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TRABALHO ACIDENTE POR CORPOS ESTRANHOS - VIAS AÉREAS FIMCA (Salvo Automaticamente)

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Faculdades Integradas Aparício Carvalho
Departamento de Enfermagem
Suporte Básico de Vida - 3º Período
ANDERSON FREITAS 
IDEIR MEIRA BATISTA
IVANEIDE NEVES SILVEIRA BATISTA 
ACIDENTES POR CORPOS ESTRANHOS EM VIAS AÉREAS
Porto Velho
2019
ANDERSON FREITAS 
IDEIR MEIRA BATISTA
IVANEIDE NEVES SILVEIRA BATISTA 
ACIDENTES POR CORPOS ESTRANHOS EM VIAS AÉREAS
Trabalho sobre Acidentes por Corpos Estranhos em Vias Aéreas, terceiro período vespertino do Curso de Enfermagem da Universidade Integrada Aparício Carvalho, apresentado como requisito parcial avaliativo da disciplina na N1 do segundo semestre de 2019.
Docente:
Luciana Ferreira Brito
1. INTRODUÇÃO 
	A aspiração de corpo estranho - (ACE) é um acidente grave e potencialmente fatal que pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é muito mais frequente em crianças. O diagnóstico precoce da ACE é essencial, pois o retardo no seu reconhecimento e tratamento pode incorrer em sequela definitiva ou dano fatal.
O diagnóstico de ACE é facilmente estabelecido com radiografias simples quando o objeto é radiopaco, mas a maioria dos corpos estranhos aspirados não é radiopaca; aproximadamente 20% das radiografias em pacientes com ACE confirmada são normais. Portanto, uma radiografia normal não exclui a presença de corpo estranho. O passo mais importante no diagnóstico é levantar a hipótese diagnóstica de ACE, sendo a broncoscopia considerada o procedimento padrão ouro no diagnóstico e tratamento da ACE.
A broncoscopia deve ser realizada em todos os casos de suspeita de ACE. As taxas de sucesso na extração de corpos estranhos são acima de 98%. Conscientizar pediatras, pais, crianças e cuidadores sobre o fornecimento de alimentos de tamanho e textura apropriados, com base na capacidade do paciente de mastigar e engolir, assim como afastar as crianças de brinquedos e objetos pequenos, inapropriados para sua idade é essencial na prevenção de ACE.
Descritores: Broncoscopia; Obstrução das Vias Respiratórias; Corpos estranhos.
2. DESENVOLVIMENTO
	A vítima Poderá Apresentar asfixia, cianose, respiração difícil, respiração ausente. No entanto, é preciso saber identificar sinais e sintomas, e deve ser avaliado rigorosamente cada um destes:
Tosse fraca e ineficaz 
Ruídos de tom alto durante a inspiração
Angustia respiratória
Incapacidade de falar ou respirar
Cianose
Mãos na garganta 
	A aspiração de corpo estranho (ACE) é um acidente grave e potencialmente fatal, com gravidade dependente principalmente do grau de obstrução da via aérea.
Caso ocorra uma obstrução total ou subtotal, especialmente de laringe ou traqueia, a asfixia pode rapidamente causar a morte. Menores graus de obstrução ou a passagem do objeto obstrutivo para regiões mais distais da árvore brônquica geralmente provocam sintomas mais brandos.
	A apresentação clínica de pacientes com ACE é muito variável, sendo dependente principalmente do grau de obstrução da via aérea. Fatores importantes também incluem o fato de o evento ter sido testemunhado, a idade do paciente, o tipo de material aspirado, o tempo decorrido desde o acidente e a localização do objeto. O atraso no diagnóstico de ACE, e consequentemente no seu tratamento, acarreta maiores complicações. Somente a metade dos casos de ACE é diagnosticada nas primeiras 48 horas.
	Na presença de uma história de engasgo e sintomas sugestivos, a ACE deve ser presumida, independentemente dos achados na radiografia de tórax. O diagnóstico de ACE em adultos é complicado pelo fato de que os pacientes nem sempre valorizam ou lembram-se de uma história de engasgo. O diagnóstico é frequentemente negligenciado, exceto quando o paciente ou testemunhas relatam um episódio típico de asfixia.
	A apresentação clínica na fase aguda é rara em adultos, uma vez que, na maioria das vezes, o CE migra para a árvore brônquica distal. Quando um objeto grande é aspirado, causando dificuldade respiratória, afonia, cianose e tosse persistente, o diagnóstico é realizado com maior rapidez. Não é o habitual em adultos, pois o calibre da via aérea permite a ventilação e geralmente uma apresentação clínica mais sutil, muitas vezes com exame físico normal. Isso acaba adiando o diagnóstico, principalmente se o objeto for radiotrans parente. O início repentino da tríade clássica (tosse, chiado e diminuição do murmúrio vesicular) muitas vezes não é observado.
	Nas crianças, o episódio testemunhado de asfixia, com um quadro de engasgo seguido de acesso de tosse, muitas vezes acompanhado de cianose perilabial, principalmente em uma criança previamente saudável, é bastante sugestivo de ACE, com sensibilidade de 76-92% para o diagnóstico. No entanto, nem sempre o episódio é relatado espontaneamente pelos pais, principalmente quando o episódio agudo é autolimitado e seguido por um período sem sintomas, que os pais interpretam erroneamente como um sinal de resolução, atrasando o diagnóstico. ACE também pode ser suspeitada no primeiro quadro súbito de sibilância, na tosse persistente e na diminuição segmentar do murmúrio vesicular em pacientes com estridor, sibilos localizados ou dificuldade respiratória refratária ao tratamento. Uma história de asfixia, quando especificamente solicitada, é encontrada em cerca de 90% dos casos confirmados de ACE.
	Quando o diagnóstico é tardio, o período de latência entre o episódio de aspiração e o aparecimento ou piora dos sintomas pode durar dias, meses ou anos, dependendo do grau de obstrução da via aérea e da natureza do material aspirado (orgânico ou inorgânico).
3. EPIDEMIOLOGIA
	A maioria das literaturas referem-se a estatísticas de diagnóstico e tratamento em crianças menores de 16 anos. A casuística sobre ACE em adultos é limitada, com faixa etária variando entre 18 e 88 anos e idade média de 60 anos.
	Cerca de 80% dos casos de ACE ocorrem em crianças, com um pico de incidência entre 01 e 3 anos. Nessa faixa etária, as crianças exploram o mundo através da via oral; possuem coordenação motora fina para colocar um pequeno objeto na boca, mas não possuem dentes molares e mastigam os alimentos de forma incompleta, com os dentes incisivos, que predispõe à ACE. Outros fatores que também predispõem à ACE nessa faixa etária incluem o acesso a alimentos impróprios ou a pequenos objetos, realização de outras atividades concomitantes com a alimentação e o fato de irmãos mais velhos oferecerem alimentos ou objetos para bebês e crianças pequenas. 
	A prevalência é maior em meninos do que em meninas, numa proporção de 2:1. As sementes, principalmente amendoim, milho e feijão, são os principais aspirados por crianças em nosso meio, correspondendo a 40% das ocorrências. No entanto, fragmentos de brinquedos, brincos, tampas de canetas, entre outros, são relatados. A aspiração de bexigas e balões vazios é grave e muitas vezes fatal.
	Adultos raramente aspiram CEs, ocorrendo geralmente quando são submetidos a procedimentos em orofaringe, estão inconscientes por diferentes motivos (medicação, intoxicação ou politraumatizados) ou apresentam problemas neurológicos e psiquiátricos. 	Nesses, a natureza do CE é altamente variável e muito relacionada aos hábitos. Próteses dentárias, pregos, clips, estilhaços de acidentes e fragmentos deossos são os CEs mais encontrados em adultos, sendo principalmente relacionados a atividades profissionais.
	Procedimentos dentários em que se utilizam pequenos instrumentos na cavidade oral aberta, em pacientes com extensão cervical e com a via aérea “desprotegida”, são especialmente mais perigosos. A aspiração de fragmentos de dentes e minibrocas são relatadas na literatura. Associam-se CEs laringotraqueais com o aumento da morbidade e mortalidade. Isso é particularmente comum em crianças menores de 1 ano. A avaliação inicial de uma criança com suspeita de ACE é composta por três partes: história, exame físico e exame radiológico.
4. MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS
Acalmar a vítima e seus familiares.
Tentar descobrir qual foi o tipo de objetofoi introduzido, e em qual local.
Inspecionar o local, se o objeto pode ser retirado manualmente, retira-lo com cuidado.
Não tentar tirar o objeto introduzido com outro objeto pontiagudo, pois a situação pode se complicar.
4.1 SÃO CONTRA INDICADOS AS SEGUINTES PRÁTICAS LEIGAS DE TENTATIVAS DE REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS.
Introduzir o dedo na garganta na tentativa de retirar o corpo estranho.
Provoca traumatismo de faringe e asfixia pelo deslocamento do corpo estranho para a faringe.
Virar a vitima de cabeça para baixo; o corpo estranho pode se deslocar, impactar na subglote e pode causar obstrução total;
Tapas nas costas; esta prática induz à inspiração profunda, que permite que o corpo estranho penetre mais fundo no organismo.
5. TRATAMENTO
Se um paciente apresentar obstrução completa, com incapacidade de falar ou tossir, a asfixia poderá rapidamente ser letal. Nesses casos, o deslocamento do CE usando tapas nas costas e compressões torácicas em lactentes, assim como a manobra de Heimlich em crianças maiores e adultos, deve ser tentado.
No entanto, essas intervenções devem ser evitadas em pacientes capazes de falar ou tossir, uma vez que uma obstrução parcial pode se tornar uma obstrução completa. Pela mesma razão, explorar a boca do paciente “às cegas” deve ser evitado nas obstruções parciais.
5.1 COMO AGIR EM CASO DE ENGASGO POR CORPO ESTRANHO:
Manobra de Heimlich
	Certifique-se que a pessoa esteja realmente com dificuldades para respirar. Alguns sinais são característicos: ela tenta falar e a voz não sai. Começa a ficar agitada e confusa, levando as mãos para a garganta. A pele pode mudar de cor, passando a ficar azulada o que indicando baixa oxigenação do sangue.
	Inicie abraçando a pessoa pela cintura firmando os punhos entre as costelas e o abdômen puxe a pessoa para cima e em sua direção, rápida e vigorosamente, repetindo o ciclo quantas vezes forem necessárias. Posicione-se por trás e enlace a vítima com os braços ao redor do abdome (se for uma criança, ajoelhe-se primeiro), caso ela esteja consciente. Uma das mãos permanece fechada sobre a chamada “boca do estômago” (região epigástrica). A outra mão comprime a primeira, ao mesmo tempo em que empurra a “boca do estômago” para dentro e para cima, como se quisesse levantar a vítima do chão. Faça movimentos de compressão para dentro e para cima (como uma letra "J"), até que a vítima elimine o corpo estranho.
	Não importa se a pessoa está ficando sem reação, parecendo já estar desfalecida. Inicie a manobra o quanto antes!
Batidas firmes
Se você não tem força suficiente, pode ajudar também com batidas firmes nas costas.
Manobra de Heimlich
Porém, mais eficaz ainda é a manobra em que se abraça e aplica a compressão entre o abdômen e as costelas.
5.1.2 Como agir em caso de engasgo em bebês.
Crianças também podem ser socorridas através desta manobra.
	Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre as escápulas (no meio das costas). Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue mais cinco compressões sobre o esterno (osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos. Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente. Se não conseguir, repita as compressões até a chegada a um serviço de emergência (pronto socorro ou hospital). Esses procedimentos são válidos somente se a criança ou o adulto engasgado estiverem conscientes. Vítimas inconscientes precisam de atendimento hospitalar rapidamente. Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado.
	
	Se as manobras de deslocamento não surtirem efeito, o paciente deverá ser submetido à intubação orotraqueal (IOT). Se durante a laringoscopia, o CE for identificado na cavidade oral ou estiver impactado na laringe, o mesmo deverá ser retirado com pinça de Magill, mesmo por não endoscopistas em situações de emergência. Se a desobstrução não for possível, uma cricotomia ou traqueotomia de emergência deverá ser realizada. Quando o CE está obstruindo a traqueia e não se move com os procedimentos de emergência, o paciente deverá ser submetido à IOT.
5.1.3 Aplicando a manobra se estiver sozinho (a).
Se a pessoa não consegue mais ficar de pé (está inconsciente ou esgotada) ou se você não tem força suficiente, a manobra pode ser aplicada com ela sentada
	Assim, deve ter-se especial atenção a alimentos como amendoins, nozes, pipocas, castanhas, grão, feijão, ervilhas, milho, frutos com caroço e sementes, que não devem ser dados até a criança ser capaz de mastiga-los adequadamente, o que acontece por volta dos 5 anos de idade, altura em que a mastigação e deglutição se tornaram mais coordenadas. Os objetos pequenos como botões, balões vazios, moedas, papel, plástico, esponja e brinquedos com peças pequenas, são de igual forma perigosos nesta idade, razão pela qual não devem estar ao alcance das crianças. 
6. CONCLUSÃO
	A prevenção é um elemento chave para a diminuição da morbimortalidade associada a estes casos. É necessário reunir mais esforços para garantir uma prevenção adequada por partes dos cuidadores, o que requer programas educacionais dirigidos aos pais, tanto na prevenção de hábitos que predispõem aos acidentes nesta faixa etária, como no ensino de técnicas básicas de desobstrução de via aérea alta. 
	Várias estratégias têm sido utilizadas no Brasil e no mundo para diminuir o risco de asfixia por aspiração de corpo estranho, tais como mudanças na conceção dos produtos e campanhas de educação pública. Os corpos estranhos mais perigosos são alimentos pequenos de forma esférica e brinquedos com peças pequenas, pois têm maior probabilidade de provocar obstrução traqueal e asfixia. Crianças pequenas, especialmente com menos de quatro anos, devem estar sob vigilância constante dos cuidadores, pois a visualização de um engasgamento é a informação mais importante para um diagnóstico precoce. 
	Os brinquedos devem seguir as recomendações para cada faixa etária, de modo a serem adequados à idade e ao nível de destreza da criança. No caso de crianças com menos de três anos, os objetos e brinquedos devem ter um diâmetro superior a 32mm, e objetos esféricos deverão ter diâmetro superior a 45mm.
Conclusão
	Consequentemente conclui-se que a asfixia pode tirar a vida de uma pessoa em apenas 4 (quatro) minutos. A manobra de Heimlich pode ser útil e salvar uma vida quando um corpo estranho bloqueia a passagem de ar para os pulmões. Quando algo bloqueia a passagem de ar, não há tempo suficiente para esperar pela chegada de um socorro médico. Esta manobra já é de domínio público em vários países onde é comum encontrarmos cartazes com estas instruções, especialmente em restaurantes. Em primeiro lugar, mande alguém ligar para um serviço móvel de socorro (por exemplo, o SAMU “192”) enquanto você começa a prestar o socorro mais imediato – 192. Em todos os casos de corpos estranhos no organismo, quando não conseguirmos retirá-los, devemos acalmar a vítima e encaminhá-la ao socorro médico.
7. REFERÊNCIAS
ACIDENTES DOMÉSTICOS E DE LAZER: Informação adequada. Relatório 2006-2008. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge 2010.    
Blank D. Conceitos básicos e aspectos preventivos gerais. In: Comitê de Acidentes na Infância, organizador. Manual de acidentes na infância e adolescência. São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria; 1994.     
FILÓCOMO FRF, Harada MJS, Silva CV, Pedreira MLG. Estudo dos acidentes na infância em um pronto-socorro pediátrico. Rev Latinoam Enf 2002.
FONSECA SS, Victora CG, Halpern R, Barros AJD, Lima RC, Barros FC, et al. Fatores de risco para injúrias acidentais em pré-escolares. J Pediatr (Rio J) 2002.
PROGRAMA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 2010-2016. Direção Geral de Saúde 2010.         
RECOMENDAÇÕES SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO. Atualização de Condutas em Pediatria Departamentos Científicos SPSP - gestão 2016-2019.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdfhttp://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2011/n_02/10.pdf
https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/aspiracao-de-corpo-estranho/
http://www.scielo.br/pdf/jped/v79n4/v79n4a17.pdf
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542016000300009

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