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Administração Eclesiástica

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1 
FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para 
evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos 
santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos 
cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à 
medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos 
inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens 
que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em 
caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, 
bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de 
cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” Efésios 4.11-16. 
 
Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus 
ao homem. Representa também enormes e pesadas responsabilidades, pois quem 
administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do dia-a-
dia, mas, sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna. 
Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do 
rebanho para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em 
plano secundário. Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o 
lado humano, a organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem 
ser desprezados. Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas paralelas e têm 
necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração. 
Ou, ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao 
rebanho. 
 Administração: Ato de ministrar. Presidir. (1Tm 3.4,5). A palavra 
administração possui um significado simples, porém está envolvido por 
diversificados fatores que corroboram para o sucesso de sua aplicação nas diversas 
áreas da sociedade. O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência 
para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de 
direção dos assuntos de um grupo. 
O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as definições 
existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização. Podemos definir a 
administração como processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho 
dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da 
organização para alcançar os objetivos definidos. 
O administrador - A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez 
vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 
12.42) ou “administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) 
ou “curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é 
mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Lc 16.2), 
“dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4). 
O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e 
“lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência 
de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é 
oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a 
ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa 
grande (Isaias 22.19, 21; Lc 16.1-17). 
2 
FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
 Administrar é distribuir, as tarefas fazendo que todos participem do trabalho. 
O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se 
realizarem no trabalho. “O que nos realmente importa, não é o que fazemos no dia-
a-dia, mas sim, aquilo que de fato conseguimos concluir”. O apostolo Paulo ressalta 
esse pensamento em Ef 5.15,16; Cl 4,5). 
 O administrador de instituições evangélicas deve ter conhecimento de que a 
administração eclesiástica divide-se em duas partes muito importantes que deverão 
caminhar juntas, objetivando o mesmo fim, que são: Administração secular e 
Administração espiritual. 
 Às vezes, para alguns pastores é muito frustrante pastorear uma Igreja em 
crescimento. O pastor é sempre pressionado, a aumentar o número de membros de 
membros da comunidade e a desenvolver a novos programas. Mas, se a Igreja 
cresce, ele normalmente fica frustrado porque não se sente capaz de liderá-la. O 
problema é que a maioria de nossos pastores não recebe preparo suficiente para 
administrarem uma instituição grande e em expansão. Embora a maioria dos 
pastores se sinta capaz de liderar a Igreja no campo espiritual, infelizmente, poucos 
se sentem aptos o bastante para administrá-la como instituição. 
 Ao contrario das pessoas que exercem outras profissões, a equipe que 
administra uma igreja normalmente recebeu sua formação nos seminários ou 
faculdades teológicas, onde a grade curricular inclui disciplinas como Homilética, 
Escatologia, Tipologia, Hermenêutica (Exegese), etc., e o estudo dessas disciplinas 
é benéfico, ajudando o pastor a transmitir os ensinamentos doutrinários corretos. 
Porém, nenhuma delas prepara o pastor para administrar ou liderar uma instituição 
ou grupo. 
Administração é trazer funcionalidade - Administração não é algo que se 
faz de maneira aleatória. Ela exige que haja uma estrutura formal e bem 
estabelecida, na qual sobressaem a um só tempo quatro palavras-chave: objetivo, 
organização, planejamento e comando. Sem essas premissas não se chega a lugar 
algum. Qualquer empreendimento, para cumprir suas finalidades, terá de ter, 
portanto, objetivos bem definidos, organização com seqüências lógicas, simples e 
precisas, planejamento que preveja todas as etapas do processo e comando capaz 
de gerir a administração. 
Assim, administrar, em linhas gerais, é fazer com que as coisas funcionem. É 
tirá-las da inércia e torná-las eficientes e eficazes. É, portanto, exercer uma boa 
liderança à luz de princípios para que os propósitos da organização sejam 
alcançados, cumprindo assim a finalidade de sua existência. 
 LIDERANÇA EFICAZ É SINÔNIMO DE ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE. As 
duas coisas caminham juntas. A má administração nem sempre indica 
incompetência, preguiça ou relaxamento do líder. Pode indicar apenas a falta de 
uma metodologia correta de trabalho e de se organizar administrativamente. A boa 
administração se faz necessária em todas as áreas da nossa vida. 
 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA - Estes são dois conceitos muitos antigos, mas 
implacavelmente atuais. Principalmente nos dias de hoje não compreendê-los ou, o 
que é muito pior, confundi-los provoca, sem dúvida, grandes danos à performance e 
aos resultados. As diferenças entre esses dois conceitos podem até parecer sutis, 
mas realmente são extremamente importantes. EFICIÊNCIA é fazer certo as coisas, 
EFICÁCIA são as coisas certas. O resultado depende de “fazer certo as coisas 
certas”. Vejamos estes termos com maiores detalhes: 
 EFICIÊNCIA é: fazer certo; é o meio para se atingir um resultado; é a 
atividade, ou, aquilo que se faz; 
3 
FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
 EFICÁCIA é: a coisa certa; é o resultado; o objetivo: é aquilo para que se faz, 
isto é, a sua Missão. 
 Qual a Missão da área de Treinamento? A resposta natural poderia ser: 
treinar pessoas; reciclar; desenvolver ou algo parecido. Certo? Não, errado! 
Percebam que as respostas estão representadas por verbos e dirige-se à ação, 
portanto refere-se a aquilo que se faz, ou à atividade ou o MEIO para se atingir o 
resultado. Este resultado, ou a chamada Missão poderia ser consignado como: 
PESSOAS APTAS às necessidades da organização! Este é o objetivo. A área de 
treinamento treina, ou desenvolve suas atividades para alcançar este resultado. 
 Porém, na prática utiliza-se,com freqüência o indicador de 
“homens/horas/treinamento” para medir o resultado de treinamento quando se está 
medindo, apenas, o seu esforço, ou seja, a sua eficiência no desenvolvimento da 
ação, mas não a sua eficácia. Afinal, qual foi o resultado desse esforço em 
treinamento? 
 Para ficar mais claro vamos a outro exemplo: Qual a Missão da área de 
manutenção de ar condicionado? Mais uma vez a resposta natural seria: 
consertar ar condicionado, que é uma resposta também errada. Consertar ar 
condicionado é o que a área de manutenção faz para alcançar a sua Missão que é: 
AR CONDICIONADO FUNCIONANDO! 
 O que isto quer dizer? Isto quer dizer que se provoca um grande desvio na 
qualidade da contribuição das pessoas fortalecendo-se a atividade muitas vezes 
distanciada do objetivo. Freqüentemente a área de manutenção de ar condicionado 
é medida pelo tempo que gasta consertando ar condicionado quando deveria ser 
medida pelo tempo que não gasta consertando, ou seja, pelo tempo de 
funcionamento do equipamento. Esta é a medida da sua eficácia. Percebam então o 
enorme dano que esta situação causa nos resultado individuais e globais das 
organizações. 
 Ao se privilegiar as medidas que acompanham o esforço da realização pode-
se perder a relação com o resultado desse esforço. Em nome disso muitas 
realizações dentro das organizações são, o que costumamos chamar de olhar o 
próprio umbigo, perdendo-se a avaliação do nível de agregação de valor aos 
objetivos da organização. E o que conta, cada vez mais, é exatamente o nível de 
agregação de valor de cada profissional, de cada departamento, de cada 
organização. Para isso é fundamental trabalhar-se com indicadores! 
 E este viés, infelizmente, ocorre em diversas áreas das empresas provocando 
um enorme desvio nos resultados e na agregação de valor dessas áreas e, das 
pessoas que se esforçam para atender as expectativas para o desenvolvimento dos 
negócios. Preciso reforçar que esta preocupação é função indelegável dos níveis de 
chefia das empresas! 
 
1 A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA 
Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao 
trabalho do pastor no que tange a sua função de líder ou administrador principal da 
igreja á que serve. 
Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os 
trabalhos, criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja 
função seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a 
Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a 
ser atingido, um alvo para cumprir. 
Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não 
obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua 
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FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua 
corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, 
estruturam-se e se perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da 
comunhão dos santos. 
A missão da igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e 
exclusivo à Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela 
fidelidade às Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão 
evangelizadora entre todos os povos; pelo incansável testemunho cristão. 
Diante da necessidade de crescimento do reino de Deus aqui na terra torna-
se imprescindível a busca por métodos e estratégias que conduzam os cristãos a 
trilharem caminhos objetivos e com metas pré-determinadas, afinal, não podemos 
perder tempo, pois Cristo vem sem demora (Ap 3.11). 
A administração eclesiástica, portanto, se insere na mesma definição. Só que 
sua concepção é divina para atuar na esfera humana. De um lado é um organismo 
vivo, que atua como agente do Reino de Deus, e de outro é uma organização que 
precisa dispor de todas as ferramentas humanas para a realização de seus 
objetivos. 
Mas há uma diferença: como a Igreja tem propósitos não só para esta vida, 
mas também para a eternidade, exige, por isso mesmo, dedicação que muitas vezes 
foge aos parâmetros humanos. 
A título de exemplo, numa organização secular quem negligencia suas tarefas 
e deixa de ser produtivo corre o risco de ser demitido na primeira oportunidade. Na 
igreja é diferente: toda a sua estrutura precisa estar voltada para restaurar o 
indivíduo e fazer com que ele retorne à mesma fé. 
É óbvio que não se excluem medidas disciplinares, quando necessárias, mas 
mesmo neste caso o objetivo é sempre restaurar, nunca lançar no inferno. A igreja 
jamais pode dar motivo para que alguém, no juízo, alegue ter perdido a salvação por 
ter sido abandonado à beira da estrada. 
Isto implica em afirmar que a finalidade básica da igreja, qualquer que seja o 
modelo administrativo, é aperfeiçoar os santos para a obra do ministério e levá-los à 
medida da estatura completa de Cristo. 
 
1.2 A NECESSIDADE DE UMA BOA ADMINISTRAÇÃO 
Qualquer que seja o processo de avaliação que você pense, Jesus, sem 
sombra de dúvida, foi o maior administrador de todos os tempos. Senão, vejamos: 
Longevidade? Mais de dois mil anos. Riquezas? Incalculáveis. Números? Impossível 
avaliar. Lealdade de seus membros? Muitos dão a vida por esta organização. 
Distribuição? No mundo inteiro. Diversificação? Integrada com grande sucesso em 
todo tipo de empreendimento. 
Podemos concluir que Jesus reina supremo, sendo o maior administrador que 
o mundo já conheceu. Se você, meu irmão, realmente deseja ser bem-sucedido, 
estude, aprenda e aplique os princípios de Jesus. 
 Uma empresa qualquer só será bem sucedida se tiver uma boa 
administração. O mesmo acontece com a igreja, com os nossos lares ou com outro 
empreendimento qualquer. 
 Todos nós sabemos que a Igreja é um organismo vivo, sustentada e dirigida 
por nosso Senhor Jesus Cristo, o Cabeça da Igreja. No entanto, devemos lembrar 
que ela é também uma organização que funciona como qualquer empresa: 
- Possui um estatuto; 
- Possui empregados remunerados; 
- Têm pessoas que dão ordem; têm pessoas que recebem ordens; 
5 
FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
- Têm metas a serem alcançadas; 
- Possui bens móveis e imóveis; 
- Possui secretaria; 
- Possui tesouraria; 
- É organizada em departamentos; 
- Presta relatórios estatísticos e contábeis, etc. 
 
 Temos na Bíblia exemplos de administração eficiente: 
- Na criação do universo (Gn 1.1-31; 2.1,2); 
- No conselho de Jetro (Êx 18.19-27); 
- No conselho da congregação ao líder Esdras (Ed 10.10-14); 
- Na obra realizada por Neemias (Ne 2-7). 
 
2 AS FORMAS (MODELOS) DE GOVERNO ECLESIÁSTICO 
 Atualmente as igrejas são governadas de quatro formas básicas: 
Congregacionalista, Representativa, Episcopal e Estatal. Dentro destas formas 
políticas de governo da igreja são distribuídas as diferentes denominações religiosas 
como: 
 
a)Congregacionalista (também chamado Congregacional ou Independente) 
 Nesta forma de governo destaca-se a autonomia da igreja local. Não há 
hierarquia entre pastores e bispos. Não há assembléias que governam por 
representação. Cada igreja local é a autoridade máxima para resolver seus assuntos 
prestando obediência a Cristo. Todos os membros têm direitos iguais e por isso é 
democrático. A oportunidade de expressão é garantida a todos. No livro Atos dos 
Apóstolos, fica bem claro momentos de plena liberdade de opinião e escolha. São 
regidos por esta forma de governo cristão. (At 15.6-15). 
 Neste modelo sobressai o autogoverno, ou seja, cada igreja se administra 
mediante a voz da maioria de seus membros, como sucede entre os batistas, os 
congregacionais e alguns outros grupos evangélicos. A congregação local é 
considerada autônoma nas suas decisões, e o poder de mando reside em suas 
Assembléiaslocais. 
 
b)Representativo (também chamado Presbiteriano ou Oligárquico) 
 Nesta forma de governo destaca-se a autonomia limitada da igreja local por 
causa dos líderes eleitos para representá-la. O seu governo é representativo. O 
povo elege os seus anciãos. Estes governam, através do presbitério, todas as 
igrejas locais. Nem o presbitério pode tomar decisões finais. Este direito cabe à 
Assembléia Geral, composta dos representantes dos sínodos. 
 Esta forma de governo foi desenvolvida como rejeição ao domínio por 
hierarquias de bispos individuais (forma de governo episcopal). Esta teoria de 
governo está fortemente associada com os movimentos da Reforma Protestante na 
Suíça e na Escócia (calvinistas), com as igrejas reformadas (luteranas) e mais 
particularmente com a Igreja Presbiteriana. O governo presbiteriano serviu e serve 
de inspirações a vários regimes democráticos ao redor do mundo, principalmente no 
que diz respeito às esferas de poder. A forma de governo consiste numa ordem 
crescente de conselhos. O menor de todos os conselhos é o Conselho da Igreja 
Local, formado pelos ministros docentes (pastores) e pelos ministros leigos 
(presbíteros). Acima dos conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados 
por presbíteros representantes de cada igreja de sua área de abrangência. 
Envolvendo os Presbitérios e formado por representantes dos mesmos, está o 
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FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
Sínodo, de autoridade máxima em sua circunscrição. Como estância máxima de 
apelação e decisões sobre a igreja está a Assembléia Geral ou Supremo Concílio, 
que toma todas as descisões sobre a Igreja e trata dos assuntos externos, ficando a 
cargo de exercer poder jurídico sobre decisões tomadas por conselhos inferiores. 
 Semelhante forma de governo tembém é adotada pela Igreja Adventista do 
Sétimo Dia, caraterizada pela eleição de delegados, para voto em assembléias, para 
escolha dos dirigentes por um determinado período de tempo. 
 
c)Episcopal ou Prelático 
 Nesta forma de governo constitui-se uma hierarquia inter-eclesiástica. Neste 
sistema, adotado pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, os ministros principais 
da Igreja são os bispos. Outros ministros são presbíteros e diáconos. Todos estes 
são mencionados no Novo Testamento. O Governo é centralizado na figura de um 
dirigente, responsável pelas decisões e destinos da igreja, mas que possui um grupo 
de subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela administração da gestão do 
sistema. Há também o modelo episcopal monárquico onde um só é vitalício e 
governa a igreja, eleito pelos cardeais, e é a autoridade máxima. 
 Em resumo, no sistema episcopal o poder pertence aos bispos diocesanos e 
ao clero mais alto, como acontece nas igrejas romana, grega, anglicana e na maior 
parte das igrejas orientais. A forma episcopal de governo é considerada a mais 
antiga. Os que apóiam esta forma de governo acreditam que Cristo tenha confiado o 
controle de sua Igreja na terra a uma ordem de oficiais chamados bispos. Cada 
Igreja local é governada pelo seu bispo. 
 
d)Estatal 
 Nesta forma de governo há o binômio Igreja-Estado onde o Estado tem voz 
ativa no governo da Igreja. Na Alemanha, o Estado paga os superintendentes das 
igrejas. Em outros países, o governo indica os bispos. A política luterana modifica-se 
em países como o Brasil, onde o Estado é Laico (leigo), mas favorece a cooperação 
entre Igreja e Estado. 
 
3 AS FORMAS DE GOVERNO E O PADRÃO PRIMITIVO 
Neste ponto surge uma pergunta: que modelo se adéqua aos princípios 
bíblicos para a Igreja? O modelo episcopal é o que mais se distancia do padrão 
primitivo, pois exclui a participação da Assembléia nas decisões e põe todo o peso 
no colegiado de bispos ou do líder supremo. O livro de Atos e as epístolas mostram, 
ao contrário, uma igreja participativa com ênfase para o governo local conduzido 
pelo pastor, bispo ou presbítero (são termos sinônimos), com o apoio da junta 
diaconal para as atividades temporais da igreja e tendo a Assembléia como o poder 
máximo de decisão. 
Os principais historiadores são unânimes em reconhecer que esse era o 
modelo da igreja primitiva. Os líderes locais reuniam-se para o estudo prévio dos 
assuntos (At 15.6), mas qualquer decisão era tomada pela igreja (At 15.22). 
As cartas do Apocalipse reforçam a tese. Perceba que elas não se destinam a 
um colegiado de bispos ou a um Sumo Pontífice, mas ao líder de cada igreja, o qual 
é severamente cobrado pelo Senhor quanto a sua árdua responsabilidade. Em 
nenhum momento há a suposição de um colegiado universal para decidir os rumos 
da Igreja sem a participação dos crentes. 
Assim, o modelo bíblico privilegia a igreja local. Embora possa estar ligada a 
uma estrutura denominacional, à luz do Novo Testamento ela é soberana em sua 
constituição, ação e em seus atos disciplinares. É ela quem indica seus candidatos 
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FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
ao ministério e os submete aos critérios convencionais para a ordenação, e não o 
contrário. Ou seja, o modelo que mais se aproxima do padrão primitivo é o que 
conjuga os principais aspectos do modelo congregacional com alguns aspectos do 
modelo representativo (presbiteriano). 
 
4 CONCEITO DE IGREJA 
 Quando se fala em igreja, hoje em dia, logo se pensa em numa organização 
(Associação ou instituição com objetivos definidos) ou Instituição (Organização de 
caráter social, religioso, filantrópico, etc.). Mas no início do Novo Testamento a Igreja 
era conhecida como um organismo vivo e dinâmico. O significado do termo que a 
origina no grego (ekklesia) nos ajudam a compreender o dinamismo de sua 
existência. 
a) EKKLESIA - A palavra ekklesia (igreja) vem da expressão grega ek kaléo, que 
significa, literalmente, chamado para fora. A idéia é de uma assembléia de pessoas 
convocadas para saírem da rotina comum da vida para se dedicarem a sua atividade 
específica. Entre os gregos, a expressão era usada para designar a Assembléia 
Democrática dos atenienses, convocados para tomarem decisões sobre a 
administração da cidade. A idéia fundamental da palavra é a de uma reunião 
formada de pessoas convocadas. 
 Quando os judeus foram dispersos pelo mundo, e por estarem longe de 
Jerusalém, onde estava o templo, criaram as sinagogas, onde se reuniam para 
cultuar a Deus, para se dedicarem ao ensino das Escrituras e para julgarem as 
pendências que surgiam entre os membros de suas comunidades. A comparação 
com o povo de Israel que foi chamado para fora do Egito é linda e extraordinária. 
Deus chamou-nos para fora do mundo, do poder do pecado. 
 Se analisarmos o uso de Ekklesia na Septuaginta, observaremos que significa 
"congregação", "ajuntamento de pessoas", "multidão”. O salmo 22.25 declara: "De ti 
será meu louvor na grande Ekklesia, meus votos pagarei diante dos que o temem". 
Pode se entender que a palavra assinala a Congregação do Senhor, composta 
somente dos israelitas feitos idôneos por cumprir os deveres do povo do Senhor, a 
participar no culto do Santuário. Excluindo-se os incircuncisos, os imundos, e a 
multidão mesclada. 
 Dentro do mundo cristão no Novo Testamento o uso de Ekklesia é assinalado 
115 vezes e pode ser classificado como: 2 vezes se refere à congregação hebraica 
do Senhor; 3 vezes a assembléia grega; e 110 vezes à igreja cristã. Basicamente no 
Novo Testamento seu uso é para designar uma assembléia específica e local de 
cristãos organizados para a manutenção do culto, doutrinas, ordenanças e 
disciplinas do Evangelho. Unidos sob uma aliança especial com Cristo e entre si 
mesmos. Porém surge também uma conotação do corpo inteiro dos escolhidos nos 
céus e na terra. Ekklesia nesse segundo aspecto designa uma igreja invisível 
“universal” chamada assim porque não tem organização mundana ou visível. 
Embasadanas seguintes características: unidade, santidade, universalidade e 
perpetuidade. 
 As duas palavras, assembléia e igreja, são equivalentes. Porém, Assembléia 
tem a vantagem de nos recordar constantemente o verdadeiro significado que a 
palavra Igreja perdeu através dos tempos que é de “Reunião de numerosas 
pessoas para determinado fim”. Além de que este último corre o risco de se 
prestar a equívocos, pois que ele é atribuído particularmente a denominações 
religiosas. 
 A Igreja do Senhor pode ser vista sob duas perspectivas: Universal e Local. 
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FTL – FACULDADE TEOLÓGICA DE LORENA – Prof. Nilton Cesar Marcelino 
 
▪ Igreja Universal - É o conjunto de todos os salvos em todas as épocas e lugares, 
quer os que já estão na Gloria quer os que estão sobre a terra. A Igreja de Cristo 
independente de denominação (1Co 10.32). A Igreja Universal abrange todos os 
crentes verdadeiros, independente das diferenças geográficas, culturais ou 
denominacionais. São os que correspondem a Cristo com fé e obediência (Rm 12.5). 
▪ Igreja local – Representa uma parte da Igreja Universal. É formada pelo conjunto 
de salvos por Cristo de um determinado local (cidade, distrito ou município). A Igreja 
Local deve ser uma pequena réplica da Igreja universal. 
 Semelhantemente, a Igreja é também chamada "visível" e "invisível". Seria 
impossível entender a natureza e o caráter verdadeiros da Igreja sem reconhecer 
que ela, desde o seu início, tem recebido poder e orientação do Espírito Santo. 
 A Igreja é um Organismo e uma Organização ao mesmo tempo. Deve ser 
considerada um organismo, algo que possui e gera vida, ou uma organização, 
caracterizada pela estrutura e pela forma. O exame da Igreja do Novo Testamento 
revelará certamente aspectos que favorecem o conceito de "organismo". Por outro 
lado, o mesmo exame revelará que a Igreja, desde o seu início, operava com certo 
grau de estrutura operacional. Os dois pontos se completam mutuamente. 
 E o povo de Deus é organizado num tríplice aspecto: 
- Aspecto espiritual; 
- Aspecto social e 
- Aspecto econômico. 
Estes três aspectos, segundo a Bíblia Sagrada, devem caminhar paralelos a fim de 
atender à missão para a qual Deus a constituiu. 
 
4.1 O PROPÓSITO DE DEUS PARA COM A IGREJA 
 O propósito do Senhor não era que a Igreja apenas existisse como finalidade 
em si mesma. Pelo contrário, a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em 
benefício do mundo. A Bíblia Sagrada nos ensina que Deus elegeu a Igreja no 
Mundo com uma missão: 
 1 – Evangelização (testemunho). È anunciar o Evangelho e seu poder, 
aumentando, assim, o número de salvos (At 1.8; Mt 28.18-20; Lc 24-47). Todo bom 
trabalho de evangelização deve ter como primazia a preservação dos frutos e a 
transferência desses frutos em novos ganhadores de almas. A parte central das 
últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, antes da sua ascensão, foi a ordem 
de evangelizar o mundo e fazer novos discípulos (Mt 28.19; At 1.8). A Igreja é 
chamada a ser uma comunidade evangelizadora. 
 2 – Adoração (Glorificação ao nome de Deus). A Igreja também é chamada a 
ser uma comunidade que adora. Quando os crentes adoram a Deus são 
invariavelmente abençoados e espiritualmente fortalecidos. Todos os aspectos da 
nossa vida cristã devem caracterizar-se pelo desejo de exaltar e glorificar ao Senhor 
(1Co 10.31). A Igreja é um precioso tesouro de Deus na qual Ele se deleita. A 
adoração lhe é muito preciosa. Adorar e glorificar a Deus em espírito e em verdade – 
eis a missão da Igreja (Jo 3,23, 24; At 13.1-3). 
 3 – Edificação (aperfeiçoamento, fortalecimento, crescimento dos salvos). 
Um terceiro propósito da Igreja é ser uma comunidade edificante. Esta é uma 
missão qualitativa que a Igreja tem para consigo mesma. O ensino é a salva guarda 
dos que são ganhos para nosso Senhor Jesus Cristo. Atendendo às necessidades 
do mesmo e, desta maneira, fortalecendo e edificando a Igreja. (Ef 3.14-21; 4.11-16; 
Gl 4.19,20; Jo 17.15-23; 1Pe 3.15; 2Pe 3.18). Na evangelização, a Igreja focaliza o 
mundo; na adoração, volta-se para Deus; e, na edificação, atenta para si mesma (Ef 
4.12-16). 
9 
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 4- A responsabilidade social. A Igreja também é chamada a ser uma 
comunidade com solicitude e responsabilidade sociais (Tg 1.27; 1Jo 3.17,18). 
 O propósito de Deus para com sua Igreja, esta alicerçada na pessoa de nosso 
Senhor Jesus Cristo e sua morte na Cruz do Calvário; porque a crucificação e morte 
de nosso Senhor Jesus Cristo é a essência e o fundamento do Plano divino da 
redenção da humanidade para formar a Igreja Universal (Lc 23.33; 1Co 1.18, 22, 
23). A mensagem da Cruz não somente abrange a sabedoria e a verdade, mas 
também o poder de Deus, para salvar, curar, expulsar demônios e redimir as almas 
do poder do pecado (1Co 1.18). 
 
4.2 A IGREJA NO PENSAMENTO DE JESUS 
 É impossível falar de igreja sem falar de nosso Senhor Jesus Cristo. A igreja 
acha-se fortemente ligada ao seu fundador. E somente Ele em todo o Novo 
Testamento fala da igreja como "minha igreja" (Mt 16.18). A igreja é de nosso 
Senhor Jesus Cristo porque foi fundada por Ele. Ele é o cabeça, o noivo e o 
cordeiro que deu a sua vida por ela, entregando-se ao sacrifício para salvá-la. 
Dentro do pensamento de Jesus a igreja caracteriza-se por algumas marcas como: 
 1) Uma comunidade redentora = Esta comunidade possui a meta principal 
de alcançar outras pessoas com a mensagem de salvação. Dentro do sonho de 
Jesus a igreja surge como uma comunidade embalada duma missão sacerdotal. 
"Também eu os enviei ao mundo..." enviado é apóstolo e missionário. Os discípulos 
foram mandados como apóstolos. Mas todos nós somos missionários de Deus neste 
mundo sem Deus; envolvendo ainda o caráter ou fator multiplicador via testemunho, 
"pela sua palavra hão de crer em mim". Para a expansão do seu reino Deus usa o 
testemunho da igreja. Pois é a nossa palavra que leva a Palavra de Deus ao mundo. 
Uma comunidade que abrace a palavra da vida e encarne a missão profética 
proclamando altissonantemente a salvação. 
 2) Uma comunidade que vive o amor = "que vos ameis uns aos outros". A 
igreja de nosso Senhor Jesus Cristo é uma comunidade de amor. Ela é a igreja de 
Deus e Deus é amor. Nada, então, justifica a ausência de amor na igreja, entre os 
crentes salvos por Jesus Cristo. Deus quer que sejamos agentes de seu amor e não 
somente objetos do seu amor. Ele deseja que tenhamos o perdão como estilo de 
vida. 
 3) Uma comunidade de adoradores santificados para a adoração a Deus 
= "santifica-os na verdade". A igreja é chamada de comunidade dos santos no Novo 
Testamento e Jesus quer que sejamos santos. Tanto que pede ao Pai que opere em 
nós a real santificação. E esta só pode ser realizada por meio da Palavra de Deus e 
então a função principal da igreja que é a adoração poderá ser realizada. 
 4) Uma comunidade peregrina = A Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo foi 
instituída neste mundo a partir da relação que se estabelece entre homens e 
mulheres convertidos, transformados, com o seu Salvador. A nós foi prometida uma 
vida eterna, com sua plenitude no mundo vindouro. Entretanto, essa nova vida já 
teve seu início aqui desde o arrependimento de nossos pecados, a confiança em 
Cristo como salvador e a entrega a ele, como servos ao seu Senhor. Porém, somos 
peregrinos, e como tais, temos incumbências a cumprir, de modo que Deus de nós 
se agrade. Como uma comunidade peregrina à igreja deve seguir a vontade de 
Deus. Então a igreja deve obedecer e viver pela fé, ouvindo a voz divina e seguindo 
suas ordens, crendo absolutamente na fidelidade e bondade do seu Senhor. Deve 
aguardar a recompensa futura reconhecendo o cuidado de Deus. Deve render 
louvores a Deus e colocar em prática a beneficência e o amor ao próximo. Deve 
andar em santidade e testemunhar para osnão crentes. 
10 
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4.3 A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO 
 De conformidade com o conceito do Novo Testamento, uma Igreja Cristã é 
um grupo de pessoas devidamente chamadas e separadas do mundo, batizadas sob 
profissão de sua fé em Cristo, unidas sob o pacto para o culto e o serviço cristão, 
sob a suprema autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, cuja palavra é sua única 
lei e regra de vida em todas as questões de fé e pratica religiosa. No Novo 
Testamento, “a ekklesia” é um grupo de pessoas chamadas e separadas da 
multidão comum, em virtude de uma vocação divina, escolhidas para serem santas, 
investidas nos privilégios e incumbidas dos deveres de cidadania no reino de Cristo. 
A Igreja primitiva era: 
 - Perseverante – (At 2.42). Esta perseverança era quádrupla. Ela 
perseverava na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, e nas 
orações. 
 - Temente a Deus – (At 2.43). Por temerem a Deus foi que os primitivos 
cristãos não temeram o mundo contrario a idéia do reino de Deus, por ele 
anunciados e guardado. E em toda alma havia temor. 
 - Carismática – (At 2.43). A vida cristã perseverante e temente a Deus dos 
cristãos primitivos chancelava e autenticava o ministério dos apóstolos dos 
primórdios. 
 - Uma Igreja unida – (At 2.44). A primeira comunidade dos salvos era 
formada por pessoas que primavam por viver em união. “... era um coração e a alma 
da multidão dos que criam...” (At 4.32). 
 - Uma igreja caritativa – (At 2.44,46). De acordo com o registro de Lucas no 
Livro de Atos dos Apóstolos, os cristãos primitivos tinham tudo em comum. De modo 
que entre eles não havia necessitado algum (At 4.34), e isto deveria ocorrer nos dias 
de hoje. 
 
4.3.1 O CONTEÚDO DAS MENSAGENS 
 O fervor espiritual que caracterizava os crentes, logo na fundação da Igreja, 
era algo sobrenatural que os impulsionava à realização de grande e sublime tarefa 
de ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo. Seguem abaixo alguns aspetos das 
mensagens que pregavam: 
 1 – Base Bíblica – Os Apóstolos e os demais não pregavam suas idéias e 
filosofias; porém baseavam todos os seus testemunhos nas Escrituras Sagradas, e 
nos ensinamentos recebido pelo Senhor Jesus Cristo. (At 1.16,20; 2.16,21). A 
palavra de Deus gera fé nos corações. (Rm 10.17). 
 2 – Arrependimento – Eles davam ênfase muito grande ao arrependimento, 
como condição para alcançar o perdão (At 3.19). Isto deveria ser uma atitude 
individual, como a salvação também o é (Jo 3.3,5; Mt 7.13,14; Ap 22.17). 
 3 – Batismo nas águas – Era o cumprimento de uma das ordenanças (ver 
AS ORDENANÇAS DA IGREJA) de nosso Senhor Jesus Cristo (Mc. 16.15,16). O 
Batismo exigia o seguinte: 
 Condição – deveriam ser pessoas arrependidas e que, de bom grado, 
tivessem recebido a Palavra e cresse em Jesus Cristo, como Salvador (At 8. 
12,37). 
 Modo – os candidatos eram batizados em águas, ou seja, batismo feito por 
imersão, como ocorreu como Jesus e o Eunuco (Mt 3,16; At 8.38,39). 
 Idade – o candidato deveria ser adultos para ser batizados (Mc 15.15.16), o 
que não era possível a recém-nascidos; 
 Fórmula – eram batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo 
(Mt 28.19). Quando a Bíblia registra que batizavam “em nome de Jesus”, não 
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se trava de qualquer contradição a esta fórmula, e, sim, que os discípulos 
eram autorizados por Cristo, pois tudo eles faziam em nome de dele (Cl 3.17): 
Pregavam - (Lc 24.47); Curavam – (At 3.6,16); Expulsavam demônios – Mt 
16.17) e Disciplinavam – (1Co 8.9; 1Ts 3.6), em nome do Filho de Deus. 
 
 4 – Ênfase ao nome de Jesus – Os judeus reconheciam o Pai e o Espírito 
Santo, mas não o Filho. Ao enfatizarem este nome, visavam o reconhecimento de 
Jesus como o Messias, o Redentor (At 2.22,36), e a salvação única e 
exclusivamente neste nome (Lc 24.47; At 4.12). 
 5 – O Batismo com o Espírito Santo – A promessa do batismo, feita por 
Jesus (Lc 24.49; At 1.8), havia se concretizado era para todos os crentes em Jesus. 
O batismo com o Espírito Santo os havia tornado destemidos (At 2.14) e desejavam 
que todos os crentes também fossem. 
 6 – Santificação – O arrependimento implicava em abandonar a vida 
pecaminosa, a fim de produzirem frutos de arrependimento (Mt 3.8), para conduzi-
los a salvação (Hb 12.14). 
 7 – Temor – (At 2.43). Todos tinham uma vida de temor, ou seja, viviam de 
modo a agradar o Senhor em tudo. Temor de Deus é ter medo do pecado Gn 39.9; é 
afastar-se do mal (Pv 3.7); e é guardar a Palavra de Deus (Ec 12.13). 
 8 – Perseverança – (At 2. 42, 46). Eles perseveravam: Na doutrina dos 
apóstolos, isto é, mantinham – se nos ensinamentos que tinham recebido de nosso 
Senhor Jesus Cristo como fundamento (Ef 2.20,21); Na comunhão uns com os 
outros, o que constitui uma condição para Deus abençoar a todos (Sl 133.1-3); No 
partir do pão, ou seja, na Ceia do Senhor, uma das ordenanças de Jesus Cristo (ver 
AS ORDENANÇAS DA IGREJA), para comemoração de sua vitória sobre a morte 
(1Co 11.26); Nas orações, para fortalecimento da comunhão com Deus; e juntos, no 
Templo todos os dias, para firmeza da fé e a comunhão de uns para com os outros. 
 9 – Adoração – Glorificando a Deus como Senhor que Ele é, e nas dos que 
recebiam salvação. O ensino da Bíblia Sagrada é: “Em tudo daí graças” (1Ts 5.18). 
 10 – Testemunho – Repartiam com os outros a s bênçãos recebidas, pois 
testificavam – lhes da salvação, conforme o mandamento do Senhor Jesus (Mc. 16. 
15,16). 
 
4.3.2 O MÉTODO DE EVANGELIZAÇÃO 
● Pregava-se o evangelho nos países onde não era conhecido. 
● Deixaram Jerusalém e Antioquia e saíram à Ásia e à Europa, pregando a judeus e 
gentios (2Co 8.1; 1Ts 2.14) 
● Pregava-se ao Publico em geral. 
● Serviam-se da casa de um novo crente, para iniciar uma igreja. 
● Usavam uma Sinagoga (At 17.1). 
● Com o passar dos tempos escolhiam anciões ou presbíteros, e diáconos, homens 
cheios do Espírito Santo para a direção, assim como os ministérios necessários ao 
rebanho, para levar acabo a obra de evangelização (1Ts 5.12; At 20.18-35). 
 O Novo Testamento apresenta a Igreja como a comunidade do Reino de 
Deus, a comunidade que reconhece a Jesus como Senhor do universo, por meio da 
qual, numa antecipação do fim, o Reino se manifesta concretamente na história. 
 
4.4 A IGREJA DURANTE A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO 
 Durante a História do Cristianismo, a Igreja prosseguiu, na sua missão de 
anunciar a salvação. Vejamos resumidamente: 
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 1 – Era apostólica (até 100 d.C). Durante este período a mensagem do 
evangelho foi pregada em todo mundo da época (Cl. 1.6,23), e alcançou todo o 
Império Romano, como Israel, Síria, Chipre, Ásia, Ásia Menor, Macedônia, Acaia, 
Creta e Itália. 
 2 – Era pós-apostólica até Constantino (de 100 d.C. até 313 d.C.) Os 
Cristãos, representados por alguns missionários, bem como por comerciantes, 
soldados e escravos, se dispersaram por todos o Império e outras regiões, e 
levaram a mensagem da salvação, não obstante, sofreram oposições dos 
imperadores romanos. Assim, algumas regiões da França, Índia, África, Pérsia, 
Egito, Arábia e Armênia foram alcançadas. 
 3 – De Constantino a Lutero (de 313 d.C. até 1.517 d.C.). A mensagem 
continuou a ser divulgada pela Igreja, principalmente na Europa. Foram alcançadas 
algumas regiões da Romênia, Irlanda, Escócia, Holanda, Dinamarca, Alemanha, 
Suíça, Espanha, Suécia, Moravia, Boêmia, Inglaterra, Noruega, Islândia, Rússia e 
Groenlândia. 
 4 – De Lutero ao inicio do século XX (De 1.517 d.C. até 1.900 d.C.). É o 
período dos grandes reformadores e missionários que levaram a mensagem da 
salvação a Alemanha, Escócia, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça, França, 
Escócia, Índia, Birmânia,América Latina, Oceania e aos Estados Unidos. Durante 
esse período surgiram Igrejas Evangélicas de fé e ordem diferentes. 
 5 – De 1.900 d.C. até os nossos dias. Milhões de pessoas têm sido 
alcançadas pela mensagem do evangelho da salvação, neste período, em muitos 
países, entre eles o Brasil. Porem para Igreja cumprir o seu papel de evangelização 
mundial falta muito. Apenas ela tem parcialmente evangelizado. Portanto a missão 
da Igreja esta incompleta. 
 
4.5 O FUNDAMENTO DA IGREJA 
 I – Não é Pedro (Mt 16.15-18). O texto bíblico revela o diálogo entre Jesus e 
os discípulos, quanto este disseram que certas pessoas o consideravam como 
Batista ressurreto, ou Elias, ou Jeremias outro dos antigos profetas (Mt 14.1,2; Lc 
9.7,8; Mc 6.14,15). “Então Simão Pedro, respondeu e disse: Tu és o Cristo Filho do 
Deus vivo”. Diante desta resposta Jesus disse: “... Pois Eu também te digo que tu és 
Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não 
prevalecerão sobre ela” (Mt 16.18). O próprio Pedro declara que nosso Senhor 
Jesus Cristo é a “pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os edificadores 
rejeitaram” (1Pe 2.4, 6-7; At 4.11). 
 II – A Pedra é Cristo. Na resposta de Jesus podemos ver que Ele próprio é a 
pedra sobre a qual a Igreja esta assentada (1Co 3.11). 
 III – A edificação da Igreja. Em Mt 16.18, vemos a promessa da edificação 
da Igreja sobre o próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz esta condição, 
conforme lemos em (1Co 3.11; 10.14; Rm 9.33; Mt 21.42; Mc 12.20; Lc 20.17. Sem 
duvida pelo foi um dos lideres da Igreja primitiva, ao lado de Tiago e João (At 12.17; 
15.13; Gl 2.9). Não base bíblica para afirmar que a Igreja teria Pedro com rocha 
sobre a qual ela seria edificada. 
 IV – As chaves dadas a Pedro. Em resposta a Pedro, Jesus disse: "Eu te 
darei as chaves do Reino dos céus (Mt 16.19). As “chaves dos reinos dos céus” são 
melhor entendidas como o poder e a autoridade para transmitir a mensagem do 
Evangelho. No dia de Pentecoste Pedro foi usado para abrir a porta do Evangelho 
aos judeus (At 2.38-42) e aos gentios, na casa de Cornélio (At 10.34-36). 
 Desde o momento de sua fundação histórica, no dia de Pentecoste, a 
Igreja se preocupou em anunciar, em todo o mundo, a mensagem do Evangelho, a 
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fim de alcançá-lo plenamente (Cl 1.6.23). Durante a História do Cristianismo, ela 
passou por diversas fases difíceis: houve épocas de muitas provações, que não 
abateram a sua visão Evangelística; em diversas ocasiões, embora não houvesse 
perseguições tão acirradas, a Igreja continuou no papel de levar as boas novas de 
salvação. Nos nossos dias ainda faltam milhões de almas a serem evangelizadas, 
não obstante os esforços envidados pela Igreja. 
 
4.5.1 O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES 
 Uma das doutrinas mais importantes, ressaltadas durantes a Reforma 
Protestante, foi o sacerdócio de todos os crentes. O conceito de sacerdócio de todos 
os crentes certamente está fundamentada nas Escrituras (1 Pe 2.5,9; Ap 1.6; 5.10). 
A Igreja, ao contrário do Novo Testamento e no decurso dos séculos, sempre tendeu 
a dividir-se em duas categorias gerais: o clero (gr. Klêros, "porção") e o laicato (gr. 
Laos, "povo"). 
 
4.5.2 AS ORDENANÇAS DA IGREJA 
 A maioria dos grupos protestantes concorda entre si que Cristo deixou à 
Igreja duas observâncias: Batismo nas Águas e a Ceia do Senhor. Estes ritos 
históricos da fé cristã são normalmente chamados sacramentos ou ordenanças. 
 O termo "sacramento" que provém de sacramentum, latim, é mais antigo e 
aparentemente de uso mais generalizado que o termo "ordenança". O termo 
"ordenança" também se deriva do latim “ordo”, uma ordem. Relacionada ao Batismo 
nas Águas e à Santa Ceia, a palavra "ordenança" sugere que essas cerimônias 
sagradas foram instruídas por mandamentos, ou ordem de Cristo. 
 a)O Batismo nas Águas - A ordenança do Batismo nas Águas tem feito parte 
da prática cristã desde o início da Igreja. O modelo para o batismo está 
referendado em Cristo (Mt 3.13-17) e tem como propósito simbolizar a identificação 
do crente com Cristo e a Igreja. Historicamente, são três as formas principais de 
batismo: a Imersão, a Afusão e a Aspersão. 
1. Imersão é o ato de imergir, mergulhar, fazer penetrar, afundar, banhar. 
2. Afusão quer dizer derramamento. 
3. Aspersão é o ato de aspergir, respingar, borrifar, orvalhar. 
Encontra-se na Bíblia justificação para qualquer um dos três processos? 
Se o batismo é uma comemoração da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo 
(Rm 6:3; Cl 2:12), apenas uma maneira pode representar com fidelidade esses 
aspectos da vida de nosso Salvador. A maneira bíblica de batizar foi apenas por 
imersão, e confirmam este processo o batismo de Cristo e o da igreja primitiva. 
 A Bíblia de Jerusalém (tradução católica) traz a seguinte nota para Rm 
6.3: “O „banho‟ por imersão na água (sentido etimológico de batizar) sepulta o 
pecador na morte de Cristo (Cl 2:12), de onde sai com ele pela ressurreição (Rm 
8:22), como nova criatura (2Co 5:17), homem novo (Ef 2:15) ...” 
 Atos 8:36 e 38 são passagens muito evidentes, na indicação do batismo por 
imersão. Se apenas um pouco de água é suficiente no batismo por aspersão, não 
haveria necessidade de Filipe e o eunuco procurarem um lugar de água abundante. 
No verso 38 lemos: “ambos desceram à água”. Há traduções que trazem – 
desceram para dentro da água. Que esta tradução é melhor confirma-se pelo verso 
39, que diz “saíram da água”. Para sair da água é necessário primeiro nela entrar. 
 Algumas igrejas administram o batismo por imersão escudadas nas 
seguintes premissas: 
1. O verbo batizar no original grego – baptizo, significa imergir, mergulhar, 
submergir, como nos confirma a própria história. 
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2. A narração dos batismos apresentados no Novo Testamento são evidências 
de que as pessoas eram imersas. 
 
 b)A Ceia do Senhor - Segundo as instruções dadas por Jesus, os cristãos 
participam da Ceia em "memória" d‟Ele (Lc 22.19,20; 1Co 11.24,25). Na Ceia, talvez 
possamos sugerir um tríplice sentido de lembrança: passado, presente e futuro. A 
Ceia representa comunhão com Deus e a Igreja. Os conceitos da Ceia são: 
Transubstanciação e Consubstanciação. 
 i)Transubstanciação - É a crença católica-romana de que uma vez que um 
sacerdote ordenado abençoe o pão da Ceia do Senhor, este é transformado 
literalmente na carne de Cristo; e quando ele abençoa o vinho, este é transformado 
literalmente no sangue de Cristo. Baseiam-se em textos como: Jo 6:32-58; Mt 
9.26:26; Lc 22:17-23; e 1Co 11:24-25. 
 ii)Consubstanciação - É a crença na presença espiritual de Jesus nas 
espécies do pão e do vinho. E significa que Jesus se encontra presente COM a 
substância do pão e do vinho sem modificá-las / transformá-las. Na 
consubstanciação, o Corpo e o sangue, se juntam ao pão e vinho, porém a 
substância do pão permanece, juntamente com sua aparência. 
 Qual é a crença correta? Bem, uma vez que o próprio Jesus se referiu à 
cerimônia da ceia como um memorial, “em memória de mim” (Lc 22.19). Cremos, 
portanto, que o mais correto é afirmarmos que os elementos da ceia são símbolos 
que apontam para realidades espirituais. O pão nem se transforma em carne nem 
tem presente em si o corpo real de Cristo. O pão representa o corpo de Cristo, assim 
como o vinho representa o sangue de Cristo. Quando Jesus disse que deveríamos 
comer sua carne e beber seu sangue (Jo 6.53), ele próprio disse que suas palavras 
eram espírito e vida (Jo 6.63), ou seja, estas palavras deveriam ser entendidas 
espiritualmente e não literalmente como os judeus entenderam e se escandalizaram. 
Jesus estava dizendo que, assim como o pão é essencialmente para ser comido e 
fazer parte dapessoa para que possa sustentá-la, assim também a pessoa deve se 
encher da pessoa de Cristo para que possa ter vida. Estudar acerca do pão não 
mata a fome de ninguém. A pessoa deve se encher de pão para matar a fome. Da 
mesma forma, ter certas informações acerca de Jesus não sacia a fome espiritual de 
ninguém. Devemos nos alimentar diariamente de Jesus. Isso é comer sua carne e 
beber seu sangue. 
 
4.6 A IGREJA EVANGÉLICA 
 Igreja Evangélica, segundo o aspecto histórico, é aquela que adota a prática 
religiosa da Reforma Protestante, notadamente os chamados Solas (sola significa 
doutrina em latim) da Reforma: Sola Scriptura (somente a Bíblia Sagrada), Soli 
Deo Gloria (a salvação é de Deus e é realizada por Deus), Solus Christus 
(somente Cristo), Sola Gratia et Fide (somente a graça mediante a fé), Sola Gratia 
(na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça e, os 
quais tem a Bíblia como único livro inspirado divinamente e como regra de fé; e 
segundo o conceito analítico, chamam-se evangélicas as igrejas que se originaram 
diretamente na Reforma ou se desdobraram dessas e não romperam com os 
ensinos bíblicos fundamentais protestantes, quanto à salvação da alma, 
reconhecendo, por essa razão, legitimidade desses ensinos. 
 
4.7 A IGREJA E A SOCIEDADE 
 A Igreja não foi instituída para ser influenciada pelo sistema social e sim para 
transformá-lo. “Para que sejam irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus e 
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inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual 
resplandeceis como astros no mundo” (Fl 2.15). 
 A Igreja é um organismo espiritual e vivo, e ao mesmo tempo, esta 
organizada em um corpo social. Assim sendo, estes dois aspectos da Igreja devem 
estar coesos e bem visíveis dentro do prisma da revelação divina. Atualmente, ao 
analisarmos essas duas facetas da Igreja, verificamos a existência de grupos que 
tendem a se colocar em oposições extremas, desprezando o centro da verdade 
revelada na Bíblia Sagrada. Porém, como povo de Deus, devemos nortear nossa 
vida pelas Sagradas Escrituras. Somente ela é a nossa única regra de fé e conduta. 
Pois esta foi a bandeira de Martinho Lutero que, no século XVI, com a Reforma 
Protestante. 
 Além de fazer parte da sociedade, a Igreja influencia a sociedade, seus 
membros são elementos sociáveis, sua estrutura é social, mas, há uma grande 
distinção entre Igreja e sociedade. Vivemos neste mundo, mas não pertencemos a 
este mundo. É o que apreendemos quando lemos a oração sacerdotal de nosso 
Senhor Jesus Cristo (Jo 17.9). Portanto, não podemos contaminar nossas vestes 
espirituais com as oferendas apresentadas por Satanás. Temos que mostrar ao 
mundo que a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo tem algo diferente. Pois somos a 
luz do mundo (Mt 5.14, 16). 
 É dever da Igreja: revelar a Deus e Sua vontade a sociedade, sarar as feridas 
da sociedade, abençoar a sociedade. 
 
4.8 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UMA IGREJA 
A estrutura organizacional pode ser dividida em dois grandes grupos: ATOS 
CONSTITUTIVOS e ORGANOGRAMA FUNCIONAL. 
 
4.8.1 OS ATOS CONSTITUTIVOS 
Uma igreja, para constituir-se, precisa basicamente de três documentos: 
1) Ata da Assembléia Constitutiva; 
2)Estatuto, onde se determinam a natureza, os fins, as responsabilidades, a 
organização, a forma de governo, a competência, a administração e questões afins; 
3)Regimento Interno, onde se particularizam as normas da instituição, que não 
podem jamais conflitar com o Estatuto. (ver A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA). 
Uma coisa precisa ficar bastante clara nos atos constitutivos: como e porque 
a igreja foi constituída, bem como a denominação a que pertence, para que haja o 
seu reconhecimento segundo os critérios da convenção que abriga a denominação. 
Só de posse desses documentos a igreja adquirirá personalidade jurídica e 
poderá cumprir perante a lei não só suas funções espirituais, mas suas atividades 
jurídicas e sociais, como, por exemplo, a aquisição e alienação de bens. 
 
4.8.2 O ORGANOGRAMA FUNCIONAL 
O organograma é o ordenamento funcional da estrutura eclesiástica. Há 
pequenas diferenças de uma para outra, dependendo das peculiaridades locais, mas 
basicamente as igrejas adotam o seguinte modelo estrutural: 
a)Assembléia 
Compõe-se dos membros regulares e se constitui no poder máximo de 
discussão e decisão, cabendo aos órgãos da igreja cumprir o que for aprovado em 
Assembléia sob pena de prevaricação. 
Há dois tipos de Assembléia: Ordinária e Extraordinária. A primeira trata dos 
assuntos do dia-a-dia. A segunda, dos assuntos que se constituem exceção, como: 
16 
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admissão ou exoneração do pastor, aquisição ou alienação de bens, aprovação ou 
reforma de Estatuto e aprovação ou reforma de Regimento Interno. 
Em ambos os casos o Estatuto prevê o quorum necessário para que suas 
decisões sejam legitimas. 
 
b)Diretoria 
Compõe-se normalmente de: 
a) Presidente; 
b) Dois vice-presidentes; 
c) Dois secretários e; 
d) Dois tesoureiros. 
Estes têm a responsabilidade de conduzir a administração. O mandato 
costuma ser bienal (o mesmo para os coordenadores de departamentos), a exceção 
do presidente, que, por ser simultaneamente o pastor, na tradição assembleiana, 
permanece à frente da igreja enquanto bem servir ou até quando deixar o pastorado 
por transferência, jubilação ou em virtude de alguma decisão disciplinar. O "bem 
servir", aqui, às vezes é letra morta, mas levado em conta o seu verdadeiro sentido 
significa o direito de a Igreja decidir pela exoneração de seu pastor nos casos 
exaustivamente comprovados em que ele não mais esteja "bem servindo" à Igreja. 
Ao presidente cabe: 
a) Convocar e dirigir todas as Assembléias, bem como as reuniões da 
Diretoria e do Corpo Ministerial; 
b) Representar a igreja judicial e extrajudicialmente; 
c) Assinar, com o 1º secretário e o 1º tesoureiro, escrituras de compra e 
venda, de hipoteca e de alienação de bens imóveis, sempre mediante autorização 
prévia e nos termos do Estatuto; 
d) Assinar as atas das Assembléias da igreja, depois de aprovadas; 
e) Assinar, com o 1º tesoureiro, cheques e outros documentos de crédito em 
conta conjunta; 
f) Autorizar, com o 1º tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os 
recibos e demais documentos da tesouraria, de acordo com as decisões 
administrativas; 
g) Velar pelo bom desempenho da igreja, observar e fazer cumprir o Estatuto, 
o Regimento Interno e as resoluções da Assembléia; 
h) Representar, de fato, a igreja perante suas coirmãs e convenções. 
Na qualidade de pastor é também de sua responsabilidade a direção dos atos 
de cultos e das reuniões solenes, bem como a orientação espiritual e doutrinária dos 
membros. 
 
4.8.3 A IGREJA É CONSTITUÍDA DE: 
1)Membros da Igreja – No sentido espiritual e universal, membros são todos os que 
crêem em nosso Senhor Jesus Cristo e passam a ser membro do corpo invisível da 
Igreja. Mas somente depois de passarem pelo Batismo nas Águas, em termos 
legais, passam a fazer parte do corpo visível de Cristo, que é a Igreja. 
 
2) Corpo Ministerial - O Governo da Igreja – Como Organização a Igreja é 
administrada e regida por um corpo de ministros e oficiais que as Escrituras chamam 
de Ministério. Compõe-se dos pastores que servem à igreja, seja na sede, seja nas 
congregações, os quais se reúnem sob convocação do presidente para a discussão 
prévia dos assuntos que serão levados à ordem do dia para a apreciação da 
Assembléia. Dependendo do local pode haver indistinção entre a declaração de 
17 
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Pastor e Presbítero. Isto se deve pelo fato do termo presbítero geralmente ser uma 
aplicação dadaao pastor com função de supervisão e/ou superintendência. Eles 
trabalham juntamente com outros obreiros que ainda não tiveram uma ordenação 
formal, na orientação dos destinos espirituais dos cristãos e na administração do 
patrimônio da Igreja. 
Os ministérios expressos na bíblia corroboram diretamente para o 
crescimento e administração da igreja. Eis as funções ministeriais divididas em duas 
partes: 
a) Ministros – ministérios superiores (Apóstolos, Profetas, Evangelista, Pastores, 
Doutores ou Mestres). Existem ainda hoje Apóstolos? Esta pergunta é constante no 
seio da cristandade. Com a morte dos Apóstolos, esse título, pelo que parece, foi 
imediatamente transferido para os pastores (At 20.28-29; Hb 13.7-8, 17, 24). A 
história da Igreja nos mostra que através dos tempos Deus tem levantado 
determinados homens que foram verdadeiros apóstolos. 
 i)Apostolo significa: (Ef 4.11) “embaixador da parte de Deus” e no contexto 
da Igreja, “um enviado”. 
 ii)Profeta significa: (Ef 4.11) “vidente” (1Sm 9.9) “este nome foi usado pela 
primeira vez pelo próprio Deus com relação a Abraão e o rei dos filisteus 
Abimeleque e Sara (Gn 20.6,7). 
 iii)Evangelista significa: (Ef 4.11) “Missionário evangelizador”. Sua missão 
evangelizar, levar as boas novas de salvação (Mt 10.7,16; 2Tm 4.5). É uma pessoa 
dotada de capacidade especial para pregar o evangelho. Alguns usam esse título 
apenas em relação aos escritores dos quatro evangelhos. A Bíblia, no entanto, cita 
ainda Filipe e Timóteo como evangelistas (At 21:8; 2Tm 4:5). Todos os cristãos 
podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é capaz de fazer uma 
pregação propriamente dita. O evangelista é um pregador, e faz isso com maestria, 
habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente para 
esse fim. Evidentemente, nem todo pregador é evangelista. É bom frisarmos 
também que o trabalho do evangelista não se restringe à pregação, mas abrange 
também o evangelismo pessoal. 
 iv)Pastores (O Anjo da Igreja) significado: É um termo bastante vasto no 
Antigo Testamento (Gn 49.24; Sl 23.1; 8.1; Is 40.11; Jr 31.10, etc.). No Novo 
Testamento (Jo 10. 11; Hb 13. 20; 1Pe 2.25; Jo 9.34). Voltando à origem do termo, 
um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de ovelhas. O ministério do pastor 
na igreja possui as atribuições de: alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir. 
Esse é um ministério lindo. Dos cinco ministérios de Efésios 4.11, o pastor é o que 
está mais próximo da ovelha, mais comprometido e mais atencioso para com ela. 
Vejamos algumas qualidades que um pastor temente a Deus precisa ter: 
▪ A força de um boi; ▪ A tenacidade de um cão; ▪ A paciência de um asno; ▪ A 
versatilidade de um camaleão; ▪ A visão de uma águia; ▪ A mansidão de um cordeiro; 
▪ A lealdade de um Apóstolo; ▪ A fé de um profeta; ▪ O fervor de um evangelista; ▪ A 
ternura de um pastor de ovelhas; ▪ A dedicação de um mestre; ▪ A moderação de um 
ancião; ▪ O dever de um diácono fiel. 
 v)Doutores ou Mestres: São aqueles chamados por Deus para o Ministério 
do ensino. Mestre significa: (Ef 4.11) “aquele que ensina”. Na igreja todos são 
discípulos, mas nem todos são Mestres. 
 
b) Oficiais – ministérios inferiores (locais) - Presbíteros e Diáconos. A Igreja é 
descrita nas paginas das Escrituras como sendo a coluna da firmeza e da verdade. 
(1Tm 3.15), deste assunto há também uma referencia em (Pv 9.1-2; Ef 2.20-22;). 
18 
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 i)Presbítero: A separação esta baseada em (1Tm 3.1-7). Essa classe de 
oficiais da igreja possui no Novo Testamento pelo menos três títulos: (ancião, 
presbítero e bispo) e são citados nas seguintes passagens bíblicas. 
▪ Os Anciãos – (At 14.23; 15.2, 6, 22-23; 16.4; 20.17; 2Jo 1) 
▪ Os Presbíteros – (1Tm 5.17,19; Tt 1.5; Tg 5.14; 1Pe 5.1; 3Jo 1). 
▪ Os Bispos – (At 20.28; Fl 1.1; 1Tm 3.2; Tt 1.7). 
Significa velho, ancião. Na primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé, na ida 
fizeram trabalho evangelístico e público; no retorno, em cada cidade por onde 
passaram reuniram os convertidos organizaram igreja se ordenaram presbíteros (At 
14:21‐23). Deveriam ser homens de certa idade, firmes na fé, inabaláveis no amor e 
constantes na obra do Senhor. Eles foram eleitos pela igreja para desempenhar 
funções pastorais na palavra (em algumas igrejas são chamados de “Ministros da 
Palavra”), nos batismos, na celebração das ceias, etc. Os presbíteros recrutados 
entre os convertidos das igrejas deveriam ser homens de negócios e de trabalho. 
Alguns se dedicaram grandemente ao trabalho do Senhor e passaram a dar tempo 
integral ao ministério e o apóstolo Paulo mandou dar a esses homens, salários 
dobrados (1Tm 5:17). Sua responsabilidade e autoridade para supervisionar não iam 
além do rebanho local. Não há nenhuma base bíblica para presbíteros de um local 
supervisionarem uma igreja em outro local. É também interessante e importante 
observar que as passagens que falam de bispos, presbíteros ou pastores nunca 
falam de apenas um servindo numa congregação. O modelo do Novo Testamento é 
ter uma pluralidade de bispos numa igreja local (Fp 11). Deus não autorizou nenhum 
homem a supervisionar sozinho uma igreja local. 
 ii)Diácono: Outro ministério que figura no Novo Testamento é o dos 
diáconos. Sua separação esta baseada em (1Tm 3.8-10). Sua primeira menção se 
encontra em Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, quando, devido às murmurações dos 
cristãos helenistas foram escolhidos sete homens para a direção do trabalho social 
da igreja de Jerusalém. Os diáconos foram instituídos com os seguintes objetivos: 
(a) Deixar desembaraçados os ministros para se dedicarem à oração e 
ao estudo e ensino da palavra de Deus; 
(b) Promover a paz na igreja ao preencher uma carência que estava 
gerando conflitos; 
(c) Promover o bem estar dos crentes que seriam beneficiados com o 
seu serviço; 
(d) Reforçar a liderança da Igreja. 
 Suas qualificações são encontradas em 1Tm 3.8-12: "Quanto a diáconos, é 
necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, 
não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência 
limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, caso se mostrarem 
irrepreensíveis, exerçam o diaconato... O diácono seja marido de uma só mulher e 
governe bem seus filhos e a própria casa." 
 
3)Conselho Fiscal - Compõe-se normalmente de três membros, com a 
responsabilidade de auditar as contas da igreja e emitir parecer sobre o balancete a 
ser apreciado em Assembléia. 
 
4)Departamentos: 
Departamento de Administração: Como o próprio nome indica, esse 
departamento cuida das questões administrativas e responde pelas seguintes áreas: 
Serviços Gerais, Diaconia, Obras, Compras e Almoxarifado, Patrimônio, 
Transportes, Segurança e Finanças. 
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 Departamento de Evangelização e Missões: Estas são basicamente as 
suas áreas de atuação: Cruzadas Evangelísticas, Evangelismo Explosivo, Hospitais 
e Presídios, Casas de Recuperação, Grupos Alternativos, Missões Nacionais e 
Missões Transculturais. 
Departamento de Educação Cristã: Estão sob sua responsabilidade as 
seguintes áreas: Escola Bíblica Dominical, Integração e Discipulado, Cursos 
Teológicos e Seminários de Formação e Reciclagem. 
Departamento de Assistência Social: Compreende basicamente as 
seguintes tarefas: Atendimento Ambulatorial, Farmácia, Caixa Funerária, Cestas 
Básicas e Campanhas Sociais. 
Departamento de Música: Cuida dos Grupos Musicais, Equipe de Louvor e 
Formação de Músicos e Adoradores. 
Departamento de Comunicação: Resultam na captação, organização e 
divulgação de informações e notícias concernentes ao meio evangélico, 
primordialmente ligados a Igreja local. 
 Departamento de Núcleosde Crescimento: Esta é outra área importante de 
sustentação do crescimento da igreja. Aqui estão os núcleos (ou grupos familiares), 
que dispõem de uma estrutura própria para o seu desenvolvimento assim 
estabelecido: coordenador geral, supervisores de áreas, dirigentes, vice-dirigentes e 
secretários de núcleos. 
Departamento de Apoio Espiritual: O Departamento de Apoio Espiritual é 
de vital importância para a vida da igreja. Estão sob sua coordenação as seguintes 
áreas: Movimento de Oração, Visitação Doméstica, Apoio Pastoral e 
Aconselhamento. 
Capelania: Visa a assistência às pessoas de mobilidade restrita ou por 
enfermidade (hospitais) ou por prisão (penitenciária). 
 
5 A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA 
 Para que uma Instituição religiosa possa existir é necessário 
fundamentalmente um ESTATUTO registrado nos órgãos competentes do Estado, 
constitutivo do grupo, pois nele constará o conjunto de normas que estabelecem a 
estrutura e a organização da sociedade ou do grupo. 
 O Novo Código Civil Brasileiro, em seus Artigos 44 – 60, estabelece que 
“nenhuma sociedade pode existir ou funcionar no território nacional sem ser 
juridicamente constituída”, prescreve as condições para a constituição jurídica de 
qualquer sociedade privada de natureza religiosa ou cultural, etc. 
 Quando uma igreja se torna pessoa jurídica, pelo registro do seu Estatuto, 
adquire uma conceituação mais concreta, denominada Pessoa Jurídica, sem 
nenhum prejuízo para os fins espirituais. 
 Uma igreja sem estatuto é como uma igreja fantasma, não existe 
juridicamente e está sujeita a muitos perigos. Uma das conseqüências mais graves 
da inexistência de estatuto é o conceito que os próprios membros farão da sua 
própria igreja. Uma igreja sem Estatuto registrado não pode ser representada 
juridicamente, não pode ser proprietária de nada, nem reclamar quaisquer direito em 
Juízo, ficará sempre na dependência de outras entidades para representá-la. 
Existe uma idéia errônea de que a igreja se não for registrada fica isenta INSS, 
estará a salvo de fiscalização. A falta de inscrição não isenta a igreja das obrigações 
sociais. 
 Um estatuto bem elaborado é uma segurança para igreja. Sem estatuto, a 
igreja corre o perigo de desvios doutrinários, patrimoniais e fica sujeita a lideranças 
20 
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mal informadas ou mal intencionadas. O estatuto é a primeira coisa que uma igreja 
deve elaborar, aprovar e registrar. Só assim, passa existir como pessoa Jurídica. 
 
5.1 FORMAÇÃO LEGAL DO ESTATUTO 
 A seguir relacionaremos algumas denominações legais usuais na formação 
do Estatuto de uma Empresa ou Igreja: 
● CONSTITUIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO – sem fins lucrativos. 
● NOME – da instituição com a finalidade de defini-la. 
● SEDE E FORO – onde terá sua atividade em caráter principal e onde serão 
exercidos os seus direitos. 
● FINALIDADES – caracterizando as razões de sua existência, o que irá 
fazer, o que pretende, até que ponto terá penetração na vida social. 
● DURAÇÃO – desde os prazos ilimitados aos determinados. 
● MEMBROS – suas finalidade, direitos, deveres, condições para admissão, 
motivos para disciplina e exclusão. 
● DIRETORIA – o órgão que vai gerir os negócios e interesses do grupo, ou o 
que representará. 
● ASSEMBLÉIAS GERAIS – poderão ser ordinárias (aquelas realizadas em 
datas fixadas no estatuto) ou as extraordinárias (em datas diversas). Modo de 
convocação, competência e meios. 
● QUORUM – numero de membros necessariamente presentes nas sessões 
para deliberar. 
● ELEIÇÕES – processo, período, duração dos mandatos e maioria exigida 
para a eleição. 
● PATRIMONIO – a fonte de recursos para sua manutenção. 
● MODIFICAÇÕES ESTATUTARIAS – regras para evitarem modificações 
constantes – exigências de dois terços. 
● DISPOSIÇÕES GERAIS – o que foi explicado anteriormente. 
Percebe – se que o estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter 
em estudos minuciosos. No momento em que os participantes de 
determinado grupo se reúnem para deliberar, suas normas de trabalho 
estarão estabelecidas Regimento Interno. 
 
5.2 COMPLEMENTO LEGAL DO ESTATUTO 
 O que deve constar no estatuto, para facilitar as atividades da igreja: 
● Administração. 
● Responsabilidade. 
● Declaração formal de que a igreja não visa lucros. 
● Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas. 
● Destino da sociedade em caso de cisão. 
● Definição genérica das atribuições da diretoria. 
● Previsão de um Regimento Interno. 
● Declaração do que cabe ao pastor a Presidência da Igreja. 
● Quorum para as decisões vitais, como compra e venda de imóveis, eleição 
e demissão do pastor ou membros da diretoria e reforma do estatuto. 
O que não deve constar no estatuto pode fazer parte do regimento interno, 
que não precisa ser registrado, mas que terá valor jurídico se for previsto no estatuto 
e aprovado pela igreja, constando das atas. 
 
5.3 REGIMENTO INTERNO. 
 O que deve constar no Regimento Interno. 
21 
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● Particularidades sobre o culto. 
● Organização interna da igreja. 
● Métodos de trabalho, inclusive de contribuição. 
● Afirmações de caráter doutrinário. 
● Especificações sobre o uso de propriedades, inclusive do tempo sede. 
● Especificações sobre entidades filiadas a igreja (estas se necessário poderá 
reger-se por estatuto próprio). 
● Especificação sobre o modo de exclusão e recebimento de membros. 
 
5.4 COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA 
 A Igreja é composta de Sede e Congregações, que tomarão o nome do lugar 
onde se encontrarem, com exceção a congregação em que funcionar a Sede da 
Igreja que dominar-se “Sede”. 
 O Órgão dirigente da Igreja composta de: 
● Diretoria. 
● Assembléia Geral. 
 
A diretoria será composta de: 
 Presidente; 
 Primeiro e Segundo Vice Presidente; 
 Primeiro, Segundo e Terceiro Secretários; 
 Primeiro e Segundo Tesoureiros. 
 
 
5.5 A DIVISÃO ADMINISTRATIVA DA IGREJA 
 A Igreja é administrativamente dividida em: 
A) Secretaria 
a) Instalação da Secretaria: 
- Atribuição do Secretário (Diretoria); 
- Competência do Secretário; 
- Documentos que fazem parte de uma Secretaria: 
▪ Rol de Membros da Igreja; (Fichário ou Sistema computadorizado) 
▪ O Livro de Atas (ver Aspectos do Livro de Atas); 
▪ O Livro de Presença; 
▪ O Livro de Registro de Matrimônios; 
▪ O Livro de Registro de Aniversariantes; 
▪ O Livro de Registro de Nascimentos; 
▪ O Cartão de Membros; 
▪ Formulários Diversos; 
▪ Correspondências Expedidas; 
▪ Correspondências Recebidas; 
▪ Arquivos e seu sistema. etc. 
I – Sistema Alfabético; 
II – Método Nominal; 
III- Método Dicionário; e, 
V – Outros métodos (o que se adaptar melhor). 
 
Aspectos do Livro de Atas: 
 Formação das atas e seu registro - É nas Atas que se farão os registros de 
todas as ocorrências verificadas durante as reuniões, e, por terem valor legal, devem 
ser redigidas em livros próprios e jamais em folhas avulsas. Os registros são para o 
22 
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futuro, a base das jurisprudências, ou seja, das decisões adotadas pela presidência 
ou pelo grupo, em grau de recursos, mas somente nos casos em que os Estatutos e 
o Regimento Interno sejam lacunosos ou omissos. As Atas nestes casos servem 
como suplemento dos Estatutos ou Regimento Interno. 
 O Livro de Atas deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas 
Jurídicas; 
 Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas; 
 Deve conter o Termo de Abertura e o Termo de Encerramento; 
 O livro de atas deve ser do tamanho 22X33cm, sendo os textos 
manuscritos (hoje pode ser digitado); 
 Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para 
depois consigná-las no Livrode Atas. 
a) Termo de abertura - O livro de Atas deve conter 50 ou 100 fls. (ou mais), 
tipograficamente numeradas e constar neste parêntese a rubrica de uso do Primeiro 
Secretário, as quais servirão para o registro das atas de sessões ordinárias (ou 
extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o número 01 (etc.) - Local e 
data - Assinatura e carimbo da igreja. 
b) Termo de encerramento - (ultima pagina). 
Repetir o mesmo na abertura alterando, somente a expressão “servirão” para 
“serviram”. 
c) Devem as atas conter o seguinte roteiro: 
1) Cabeçalho; 
2) Corpo; 
3) E o fecho (encerramento). 
d) Das Atas constarão necessariamente 
 A natureza da reunião. 
 A hora, dia, mês, ano e local da sua realização. 
 O nome de quem a presidiu. 
 Os membros presentes e ausentes, com justificativas. (em assembléia 
Geral não) 
 O expediente recebido e remetido. 
 A síntese das resoluções tomadas. 
 O resultado das votações. 
 Se solicitado declaração de votos. 
 Qualquer outro fato tratado na reunião. 
 
B) Tesouraria 
 Como componente irrestrito da administração eclesiástica está o 
gerenciamento financeiro dos recursos adquiridos pela igreja por intermédio do 
depósito de ofertas e devolução de dízimos. Estes recursos precisam de uso 
racional para atender às necessidades da igreja local, vislumbrando sempre a 
multiforme participação da igreja: ação social, obra missionária, recuperação de 
pessoas sob ação de vícios, construção e reforma de templo. 
Crie um Plano. Chega a ser assustador, mas poucas Igrejas têm um plano 
contábil/financeiro (plano diretor) pelo qual possam acompanhar seu desempenho e 
medir seu progresso. 
São raros os pastores, tesoureiros e administradores, que tenham elaborado 
um plano para a Igreja, com objetivos a serem alcançados no curto, médio e longo 
prazos. Com preparo inadequado, obtemos resultados inadequados. 
23 
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Jesus tinha um plano e o seguiu fielmente. Essa foi a razão maior de seu 
sucesso. Sabia para onde ia e permanecia naquela direção. Mas, como saber 
gerenciar sem o relato de dados coletados em relatórios contábeis/financeiros? 
Sem isso, você não tem para onde ir, não tem alvo para onde canalizar suas 
energias. Sem um plano contábil/financeiro, você agirá apenas em face das 
circunstâncias. Se dermos o enfoque celestial ao preparo de Jesus, veremos que 
não teve princípio, foi sempre eterno. 
Mas, num enfoque temporal, Jesus preparou-se durante 30 anos, antes de 
dar início à execução de seu trabalho. Para assegurar a máxima eficácia e a 
completa realização de nossos planos, temos de nos preparar primeiramente. 
E foi pela compreensão do Antigo Testamento que Jesus baseou muito de 
sua abordagem para executar Seu plano. Ele tinha uma base de conhecimento na 
qual fundamentava suas ações, e Ele as executou brilhantemente. 
E, para sermos bem sucedidos em nossa administração, devemos fazer o 
mesmo. Quer você como pastor, tesoureiro ou administrador da Igreja, nada, mas 
nada mesmo, substitui o preparo. 
Dê-lhe atenção e tempo necessários. Jesus assim o fez. Seu espantoso 
sucesso é um testemunho da importância do preparo. Quando da multiplicação dos 
pães, Jesus mandou contar a multidão, o que nada mais é que usar aspectos 
contábeis para a tomada de decisão. 
O que Jesus nos ensina, e nos inspira, vai além das regras de como proceder 
na administração contábil/financeira da Igreja, ensina-nos a conduzir nossa vida 
desde que aceitemos as palavras encontradas na Bíblia. 
A chave da administração contábil/financeira da Igreja está em saber que o 
tempo gasto na administração, significa administração de nós mesmos. 
 
C) Departamento de Missões 
 
D) Departamento Musical 
 
E) Departamentos da Mocidade, dos Adolescentes e das crianças 
 
F) Departamento do Circulo de Oração 
 
G) Departamento da Escola Dominical, e etc., podendo ser acrescentado ou 
diminuído. 
 
6 AS PRERROGATIVAS DA IGREJA 
 As prerrogativas da Igreja são: 
 1 – Poder de ligar e desligar. “... e tudo que ligares na terra será ligado nos 
céus e tudo que desligares na terra será desligado no céu” (Mt 16.19). Trata – se de 
autoridade dada por Cristo a Igreja. Esse poder não é absoluto, somente pode ser 
utilizado nos limites da Palavra de Deus. 
 2 – Autoridade para reconciliar. Há quatro passos importantes para 
reconciliação entre irmão que são: 
a) O ofendido deve procurar o irmão (Mt 18.15); 
b) Leva ainda contigo uns outros dois (Mt 18.16); 
c) Se não a escutar, dize-o a Igreja (Mt 18.17); 
d) E se também não escutar a igreja, considera-o como gentio e publicano (Mt 
18.17). 
 
24 
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 3 – Autoridade da concordância. 
a) “Se dois de vós concordarem na terra”. (Mt 18.19,29); 
b) “a cerca de qualquer coisa” (Jo 15.7) É importante lembrar que Deus nos atende 
se pedirmos algo de acordo com sua vontade (1Jo 5.14); 
c) “Isto será feito por meu Pai que esta nos céus”. Deus atende o crente que lhe 
pede algo em nome de Jesus seu Filho (Jo 14.13). d) “Dois ou três” (Mt 18.20). 
 
7 IGREJA E SEU SISTEMA DISCIPLINAR 
 São passiveis de disciplina os membros que infringirem a doutrina e 
costumes, preceituados pela Palavra de Deus e essa disciplina deverá ser dosada 
conforme as penalidades abaixo: 
São penas disciplinares: 
I. Advertência (2Ts 3.14-15; Tt 3.10 e 1Ts 5.14) 
II. Repreensão (Mt 18.15-17; 2Tm 3.16; 2Tm 4.2 e Tt 1.13) 
III. Suspensão por prazo determinado e 
IV. Desligamento do rol de membros (Mt 16.19; 18.19,20). 
 
7.1 Disciplina na Igreja – A disciplina é uma benção e uma necessidade na Igreja 
(At 5.1-11; 2Ts 3.6-14; Rm 16.17-18; 1Co 5). Jesus falou sobre a disciplina (Mt 
18.15-17). Deus é um Deus de ordem. Como um pai disciplina seus filhos na família 
(Hb 12. 5-11), assim deve haver disciplina na Igreja. Apesar de a Igreja não ter 
condições de obrigar a consciência do membro, ela tem de julgar sobre a 
observação dos ensinos bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem. 
 a) Propósito da disciplina – Não se deve considerar a disciplina com caráter 
negativo, castigo por parte da Igreja. A disciplina tem caráter positivo: 
- Corrigir uma má situação (2Co 7.9). 
- Restaurar o caído (Gl 6.1; Mt 6.14-15). 
- Manter o bom testemunho da Igreja (1Tm 3.7; 2Tm 1.11). 
- Advertir os demais membros para que não se descuidem (1Co 5.6-7). 
- Apelar à consciência do ofensor para que pense sobre sua conduta. 
 b) Motivos para disciplina. 
- Conduta desordenada ou desaprovada pela Igreja (2Ts 3.11-15). 
- Imoralidade (1Co 5) 
- Contenciosidade – espírito divisionista – (Rm 16.17-18; 2Co 13-1; 1Tm 3.15-20). 
- Propagação de falsas doutrinas (Tt 3.10-11). 
- Filiação a organizações ou Igrejas incompatíveis com o cristianismo. 
- outros. 
 c) Categorias de ofensas. 
- Particulares; 
- Públicas. 
 d) Método ou procedimento na disciplina (Jesus ensinou Mt 18.15-18). 
- Na medida do possível, deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas. 
- Duas ou três testemunhas. 
- Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso, tomar proporções e chegar ao 
conhecimento de muitos, deve ser levado à Igreja. 
- Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir perdão, deve o 
ofensor ser suspenso do rol de membros (Mt 18. 18; 2Ts 3.14; 1Co 5.11). 
Arrependendo-se, que seja perdoado, se a falta não for tal que exija suspensão 
imediata do rol de membros. 
- Se o caso for de flagrante escândalo para a Igreja, ao ser comprovado, deve ser 
imediatamente suspenso do rol de membros, tudo porem com justiça. 
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 e) Como tratar a pessoa sob disciplina. 
- Não tratá-lo como inimigo (2Ts 3.15). 
- Em vez

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