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Unidade 1 Livro Didático Digital Carolina Galvão Sarzedas Liderança e Gestão de Equipes Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora CAROLINA GALVÃO SARZEDAS A AUTORA Carolina Galvão Sarzedas Olá. Meu nome é Profa Dra Carolina Galvão Sarzedas. Sou formada em ciências biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências com experiência técnico-profissional na área ensino de mais de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ onde me apaixonei pela ciência e pela educação. Tenho experiência tanto na área de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para grandes empresas de educação. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Liderança ........................................................................................................ 12 Definição ................................................................................................................................................ 12 Liderança X Chefia: ......................................................................................................................... 14 Estilos de liderança: ....................................................................................................................... 15 Teorias da liderança ...................................................................................20 Introdução ............................................................................................................................................ 20 Teoria dos Traços: ........................................................................................................................... 20 Teoria do comportamento ou comportamental: ......................................................22 Teorias situacionais ou contingenciais: ...........................................................................23 Teorias Processuais: ......................................................................................................................26 Teoria das trocas: .............................................................................................................................27 Concluindo: ..........................................................................................................................................27 Liderança estratégica: ..............................................................................29 Definição: ...............................................................................................................................................29 Tipos de liderança: ........................................................................................................................ 30 Líder estratégico: .............................................................................................................................33 Estratégia empresarial: ................................................................................................................33 Exemplos de Estratégia empresarial: ...............................................................................35 Táticas de influência de liderança: ...................................................... 37 Introdução: ............................................................................................................................................37 Influência: ............................................................................................................................................. 38 Táticas de Influência: .................................................................................................................... 39 Eficácia das Táticas de Influência: ....................................................................................... 41 Táticas de influência e teorias de liderança: ...............................................................42 Liderança e Gestão de Equipes 9 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL UNIDADE 01 Liderança e Gestão de Equipes10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de liderança é uma das mais importantes dentro de uma empresa? Isso mesmo. O bom líder é aquele que estimula e motiva sua equipe para alcançar os objetivos, e ainda mantém um bom ambiente de trabalho. O líder é aquele que desenvolve estratégias para colocar sua empresa à frente da concorrência. Através dos estudos realizados ao longo do tempo, você verá como as definições de liderança foram sendo aperfeiçoadas e hoje em dia sabemos que a liderança pode ser desenvolvida. O líder estratégico e competente é aquele que influencia outras pessoas a não só adotar o seu sistema, como colocá- lo em prática. Por isso, existe uma ligação tão forte entre liderança e influência. Quando dizemos que uma pessoa serve de influência para outras, significa que ela interfere ou serve de modelo para o agir ou o pensar de outros indivíduos, que é exatamente o papel de um líder dentro de uma corporação. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Liderança e Gestão de Equipes 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender o que é líder e liderança; 2. Definir as teorias da liderança; 3. Identificar o que é liderança estratégica; 4. Entender e aplicar as táticas de liderança. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Liderança e Gestão de Equipes12 Liderança INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como a definição e as características de um líder. Você vai ver que existem muitos tipos de líder e de estilos de liderança, cada um exerce impactos distintos no trabalho da equipe. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Definição Você já deve ter ouvido falar sobre líderes e liderança, certo? Porém, se você acha que este é um assunto atual, está muito enganado. Os estudos sobre liderança são realizados desde o século XVIII, com isso, as pesquisas sobre comportamento de líderes vêm passando por teorias diversas até chegarmos aos dias atuais. EM 1968 Fielder definiu a liderança como uma relação interpessoal, onde um indivíduo controla as ações dos outros através de poder e influência. Na década de 70, o líder foi definido como sendo aquela pessoa que se destaca em determinado grupo, porque possui capacidade de influenciar e se adaptar às diversas situações. Muitas sãoas definições que encontramos para líder e liderança, porém Chiavenato, um dos grandes nomes da administração define liderança como: “É a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meios do processo da comunicação humana para a consecução de um determinado objetivo” (Chiavenato, 2009, p.107) Podemos dizer que o bom líder é aquele que estimula e vende os objetivos à sua equipe, favorecendo o bom clima no ambiente de trabalho. Liderança e Gestão de Equipes 13 O que as definições sugerem é que um líder precisa, acima de tudo, entender seu papel na empresa e para sua equipe, e somente depois criar um ambiente prazeroso e com condições de alcançar o sucesso nas metas estabelecidas. Nossa tendência é sempre achar que liderar é uma tarefa para pessoas diferenciadas, aquelas mais autoconfiantes e ambiciosas, ou aquelas com melhores habilidades sociais. Contudo, o que vemos é que liderança é um processo dinâmico, onde os melhores líderes são aqueles que desenvolvem melhor a sua capacidade de influenciar pessoas. A definição nos faz pensar em dicas para uma liderança assertiva: Influência interpessoal: liderar não é mandar, mas sim a capacidade de influenciar pessoas a realizarem suas tarefas de acordo com os padrões definidos pela organização; Comunicação: a maneira de se comunicar tem impactos definitivos tanto sobre a equipe quanto nos resultados alcançados. Objetivos: o líder precisa alcançar os objetivos e para isso precisa passá-los de maneira clara e específica o suficiente para que os envolvidos entendam e se empenhem o máximo para obter o resultado. IMPORTANTE: Liderança tem a tem a ver com inspiração; os líderes servem como exemplo e como parâmetros de seus seguidores ou liderados. Baseado em muitos conceitos e definições existentes acerca dos líderes, podem considerar algumas características como sendo consenso entre os autores: Autoconfiança: confiam plenamente no próprio julgamento e em suas habilidades. Visão: conseguem ter como meta um futuro melhor do que o status quo. Liderança e Gestão de Equipes14 Articulação: são facilmente compreendidos pelos demais, da mesma forma que conseguem compreender as necessidades dos seguidores, gerando motivação na equipe. Convicção: são comprometidos, assumem e arcam com altos riscos pessoais e profissionais em busca daquilo que acreditam. Comportamento fora do habitual (pensam fora da caixa): naturalmente adotam atitudes não convencionais, ditas modernas e contrárias às normas. Porém, quando bem sucedidas despertam admiração em seus seguidores. Sensibilidade: as avaliações são realistas quanto às imposições ambientais e os recursos necessário para que ocorra mudança. Liderança X Chefia: Liderança e motivação estão intimamente unidas na teoria e na prática, através de uma relação causa e efeito. Um líder deve manter seus liderados motivados na realização do trabalho, não estamos falando de influenciar o jeito se ser do funcionário, nem tampouco mudar sua personalidade, mas sim direcioná-lo para o melhor caminho a seguir. Figura 1: Liderança X Chefia. Fonte: Freepik Liderança e Gestão de Equipes 15 Um líder nem sempre se depara com uma equipe naturalmente motivada, porém cabe a ele despertar o potencial motivacional para garantir o bom andamento do trabalho e o rendimento da organização. É preciso capacitação e experiência suficientes para liderar uma equipe e direcioná-la de maneira motivada para a realização dos objetivos propostos. Precisamos deixar bem claro que chefiar ou gerenciar são cargos relacionados ao poder e não tem a ver com liderança. Nem sempre quem ocupa um cargo de poder, tem habilidade de liderança, enquanto podemos encontrar líderes em diversos níveis e áreas das organizações independente das suas funções. O chefe exerce seu poder de mando em função da autoridade do ofício, enquanto o líder dirige um grupo com a colaboração de seus membros, graças à sua própria personalidade e não à sua função administrativa. .......... O líder compreende que para que as ações aconteçam dentro de uma organização, ele precisa lidar e entender as pessoas. O sucesso, a lucratividade e a competitividade não vêm sendo desenvolvidas somente por máquinas e tecnologias, e sim, pelas pessoas envolvidas no processo. Estilos de liderança: Podemos dizer que existem muitos tipos de líder e de estilos de liderança, cada um exerce impactos distintos no trabalho da equipe. Neste capítulo discutiremos sobre alguns estilos mais conhecidos: • Liderança autocrática ou autoritária: É um estilo que preza a centralização do poder na mão do líder (chefe). O líder toma as decisões, define as tarefas e determina o modo de concretizá-las sem a consulta do grupo, não dando espaço para iniciativa Liderança e Gestão de Equipes16 pessoal. Este tipo de liderança costuma gerar na equipe conflitos, atitudes agressivas, frustração, desinteresse, entre outros. A produtividade até pode ser elevada, mas não há satisfação na realização das tarefas. Além de não participarem do processo de desenvolvimento, a equipe muitas vezes lida com um chefe autocrático resistente a sugestões e pontos de vista diferentes do dele, tendendo a ter opiniões rígidas, agindo mais pelo comando direto do que pelo apoio de sua equipe. Pode ser um estilo vantajoso com colaboradores em treinamentos ou inexperientes, que precisam seguir as orientações dos procedimentos de forma bem descrita e detalhada. Ou em situações de crise onde não são permitidos erros ou improvisação. • Liderança democrática: É um tipo de liderança que permite que os liderados fiquem livres para pôr os projetos em prática, sem uma supervisão extrema. Sendo apenas para equipes que atingiram a maturidade e não precisam na supervisão de um líder. O líder e a equipe em conjunto estabelecem as decisões, os prazos e os resultados esperados, possibilitando que as tarefas sejam divididas para cada membro da equipe de acordo com a situação. Um dos pontos positivos deste tipo de liderança é a valorização da participação de cada indivíduo da equipe com ideias, opiniões e pontos de vistas. • Uma desvantagem é o tempo necessário para que as decisões sejam discutidas e tomadas em grupo, dependendo da ocasião, não há muito tempo para avaliar os problemas e decidir o melhor caminho. Liderança e Gestão de Equipes 17 • Liderança paternalista: É um tipo de liderança que visa um relacionamento amável, sem conflitos, onde o líder acaba tendo um papel de pai da equipe. • Liderança liberal ou laissez faire (ou sem intervenção): Neste estilo vemos um alto grau de confiança na capacidade e no desempenho da equipe, com liberdade na tomada de decisões individuais e em grupo, onde o líder tem uma participação mínima. Faz oposição ao estilo autocrático e tem como característica a delegação de tarefas à equipe apenas com o fornecimento de ideias, recursos e algumas ferramentas necessárias. É indicado para grupos experientes, bem treinados e com muita inteligência emocional, onde o líder não gasta muito tempo gerenciando a equipe e passa a ter liberdade para se dedicar a outras atividades e projetos. Uma desvantagem pode ser a perda dos objetivos e da organização, se o líder e a equipe não estiverem bem treinados, preparados e motivados. • Liderança situacional: Como o próprio nome sugere, a liderança situacional está baseada em “situações distintas requerem lideranças distintas”. Um líder situacional aplica o melhor de cada estilo descrito, sendo versátil e flexível, dependendo da situação e do grupo que ele tenha a disposição. • Liderança transformacional ou carismática: O conceito de liderança transformacional foi inicialmente introduzido pelo especialista em liderança James MacGregor Burns em 1978 e como Liderança e Gestão de Equipes18 o próprio nome diz, está relacionada com transformaçõesdentro das organizações. Os líderes transformacionais são conhecidos por capacitar e inspirar sua equipe a sempre inovar, além de serem motivadores e trabalharem com metas altas e desafiadoras, suas equipes possuem melhor desempenho e satisfação na realização dos objetivos. É um estilo que dá autonomia aos liderados, estimulando-os a “pensar fora da caixa”, ao mesmo tempo em que os influencia a uma mudança de consciência a respeito do que é importante, não constituindo uma troca de produtos entre líder e liderados. O líder realmente se esforça para elevar seu potencial de trabalho, assim como para atingir níveis elevados de ética e moral. Os riscos assumidos pelos líderes transformacionais são compartilhados com seus liderados e consistentes com seus princípios, valores e conduta ética. Desta maneira conseguem não só maior união dos seguidores como também mudar suas opiniões e objetivos, porque são confiáveis, admirados, respeitados e preocupados mais com as necessidades da equipe do que com as suas próprias. Alguns fatores estão associados com a liderança transformacional, entre elas, podemos citar: • Carisma: considerado comportamento crítico para o modelo transformacional de liderança. A conceitualização mais recente da liderança transformacional divide carisma em componentes atribuídos ao comportamento idealizados de influência. • Estimulação intelectual: o líder que promove este fator em seus liderados promove a inteligência, a lógica, a racionalidade e uma maior competência para resolver problemas, estimulando que velhos problemas sejam vistos sob uma nova perspectiva. Os liderados, assim, se tornam mais inovadores e criativos. Liderança e Gestão de Equipes 19 Criticar ou ridicularizar publicamente os membros por erros não existe para o líder que estimula intelectualmente seus seguidores. • Motivação inspiracional: um líder inspirador fala com otimismo e entusiasmo. Este é um fator que geralmente acompanha o carisma, e se caracteriza pela motivação que o líder promove, individual e coletivamente, para comunicar grandes expectativas, prover sentido, encorajar seus seguidores e desafiá-los a ver o futuro. • Consideração individual: este líder presta atenção nas diferenças individuais da sua equipe e direciona seu treinamento baseado na necessidade de cada um. Cada membro da equipe é desenvolvido para atingir seu máximo potencial. O que podemos concluir é que um líder transformacional tem o poder de conduzir a organização a um patamar mais elevado. Recomendo a leitura da seguinte tese da Fundação Getúlio Vargas como modo de contribuir com mais informações sobre liderança https:// bit.ly/2Ha7b89 (Acesso em 18/12/2019). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os estudos sobre liderança são realizados desde o século XVIII, com isso, as pesquisas sobre comportamento de líderes vêm passando por teorias diversas até chegarmos aos dias atuais. O que as definições sugerem é que um líder precisa entender seu papel na empresa e para sua equipe, e somente depois criar um ambiente prazeroso e com condições de alcançar o sucesso nas metas estabelecidas. Podemos citar algumas características de um líder como sendo: autoconfiança, visão, articulação, convicção, comportamento fora do habitual e sensibilidade. Entre os estilos de liderança podemos citar: Liderança autocrática ou autoritária, Liderança democrática, Liderança paternalista, Liderança liberal (ou sem intervenção), Liderança situacional e Liderança transformacional ou carismática. Liderança e Gestão de Equipes20 Teorias da liderança INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como a teoria da liderança foi evoluindo ao longo do tempo. O que se pensava ser uma característica inata passou a poder ser desenvolvida. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução O fenômeno da liderança quando começou a ser estudado, foi vinculado a uma disposição inata, onde os líderes simplesmente nasciam feitos. Até a década de 40 difundia-se a ideia de que o líder era possuidor de características que davam a ele a aptidão para conduzir os demais, enquanto aos outros cabia o papel de liderados ou seguidores. Porém, pela importância de um líder dentro de qualquer organização, os estudiosos vêm procurando conceituar este fenômeno. Embora ainda não haja um conceito universal e muito menos um consenso sobre os elementos que compõem um líder, características como traços, comportamentos, atribuições e situações podem diferenciar um líder de seus liderados. Teoria dos Traços: Esta teoria representa um marco inicial nos estudos sobre liderança e surgiu por volta da década de 1930. A orientação dos estudos foi a avaliação da existência de traços comportamentais convergentes entre pessoas que ocupassem cargo de liderança quando comparados com outro grupo que não estivesse na posição de liderança. Como resultados, foram mapeados 32 traços de personalidade considerados como típicos dos líderes eficazes. Liderança e Gestão de Equipes 21 EXEMPLO: Entre alguns traços mapeados podemos citar: ambição, motivação, honestidade, integridade, autoconfiança, inteligência, conhecimentos relevantes para o trabalho e carisma.]] Segundo a teoria dos traços, a posse de certos traços de personalidade e de caráter permitiria o acesso ao poder, de maneira que fosse possível encontrar traços universais para distinguir os líderes dos não líderes. Na época o que interessava era eleger quais atributos definiriam melhor a personalidade de um líder. O objetivo no final das contas era dar uma definição para o líder, de modo a descrevê-lo, por isso, os estudiosos não se prenderam a correlacionar estas características à aspectos como eficácia na liderança ou condições que pudessem interferir no processo. Os traços eram considerados inatos à personalidade das pessoas e não produtos intermediários, que pudessem ser desenvolvidos. Em 1936, o psicólogo Gordon Allport (1897 – 1967) classificou os traços de personalidade em 3 níveis: Traços cardeais: são aqueles que dominam a personalidade de uma pessoa de modo a tornar a pessoa conhecida por estes traços. Allport sugere a raridade destes traços que tendem a ser desenvolvidos ao longo da vida. Podemos citar alguns personagens históricos que são marcados pelos traços cardeais associados ao seu nome, como maquiavélico, narcisista, Don-juan, entre outros. Traços centrais: são as características gerais de uma personalidade, não são tão dominantes quanto os traços cardeais, porém são os adjetivos que geralmente usamos para descrever uma pessoa, como criativo, honesto, tímido, extrovertido, entre outros. Traços secundários: são traços que podem aparecer em situações específicas, com isso não são muito evidentes. Podemos citar alguns exemplos como: pessoas que geralmente são calmas e equilibradas, Liderança e Gestão de Equipes22 porém ficam ansiosas em situações em que precisam falar em públicos, ou ficam impacientes em situações em que precisam esperar. IMPORTANTE: O que Allport nãos sabia era que a criação dessas simples disposições em 3 grupos originaria teorias maiores, e o consagraria como um dos pioneiros os estudos de traços de personalidade Teoria do comportamento ou comportamental: Esta teoria foi elaborada a partir da medida da personalidade do líder (Least Prefered Coworker-LPC) desenvolvida pela Universidade de Illinois a partir de 1951. Ao longo dos anos a teoria comportamental deu ênfase ao que “o líder faz, e não ao que o líder é”, colocando a liderança como algo a ser treinado, e não como uma característica inata. A teoria trabalhava com o objetivo de encontrar padrões decomportamento em líderes de equipes eficazes e ineficazes, focando em como os líderes agem perante os seus subordinados. A teoria, ainda, parte do princípio que oferecendo o treinamento adequado para certos comportamentos, é possível “ensinar“ a ser líder. • Podemos dizer então, que a evolução desta teoria considera o líder como aquele que adéqua seu comportamento às exigências das diversas situações, e não a posse de certos traços de personalidade. Um ponto interessante a ressaltar, então, é que a teoria comportamental sugere que a liderança pode ser aprendida, ao contrário do que dizia a teoria dos traços. Mostrando que o ser humano assume estilos de liderança diferentes dependendo da situação em que se encontra. Com isso, o mercado passou a enfatizar programas de treinamento e desenvolvimento de liderança, para que as pessoas assumam comportamentos definidos para ser um líder eficaz. Liderança e Gestão de Equipes 23 Seguindo a linha de raciocínio desta teoria, podemos dizer que não basta focar em um programa voltado somente para a personalidade do líder ou somente aos aspectos situacionais da organização. É preciso ter consciência de que quase todas as pessoas podem ter sucesso como líder em algumas situações, assim como quase todas podem fracassar em outras. Para o sucesso de uma organização é preciso focar não somente no estilo do líder, mas nos fatores que promovem a influência sobre ele, podendo classificá-los como: • Orientados para tarefas: este estilo de líder enfatiza a resolução de tarefas, mantendo o foco. • Socioemocional: este estilo de líder se preocupa com as necessidades dos seus liderados, procurando estabelecer feedbacks e mostrando- se receptivo às sugestões da equipe. Mais a frente, corroborando com os dados acima, os pesquisadores se detiveram em dois tipos de comportamento dos líderes: • Orientados para o trabalho: líderes preocupados com as relações interpessoais, com interesse nas necessidades dos funcionários. • Orientados para a produção: líderes que enfatizam os aspectos técnicos e práticos do trabalho, e tem como principal preocupação a execução das tarefas grupais e o alcance dos objetivos. Com todos estes estudos comportamentais, os pesquisadores concluíram que aqueles que se voltavam para a equipe, conseguiam maior aumento de produtividade e de satisfação, sendo contrário àqueles que se voltavam para a produção. Teorias situacionais ou contingenciais: Os estudos sobre as teorias situacionais tiveram seu início nos EUA, no pós-guerra (década de 50) e foram desenvolvidas a partir de Liderança e Gestão de Equipes24 observações de ambientes de trabalho diferentes. Como resultado foi constatado que não havia um estilo de liderança específico, mas que circunstâncias diferentes exigem que seus liderem se adaptem. A teoria situacional é considerada a terceira perspectiva histórica da liderança, é derivada das abordagens anteriores, com ênfase na abordagem comportamental, ou seja, na busca do conhecimento de como um líder deve agir. De acordo com esta teoria, o líder ajusta seu comportamento de acordo com as situações que encontra no ambiente de trabalho, de modo a ajudar os liderados e a empresa a alcançarem seus objetivos. Então o que diferencia a teoria situacional da teoria comportamental? A teoria situacional leva em consideração as varáveis do ambiente (contingenciais), sugerindo que a situação faz surgir o líder necessário e conveniente. Não existindo um estilo ideal de liderança em qualquer situação, preso a traços e comportamentos, e sim, um estilo que se adapta de acordo com as exigências da situação ou de uma equipe específica. Ocorre uma inter-relação entre o direcionamento que o líder oferece, o nível de maturidade dos liderados em relação ao objetivo e a quantidade de apoio emocional. O nível de maturidade de uma equipe está relacionado com a disposição em assumir responsabilidades e desempenhar as tarefas tendo controle de seu próprio comportamento. • • Alguns pesquisadores se destacam pelas abordagens contingenciais, dentre eles podemos citar: Fiedler (1967): Quanto melhor for a relação entre líder e liderados, quanto mais claros forem os objetivos a serem alcançados e quanto maior for o poder formal oferecido ao líder, maior será a probabilidade dele ser eficaz, como Liderança e Gestão de Equipes 25 resultado de sua situação favorável. Os determinantes da eficácia da liderança estão associados a 3 dimensões: 1. O grau de confiança nas relações entre lideres e liderados; 2. A estrutura do objetivo a ser atingido; 3. A posição do líder. House (1975): Segundo House o comportamento do líder produz resultados diferentes nos liderados, como satisfação, motivação, cognições e comportamentos. A partir disso, podemos dizer que o líder eficaz é aquele que dá suporte aos seus liderados, direcionando-os pelos caminhos mais fáceis, de modo a atingirem os resultados pretendidos. Comportamentos de liderança: 1. Diretivo: é o líder cujos subordinados sabem o que se espera dele, pois o líder já fez a programação e o direcionamento do trabalho. 2. Apoiador: é o líder amigável, que demonstra interesse pelas necessidades de seus liderados. 3. Participativo: é o líder que consulta os liderados e leva suas opiniões em consideração. 4. Orientado para a conquista: é o líder que desafia sua equipe com metas altas e espera deles o melhor desempenho. Com isso, podemos concluir que a teoria de House sugere que os estilos de lideranças são flexíveis, e que a depender da situação, o líder pode adotar qualquer um dos 4 comportamentos citados acima. Hersey e Blanchard (1986): É tida como uma das teorias contingenciais mais recentes e se baseia na inter-relação entre a quantidade de orientação que o líder Liderança e Gestão de Equipes26 oferece, a quantidade de apoio socioemocional do líder e o nível de maturidade de sua equipe na realização do objetivo proposto. Este modelo tem como principal característica o fato de pressupor a necessidade de se avaliar o nível de maturidade dos liderados, cabendo ao líder a ajuda necessária para o amadurecimento no desempenho das tarefas. Vroom e colaboradores (início 1973): É um modelo onde se enfatiza que a depender da característica da situação, os líderes devem permitir a participação dos liderados nos processos de tomada de decisão, se concentrando no aspecto comportamental da liderança. É conhecida como uma teoria prescritiva, pois possibilita que os líderes escolham o melhor método de tomada de decisão para cada situação. Teorias Processuais: A ideia central do desenvolvimento das teorias processuais é a preocupação com os processos de liderança, as maneiras como se desenvolvem as relações entre líderes e liderados, tendo a liderança transformacional como uma das principais teorias processuais. Esta teoria define a liderança transformacional e a transacional. Onde a transformacional tem como finalidade o desenvolvimento de esforços para que os liderados obtenham maior satisfação e motivação no trabalho, sendo o líder transformacional um visionário, que procura capacitar as pessoas a desenvolverem seu autocontrole e os desafia de modo a adaptar seus comportamentos em busca de resultados. O líder é um agente de transformações A liderança transacional se baseia em objetivos, onde o líder organiza as tarefas e as metas de modo que de fato sejam atingidas. Liderança e Gestão de Equipes 27 Recompensas são oferecidas a partir do desempenho. O que torna o líder eficaz, neste caso, é a habilidade em obter resultados a partir de planejamento e organização. Figura 2: Liderança transformacional e transacional Fonte: Freepik Teoria das trocas: Esta teoria encontra um equilíbrio entre o líder e o liderado, onde o surgimento do líder não se dá somente pela sua personalidade, mas sim, pelas normas daequipe. O líder é aceito dependendo de quanto ele seja facilitador no atendimento aos objetivos que a equipe deseja alcançar. Concluindo: Podemos concluir a partir de todas as teorias criadas e desenvolvidas, que liderança está relacionada com comunicação e visa Liderança e Gestão de Equipes28 à busca por objetivos, podendo ser definida pelo próprio indivíduo, pela equipe e pela situação. Um líder de sucesso não acontece de uma hora para outra, é preciso formação profissional e conhecimento. Para saber mais sobre as Teorias da Liderança, acesse https://bit. ly/2Hb3OOj (Acesso em 19/12/2019). RESUMINDO: Você deve ter aprendido que a liderança sempre foi vinculada a uma disposição inata, onde os líderes simplesmente nasciam feitos. Dentre as teorias de liderança podemos citar: Na teoria dos Traços a posse de certos traços de personalidade permitiria o acesso ao poder. A teoria do comportamento trabalhava com o objetivo de encontrar padrões de comportamento em líderes de equipes eficazes e ineficazes, focando em como os líderes agem perante os seus subordinados. Teorias situacionais levam em consideração as varáveis do ambiente (contingenciais), sugerindo que a situação faz surgir o líder necessário e conveniente. As teorias Processuais têm como ideia central a preocupação com os processos de liderança, as maneiras como se desenvolvem as relações entre líderes e liderados, tendo a liderança transformacional como uma das principais teorias processuais. A teoria das trocas encontra um equilíbrio entre o líder e o liderado, onde o surgimento do líder não se dá somente pela sua personalidade, mas sim, pelas normas da equipe. Liderança e Gestão de Equipes 29 Liderança estratégica: INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funcionam as estratégias de liderança, pois elas colocam a sua empresa em vantagem em relação a concorrência. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Definição: Por definição, estratégia pode ser considerada um conjunto de ações que são colocadas em prática, visando atingir objetivos. Em administração, a melhor estratégia é aquela que te coloca em uma posição melhor do que a posição de seus concorrentes. Porém, que uma coisa fique bem clara, não confunda estratégia com eficiência operacional, porque estratégia é uma “competição” onde a melhor, te coloca em vantagem perante as demais empresas, enquanto eficiência está relacionada à como você faz uso dos recursos que tem para se destacar. Portanto, podemos dizer que uma liderança estratégica tem o poder de influenciar outras pessoas a tomar decisões para aumentar a produtividade de uma empresa em longo prazo, ao mesmo tempo em que mantém a estabilidade em um curto prazo. Figura 3: Liderança estratégica Fonte: Pixabay] Liderança e Gestão de Equipes30 Tipos de liderança: As lideranças podem ser diferenciadas por estratégica, gerencial e visionária. Vamos definir cada um para deixar claro o papel de cada um dentro de uma organização: Liderança estratégica: • Combinam liderança gerencial com liderança visionária; • Enfatizam o comportamento ético e decisões baseadas em valores; • Supervisionam responsabilidades operacionais de rotina e estratégicas em longo prazo; • Formulam e implementam estratégias para impacto imediato e manutenção de metas de longo prazo para garantir a sobrevivência, o crescimento e a viabilidade em longo prazo; • Possuem expectativas grandes e otimistas em relação à performance de seus superiores, pares, subordinados e deles próprios; • Valem-se de controle estratégico e financeiro, dando ênfase ao estratégico; • Utilizam e alternam o uso de conhecimento tácito e explícito em relação ao indivíduo e à organização; • Usam padrões de pensamento linear e não linear; • Suas decisões estratégicas fazem diferença em suas organizações e ambiente de trabalho. Liderança gerencial: • São conservadores, adotam atitudes passivas em relação às metas; metas surgem da necessidade, e não de desejos e sonhos; metas são baseadas no passado; • Consideram o trabalho um processo facilitador que envolve a integração de ideias e pessoas que interagem para definir estratégias; • Relacionam-se com pessoas segundo as funções delas no processo de tomada de decisão; Liderança e Gestão de Equipes 31 • Acreditam ser conservadores e reguladores do status quo; a percepção que têm de si próprios é vinculada à organização; • Influenciam os atos e as decisões das pessoas com quem trabalham; • Envolvem-se em situações e contextos característicos de atividades do dia-a-dia; • Preocupam-se e sentem-se bem com áreas funcionais de responsabilidade; • São especialistas na sua área funcional; • Estão menos propensos a tomar decisões baseados em valores; • Apoiam e adotam postura de preço mínimo em curto prazo a fim de aumentar a performance financeira; • Concentram-se em gerenciar a troca e a combinação de conhecimento explícito e garantem o cumprimento de procedimentos de operação; • Valem-se de pensamento linear; • Acreditam em determinismo, isto é, as escolhas que fazem são determinadas pelo ambiente externo e interno. Liderança visionária: • São proativos, moldam ideias, mudam o que as pessoas pensam ser desejável, possível e necessário; • Trabalham para aprimorar estratégias e novas abordagens para problemas antigos; ocupam cargos de alto risco; • Preocupam-se com ideias; relacionam-se com as pessoas de maneira intuitiva e compreensiva; • Sentem-se alienados de seu ambiente de trabalho, trabalham nas organizações, mas não fazem parte delas; a percepção que têm de si próprios não é vinculada ao trabalho; • Influenciam atitudes e opiniões das pessoas dentro da organização; Liderança e Gestão de Equipes32 • Preocupam-se em garantir o futuro da organização, principalmente por meio do desenvolvimento e gerenciamento de pessoas; • São mais ligados à complexidade, à ambiguidade e à sobrecarga de informações; comprometidos com tarefas multifuncionais e integradoras; • Sabem menos do que os especialistas de sua área funcional; • São mais propensos a tomar decisões baseadas em valores; • Estão mais dispostos a investir em inovações e em capital humano e a criar e manter uma cultura eficiente a fim de assegurar a viabilidade em longo prazo; • Enfatizam o conhecimento tácito e desenvolvem estratégias como uma forma comum de conhecimento tácito que incentiva a realização de um objetivo; • Valem-se de pensamento não linear; • Acreditam na adoção de estratégias, isto é, suas decisões estratégicas fazem diferença em suas organizações e ambiente de trabalho. Acredita-se que a liderança estratégica é o melhor estilo de liderança para proteger os lucros das organizações. Figura 4: Estratégia Fonte: Freepik Liderança e Gestão de Equipes 33 Alguns estudiosos veem na liderança estratégica uma capacidade maior de prever, imaginar, flexibilizar e trabalhar com outras pessoas, de modo a iniciar as mudanças que tornarão o futuro viável para a empresa. Líder estratégico: O líder estratégico é aquele que orienta a oposição gerada pelos modelos visionário e gerencial. Você de estar se perguntando, como assim? Podemos dizer em poucas palavras que um líder visionário é aquele que apenas sonha, o gerencial, nunca vai parar de sonhar, enquanto o líder estratégico é aquele que além se sonhar, tenta concretizar seus sonhos. Para uma empresa, o líder estratégico tem mais condições de gerar valor do que um gerencial ou visionário. Não estamos dizendo que todos não possuem qualidades, porém o máximo de valor para sua empresa será conseguido com um indivíduo estratégico, que combine as qualidades de um visionário com as qualidades de um gerencial. Portanto, o líder estratégico é aquela pessoa com capacidade para influenciar outras pessoas a não só adotar o seu sistema,como colocá-lo em prática. É um indivíduo que cria desordem e por ser inovador, tem a propensão de cometer erros, porém tem mais prazer no trabalho e é mais criativo, fazendo com que seus liderados ganhem em aumento de energia e produtividade, conseguindo realizar mais tarefas em menos tempo. Estratégia empresarial: Vimos acima que o líder é aquele com capacidade de alcançar os objetivos organizacionais e o sucesso de uma empresa, certo? Mas para Liderança e Gestão de Equipes34 que isso seja possível, é preciso formular uma estratégia, de acordo com os objetivos, a missão da empresa e os resultados que se espera alcançar. • Estratégia pode ser definida como um plano, ou um método para alcançar um objetivo ou resultado específico. A elaboração de estratégias não é um processo fácil, exige conhecimento e domínio dos ambientes externos e internos. Porém, sem uma estratégia empresarial torna-se difícil coordenar compromissos a longo prazo. Muitos estudos vêm sendo feitos com o intuito de abordar conceitos e métodos de estratégias empresariais, vamos resumir abaixo as quatro escolas mais representativas: • Abordagem Clássica: O precursor desta abordagem foi Alfred Sloan, ex-presidente da General Motors. É uma estratégia baseada em análises detalhadas e abrangentes de informações sobre a empresa e o ambiente em que ela atua. O objetivo da busca tem por finalidade maximizar o posicionamento da empresa no mercado para alcançar os maiores índices de lucratividade. • Abordagem Evolucionária: Fundada por Bruce Henderson que traçou um paralelo entre a concorrência econômica e a lei das selvas (Seleção Natural) para a sobrevivência das empresas. É uma estratégia que tem o mercado como foco, sem o pensamento gerencial em relação aos processos formais de planejamento. O foco no mercado é a força que possibilita as empresas mais aptas a sobreviverem. • Abordagem Processualista: É uma estratégia oposta à evolucionária. Aqui, a estratégia mais eficiente é aquela que tem o processo empresarial como direção, porque o mercado é incerto e também oferece oportunidades para que estratégias “não-ótimas” existam e sobrevivam. • Abordagem Sistêmica: É uma abordagem que surge da necessidade da elaboração de estratégias que levem em consideração os Liderança e Gestão de Equipes 35 sistemas sociais. Parte-se do princípio que as diferenças de mercado, de Estados, de classes sociais e sistemas culturais interferem no processo estratégico de maneira direta. Ter uma estratégia empresarial traz recompensas como a criação de valor e uma performance superior à média tanto nas organizações recém-criadas como nas já estabelecidas. Exemplos de Estratégia empresarial: Podemos então concluir que as estratégias competitivas são aquelas que as empresas utilizam com o objetivo de enfrentar a concorrência e se fortalecer no mercado, e entre elas sugere-se que o estilo de liderança adotado é muito valorizado atualmente pelos administradores de uma empresa. Por isso, é imprescindível que as empresas conheçam as características de um líder eficiente ao seu estilo de gestão, de modo que gere motivação nas pessoas que prestam serviço à empresa para o cumprimento dos objetivos e metas determinadas. O desenvolvimento de uma estratégia deve ter como foco o posicionamento da empresa no mercado e seus objetivos perante a concorrência. Abaixo citaremos alguns exemplos de empresas que escolheram o líder e a estratégia certa para alcançar resultados expressivos nos mercados que fazem parte. A Coca-cola (líder Robert Goizuela) e a General Eletric - GE (líder Jack Welch) conseguiram ocupar com seus líderes o primeiro e o segundo lugares do ranking de Valor Adicionado ao Mercado (VAM) entre 1992 e Liderança e Gestão de Equipes36 1998, com a estratégia de adotar atitudes que afetavam as empresas e determinavam o que ocorria nos respectivos setores em que atuavam. Eles foram responsáveis pela diminuição da burocracia sobre a inovação e a criatividade. Howard Schultz, executivo da Starbucks adotou a filosofia de priorizar e zelas pelos funcionários, porque eles são os responsáveis pela estreita relação com os clientes e consumidores. Com isso, em 6 anos seu VAM aumentou de 0,41 bilhões de dólares para 4,26 bilhões de dólares. Schultz, como líder estratégico, acreditou que “educando” os clientes sobre as vantagens de se beber um café sofisticado e criando uma atmosfera única de fantasia em meio à uma vida atribulada, atrairia o público à suas lojas. Quer saber mais sobre tipos de liderança, acesse: https://bit. ly/3iF8sBP (Acesso em 20/12/2019). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que estratégia pode ser considerada um conjunto de ações que são colocadas em prática, visando atingir objetivos, sendo a melhor estratégia aquela que te coloca em uma posição melhor do que a posição de seus concorrentes. A liderança pode ser estratégica, gerencial ou visionária, porém podemos dizer que uma liderança estratégica tem o poder de influenciar outras pessoas a tomar decisões para aumentar a produtividade de uma empresa em longo prazo, ao mesmo tempo em que mantém a estabilidade em um curto prazo. Dentre as estratégias empresariais podemos resumir em quatro escolas mais representativas: abordagem clássica, evolucionária, processualista e sistêmica. Liderança e Gestão de Equipes 37 Táticas de influência de liderança: INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funcionam as táticas de influência de liderança, e que pode ser exercida através do oferecimento de informações, conselhos ou persuadindo de outras formas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Introdução: Vimos até o momento que liderança é capacidade que uma pessoa tem de influenciar outros indivíduos através da comunicação, para que metas sejam atendidas. A maior parte dos estudiosos reconhece a existência de uma ligação entre liderança e influência. Influência, então, pode ser definida como o poder (controle) que uma pessoa ou algo tem sobre outra coisa. Quando dizemos que uma pessoa serve de influência para outras, significa que ela interfere ou serve de modelo para o agir ou o pensar de outros indivíduos. Figura 5: Influência Fonte: Freepik Liderança e Gestão de Equipes38 Influência: A influência é exercida através do oferecimento de informações, conselhos ou persuadindo de outras formas. Sendo importante ressaltar que ela é multidirecional, ao contrário da autoridade que é direcionada de cima para baixo. Cada direção possui a tendência de utilização de táticas diferentes para obtenção de melhores resultados. Segundo Keys e Case em 1990 apud Benevides 2010 as principais direções buscadas para influenciar com suas respectivas formas de abordagem são: • Influenciar superiores: Os subordinados normalmente utilizam-se de explicações racionais estruturadas por meio de apresentação, planejamento, análises comparativas, pesquisas dentre outras técnicas, além de escolherem o melhor momento para abordar os superiores. Somente em casos isolados, subordinados desafiam o poder dos superiores tentando manipulá-los ou fazendo barganhas. Tentativas de influência sem o suporte técnico adequado tendem ao insucesso. • Influenciar subordinados: Frequentemente subordinados são persuadidos a executar as demandas de seus superiores por meio da autoridade formal direta seguida de ameaças, repreensão, questionamentos e etc. Entretanto, estas táticas limitam as opções dos superiores e estão mais comumente associadas ao fracasso do que ao sucesso. Exemplos de colaboração e consulta, seguidos de comunicação, transparência e flexibilidade no processode influenciar subordinados levam ao sucesso e resultados duráveis com melhoria das condições de trabalho. • Influenciar Pares: Neste caso é usual a utilização de táticas com ênfase em fatos e ideias racionais, onde o gestor se utiliza de práticas de sucesso do mercado para influenciar seus pares. Entretanto, as táticas utilizadas com mais frequência e com melhores resultados Liderança e Gestão de Equipes 39 para influenciar seus pares são desenvolver e mostrar alternativas para dar suporte aos outros, associada a um pedido de ajuda. Não confundir influência com poder.]] A influência é um atributo pessoal ou posicional, que capacita uma pessoa a influenciar outra de maneira sustentada ou contínua e táticas de influência, nada mais são do que os meios pelos quais as pessoas tentam influenciar o comportamento de outras, sendo classificadas de acordo com sua finalidade e prazo preliminar. Táticas de Influência: As táticas dinâmicas são importantes em situações onde o agente tem pouca autoridade sobre as pessoas-alvo, e são usadas para influenciar alguém a realizar um pedido imediato. • As táticas políticas são aquelas usadas para influenciar decisões políticas ou destinar recursos escassos. • As táticas de impressão criam uma imagem favorável e constroem um relacionamento melhor. Alguns tipos de táticas são usados para mais de uma finalidade, podendo não ter a mesma eficácia para ambas. Em 2002, Yulk e Seifert revisaram e validaram o questionário Influence Behavior Questionnaire (IBQ) com o objetivo de estudar as relações de poder no ambiente corporativo e de que maneira as pessoas tentam influenciar o comportamento das outras. Este questionário se tornou um importante instrumento de medição da utilização das 11 táticas proativas utilizadas para influenciar pessoas no ambiente de trabalho: Liderança e Gestão de Equipes40 • Persuasão racional: O agente utiliza argumentos lógicos e fatos evidenciados para demonstrar que seu pedido ou proposta é viável ou relevante para importância dos objetivos das tarefas; • Consulta: O agente procura a participação da pessoa alvo em planejar uma estratégia, atividade, ou mudança para o qual o apoio desta pessoa é desejável; ou está disposto a modificar sua proposta de forma a contemplar os conselhos e sugestões do alvo; • Apelos na Inspiração: O agente apela para os valores e ideais ou tenta provocar as emoções da pessoa alvo para ganhar o comprometimento para seu pedido ou proposta; • Colaboração: O agente oferece prover assistência ou recursos necessários se a pessoa alvo realizar seu pedido ou apoiar sua proposta de mudança; • Agregação de valor: O agente explica como a realização de seu pedido ou o apoio à sua proposta pode beneficiar a pessoa alvo de forma pessoal ou ajudar em seu crescimento profissional; • Agraciação: O agente utiliza elogios e lisonjeios antes ou durante a tentativa de influenciar a pessoa alvo para realizar seu pedido ou dar apoio às suas propostas; • Apelos Pessoais: O agente apela para a pessoa alvo citando os sentimentos de lealdade e amizade existentes quando pede por alguma coisa; normalmente pede um favor pessoal antes de dizer o que; • Legitimidade: O agente tenta estabelecer a legitimidade de sua solicitação ou verifica que tem autoridade para fazê-la; • Troca: O agente oferece alguma coisa que a pessoa alvo deseja ou oferece reciprocidade no futuro em troca do atendimento a seu pedido; • Pressão: O agente usa de demandas, ameaças, monitoramento constante ou lembranças persistentes para influenciar a pessoa alvo a realizar alguma coisa; Liderança e Gestão de Equipes 41 • Coalizão: O agente recruta ajuda e/ou apoio de outros como meio de influenciar a pessoa alvo a fazer alguma coisa. As pessoas, geralmente, usam a influência para causar algum tipo de mudança pautada em pelo menos cinco objetivos: designar trabalho, mudar comportamento, obter auxílio, receber apoio e obter benefício pessoal. Segundo os estudos, os objetivos mais frequentes na direção descendente são designar trabalho e procurar uma mudança de comportamento, enquanto na direção ascendente temos receber apoio ou ganhar benefícios pessoais. Lateralmente, o objetivo mais frequente é o de receber apoio. Em relação a aplicação das táticas de influência, podemos dizer que a maior parte delas é aplicada com o intuito de designar trabalho, mudar comportamentos, receber auxílio e receber apoio. Eficácia das Táticas de Influência: A eficácia da influência vai depender se o alvo é subordinado, superior ou par e construir relações em todas as direções requer um equilíbrio em termos de esforço gasto. O que significa dizer que bons relacionamentos em uma direção, alavancam a obtenção da influência em outra. EXEMPLO: persuasão racional está ligada à influência ascendente, comportamentos de pressão são mais comuns e eficazes em associações descendentes.]] Alguns passos são definidos para uma gestão por influência sustentável, abaixo citaremos alguns: • Desenvolver uma reputação pelo conhecimento adquirido, sendo uma referência, um expert no assunto: líderes com expertise em algum campo e que seguem construindo o conhecimento ficam em posição de converter tentativas de sucesso em poder sustentável. Liderança e Gestão de Equipes42 • Equilibrar o tempo gasto em cada relação crítica de acordo com a necessidade do trabalho, sendo imparcial, ou seja, não se atendo a hábitos e preferências sociais: líderes que desejam ser influentes devem equilibrar seu investimento na sua equipe. O ponto chave passa a ser quanto tempo investir e onde a influência é necessária para que os objetivos sejam atingidos. • Desenvolver um network de recursos pessoais para ter a quem chamar para ajudar, dar assistência e apoiar em seus projetos: quanto maior a rede de contatos e quanto mais sua posição relativa depende de outras pessoas, mais o líder tem controle sobre o fluxo de informações. Um líder precisa saber negociar poder e habilidade em busca de recursos, construindo uma relação forte e recíproca com outros departamentos, para que tenha cooperação sempre que for necessário, para isso ele precisa: • Escolher uma correta combinação de táticas de influência de acordo com o objetivo e com o alvo a ser influenciado; • Implementar táticas de influência com sensibilidade, flexibilidade e adequados níveis de comunicação. Táticas de influência e teorias de liderança: Podemos sugerir com o que vimos até agora que líderes constroem e ampliam continuamente suas redes de influência, de maneira a equilibrar sua reputação com os objetivos de desenvolvimento da sua carreira e os passos para construir uma gestão eficiente e sustentável. Uma tática de influência não é considerada superior a outra, pode ser adotada de maneira associada, podendo ser escolhidas dependendo do objetivo e do alvo a ser influenciado. Os únicos que podem desenvolver e manter de forma equilibrada uma rede de influência entre chefes, subordinados, pares e outros envolvidos, são os líderes. Liderança e Gestão de Equipes 43 Alguns estudiosos sugerem diferenças nas táticas de eficiência adotadas por líderes transformacionais e transacionais. O líder transformacional está interessado em desenvolver e usar estratégias que deem autonomia para seus liderados, de maneira a realçar sua eficácia e mudar seus valores, normas e atitudes consistentes com sua visão. Dentre as táticas de influência mais relacionadas podemos citar: Consulta: • Elevados padrões de conduta moral e ética; • Constroem lealdade e confiança; • Incentivam pensamento e estratégias inovadoras; • Reconhecem as necessidades individuais; • Promovem mudanças; • Buscam resultados de elevado padrão Apelos pessoais: • Estimula uma visão de grupo Coalizão: • São carismáticos • Incentivam a luta por aspirações compartilhadasAgraciação: • Motivam liderados a trabalhar por metas além do interesse próprio • Tomam riscos • Articulam metas • Auto confiantes Liderança e Gestão de Equipes44 • Identidade coletiva • Visão Apelos inspiracionais: • Comunicação eloquente • Linguagem expressiva • Inspiram liderados a fazerem mais do que o esperado Os líderes transacionais se concentram mais no mecanismo, na técnica, no método do que nos propósitos e fins. Geralmente, os líderes e liderados são vistos como agentes de barganha onde benefícios são emitidos e recebidos para que os objetivos sejam alcançados. Dentre as táticas de influência mais relacionadas podemos citar: Pressão: • Seguir regras (manter estabilidades) • Controle e monitoramento • Recompensam de forma contingente (trocas) Colaboração: • Direções claras • Tratamento justo (recompensa) • Controle de descuidos • Certeza Troca: • Trocas por interesses para atingir meta pessoal Legitimidade: • Diz respeito a rotina Liderança e Gestão de Equipes 45 Persuasão racional: • Direcionamento para metas estabelecidas Agregação de valor: • Agente de barganha de trocas de benefícios Quer saber mais sobre liderança, acesse a página veja uma lista de livros para líderes :https://bit.ly/3iE8lXe (Acesso em 21/12/2019). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido a maior parte dos estudiosos reconhece a existência de uma ligação entre liderança e influência, onde influência, pode ser definida como o poder que uma pessoa ou algo tem sobre outra coisa. A influência é multidirecional e exercida para os superiores, subordinados ou pares. Em 2002, Yulk e Seifert revisaram e validaram o questionário Influence Behavior Questionnaire (IBQ) que se tornou um importante instrumento de medição da utilização das 11 táticas proativas utilizadas para influenciar pessoas no ambiente de trabalho: Persuasão racional, Consulta, Apelos na Inspiração, Colaboração, Agregação de valor, Agraciação, Apelos Pessoais, Legitimidade, Troca, Pressão e Coalizão. Alguns passos são definidos para uma gestão por influência sustentável: desenvolver uma reputação pelo conhecimento adquirido, sendo uma referência, um expert no assunto; equilibrar o tempo gasto em cada relação crítica de acordo com a necessidade do trabalho, sendo imparcial, ou seja, não se atendo a hábitos e preferências sociais; desenvolver um network de recursos pessoais para ter a quem chamar para ajudar, dar assistência e apoiar em seus projetos; escolher uma correta combinação de táticas de influência de acordo com o objetivo e com o alvo a ser influenciado; implementar táticas de influência com sensibilidade, flexibilidade e adequados níveis de comunicação. Liderança e Gestão de Equipes46 REFERÊNCIAS BENEVIDES, V.L.A. Os estilos de liderança e as principais táticas de influência utilizada pelos líderes brasileiros.Dissertação (mestrado executivo em gestão empresarial), Fundação Getúlio Vargas- FGV EBAPE, Rio de Janeiro, 2010. CARVALHO, D.S.F. Liderança e desenvolvimento de equipes : livro didático / Desirée de Souza Freccia Carvalho 1. ed., rev. – Palhoça: UnisulVirtual, 201. CHIAVENATO, Idalberto, Recursos humanos: o capital humano das organizações / Idalberto Chiavenato, - 8.ed. - Rio da Janeiro: Elsevier, 2009, il. ISBN 978-85-332-3318-6 CHIAVENATO, I. Introdução à teroria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações / Idalberto Chiavenato - 9ª edição - Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. ISBN 978-85-204- 3792-6. LEMOS, E.J. Liderança estratégica nas empresas competitivas, - Revista Especialize On-line IPOG, 13 (1), 2017. ISSN 2179-5568. OLIVEIRA, R. A., FERREIRA, M. C., e MOURÃO, L. O fenômeno da liderança: uma revisão das principais teorias. Fragmentos de Cultura, 23(4), 587-601, 2013. ROWE, W.G. Liderança Estratégica e Criação de Valor. RAE - Revista de Administração de Empresas, 42 (1), 7-19, 2002. Disponível em: http:// www.scielo.br/pdf/rae/v42n1/v42n1a03.pdf. 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