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Resenha Crítica de Caso - Ane Riley

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS
Resenha Crítica de Caso
Yan Cezar Valente Abreu
Trabalho da disciplina Visão Estratégica no Gerenciamento de Pessoas
 Tutor: Prof. Marcelino Tadeu de Assis
Santo Antônio de Pádua - RJ
2019
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 ANNE RILEY: DISPENSADA
Referências: SUCHER, S. J.; ANDREW S, P. Anne Riley: Dispensada. Harvard Business School, set. 2011.
O estudo de caso apresenta a trajetória de Anne Riley, 28 anos, bacharel em Ciências e contabilidade com foco em finanças e estudante iniciante de MBA, após uma curta e traumatizante experiência profissional vivida. A história começa quando Riley passava por um processo de recrutamento para um trabalho de verão na Goldman Sachs’ Private Equity Group e que esperava - além de ser aceita como funcionária temporária – uma admissão permanente após o período de formação.
Como em quase todos processos de entrevistas, a recrutadora em questão, mesmo que de maneira informal, citou a experiência de Anne Riley na Storrow Capital, empresa da qual trabalhou por apenas cinco meses e foi a responsável pela experiência traumatizante vivida pela mesma. Ainda que Riley tivesse uma experiência de três anos como analista em um dos maiores bancos de investimento do mundo no estado em que nasceu, Nova Iorque, ela temia que o foco da entrevista girasse em torno do seu tempo na Storrow Capital.
Anne Riley, que desde muito nova sempre foi metódica, já tinha em mente seu plano traçado em fazer um MBA e focar sua carreira em uma grande empresa de Private Equity, mas, antes disso, ela recebeu o convite da Storrow Capital para atuar como analista e aceitou o cargo, mesmo recebendo propostas de várias empresas, mas que considerou essa a melhor pelo prestígio da empresa e, segundo ela, por também por conhecer “boas pessoas” no processo.
Tudo caminhava bem, Riley imaginava ficar no cargo e na mesma empresa por pelo menos dois anos antes de fazer o MBA, o que é uma prática comum neste setor. O salário era equivalente ao seu emprego anterior, porém, o programa de bônus representava um aumento bastante significante e era visto com bons olhos por Riley.
Anne Riley, como já dito anteriormente, era uma pessoa metódica e focada em atingir seus objetivos, tanto que ao aceitar o cargo, teve que mudar de cidade, indo morar agora em Chicago e ser obrigada a ficar distante de sua família, amigos e até mesmo terminar um longo relacionamento em que ela vivia, tudo isso para continuar seguindo sua linha profissional em que ela desejava alcançar.
Ao mesmo tempo que Riley tinha motivos para comemorar por conseguir um emprego no ramo em que sempre quis, era um momento também de muita tensão, pois no mesmo ano em que ela entrou, coincidiu na queda da economia global que implodiu de tal maneira que suas atribuições na empresa chegaram a ser afetadas, não por falta de vontade de sua parte, mas pelo período atual de regressão no cenário econômico. Como a própria personagem disse “O outono de 2008, não foi trabalhoso e saíamos do trabalho as cinco ou seis”, ou seja, não atendendo suas expectativas, que era de ganhar uma experiência de aprendizado da qual não foi possível obter.
Riley cometeu o erro de imaginar que ela e seus companheiros de cargo não seriam afetados pela forte onda de cortes em que todas as empresas passavam e que, mesmo a Storrow que antes nunca tinha anunciado dispensas, o cenário agora era diferente. O erro de Riley foi achar que não seria atingida pelo cargo que ocupava, representando uma mão de obra relativamente barata ao se tratar apenas o aspecto financeiro.
Porém, funcionários como Anne Riley e seus companheiros que foram admitidos junto com ela e que somados eram 25 analistas pré-MBA, além da questão financeira, demandavam muito custo de tempo na formação deles, que mesmo tendo conhecimento operacional, dois analistas eram responsáveis por cada grupo de setor na empresa e cada um deles necessitava de suporte de um tutor sênior.
Ao observar longas reuniões a portas fechadas entre analistas e seus gerentes, Anne pôde pressupor que se tratava das tão temidas dispensas, porém, ela manteve a calma por até então não entrarem em contato com ela, o que acabou acontecendo mais tarde ao receber um e-mail de seu superior, que inicialmente parecia não necessitar de um grande alarde.
O momento chegou e Anne acabou sendo pega desprevenida ao ouvir de seu responsável a decisão de dispensar principalmente os funcionários de nível júnior, do qual a mesma se enquadrava, por uma ordem da empresa de cortar os custos e diminuir taxas de administração. E mesmo ao ouvir seu chefe dizer que o critério de dispensas não foi baseado em habilidade ou mérito, Anne acreditou que isso foi uma maneira de amenizar o golpe.
A Storrow, que foi forçada a realizar as dispensas devido a uma implosão da economia global, diferente de outras empresas, permitiu que Riley utilizasse os recursos da companhia para encontrar um novo emprego, além de por meio do seu agora ex-chefe, orientar a convida-la para uma sessão de networking com uma rede adequada, possibilitando assim uma nova oportunidade de emprego.
Após o final do dia em que fora demitida, Riley se encaminhou então rumo a sua residência com diversos questionamentos em sua cabeça e procurando motivos que justificassem sua demissão. Um deles foi admitir que seu trabalho continuaria sendo feito mesmo se não estivesse lá, além de também concordar que não se socializou o suficiente com os sêniores. Também foi analisado por ela que em todos os casos que a Storrow teve a oportunidade de demitir uma mulher, ela assim o fez, indo contra a descrição da cultura da empresa que os recrutadores apresentaram a Riley.
No mesmo dia, Riley se surpreendeu com a reação dos amigos e família ao noticiar sua dispensa, todos agiram de forma natural, indiferentes e ouviu conselhos que a frustraram ainda mais, pois foi dito para ela aproveitar essa oportunidade e avaliar suas prioridades. Como qualquer pessoa que acabou de perder seu emprego, Riley teve dificuldades para dormir, estava preocupada que sua pouca experiência em negociação acometesse em um furo em seu histórico profissional.
Como consequências das reuniões em que Riley participou na Storrow, ela foi admitida na Memorial Automotive Technologies, uma empresa do portfólio da Storrow, que segundo ela seria a melhor opção, que era como se ainda tivesse trabalhando em sua antiga companhia.
Porém, Riley aceitou a primeira opção que bateu na porta e a MAT tinha uma cultura muito diferente da Storrow e também da sua, além de ter reclamado também da falta de transparência do job description, visto que ela estava fazendo funções que não foram passadas para ela. Consequentemente, com o passar do tempo, naturalmente ela ia se desgastar e ficar desmotivada, o que acabou acontecendo. 
Em agosto de 2010, Riley enfim se matriculou no programa de MBA e seguiu em frente com sua vida, que ao conhecer seus colegas e alunos que passaram por situações semelhantes, a ajudou a esquecer a raiva e encontrou um conforto na troca de experiências. Até que no outono - quando começaram os recrutamentos de verão, como descrito no início do texto - Riley decidiu que tinha forças novamente para participar de um processo de recrutamento e assim o fez.
 
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