obrigacional. 05. (Administrador/AGU-IDECAN/2014) As obrigações são classicamente definidas pela doutrina pátria, como o vínculo jurídico através do qual uma pessoa (sujeito ativo) pode exigir da outra (sujeito passivo) o cumprimento de uma prestação economicamente apreciável. Desta forma, é cediço que a obrigação já nasce com o objetivo de ser extinta pelo pagamento, ou seja, pelo cumprimento da prestação. Dentre as espécies de pagamento elencadasa seguir, assinale aquela que ocorre quando duas pessoas forem, ao mesmo tempo, credora e devedora uma da outra, extinguindo-se ambas as obrigações. a) Novação. b) Confusão. c) Compensação. d) Dação em pagamento. e) Imputação do pagamento. A compensação é uma forma de extinção de obrigações, em que seus titulares são, reciprocamente, credores e devedores. Tal extinção se dará até o limite da existência do crédito recíproco, remanescendo, se houver, o saldo em favor do maior credor, conforme se depreende do art. 368 do CC “Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.” Dessa forma, se A tem uma dívida de R$ 1.000,00 com B e B também tem uma dívida de R$ 1.000,00 com A, tais obrigações, no plano ideal, seriam extintas, sem qualquer problema. No mesmo raciocínio, se A tem uma dívida de R$ 1.000,00 com B e B tem uma dívida de R$ 1.500,00 com A, haveria uma extinção até o limite de R$ 1.000,00, remanescendo saldo de R$ 500,00 em favor de A. 06.(Delegado de polícia/GO-UEG-2013) No que concerne ao estudo do adimplemento, são várias as situações de extinção das obrigações que não são precedidas pelo pagamento ordinário. Diante do exposto, tem-se que: a) no caso de o devedor ser simultaneamente devedor e credor, aplicar-se-á a modalidade de extinção das prestações por novação tanto objetiva como subjetiva, de acordo com a vontade e eticidade das partes envolvidas. Nos casos em que ocorre reunidas em uma mesma pessoa as qualidades de credor e devedor, a extinção da obrigação se dará através da confusão. b) no caso da consignação em pagamento de dívida em dinheiro, é facultativo ao solvens respeitar os requisitos objetivos e subjetivos previamente ajustados para o pagamento, sendo bastante o depósito efetivo para elidir sua mora. c) sub-rogação do pagamento é prevista no ordenamento jurídico civil nos casos de o devedor possuir duas ou mais obrigações para com um mesmo credor, e posteriormente paga uma quantia insuficiente para liquidação da dívida. O pagamento com sub-rogação, modo especial de extinção das obrigações disciplinados pelos art. 346 a 351 do CC, traduz a ideia de cumprimento da dívida por terceiro, com a consequente substituição de sujeitos na relação jurídica obrigacional originária: sai o credor e entra o terceiro que pagou a dívida ou emprestou o necessário para que o devedor solvesse a obrigação. d) considera-se pagamento a consignação que pode ser conceituada como o meio judicial ou extrajudicial adotado pelo devedor ou terceiro para libertar-se da obrigação depositando o valor devido nos casos e formas legais. A consignação em pagamento é um instituto jurídico colocado à disposição do devedor para que, ante o obstáculo ao recebimento criado pelo credor ou quaisquer outras circunstâncias impeditivas do pagamento, exerça, por depósito da coisa devida, o direito de adimplir a prestação, liberando do liame obrigacional. Art. 334, CC “Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais” 07.(TRT/1ª Região – CESPE – Juiz Federal – 2013 – Adaptada). Suponha que um fazendeiro, mediante contrato escrito, tenha doado 10% da safra produzida em sua fazenda para uma instituição de caridade que, posteriormente, havia transferido essa vantagem para terceira pessoa. Nessa situação, como se caracteriza o segundo negócio? A obrigação é líquida ou ilíquida, fungível ou infungível? Justifique sua resposta. A obrigação, em geral, não é um vínculo pessoal imobilizado. Poderá, pois, transferir-se, ativa (crédito) ou passivamente (débito), segundo as normas estabelecidas na legislação vigente. Há três modalidades de transmissão: A cessão de crédito; cessão de débito e cessão de contrato. Dito isto, o caso concreto em tela caracteriza-se em transmissão obrigacional, cessão de crédito. A cessão de crédito tem previsão legal insculpida no artigo 286, CC dispõe: “O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.”. A instituição de caridade - cedente (credora do negócio jurídico) transmitiu totalmente o seu crédito a um terceiro – cessionário, mantendo-se a relação obrigacional primitiva com o fazendeiro – cedido (devedor). Esta obrigação é ilíquida, pois o objeto da prestação é incerto, embora seja de 10% da safra produzida, depende de prévia apuração. Veja, o fazendeiro deverá entregar 10% da safra produzida, entretanto, não se sabe quanto será produzido. Vale ressaltar que embora a figura da obrigação ilíquida seja semelhante à obrigação de dar coisa incerta, ambas não se confundem. Na obrigação de dar coisa incerta a indeterminação da prestação surge no início da obrigação, a qual só é definida pelo gênero e pela quantidade. Na obrigação ilíquida a incerteza não surge de início, decorrendo da própria natureza da relação obrigacional. As obrigações de dar são sempre fungíveis pois visam a uma coisa, não importa quem seja o devedor. Se o fazendeiro lhe deve o percentual da safra, você aceitará que ele mande o dinheiro por um amigo (obrigação de dar). 08.(Magistratura de São Paulo – Exame Oral 2004). É possível afirmar que na obrigação solidária existe um único vínculo jurídico ou uma multiplicidade de vínculos? Qual a consequência? Um único vínculo. O direito das obrigações é o ramo do direito privado que regula as relações jurídicas pessoais vinculativas de um credor a um devedor. Na obrigação solidária, a solidariedade ocorre quando há pluralidade de credores (cada um com direito ao crédito todo) ou pluralidade de devedores (cada um obrigado ao adimplemento da dívida toda). O objeto da obrigação é, em regra, único, mas, de acordo com o art. 264, CC, os credores e devedores podem ser mais de um: cada um dos credores tem a faculdade de receber tudo, resolvendo a obrigação; ou cada um dos devedores deve pagar tudo, como se fosse um único devedor. Observe-se que, no caso, existe unidade objetiva da obrigação (o objeto é único), embora concorram mais de um credor ou devedor, cada um deles com direito ou obrigado, respectivamente, a toda dívida. 09. Joana firmou relação jurídica com Ricardo, prometendo entregar-lhe um terno Armani, na cor preta, tamanho 46, porem, antes da entrega, foi derramado vinho sobre o terno, sem culpa de Joana. Segundo o Código Civil, como será solucionada tal questão? Justifique a resposta. O caso concreto supracitado, trata-se de obrigação de dar coisa certa onde o devedor obrigou- se de dar coisa especifica, certa, determinada e o credor não está obrigado a receber outra coisa senão aquela descrita no título da obrigação. Antes da tradição, foi derramado vinho sobre o terno, sem culpa de Joana, houve, então uma deterioração (danificação do bem, sem tirar seu valor pleno). Nesta hipótese o art. 235, CC dispõe “Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço ou valor que perdeu.” 10. Explique a transmissão das obrigações e exemplifique. Vide a questão 7 LEGENDA: RESPOSTA CORRETA COMENTÁRIOS
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