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Psicoterapia Corporal (Reichiana) - resumo

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PSICOTERAPIA CORPORAL
Professor: Carlos Eduardo Brito
09/08/12
O percurso histórico de Reich
O seminário de técnica psicanalítica de Viena (1924 a 1930)
Reflexões sobre os casos clínicos considerados mais complexos
Exemplos de resistências
Por que as resistências aparecem ao longo do processo terapêutico?
Como os pacientes se defendem do contato com suas emoções?
O conceito de caráter
Definições de Reich e de Lowen sobre caráter
As armadilhas de caráter (exemplos)
As profecias auto-realizadoras
A análise do caráter 
O autor que criou os principais conceitos da psicoterapia corporal foi Reich. Reich nasce em 1987, se formou em medicina e depois se tornou psicanalista. Foi convidado por Freud para dirigir o Seminário de técnica psicanalista de Viena. 
Tentou entender o que acontecia nos casos clínicos considerados mais complexos, como o abandono precoce do tratamento ou quando era muito difícil perceber mudança na dinâmica emocional do paciente. Percebeu que esses pacientes apresentavam muitas resistências, como faltar as sessões, ou se atrasar, quando esquece de pagar a terapia, comportamentos que refletem a forma do paciente se relacionar com o terapeuta e suas intervenções. As resistências aparecem, porque o paciente tem dificuldade de fazer contato com alguma material emocional de camadas mais profundas que não são elaborados. 
Alguns pacientes tinham medo de sentir fragilidade, raiva ou tristeza e na eminencia de sentir-se assim, se defendiam. Não só cada paciente tinha medo, dificuldade de fazer contato com emoções especificas, mas também cada paciente usava meios diferentes para evitar o contato. Um paciente com medo de fazer contato com paciente de raiva, por exemplo, continha-se emocionalmente para não deixar aflorar a raiva que para ele era muito angustiante. Percebeu que cada paciente tinha um padrão emocional defensivo próprio construído ao longo da vida. O conceito que existia na época sobre o padrão emocional era o conceito de caráter, que não foi inventado pro Reich, mas muito trabalhado e aprofundado por ele. 
Caráter: envolve o conjunto dos mecanismos de defesa que uma pessoa utiliza para tentar evitar fazer contato com conteúdos emocionais angustiantes. Caráter para Reich é um enrijecimento do ego, ou seja, faz com que o ego diminua a nossa capacidade de ter flexibilidade para lidar com as emoções. O caráter aparece em dois eixos principais: na forma como nos colocamos no mundo e, especialmente, envolve as características defensivas que ficam incorporadas na nossa personalidade. Por exemplo, a pessoa que é sempre muito critica, muito contida, arrogante etc. envolve características defensivas, incorporadas à personalidade. 
Lowen, criador da bioenergética, diz que o caráter é uma atitude base com a qual o indivíduo confronta a vida e também o modo de responder o que está estabelecido, congelado ou estruturado. É a forma habitual como a pessoa se coloca no mundo. 
Definição de Trotta: o caráter é nosso padrão afetivo e relacional.
O caráter tem uma função positiva, ele possibilita uma certa organização funcional defensiva. Todos temos defesa e precisamos da defesa para sobreviver, pois nos ajuda a ter coesão na organização defensiva. Dá estabilidade funcional. Por outro lado, restringe a flexibilidade, a criatividade, a plasticidade emocional. Faz com que a pessoa tenda a olhar para o mundo, para as suas relações com um olhar pré-fabricado, o que faz com que tenha dificuldade de estar aberto para alteridade. Acaba provocando armadilhas inconscientes que montamos para nós mesmos. Por conta da padronização do caráter, muitas vezes acabamos aumentado as chances de acontecer com a gente aquilo que gostaríamos de evitar. 
As profecias auto-realizadoras: a pessoa imagina ou diz que algo vai acontecer com ela e a situação prevista acaba acontecendo, só que a pessoa não se dá conta que sua própria visão de que aquilo aconteceria condicionou os olhares e as atitudes dela, o que acabou aumentando bastante a chance daquela situação acontecer. Muitas vezes, mesmo que aquilo não tenha de fato ocorrido, a pessoa já está condicionada a ter aquele olhar, a fazer uma seleção consciente naquela direção. 
A análise do caráter ajuda o paciente a flexibilizar suas defesas. É a metodologia que procura ajudar o paciente a desmontar as armadilhas que ele monta para si próprio e a compreender e relativizar seus padrões emocionais. 
A continência das próprias emoções vai ser desenvolvida ao longo do processo terapêutico. É saber lidar com suas defesas, poder acolher sentimentos conflituosos. Essa carga emocional intensa do paciente, o terapeuta ajuda a processar, dando continência. O paciente gradualmente vai aprender a lidar com elas sozinho. Assim como as armadilhas começam nas relações afetivas, no sistema familiar elas também foram montadas. No processo terapêutico se faz o caminho inverso. O terapeuta não deve colocar o paciente na situação de repetição. A solução é encontrar uma nova possibilidade diante dessa repetição, encontrar novas formas de relacionar. 
A análise do caráter auxilia ao paciente a dar continência as próprias emoções e internalizar novas formas de lidar com seus sentimentos e com as suas relações. 
14/08/12
A correlação entre a dinâmica emocional e a expressão corporal
A associação entre corpo e psiquismo: exemplos
Sinais de que o paciente está trazendo algum conteúdo emocional importante:
Mudanças no ritmo de sua fala
Alterações no tom de voz
Presença de gestos marcantes
Modificações na postura corporal
Mudanças na expressão facial
A comunicação não verbal na clínica
A análise da forma de expressão através da autopercepção 
Exemplos de técnica de intervenção 
Caráter: defesas psicológicas
Couraça: defesas corporais
Definição de couraça 
A medida que Reich trabalhava a análise percebia que as defesas emocionais estavam relacionadas diretamente com as defesas corporais. Por exemplo: bruxismo é consequência de uma raiva que não foi elaborada; acordar de um sono, a principio saudável, com o corpo dolorido; a pessoa tensa que fica com o corpo enrijecido; a pessoa tímida que fica com os ombros fechados; tique nervoso. 
A psicoterapia corporal não é do corpo, mas da pessoa e seus padrões emocionais que fizeram com que ela tivesse que se proteger ainda mais e aumentar sua angústia. Quando estou mais equilibrado, expresso não só na fala, como conteúdo, mas em como se fala, na forma. O terapeuta deve fazer com que o paciente entre em contato com o conteúdo emocional. O inconsciente se manifesta não só nos atos falhos, chistes, sonhos e sintomas, mas também naquilo que o corpo demonstra sem que a pessoa perceba, é algo que escapa. 
Uma emoção pode ser reprimida, deslocada ou elaborada. Elaborar é conseguir encontrar um canal para a emoção ser expressar, é entrar em contato com a emoção. 
Até a psicanalise, o trabalho era feito a partir da fala. Reich percebe que tão importante quanto o conteúdo da fala é a forma de se falar. A análise da forma de expressão é feita através da autopercepção, de forma que o próprio paciente possa se perceber. Até por que, o paciente poderia nem estar pronto para a percepção do outro. A livre associação não é usada só com a palavra, mas também a partir do corpo. 
A couraça é o equivalente do caráter no corpo. São as defesas corporais associadas as emocionais. Definições: é a cronificação das tensões corporais e a blindagem do caráter na área corporal; é uma tensão do corpo que pode acabar favorecendo o aparecimento das doenças.; é um conjunto de disfunções corporais pré-sintomáticas que forma a base para que com o passar do tempo se desenvolvam as doenças (Trotta).
Caráter e couraça não são a doença, eles tem caráter disfuncional. Tem função positiva (mecanismo de proteção) e função negativa (restringem a plasticidade emocional, a criatividade da pessoa). Quanto mais padronizados, mais crônicos, mais favorece o surgimento de doenças. Padrão está sempre ligado ao enrijecimento.16/08/12
Identidade funcional entre o somático e o psíquico 
Sentir uma emoção é uma experiência simultaneamente psicológica e corporal
A revivência da emoção através do corpo
Como as couraças se formam?
A situação vivida permanece como imagem e referencia internalizadas
O paciente permanece preso a seu padrão emocional 
Mecanismos de formação da couraça:
Vivência de situação com intensidade emocional que não pôde ser elaborada
(Frequência) 
A partir da associação entre caráter e couraça, Reich percebe que o corpo e o psiquismo são uma unidade. Daí, surge o conceito de identidade funcional, que significa que a dimensão somática e a psíquica formam uma unidade indissociável e possuem uma relação de identidade e de equivalência. Não é uma relação de causa e efeito, mas de unidade. Tudo o que o paciente não conseguia elaborar emocionalmente, acabava sendo descontado no corpo, acabava causando um problema corporal. 
Freud, quando estudou a histeria, mostrou que as paralisias histéricas eram resultando de um conflito inconsciente ligado a sexualidade. Eram descargas somáticas de afetos que não tinham sido elaboradas. Reich mostra que essa leitura não está errada, no fundo é parte de um processo maior. Quando o paciente vive seu conflito emocional, não é que não resolvendo-o aparecerá no corpo, mas sim que simultaneamente já há algumas coisa acontecendo no corpo. Antes da paralisia já existe um sofrimento corporal de micro tensões. Por exemplo: mudanças peristálticas, sudorese, contrações, mudança na respiração. Simultaneamente ao conflito emocional algo já está aparecendo no corpo. Também o que é vivido pelo corpo, é vivido no emocional, mas pode ser que não se perceba ou que esteja recalcado. O corpo funciona como uma via auxiliar para o acesso ao emocional. 
A própria transferência é também corporal. Quando projeto no outro imagens de situações vividas com pessoas importantes e significativas na vida, principalmente pai e mãe, também se manifesta no corpo a reação que se tinha nessas relações. O paciente projeta no mundo as sensações, o que está diretamente ligado a formação das couraças e do caráter. Por isso eles são disfuncionais, começam como forma de proteção (de um pai autoritário, por exemplo), mesmo que não precise mais se defender, a pessoa continua, presa a um padrão, tornando-se disfuncional.
A situação vivida pode ter sido apenas uma vez, mas a emoção foi tão forte, a situação foi tão traumática, que por si só pode ter gerado a couraça, mas o mais comum é quando há situações que são vividas repetidamente. Para ser couraça, o padrão corporal deve se repetir ao longo do tempo. 
Os dois tipos principais de alterações na musculatura corporal:
Áreas hipertônicas: rigidez muscular, associadas a situações emocionais de contenção dos impulsos. Há um bloqueio na expressão, o paciente até percebe o impulso, senti-lo. A primeira concepção de couraça foram essas áreas.
Áreas hipotônicas: áreas desvitalizadas, associadas a situações emocionais de inibição do contato com as emoções. O bloqueio é anterior, é na percepção, no contato com o sentimento. Chama-se bloqueio de contato ou desligamento emocional. Também não há expressão, pois a pessoa nem sente. É um mecanismo defensivo mais regredido. Apesar de Reich não ter associado essas áreas à couraça, hoje, também se reconhece como um processo de formação de couraça. 
Tônus é a consistência da musculatura. 
21/08/12
A vegetoterapia caracteroanalítica
O paciente como unidade biopsicossocial 
Análise corporal: a organização corporal – os segmentos/anéis corporais e os conteúdos e significados associados
Segmentos:
1o segmento: ocular
2o segmento: oral
3o segmento: cervical
4o segmento: torácico 
5o segmento: diafragmático
6o segmento: abdominal
7o segmento: pélvico 
Com a vegetoterapia a clínica das psicoterapias corporais passa a englobar, além do trabalho verbal, um olhar específico sobre o corpo e uma série de técnicas corporais. A vegetoterapia diz respeito às funções vegetativas, as funções vitais do nosso corpo, como a respiração, a nutrição, a circulação. Seu objetivo é favorecer e desenvolver essas funções vitais através da flexibilização das couraças do paciente. A análise do caráter continua presente. Tenta-se compreender o paciente na dimensão verbal, corporal, biológica e sociológica. 
Reich percebeu que era fundamental compreender o que se passava corporal e emocionalmente com os pacientes e como as couraças se formavam. Para isso, estudou as funções e o uso do corpo ao longo do nosso desenvolvimento. Para facilitar esse aprofundamento sobre a compreensão do corpo, propôs um modelo didático de organização corporal. Nele, organiza o corpo em 7 grandes áreas, ou anéis corporais. É um recurso didático usado para aprofundar e ter clareza para compreender o que acontece com áreas do corpo, sem detrimento de entendê-lo com um corpo-unidade. 
1o segmento: ocular
Principais órgãos: olhos e sistema visual, ouvidos e sistema auditivo, nariz e músculos envolvidos. 
O principal encouraçamento de 1o segmento: a perda de contato. Ocorre quando a pessoa não consegue perceber o que ela sente ou quando não percebe o sentido das suas atitudes. Exemplos: inibição de contato com a emoção (hipotônica); uma fuga do contato com a emoção; “o sem noção”; desligamento emocional crônico (não tem clareza sobre o que sente). 
Como se origina a perda de contato? Se forma a partir da vivência de situações nas quais o contato com alguma emoção foi excessivamente angustiante para a pessoa. Para não sentir essa emoção a pessoa se desconecta dessa emoção. 
As bases da capacidade de contato se formam a partir do vínculo com a função materna. Se o bebê tem uma mãe que minimamente reconhece as necessidades básicas de acolhimento e aconchego, se percebe aquilo que o bebê está sentindo e o ajuda a se acalmar, a lidar com o mundo externo e com seu mundo interno, isso irá ajudá-lo a desenvolver sua capacidade de contato com aquilo que ele sente. Irá aprender a cuidar de si, como foi cuidado e a lidar com aquilo que se passa com ele a partir dessa base que se construiu na relação com a mãe introjeção da função materna. Exemplos: a desistência de um bebê que chora desesperadamente, se dá pela perda de contato. A angústia mais arcaica é o desamparo. 
 
Funções defensivas do olhar: a qualidade do olhar do paciente expressa seu nível de encouraçamento. Cada padrão de olhar construído é a melhor forma possível de se proteger da angústia. Está ligado à couraça e ao caráter. 
Dificuldades de concentração ou de foco. Esses encouraçamento acontecem principalmente na direção cerebral. Pode ser que quando não é obrigação, consiga se concentrar, ou quando está ligado ao prazer também consiga. Pessoas dispersas podem ter assim se formado como tentativa de se contrapor a algum tipo de obrigação, de opressão, de submissão. 
23/08/12
2o segmento: oral
Principais órgãos: lábios, dentes, língua, bochechas, queixo, glândulas salivares e todos os músculos abaixo do nariz até o início do pescoço.
Impulso de sugar: nutrição afetiva e biológica. Essa nutrição afetiva está extremamente ligada a qualidade do contato com o corpo materno, do acolhimento, de aconchego, a disponibilidade afetiva. Quando e como a mãe está presente. Isso vai influenciar a forma como vai se desenvolver o impulso de sugar e o menor encouraçamento, além de favorecer a nutrição afetiva. 
Os registros sensoriais de prazer e desprazer dentro da relação mãe-bebê. A partir da alimentação vão ser construídos os primeiros registros mnêmicos relacionados a relações de prazer e desprazer. É uma fase pré-verbal, logo não é acessível na memória declarativa. Fica presente como registro sensorial e é sentido como uma sensação ainda não mediada pela linguagem, não é simbolizada, significada, o que a torna ainda mais intensa e presente na estrutura emocional do bebê que está se formando. Marca essa etapa os desejos da família sobre a criança que proporcionaacolhimento, sensação de continência, de reconhecimento das necessidades afetivas. A mãe está mais ou menos disponível pela qualidade de suporte que tiver da rede familiar. A capacidade de resposta da crianças também depende da relação com o sistema familiar.
A relação de dependência: nesse momento, a sobrevivência depende essencialmente da função materna. Assim, se marca a relação de dependência no psiquismo, que será influenciada pela forma que a criança é tratada pela função materna, também imersa no sistema familiar. Quando a criança vivencia dificuldades, faltas intensas no atendimento das necessidades dela, passa a ter que construir defesas mais rígidas para se proteger dessas faltas da relação materna.
Exemplos de defesas para lidar com faltas na qualidade da relação com a função materna: ficar excessivamente agitada – movimento dispersivo; distanciar-se, desligar-se emocionalmente. Ambos mecanismos de defesas para proteger a criança da angustia gerada pela indisponibilidade materna. 
A introjeção da função materna: o vínculo com a função materna demarca a primeira internalização de uma relação com um outro que é significativamente importante para a criança. Isso significa que a criança vai internalizar aquilo que ela recebeu, o cuidado como foi tratada, a forma como foi nutrida afetiva e fisiologicamente, aquilo que ela viveu na primeira relação significativa. 
O desenvolvimento do sentimento de confiança básica na vida. Também será internalizado a partir da função materna o sentimento de confiança básica de que é possível lidar com os próprios sentimentos, de que é possível ser acolhido e se auto-acolher, de que saberá lidar com a falta e as adversidades. 
Impulso de morder: autonomia gradual e impulsos de agressividade. Com nascimento dos primeiros dentes, a criança passa a poder se alimentar de outros alimentos que não sejam líquidos ou pastosos e, especialmente, passa a poder se alimentar não só do leite materno ou equivalentes. Isso representa uma autonomia gradual da função materna ou emancipação gradual da dependência da função materna. A mordida é também uma manifestação de agressividade, o ato de morder é expressão de raiva oral. A raiva oral é a raiva que é sentida ou expressa quando não sentimos que uma demanda oral nossa foi atendida. Essas demandas orais são demandas de acolhimento, de afeto, de carinho, de atenção, que o bebê vive inicialmente e especialmente na fase oral e podem perdurar. A maneira como a mãe lida com o impulso de morder, com a expressão de raiva da criança é fundamental. Por exemplo, a criança morde o seio na hora da amamentação. A mãe pode reagir de diferentes formas, pode afastar a criança e com carinho dizer que dói, pode gritar e ser grosseira ou ainda pode aguentar a dor e passar por cima das próprias sensações. No 2o exemplo, a expressão da agressividade do bebê é reprimida. No 3o, a criança terá dificuldade de aprender a dar limite a sua própria agressividade. Só podemos expressar raiva se temos sentimento de segurança de que não ficaremos desamparados. A criança que morde o amigo pode ser por falta de limite ou por falta de atenção. Quando esses impulsos de sugar e morder não puderam ser razoavelmente bem resolvidos na infância, eles irão permanecer presentes no adulto, na sua forma de lidar com a sua oralidade. Existe ai um foco muito importante na dependência. 
Tipos de encouraçamento do segmento oral:
Oralidade insatisfeita: IS (impulso de sugar) aumentado. Como se espera-se que alguém a nutra afetivamente, lhe dê afeto, carinho etc., que nutra essas demandas insatisfeitas. A pessoa demanda esse afeto de forma infantil, sem ser agressiva – fazer dengo, manha, chantagem emocional... (tenta convencer o outro de maneira infantil). É o que chamamos de fixação na fase oral precoce, ligada ao impulso de sugar, que vai em geral de 0-6 meses, e foi vivido com qualidade insuficiente. Há o predomínio de áreas hipotônicas na musculatura da mandíbula que fica desvitalizada, porque há dificuldade de expressão de agressividade. 
Oralidade reativa: IM (impulso de morder) aumentado. Quando a pessoa não sente suas demandas orais atendidas, não recebe o afeto que quer ter, ela se coloca, também de uma forma infantil, de forma agressiva. É mais mordaz, torna-se crítica, reivindica de forma mais agressiva. Busca o convencimento de forma agressiva, fala com raiva. Há fixação na fase oral sádica, ligada ao impulso de morder, que vai de cerca de 6 meses à 2 anos. Nesse caso, esse impulso não foi razoavelmente bem resolvido e a pessoa terá dificuldade de aceitar o limite. Há tendência de musculatura da região da mandíbula mais tonificada, não necessariamente hipertônica. 
Oralidade inibida: IS diminuído e IM diminuído. Os dois impulsos não forma bem resolvidos. A pessoa precisa do outro, quer que o outro a preencha, mas se coloca de forma mais passiva. Tem medo de pedir, quer ser cuidada, quer ser olhada, mais se retrai. A pessoa torce para ser procurada, mas não procura por medo. Tem dificuldade de demandar. A fixação é também na fase oral precoce, mais regredida. A região toda tende a ser mais hipotônica. 
28/08/12
30/08/12
Amplitude respiratória e importância da respiração para a ação: é a relação entre a quantidade de ar que inspiramos e que expiramos. Quanto mais profundamente uma pessoa respira maior é a amplitude respiratória dela. Se mais ar entra e sai, terei mais vitalidade e vigor, tendo também mais energia disponível para agir no mundo. O fato de ter mais energia disponível é ótimo, mas não dá necessariamente o melhor prognostico da terapia, pois dependerá da forma como utiliza essa energia. 
Oxigenação do corpo e aumento da capacidade de raciocínio: se uma pessoa respira mais profundamente, facilita a produção energética de suas células, oxigena melhor o cérebro (leva o sangue com mais O2 e glicose), aumentando sua capacidade de raciocínio, de reflexão, de criação. 
Diafragma e fala: é a projeção do ar nas nossas cordas vocais que faz com que elas vibrem, possibilitando a fala. Para que consiga projetar o ar é necessário o bom funcionamento do diafragma. Pessoas muito contidas emocionalmente, com dificuldade de expressão verbal e possível que tenham uma contenção e tensão na área diafragmática, uma perda de flexibilidade dessa área.
Possibilidade de expressão das emoções: a pessoa que respira mais profundamente consegue ter expressão emocional, assim como verbal (questão da fala). Nossas defesas, as couraças, consomem muita energia, no sentido de ser rígida, autoritária. Essa paralização do diafragma pode estar ligada a vivências de medo, de desproteção. 
6o segmento: abdominal 
Principais estruturas: intestino grosso, intestino delgado, região lombar e toda a musculatura desse anel. 
Vínculo primitivo com a função materna: o cordão umbilical era o que ligava o feto à mãe até o momento do nascimento. O corte desse marca, simbolicamente e concretamente, a primeira separação de uma simbiose total que havia entre o feto e o corpo materno. Tensões na região abdominal podem significar dificuldade de contato com emoções muito profundas, especialmente aquelas originadas ou associadas à relação com a função materna. Tais como sensação de abandono, rejeição e medo. No adulto essas emoções podem ser revividas em situações de ruptura emocional com o outro, de separação, de término de uma relação amorosa. Especialmente quando essa outra pessoa ocupa, inconscientemente, a função materna. As sensações de cólica, de prisão de ventre estarão associadas. 
A questão das cólicas infantis: o que o corpo de bebês comunica com dores ou cólicas abdominais muito frequentes. O estado emocional da mãe será fundamental para o funcionamento do Sistema Nervoso Autônomo e a produção do leite sofrerá o impacto desse processo. As substâncias bioquímicas do leite sofrerão influência do estado emocional da mãe, por isso é importante pesquisar como a mãe está se sentindo, como o bebê está sendo amamentado, porque a rejeição (a cólica) ao leitematerno pode significar uma questão familiar, na relação mãe-bebê. Se a criança vive a amamentação como desprazerosa, poderá criar defesas. 
Questões para nortear o atendimento do paciente: o que está se passando na relação mãe-bebê e no sistema familiar? Como a mulher está vivendo sua maternidade? O que a paternidade significa para o homem? O que a mãe sabe de ser mãe está ligado a relação dela com a própria mãe e se questões dessa relação não estiverem resolvidas, serão reproduzidas. Por exemplo, se há rivalidade entre elas, se existem sentimentos ambivalentes não elaborados razoavelmente. O principal material emocional para ser pai, também vem da relação deste com seu próprio pai. Por conta das identificações acaba repetindo com o filho dramas que tinha com seu pai, mesmo que de forma oposta ou de forma velada (se apresentar em alguma parte específica da relação). Se o pai se sente perdendo espaço, perdendo a mulher que ocupava o lugar materno para ele, também trará questões importantes para o sistema familiar. Poderá se tornar reativo, retaliar a angústia da perda de algo projetado na mulher. Quando a criança nasce, ela se torna a figura central da família. 
Medo e contração visceral: o intestino é um órgão que tende a responder muito rapidamente a sensações de medo, porque o movimento peristáltico é controlado pelo sistema nervoso autônomo simpático (contração) e parassimpático (expansão). Quando vivenciamos o medo, apreensão ou angústia o órgão que mais rapidamente reage é o intestino (contração visceral) através da prisão de ventre (medo de deixar sair) ou da diarreia (medo tão intenso que não consegue conter). 
4/09/12
7o segmento: pélvico
Principais estruturas: pernas, coxas, pés, bexiga, órgãos genitais e toda a musculatura do quadril para baixo. 
Principal conceito associado: grounding
Sintomas de abasia funcional: pacientes que parecem não sentir, ter dificuldade de contato com solo, sensação de fraqueza nas pernas, de baixa vitalidade, pessoas que andam nas pontas dos pés, como se não estivessem aterrada, até pessoas que não sentem essas áreas (diferentes gradações). A pessoa muito encouraçada perde a conexão com essas áreas. 
Embasamento postural: é o oposto da abasia funcional. Reich percebe que esses pacientes que tinham abasia funcional precisavam de embasamento postural, a capacidade de estar conectado com seu corpo, percebendo o espaço que ele ocupa e com isso tendo equilíbrio corporal e emocional. 
Grounding: Lowen desenvolveu e aprofundou a ideia de embasamento postural, criando o grounding. É a capacidade de se equilibrar no espaço que ela ocupa e de estar em contato com três questões fundamentais – as suas sensações corporais, o ambiente e as pessoas a sua volta. É uma ideia de movimento, é uma capacidade dinâmica, em momentos a pessoa tem essa conexão em outros não. Está associada ao equilíbrio do corpo, a encontrar e manter o eixo do corpo. 
Movimento: através do movimento da região pélvica, da capacidade de locomoção nós vamos em direção ao mundo e chegamos onde queremos. Está associada também a possibilidade de ir em direção aos nossos desejos. Capacidade de ter iniciativa perante o mundo é facilitada pelo seu movimento. Movimento e desejo estão conectados, pois vou em direção aquilo que quero. 
Ler: “o corpo e o psíquico: pressupostos teóricos e metodológicos da clinica em psicoterapia corporal”
20/09/12
O processo psicoterapêutico e a metodologia clínica das psicoterapias corporais 
A respiração e suas funções fundamentais:
1o: foco nas sensações internas – paciente se percebe, muda seu ritmo habitual. Um mecanismo comum nos neuróticos é a evitação e nesse momento pode descobrir uma outra forma de funcionar. 
2o: diagnóstico das emoções contidas ou inibidas – distinção entre as contidas (percebida, mas não expressa) e as inibidas (não é percebida, não faz contato, dificultando ainda mais a expressão). A primeira gera áreas hipertônicas e, a segunda, hipotônica. ? 
3o: trazer à tona os bloqueios corporais – com o aumento da respiração, há o aumento da circulação de ar no corpo, assim o metabolismo, a circulação sanguínea e energética são facilitados. Essa energia, em princípio, encontra mais dificuldade de circulação nas áreas encouraçadas. A partir disso pode se escolher técnicas para trabalharem essas áreas que se manifestaram através da perda de sensibilidade, formigamento, câimbras, dores etc. qualquer modificação corporal. 
4o: indicação das posturas respiratórias inspiratórias ou expiratórias
5o: favorecer o equilíbrio emocional do paciente – o corpo encontrar sua capacidade de auto-regulação.
Orgone é um conceito criado por Reich para designar uma energia primordial universal. No corpo, é chamado de bioenergia. No processo de adoecimento, há uma restrição na circulação dessa energia no nosso corpo. 
Foi a partir do orgone que Reich criou a orgonoterapia, sua terceira fase clínica. Ajuda o paciente na circulação e resgate dessa energia. (1a fase – análise do caráter/ 2a fase – vegetoterapia caracteroanalítica). 
Fundamentação teórica da técnica de mãos em concha: 
Remete ao contato com a realidade interna através da diminuição de estímulo sonoro: foco nas próprias sensações corporais e sentimentos. Faz com que o paciente pare para se perceber. 
Indicação clínica: pacientes com dificuldade de parar para se perceber e sentir; muito agitados; muito impulsivos. 
O significado da presença do terapeuta: as mãos podem representar acolhimento, sensação de proteção, sentimentos relacionados a falta de acolhimento, podem causar desconforto em quem teve um relacionamento sufocante com os pais. 
Fundamentação teórica da técnica de extensão de braços:
O reflexo de moro: susto com barulho alto, com movimento brusco, ansiedade de queda, nessas situações há um movimento automático e instintivo de levantar os braços para procurar proteção. É um vestígio filogenético. 
Significados da técnica: busca de segurança, de proteção, de acolhimento que originalmente era tudo em relação ao corpo materno. À medida em que a criança vai vivendo esse reflexo, esse comportamento que era somente instintivo, com a presença materna, agora marcado pelo afeto, busca colo. Não é mais reflexo, mas a presença do afeto inaugurando um novo gesto da ordem impulsional. A própria demanda de colo amadurece e se transforma no abraço. Não são excludentes, mas um amadurecimento, pois um é só uma demanda e no outro você dá e recebe. 
Indicação clínica: situações em que haja demandas inconscientes de afeto. A pessoa quer algo do outro, mas não percebe isso. A pessoa que bloquei o pedido de ajuda ou de afeto com medo de ser atropelado, por exemplo, com pais invasivos. 
25/09/12
Fundamentação teórica da técnica de verbalização do “eu” com movimento do segmento torácico:
A verbalização do “eu” como expressão e afirmação da própria identidade: representa afirmação de presença, de vontade e escolha. Remete ao desejo. A região torácica está ligada a nossa identidade (“aponta para o peito”). 
Estímulo para o desenvolvimento da expressão dos impulsos de reter e ceder: reter representa o tomar para si, se apropriar e o ceder é deixar para o outro. Apego e desapego são trabalhados nesse exercício. Pode trabalhar sensações recentes, como mais arcaicas. A couraça presentifica, trazem para o presente as tensões emocionais que nós vivemos. Dessa forma, trabalhar a couraça permite trabalhar todos os momentos da vida do paciente, trabalha-se a conexão entre as imagens. Permite observar a expressão facial (contrariedade, por exemplo) e corporal (um tranco ao ceder, por exemplo).
Indicação clínica: paciente com dificuldade de se apropriar das suas próprias escolhas, de assumir seu próprio desejo. Pacientes que tendem a não se posicionar, pessoa blasé, que vai levando. Pode-se trabalhar com “eu quero”, “eu posso”, “eu consigo” etc. É útil também para paciente que tem dificuldade de aceitar o movimento do outro (ou não), a expressão do outro. 
Fundamentaçãoteórica da técnica de verbalização do “não” com movimento do segmento torácico:
Favorece o contato e a expressão da negação: entender como é dizer não, o que se passa quando diz, as fantasias que faz sobre o que vai acontecer se disser e como foram as situações da vida dele em que esse não foi dito e o que decorreu disso. Ainda, como a pessoa expressa o não, por exemplo, quando a pessoa vai se posicionar começa a rir, representando o bloqueio dessa expressão. Dizer não rindo enfraquece a sua expressão. Também, é possível trabalhar como a pessoa recebe o não do outro. 
Evoca imagens de confronto, diferenciação e limite (tanto ouvir quanto falar).
Indicação clínica: pacientes com dificuldade de dizer não, de dar limite, mas por outro lado, também é importante para aqueles que tem dificuldade de aceitar o outro quando diz não. 
As técnicas corporais/trabalhos corporais e os actings (técnica corporal específicas) são propostos dependendo dos seguintes fatores/critérios: 
Antes de começar as técnicas, precisa-se trabalhar, somente verbalmente, para conhecer o paciente – sua história de vida, suas defesas e medos. (análise do caráter)
Dos traços de caráter do paciente: dependendo do conjunto dos mecanismos de defesa do paciente alguns trabalhos são mais indicados. Por exemplo, se muito tímido ou introvertido a técnica de mãos em conchas não seria, em principio, boa. Um paciente que quer pedir ajuda, mas não consegue, a técnica dos braços estendidos seria adequada. 
Dos seus principais bloqueios corporais: em função da couraça do paciente. Por exemplo, se muito enrijecido na região diafragmática, usará técnicas de respiração para destensionar. 
Do momento da terapia: temas centrais que estão aflorando naquele momento, escolherá técnicas específica para ele.
Do campo transferencial: é a interação entre a dinâmica transferencial do paciente e os sentimentos contra-transferenciais do terapeuta. Fundamental compreender o que o paciente projeta naquela relação e como aquilo mobiliza o próprio terapeuta. 
Compreensão da dinâmica do campo transferencial: 	PROVA
Questões fundamentais para o terapeuta:
O que você sente diante do paciente? Você não pode reagir como o mundo reage a ele, não pode repetir com ele a atitude que os outros tem com ele. Para isso é importante a supervisão. Esse sentimento deve ser usado para ajudar o paciente a passar por isso. O sentimento pode ser exposto e trabalhado. 
Obs.: quando repetimos a atitude de alguém (identificação) é uma forma de aproximação. Obs. 2: quando sentimos muita raiva de alguém, é porque ela é muito importante para nós, caso contrário seríamos indiferentes. 
Como o paciente te vê? Em que lugar o paciente te coloca? Adversário, hostil – transferência negativa, irá gerar um desconforto no terapeuta que levará isso para supervisão e terapia. Quando o paciente idealiza ou se apaixona corre o risco do terapeuta gostar e não perceber aquilo como uma questão, que a vida do paciente está mudando, mas em função dele. Para perceber isso é importante que o terapeuta preste atenção no lugar em que é colocado pelo paciente. 
Do que o paciente precisa para crescer? Alguns precisam trabalhar temas ligados ao limite, outros acolhimento (com técnicas verbais e corporais). 
27/09/12
Questões para aprofundar as técnicas corporais:
Quais foram as emoções e os sentimentos vividos durante a técnica? 
Que lembranças surgiram? Temos uma memória corporal além da psíquica. 
Que pensamentos e imagens apareceram?
Que sensações corporais foram percebidas? Mudança na sensibilidade corporal, no tônus muscular etc. 
A que associou a técnica? O movimento, a técnica etc.. Essa associação é o mais importante. 
Não se precisa fazer nessa ordem, nem todas as perguntas. Uma só pode já trazer material para ser trabalhado em uma sessão. Por exemplo, pacientes que racionalizam mais a primeira e a quarta pergunta podem ser mais úteis. Ou pacientes que se perdem nas suas emoções, a terceira pode ser mais indicada. Ou, ainda, pessoa que somatize demais, a última deve ser melhor. 
Os grande temas de compreensão para o processo terapêutico:
Relações familiares 
Como é a relação com a função materna e paterna, com irmãos, filhos, marido/mulher, namorado/namorada, avós;
Quem desempenhou as funções materna e paterna; 
O que sente nessas relações, o que gosta e não gosta, o que ela pensa sobre etc.; 
O que o paciente acha que tem de parecido e de diferente dessas pessoas afetivamente mais importantes – identificação; 
Momentos importantes – bons ou ruins – nas relações com essas pessoas; 
Variações, mudanças na qualidade dessas relações;
Como lidou com eventuais separações e perdas dentro dessas relações. 
Vínculos amorosos e sexualidade
Sentimentos que se repetem nas relações amorosas, quais os padrões emocionais do paciente que aparecem nessas relações. Por exemplo, desconfiança, controle, dependência (relações simbióticas), manipulação;
Quais os padrões típicos nas escolhas amorosas do paciente. Exemplos, parceiros inseguros ou dominadores, no qual não pode confiar etc.; 
Duração das relações – muito longa, mesmo sem sentimento ou muito curtas;
O tempo que investe a relação amorosa e maior ou menor do que gostaria de investir; 
Qual o lugar da sexualidade na vida dessa pessoa. 
 
Relações de amizade
Qual o investimento que o paciente tem nessas relações de amizade; 
Qual o lugar que o paciente ocupa nessas relações (liderança, destaque, “maria vai com as outras”);
Como é a duração dessas amizades e a renovação delas;
Confiança e disponibilidade afetiva nesses vínculos; 
Infância e adolescência
Registros emocionais, referências sobre a gestação, sobre o parto e amamentação; 
Que referências tem sobre a relação amorosa dos pais, antes e depois do seu nascimento, por exemplo, sobre como a mãe engravidou;
Como era a relação da família com ele, quando bebê, principalmente com os principais cuidadores; 
Relação com irmãos, por exemplo, como foi a chegada dos irmãos ou como foi o seu nascimento naquela família;
Quais os eventos afetivamente mais importantes na infância e na adolescência;
Como era o tema da liberdade dentro da família (de fala, de sair da família);
Mudanças importantes que viveu na transição entre infância e adolescência; 
Quais eram os principais grupos de referência do paciente e como se sentia neles (família nuclear, primos, amizades de colégio, amigos das região ou prédio, amigos de infância). Às vezes, em cada grupo se sentia de uma forma diferente. 
Vida profissional ou acadêmica
Como é a relação com colegas de trabalho; 
Como é a relação com responsabilidade e obrigações; 
Como é a relação com a autoridade e a hierarquia.
Lazer, tempo pessoal 
Qual o tempo que o paciente disponibiliza para si próprio; 
Se consegue se dar tempo para não precisar fazer nada – parar significa fazer contato, se deparar com questões íntimas. 
Sempre se parte da intervenção mais ampla possível. Inicia-se com o registro ou descrição do que foi trazido pelo paciente e busca-se ajuda-lo a fazer conexões e associações. Deve-se valorizar a autopercepção de forma a evitar direcionamento, problematizar algo que em principio não é problema ou que o paciente não está pronto para trabalhar. 
Técnicas de intervenção verbal: autopercepção; registrar, descrever; buscar conexões, associações. 
O desenvolvimento da capacidade de contato psíquico:
Contato psíquico: é a capacidade de percepção dos nossos próprios afetos e sensações corporais e também a habilidade para compreender como nos afetamos nas situações presentes por causa de nossas questões históricas não elaboradas. A intensidade como as situações atuais nos afetam e nos atingem está relacionada a situações e emoções não resolvidas dentro de nós (gancho emocional).
Técnica verbal para o desenvolvimento do contato no processo psicoterapêutico:
O que sente ou sentiu em determinada situação?
Qual é a intensidade dessa emoção?
Essa emoção é desconhecida?
Em quesituações já sentiu algo parecido?
As técnicas corporais podem funcionar como instrumento de desenvolvimento do contato. O contato psíquico é também a capacidade de perceber o mundo externo e, principalmente, os sentimentos dos outros, para poder aprofundar a qualidade de nossos vínculos. 
Se as reações foram desproporcionais na situação vivida, significa que está ligada a outra situação, que está sendo transferida e projetada. Essa intensidade é responsável pela formação das couraças do paciente. As couraças mostram no presente tudo que passou no passado, por isso a técnica corporal é um caminho para entrar em contato e trabalhar as emoções que não foram elaboradas no passado. 
Umas das defesas básicas é a negação dos conteúdos angustiantes. 
 O aprofundamento do contato com as emoções (do camada mais externa para a mais interna)
Tristeza / Raiva / Angústia
Força / Fragilidade / Angústia
Raiva / Tristeza, Mágoa / Angústia
Emoções básicas comuns a todos os seres vivos: raiva, alegria, medo e tristeza. Outros autores ainda consideram: nojo/repulsa, surpresa, vergonha, ciúme, inveja e amor. 
 A diferenciação entre traços de caráter e características saudáveis da personalidade.
Manifestações do caráter, às vezes, se assemelham com determinadas características saudáveis da personalidade do paciente. O que define melhor essa diferença é a intensidade e a dosagem, que podem acabar se tornando uma armadilha do caráter. O terapeuta vai ajudar a diferenciar se é uma característica saudável ou traço de caráter, através das técnicas verbais. 
 Os dois fatores de diagnostico da manifestação de um traço de caráter:
A repetição mecânica: o caráter funciona como uma atitude automática repetitiva e padronizada. Quando se manifesta, a pessoa não consegue ser original, criativa, não consegue gerar inovação nem se renovar. Por outro lado, quando a ação da pessoa varia em função daquilo que está acontecendo, do contexto, não é caráter. 
O caráter é egossintônico: o caráter está em sintonia com o ego. O ego reconhece o caráter como uma parte nossa, como relacionado ao nosso jeito de ser. Isso pode ser visualizado na clínica em momentos como: “eu sou assim mesmo”; “não adianta que eu não consigo deixar de ser assim”; “quem quiser gostar de mim vai gostar do jeito que sou”. São defesas, são manifestações do caráter em sintonia com o ego. 
O caráter é uma parte do ego. Reich chama caráter de “caráter do ego”, naquela parte do ego que está ligado aos padrões de relação e padrões defensivos. O ego é o mediador entre eu e o mundo e é muito mais amplo que o caráter. O ego tem uma parte consciente e outra inconsciente, assim também é o caráter. 
As diferenças entre o caráter e o sintoma:
o caráter é egossintônico
o sintoma é egodistônico (em relação ao ego)
O sintoma é percebido como algo estranho, alheio ao ego, porque a pessoa não quer o sofrimento embutido no sintoma, pelo menos não de forma consciente. 
O processo psicoterapêutico e a questão dos sintomas:
O paciente quando procura a terapia ele quer tratar o sintoma, mas a terapia será na verdade para o caráter. Flexibilizando as defesas do paciente, o sintoma não precisará existir daquela maneira. Com a frouxidão das defesas, ele poderá lidar melhor com as angústias e diminuir a produção sintomática. O caráter é uma tentativa de se proteger do sofrimento, mas nessa tentativa a pessoa “erra na mão”, se torna rígido demais, defendido demais, o que faz com que aumente ou crie os sintomas e o sofrimento. 
O sintoma não é um vilão, é o que vai trazer o paciente para a terapia. Devemos entender qual é a mensagem por trás do sintoma para que se possa chegar ao caráter do paciente. O objeto da terapia não é a eliminação do sintoma nem do caráter, mas sim trabalhar os padrões emocionais (caráter) para flexibilizá-los e diminuir os sintomas. 
NÃO CAI NA PROVA: segmento ocular, segmento cervical, segmento abdominal, definição de vegetoterapia, definição de orgone, definição de orgonoterapia, fundamentação teórica da técnica de verbalização do eu e da técnica de verbalização do não, item 9 (grandes temas), diferenciação entre traços de caráter e características saudáveis da personalidade (item 12), definição de amplitude respiratória, definição de contração residual, segmento pélvico.
CAI: item 11 e 13
Exemplo: quais são conteúdos e os significados emocionais associados ao segmento ...
Trabalho de grupo: escolher uma teoria ou prática que tenha relação com o corpo. Fundamentação teórica, falar do corpo que esse teoria ou prática apresenta, correlacionar a visão de corpo com alguns conceitos da psicoterapia corporal, fazer reflexão crítica sobre o tema escolhido. Entregar fontes bibliográficas. 50 minutos. (27/11)
09/10/12
Defesas esquizoides de caráter PROVA G2
Distanciamento afetivo
Medo do contato humano, refúgio no isolamento
Desligamento emocional
Formação das defesas
Preferência por atividades solidárias
Corpo
Baixa tolerância às frustrações e pressões externas
Manejo terapêutico: como trabalhar as defesas do paciente?
	Tipos de caráter segundo Reich + Lowen em “O Corpo em Terapia”
	Fixações nas fases do desenvolvimento libidinal segundo Freud
	Tipos de caráter correspondentes segundo Lowen em Bioenergética
	
Dinâmicas de formação do caráter
	
Disponibilidade de energia
	Esquizoide
	Oral
	Esquizoide
	Privação
	Menor
	Oral
	Oral
	Oral
	Privação
	
	Masoquista
	Anal
	Masoquista
	Supressão
	
	Passivo-Feminino
	Anal
	Masoquista/ Rígido
	Supressão/ Frustração
	
	Compulsivo
	Anal
	Rígido
	Frustração
	
	Fálico-Narcisista
	Fálica
	Rígido
	Frustração
	
	Histérico
	Fálica
	Rígido
	Frustração
	Maior
Dinâmica emocional 
Formação/ origem
Manejo terapêutico 
Esquizoide: pessoa mais distante afetivamente, introvertida, tem medo do contato humano, de relação afetiva. Se uma relação fica mais intensa, ou há uma discussão, algo que signifique tensão, tem a tendência de se afastar e se fechar no casulo esquizoide. Não há disponibilidade afetiva. Pode se representar em uma pessoa muito desligada, que vive no seu mundo próprio com seus devaneios. Essas defesas se formam quando os bebês vivem relações na primeira infância (0-2 anos) bastante difíceis com a função materna, mãe que pouco atendia as demandas orais do bebê (acolhimento, nutrição afetiva, aconchego, calor humano), uma mãe com baixa disponibilidade afetiva para o bebê – uma mãe deprimida, agitada em excesso, irritadiça etc. Uma mãe que pouco pegava o bebê no colo, que não olhava para o bebê na hora da amamentação etc. gera na criança uma sensação de rejeição. São momento vividos de forma ameaçadora, angustiante e desprazerosa. Esse se torna o modelo de relação para criança. Por isso, o esquizoide tem medo do contato humano e o evita. A função do desligamento emocional é evitar entrar em contato com a angústia. É uma tentativa de sentir pouco, de não se conectar com seus sentimentos. Sentir significa sentir o pouco afeto, o afeto angustiante que foi vivido. Por isso, tente a preferir atividades solitárias. A pessoa pode ter uma tendência a intelectualização, o pensamento é mais racional, mais técnico para evitar sentir. É comum que dê a pessoa um bom desempenho, tenha sucesso profissional, o que gera uma imagem de superioridade compensatória, que serve para mascarar a dificuldade de viver sentimentos nas relações humanas, a baixa autoestima e sentimentos de inferioridade. Por conta dessa baixa nutrição afetiva, isso vai manifestar uma sensação corporal de pouca vitalidade, não vai ter muito vigor (força), vai ter tendência a baixa carga energética corporal. É comum também que a pessoa registre baixa sensação de presença, como se não sentisse no seu próprio corpo, sensação de que não está presente vivendo aquelas experiências. Por essa pouca energia, tem pouca tolerância para lidar com frustrações e pressões externas.

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