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STRESS E DEPRESSÃO Prof.: Kátia Simão CONCEITOS : SAÚDE X DOENÇA Saúde: O conceito de saúde tem mudado radicalmente nos últimos anos. Antigamente, saúde significava apenas a ausência de doença. (pautada no modelo biomédico) Atualmente incorporam-se as dimensões: física, emocional, mental, social e espiritual do ser humano. A OMS- Organização Mundial da Saúde "situação de perfeito bem-estar físico, mental e social” da pessoa LOS – 8.080 de 19/09/90 - SUS Hoje a definição de saúde presente na Lei Orgânica de Saúde (LOS), n.° 8.080, de 19 de setembro de 1990, procura ir além da apresentada pela OMS Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013) . Na 1a Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em 1986, o conceito passou a estar relacionado à noção de promoção da saúde, que significa capacitar a comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação social no controle do processo de saúde e doença (Organização Pan-Americana de Saúde, [199-]). Promoção da saúde Acesso equitativo à saúde como direito de todos; Doença O conceito de doença tem origem clínica e, portanto, está relacionada a problemas de saúde. MODELO BIOMÉDICO Focou-se, cada vez mais, na explicação da doença e passou a tratar o corpo em partes cada vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico (Barros, 2002). Histórico No Renascimento que a explicação para as doenças começou a ser relacionada às situações ambientais; a causa das doenças passava a estar num fator externo ao organismo, e o homem era o receptáculo da doença. O processo saúde-doença, no final da década de 1970 começou a ganhar força a concepção deste como um processo sistêmico que parte do conceito de sistema. Ao considerar a possibilidade de evitar a morte, são trazidas com este modelo diferentes possibilidades de prevenção e promoção da saúde, como interromper a transmissão, evitar o caso e promover vida com qualidade. EM RESUMO: O processo saúde-doença é um conceito central da proposta de epidemiologia social, que procura caracterizar a saúde e a doença como componentes integrados de modo dinâmico nas condições concretas de vida das pessoas e dos diversos grupos sociais; cada situação de saúde específica, individual ou coletiva, é o resultado, em dado momento, de um conjunto de determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos. . STRESS E DEPRESSÃO STRESS - CONCEITO Stress é uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. Quanto mais a situação durar ou quanto mais grave ela for, mais estressada a pessoa pode ficar. Porém, há meios de se aprender a lidar com o stress de modo que mesmo nos piores momentos o organismo não entre em colapso. O stress se desenvolve em 4 estágios -Fase de Alerta -Fase de Resistência -Fase de Quase- exaustão -Fase de Exaustão ALGUNS SINTOMAS A ansiedade é um dos principais sintomas do estresse, e de modo geral pode ser considerada como uma resposta inadequada ao medo. A irritabilidade é uma forma de alteração no nosso humor, associada a comportamentos de nervosismo, a falta de paciência, ao desgosto, descontentamento, entre outros, na tentativa de defender-nos ou preservar um equilíbrio saudável do nosso organismo. A insônia, falta de sono, também é um dos sintomas mais comuns em pessoas que estão sob o efeito do estresse. A sensação de cansaço não termina, mesmo após um período satisfatório de descanso, pode ser sinal de estresse. . As dores musculares ou sensações de tontura são basicamente um dos efeitos em cascata do estresse e da ansiedade, pela liberação do cortisol e o acionamento da amígdala sem que o estímulo de perigo esteja presente. Uma pessoa estressada também tende a ver o mundo com olhos de negatividade. A sensação de que tudo dá errado e de que nada tem um propósito, pode ser um dos sintomas desse mal. A falta de concentração é um outro sintoma frequente do estresse, assim como falhas de memória. O estresse deixa o cérebro em estado de alerta constante. Fase de Alerta: SONO: Dificuldade em dormir muito acentuada devido à adrenalina. SEXO: Libido (vontade de ter sexo) alta. Muita energia. O sexo ajuda a relaxar. TRABALHO: Grande produtividade e criatividade. Pode varar a noite sem dificuldade. CORPO: Tenso. Músculos retesados. No inicio da fase, aparece a taquicardia (coração disparado). Sudorese. Sem fome e sem sono. Mandíbula tensa. Respiração mais ofegante do que o normal. No todo, o organismo reage em uma perfeita união entre mente e corpo. A tensão do corpo encontra correspondência na mente. HUMOR: Eufórico. Pode ter grande irritabilidade devido à tensão física e mental experimentada. Marilda Emmanuel Novaes Lipp Fase de Resistência: SONO: Normalizado. SEXO: Libido (vontade de ter sexo) começa a baixar. Pouca energia. O sexo não apresenta interesse. TRABALHO: A produtividade e a criatividade voltam ao usual, mas às vezes não consegue ter novas idéias. CORPO: Cansado, mesmo tendo dormido bem. O esforço de resistir ao stress se manifesta em uma certa sensação de cansaço. A memória começa a falhar. Mesmo não estando com alguma doença, o organismo se sente “doente”. HUMOR: Cansado. Só se preocupa com a fonte de seu stress. Repete o mesmo assunto e se torna tedioso. Marilda Emmanuel Novaes Lipp Fase de Quase-exaustão: SONO: Insônia. Acorda muito cedo e não consegue voltar a dormir. SEXO: Libido (vontade de ter sexo) quase desaparece. A energia para o sexo está sendo usada na luta contra o stress e a pessoa perde o interesse. TRABALHO: A produtividade e a criatividade caem dramaticamente. Consegue somente dar conta da rotina, mas não cria e nem tem idéias originais. CORPO: Cansado. Uma sensação de desgaste aparece. A memória é muito afetada e a pessoa esquece fatos corriqueiros, até mesmo seu próprio telefone. Doenças começam a surgir. As mulheres apresentam dificuldades na área ginecológica. Todo o organismo se sente mal. Ansiedade passa a ser sentida quase que todo dia. HUMOR: A vida começa a perder o brilho. Não acha graça nas coisas. Não quer socializar. Não sente vontade de aceitar convites ou de convidar. Considera tudo muito sem graça e as pessoas tediosas. Marilda Emmanuel Novaes Lipp Fase de Exaustão: SONO: Dorme pouco. Acorda cedíssimo e não se sente envigorado pelo sono. SEXO: Libido (vontade de ter sexo) desaparece quase que completamente. TRABALHO: Não consegue mais trabalhar como normalmente. Não produz. Não consegue se concentrar e nem decidir.O trabalho perde o interesse. CORPO: Desgastado e cansado. Doenças graves podem ocorrer, como depressão, úlceras, pressão alta, diabetes, enfarte, psoríase etc. Não há mais como resistir ao stress. A batalha foi perdida. A pessoa necessita de ajuda médica e psicológica para se recuperar. Em casos mais graves, pode ocorrer a morte. HUMOR: Não socializa. Foge dos amigos. Não vai a festas. Perde o senso de humor.Fica apático. Muitas pessoas têm vontade de morrer. Stress negativo: É o stress em excesso. Ocorre quando a pessoa ultrapassa seus limites e esgota sua capacidade de adaptação. O organismo fica destituído de nutrientes e a energia mental fica reduzida. A produtividade e a capacidade de trabalho ficam muito prejudicadas. A qualidade de vida sofre danos. Posteriormente a pessoa pode vir a adoecer. Marilda Emmanuel Novaes Lipp Stress positivo: É o stress em sua fase inicial, a do alerta. O organismo produz adrenalina que dá animo, vigor e energia fazendo a pessoa produzir mais e ser mais criativa. Ela pode passar por períodos em que dormir e descansar passa a não ter tanta importância. É a fase da produtividade, como se a pessoa estivesse “de alerta”. Ninguém consegue ficar em alerta por muito tempo, pois o stress se transforma em excessivo quando dura demais. Marilda Emmanuel Novaes Lipp Stress ideal: É quando a pessoa aprende o manejo do stress e gerencia a fase de alerta de modo eficiente, alternando entre estar em alerta e sair de alerta. Para quem aprende a fazer isto, o “céu é o limite”. O organismo precisa entrar em equilíbrio após uma permanência em alerta para que se recupere. Após a recuperação, não há dano em entrar de novo em alerta. Se não há um período de recuperação, então doenças começam a ocorrer, pois o organismo se exaure e o stress fica excessivo. O stress pode se tornar excessivo porque o evento estressor é forte demais ou porque se prolonga por tempo muito longo. Marilda Emmanuel Novaes Lipp A palavra Depressão deriva do latim deprimere, verbo que significa “prensar, esmagar, afundar” CONCEITO E CARACTERÍSTICAS Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o "Mal do Século", é um distúrbio afetivo. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si, sendo um transtorno psiquiátrico que pode atingir pessoas de qualquer faixa etária e sexo. O diagnóstico da depressão é basicamente clínico. Episódio depressivo pode ser categorizado como leve, moderado ou grave . A doença provoca ainda ausência de prazer em coisas que antes faziam bem e grande oscilação de humor e pensamentos, que podem culminar em comportamentos e atos suicidas. O tratamento é feito com auxílio médico profissional, por meio de medicamentos, e acompanhamento terapêutico conforme cada caso. O apoio da família é fundamental. A depressão é uma doença. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. SINTOMAS humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia, tristeza desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas; diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis; desinteresse, falta de motivação e apatia, falta de vontade e indecisão; sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio; pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa auto- estima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte. interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e seu mundo; dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento; diminuição do desempenho sexual e da libido; perda ou aumento do apetite e do peso; insônia dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, Existem alguns fatores de risco que podem auxiliar no desenvolvimento da depressão. Histórico familiar Transtornos psiquiátricos correlatos Estresse crônico Ansiedade crônica Disfunções hormonais Excesso de peso Sedentarismo e dieta desregrada Vícios (cigarro, álcool e drogas ilícitas) Traumas físicos ou psicológicos Problemas cardíacos Separações, perdas/ lutos Enxaqueca crônica Tipos de depressão Transtorno depressivo recorrente: esse distúrbio envolve repetidos episódios depressivos. Transtorno afetivo bipolar: esse tipo de depressão consiste tipicamente na alternância entre episódios de mania e depressivos. Episódios de mania envolvem humor exaltado ou irritado, excesso de atividades, pressão de fala, auto-estima inflada e uma menor necessidade de sono, além da aceleração do pensamento. Referências Castellanos, P. L. Sobre o conceito de saúde-doença: descrição e explicação da situação de saúde. Boletim Epidemiológico [da] Organização Pan-Americana de Saúde, v. 10, n. 4, p. 25-32, 1990 Canguilhem, G.(2006). O normal e o patológico. 6. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense Universitária, (Original publicado em 1943. ) DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2a. Ed. – Porto Alegre: Editora Artmed. 2008 Ribeiro, J.L. (1998). Psicologia e Saúde. Lisboa: ISPA “Promoção da saúde e qualidade de vida”, publicado na Revista Ciência & Saúde Coletiva (2000), disponível no site http://www.scielo.br/pdf/csc/v5n1/7087.pdf ... www.clinicadamente.com/depressao-doenca-ou- perturbacao-emocional/ www.estresse.com.br/publicacoes/o-percurso-do- stress-suas-etapas/ portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude- mental/depressao
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