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UNIP Helmintologia Profº Barone 2 ANCILOSTOMÍASE 01. AGENTE ETIOLÓGICO: 2 VERMES nematóides da Família Ancylostoma duodenale e Necator americanus 02. MORFOLOGIA: A) Macho e Fêmea: cilíndricos; 1 cm; cor leitosa cápsula bucal desenvolvida; aparelho digestivo completo; dimorfismo sexual. B) Macho: bolsa copuladora (extremidade posterior). C) Fêmea: afilada (extremidade posterior). 3 Figura 2: Bolsa copuladora do macho 4 Figura 3: larva rabdtóide 5 Figura 4: Ancilostomídeo - larvas filarióides com bainha envolvendo o parasito. 6 OBS.: Característica principal para diferenciar as 2 espécies: Necator americanus: placas cortantes (cápsula bucal). Ancylostoma duodenale: dentes (cápsula bucal). Figura 5: Ancylostoma duodenale - cápsula bucal com dois pares de dentes. 7 D) Ovos: Claros; elipsóides; 2,4,8,16 ou 32 blastômeros (de acordo com o estágio);eliminados com as fezes (umidade e temperatura superior a 15ºC);casca fina e transparente; ovos de Ancylostoma menores que Necator. Figura 6: ovo de Ancilostomídeo 8 OBS.: - na prática aconselha-se: designar ovos de Ancilostomídeos sp. - Constipação intestinal:podem eliminar ovos larvados. - Ovo Recém-Emitido:4 a 8 blastômeros (não embrionado). - 12 horas após oviposição:8 a 32 blastômeros. - 24 horas após oviposição: ovos larvados (larva rabdtóide dentro do ovo). 03 HABITAT: intestino delgado (aderidos pela cápsula bucal). 9 04. CICLO BIOLÓGICO: Tipo monoxênico. N. americanus e A. duodenale ciclos biológicos semelhantes: ovos fertilizados são eliminados dentro do intestino delgado (em grande número) os ovos que são eliminados com as fezes rompem-se em 48 horas (condições adequadas de temperatura, umidade e aeração do solo) liberando larva rabditóide após 3 dias de alimentação e crescimento transforma-se larva rabditóide de 2º estágio (L2) entre 5º e 8º dia transforma-se larva filarióide infectante (viável no solo por várias semanas) em contato com humano (principalmente pés descalços) larva filarióide penetra aloja-se epiderme penetra na derme ou tecido subcutâneo (algumas entram em arteríolas ou vênulas superficiais) as larvas que invadem a corrente circulatória são levadas às cavidades cardíacas e depois pulmões seguem pela árvore respiratória até epiglote passando ao aparelho digestivo chegando ao estômago finalmente ao intestino delgado (onde vermes fixam-se pelas cápsulas bucais). 10 Larva filarióides Larva filariforme penetra na pele Larva rabditóide no solo Ovos nas fezes Meio ambiente Circulação – pulmões – traquéia – faringe – deglutição – intestino delgado 11 OBS.: A) Migração das larvas através dos pulmões pode ser assintomática, mas usualmente pode causar hemorragia local. B)Duração do ciclo: 1,5 - 2 meses. C) Fêmea: longevidade: 2 anos (até 5 ou +). Põe grande número de ovos. 05. MODO DE TRANSMISSÃO: A) Penetração ativa larvas filarióides (pele ou mucosas). B) Ingestão larvas filarióides com alimentos (menos freqüente). 12 13 06. QUADRO CLÍNICO: A) Depende: - número de parasitas: - infestação grande: + 10.000 ovos/g. - grande portador: + 1.000 ovos/g. - portador médio: 200 à 1.000 ovos/g. - pequeno portador:-200 ovos/g. - estado nutricional do paciente. B) Alterações Cutâneas: penetração das larvas edema, erupção, eritema, dermatite. 14 C) Alterações Pulmonares: provocadas pelas larvas (perfuram alvéolos) quadro semelhante pneumonia. D) Alterações Intestinais: lesões provocadas pelos vermes adultos ação irritativa e espoliação sangüínea (sugam sangue: obter Oxigênio e Glicose). OBS.: Infecções Maciças: hospedeiro perde 10 - 30 ml sangue/dia 2,5 mg Fe/dia. E) Manifestações clínicas mais importantes: anemia, ferropriva, hipocrômica e microcítica (perda sangüínea crônica fixação dos vermes mucosa intestinal). 15 F) Sinais e Sintomas mais comuns: fraqueza; dispnéia; palidez; dor epigástrica diarréia alternada com constipação. OBS.: - Casos graves de anemia e hipoproteinemia insuficiência cardíaca e anasarca (edema generalizado). - Quadro clínico mais complicado quando em associação com outras infecções intestinais. 07. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Presença de ovos ao exame de fezes: técnica de Willis, Faust,... (às vezes, larvas são eliminadas com as fezes). 16 08. EPIDEMIOLOGIA: A) N. americanus espécie prevalente no Brasil. Sinônimos da Ancilostomíase: ''amarelão", "opilação", "uncinaríase", "doença dos mineiros" , "doença do Jeca Tatu", "necatorose". B) São mais prevalentes em solos arenosos (solos argilosos tendem a reter água, é menos arejado - dificultando migração larvária). C) Ancilostomíase no Brasil: doença predominante rural (falta de instalações sanitárias possibilitando existência em locais contaminados - fezes no peridomicílio) D) Comum no meio rural: hábito de andar descalço expostos a reinfecções. 17 09. PROFILAXIA: A) Sanitarismo. B) Proteção dos pés. C) Educação Sanitária. D) Tratamento casos positivos. 10. TRATAMENTO: A) Albendasol; Mebendasol; Pamoato de Pirantel. B) Além meditação anti-helmíntica uso de meditação ferruginosa (regressão do quarto anêmico). C) Controle de Cura: 7º, 14º e 21º dias após o tratamento. 18 ENTEROBÍASE OU OXIURÍSE •Tem distribuição geográfica mundial, com maior incidência em regiões de clima temperado. •Muito comum no Brasil, atingindo principalmente crianças e adolescentes. • Parasita exclusivo do ser humano. 01.AGENTE ETIOLÓGICO: Enterobius vermiculares (ou Oxyurus vermiculares). 19 02.MORFOLOGIA: 2.1. Macho e Fêmea: brancos; filiformes; apresentam dimorfismo sexual. Fêmea maior que o macho 1 cm. (macho: em geral, 5 mm). OXYURIS: "cauda pontuda". Extremidades anteriores expansões vesiculosas “ASAS CEFÁLICAS” 2.2. Ovo: 50 a 60 m /20 a 30 m largura; membrana dupla, lisa, transparente; eliminado larvado; ligeiramente achatado de um lado lembra um "D", possuindo membrana lisa e transparente. 03. HABITAT: ceco, cólon, apêndice ou reto. 3.1.Mulheres: pode parasitar a vagina, útero e bexiga. 3.2. Fêmeas: 11.000 ovos migram região perianal liberam ovos. 20 21 Figura :Enterobius vermicularis - fêmea. 22 Figura : Enterobius vermicularis - Detalhe da cabeça para mostrar asas cefálicas (setas). 23 Figura: Enterobius vermiculares (ovo) 24 04. CICLO BIOLÓGICO: OBS.: duração de 35 a 50 dias. Fêmeas, depois de fecundadas migram do intestino grosso para o reto e ânus (principalmente a noite) depositam ovos os ovos encontram no muco da região condições de umidade e temperatura necessárias para evolução a fêmea (saco de ovos) se rompe e libera os ovos os ovos embrionados se tornam infectantes em poucas horas o hospedeiro ingere (isto explica auto-reinfecções indivíduos parasitados) no intestino delgado, as larvas eclodem e sofrem 2 mudas até o ceco, onde transformam em vermes adultos 2 meses após, as fêmeas são encontradas na região perianal se não houver re-infecção o parasitismo termina aí. 25 05.MODO DE TRANSMISSÃO:5.1. HETEROINFECÇÃO: A) Direta: qdo os ovos são ingeridos por um novo hospedeiro - região anal boca. B) Indireta: inalação ou ingestão ovos disseminados por via aérea ou alimentos contaminados. 5.2. AUTOINFECÇÃO DIRETA: reinfecção com ovos procedentes do mesmo indivíduo principal mecanismo de cronicidade. 5.3. AUTOINFECÇÃO INTERNA: é rara as larvas eclodem no reto e migram ao ceco, transformando-se em vermes adultos. 26 06.QUADRO CLÍNICO: Manifestações clínicas mais comuns 3 mecanismos: 6.1. Movimentação das fêmeas grávidas postura região anal e perianal prurido (principalmente à noite) CONSTITUI A PRINCIPAL MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DA PARASITOSE pode induzir insônia e nervosismo. 6.2. Localização dos vermes no intestino manifestações digestivas. 6.3. Migração das fêmeas para outros órgãos vulva; vagina; útero; vulvovaginite com leucorréia e prurido. OBS.: Crianças menores: insônia; enurese (incontinência urinária); irritabilidade (decorrente do prurido anal e vulvar). 27 07. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Exame macroscópico das fezes: vermes adultos (ou fragmentos). 7.2. EPF: pode ser falho somente em 5% dos casos são encontrados ovos ou vermes adultos nas fezes. 7.3. Técnica do swab anal ou Método de Graham (fita adesiva transparente e lâmina): ovos ou vermes adultos (ou fragmentos deles) mais bem visualizados deve ser feita pela manhã, antes de qualquer higiene. 28 08. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: 8.1 prurido anal; 8.2 eosinofilia. 09. COMPLICAÇÕES: 9.1. Apendicite crônica: ação irritante local. 9.2. Perfuração no peritônio. 9.3. Mulheres: invasão dos órgãos genitais. 29 10. EPIDEMIOLOGIA: 10.1. Endemia de caráter focal. 10.2. Crianças em idade escolar. 10.3. Orfanatos, ambientes coletivos (fechados). 10.4. Os ovos são viáveis no ambiente doméstico por até 3 semanas, contaminando alimentos e poeira. 10.5. Ovos infectantes: Oxigênio e Temperatura a 23 a 43 ºC. 10.6. Ovos resistentes aos desinfetantes comuns (são destruídos pelo fenol) 30 11. PROFILAXIA: 11.1 medidas de higiene: banhos matinais diários (chuveiro); 11.2 mudança freqüente roupas, lençóis (fervê-las); 11.3 evitar superlotações (quartos fechados); 11.4 instalações sanitárias adequadas; 11.5 estrita limpeza do ambiente; mãos limpas (corte das unhas); remoção do pó (aspiradores); 11.6 uso de desinfetantes; 11.7 educação sanitária. 31 12. TRATAMENTO: repetido a todos os membros da família. 12.1. Indicado para todas pessoas infectadas da família ou membros de grupos comunitários: interromper o ciclo de transmissão. 12.2. Medicamentos mais utilizados: Mebendazol; Albendazol; Pamoato de Pirantel. 12.3. Maior segurança de cura: tratamento deve ser repetido 2 semanas mais tarde. 12.4. Controle de cura; 1 semana após término do tratamento (método swab anal durante 7 dias consecutivos, pela manhã). 32 TRICOCEFALÍASE OU TRICURÍASE É de grande freqüência em nosso meio, conhecido como “verme chicote”. 01. AGENTE ETIOLÓGICO: Trichuris trichiura. 02. Morfologia: Vermes: pequenos; porção anterior afiliada; porção posterior dilatada; 3 a 5 cm comprimento. Fêmeas maiores que os machos. Ovo: 50 a 55 m largura; barril, 2 membranas; extremidades; massa mucóide. 33 Figura: Trichuris trichiura - ovo (notar tampões mucosos) Larva 34 35 03. HABITAT: intestino grosso (ceco, cólon, reto). 04. CICLO BIOLÓGICO: Monoxênico. Fêmea ovípara ovos meio externo (10 - 15 dias) larva infectante dentro ovo Hospedeiro eclosão intestino delgado larvas ceco vermes adultos. 36 OBS.: A) Parasita de evolução simples, sem migrações das formas larvárias pelo organismo. B) Longevidade: 6 a 8 anos. Maioria eliminada em 3 anos. C) Número de Parasitas: 2 a 10. Cada fêmea 3.000 a 7.00 ovos/dia. 37 05.MODO DE TRANSMISSÃO: Ingestão de ovos embrionados que se desenvolvem no solo, contaminando alimentos, água, etc. 90 dias após ingestão dos ovos fêmeas iniciam postura. 06. QUADRO CLÍNICO: 6.1. Assintomático. 6.2. Manifestações digestivas leves e sem muitas características. 6.3. Quadro mais exuberante: diarréia; enterorragia; prolapso retal (especialmente crianças pequenas intensamente parasitadas). 38 OBS.: A)Enterorragia: acarreta anemia (simulando Ancilostomíase grave). B)Pode haver: emagrecimento; insônia e irritabilidade (manifestações gerais). 07.DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: EPF: demonstração de ovos nas fezes: Métodos HPJ (Hoffman-Pons-Janner); Faust; MIF,... 39 08. EPIDEMIOLOGIA. 8.1. Paralelo à prevalência de A. lumbricóides (modo de transmissão semelhante). 8.2. Mais freqüente em crianças. 8.3. Resistência dos ovos às condições do meio externo. 8.4. No Brasil a maior incidência é na Amazônia e no litoral (clima mais quente e úmido) devido: - maior facilidade de embrionamento dos ovos; - evitar dessecamento dos mesmos; - aumentar sua sobrevivência. 40 8.5. É mais comum na zona urbana do que na rural, devido a aglomerados humanos, precárias condições sociais e higiênicas. 41 09. TRATAMENTO: 9.1. Medicamentos: Oxipirantel (parasitismo isolado); Albendazol. 9.2. Controle de Cura: EPF: 7,14 e 21º dias após término medicação (pelos métodos citados). OBS: Prognóstico da Tricuríase: é bom; com exceção das infecções maciças em crianças pequenas com grandes enterorragias tratar quantas vezes forem necessárias para erradicar parasitose associando alimentação adequada e reposição de Ferro. 42 10. PROFILAXIA: - Como o ovo é extremamente resistente aos desinfetantes usuais e o peridomicílio funcionando como foco de ovos infectantes, as medidas profiláticas são: - Educação sanitária; construção de fossas sépticas; tratamento em massa da população; proteção dos alimentos contra poeiras e insetos.
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