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O Conceito Antropológico da Cultura

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Artur dos Santos Borto
Assane Eugénio Agostinho
Fanucha Sílvio Dinis
Jacinta Valente
Macabeu Jermias Alfai
Malique Alfane
Toné Mário Zacarias 
O conceito antropológico da Cultura
Universidade Rovuma
Nampula
2019 
Artur dos Santos Portoi
Assane Eugénio Agostinho
Fanucha Sílvio Dinis
Jacinta Valente
Macabeu Jermias Alfai
Malique Alfane
Toné Mário Zacarias 
O conceito antropológico da Cultura
 (Licenciatura em ensino de Física com habilitações em energias renováveis)
Trabalho do 1º grupo da cadeira de Antropologia Cultural de moçambique a ser apresentado ao departamento de FCNM, orientado pela docente:
dr.
Universidade Rovuma
Nampula
2019
Introdução 
Toda sociedade possui um conjunto único de valores, que foi construído através de sua história e deve ser compreendido e respeitado. Trata-se do conjunto de conhecimentos, valores, símbolos, tradições, ideias, costumes e práticas que se tornam características de um grupo, seja ele familiar, social, étnico, religioso e assim por diante, designados por cultura. Para este trabalho pretende-se abordar sobre a Cultura e Sociedade, A noção antropológica da Cultura, Características da noção antropológica de cultura, A Cultura material e imaterial.
O conteúdo do conceito antropológico de cultura
O conceito de cultura não é e nunca foi unânime. Quando um leigo se refere ao termo cultura, ele geralmente tem em mente o conceito mais erudito, que levaria em conta apenas as artes, as manifestações culturais de prestígio em uma sociedade: teatro, cinema, dança etc. Poder-se-ia pensar também em fatos geográficos e históricos relevantes de uma sociedade, como no termo alemão Landeskunde, a ser discutido mais adiante, que pode abarcar tantos aspectos da chamada cultura subjetiva, quanto da cultura objetiva (fatos, números).
A primeira veria a cultura como tudo aquilo que o ser humano produz e que seria oposto à natureza. Cultura seria algo que os grupos humanos passariam para seus descendentes. Franz Boas (1911, 1963) é um dos representantes desse grupo, pois ele via a cultura como todas as ações do homem face à natureza e aos outros indivíduos. Para Boas, o ser humano apreende o mundo sob a ótica de sua cultura, a famosa “lente” já citada anteriormente que de alguma forma molda nossa visão de tudo o que vemos.
A segunda teoria, denominada de cognitiva, veria a cultura como uma síntese dos conhecimentos que são compartilhados pelos membros de uma determinada sociedade e que lhes servem de parâmetros para interagir entre si e também para apreender o mundo à sua volta, como foi sintetizada por Goodenough (1964 apud Duranti 1997).
A terceira teoria, cujos representantes mais famosos seriam Lévi-Strauss e Geertz, considera a cultura como uma maneira de representar o mundo e de entendê-lo. No entanto, enquanto o primeiro vê as culturas como adaptações da mente humana aos vários ambientes em que os seres humanos vivem para que possam viver de maneira satisfatória, para o segundo, o que é mais interessante é justamente ver aquilo que é comum a todas as culturas, a fim de traçar regras gerais para o entendimento das culturas humanas. Já para estudiosos defensores da quarta teoria, como Marx, a cultura seria um mediador entre o ser humano e seus afazeres, i.e. tudo aquilo que o homem produz com o intuito de atingir seus objetivos, seja material ou não. 
A quinta abordagem, pós-estruturalista, que teve em Bourdieu um de seus expoentes, vê a cultura como um sistema de práticas mediadas pelas relações que se estabelecem dentro de uma sociedade, abarcando aquelas entre indivíduos e também entre indivíduos e instituições. 
O sexto entendimento do que seria cultura a vê como um sistema interativo, i.e. tudo o que o ser humano faz deve ser entendido dentro do contexto social. A cultura seria um resultado das interações entre os indivíduos de cada sociedade.
Laraia (2003) também faz um apanhado das várias teorias que tratam do conceito de cultura. É interessante notar que segundo o autor (Laraia 2003:25), o termo alemão Kultur já era utilizado no século XVIII “para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente às realizações materiais de um povo”. 
O antropólogo inglês Edward Tylor teria sintetizado ambos os conceitos no termo inglês culture. 
De acordo Laraia (2003:68) cultura é “O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, resultado da operação de uma determinada cultura.”
A cultura seria para Laraia uma espécie de guia de comportamento em cada sociedade. Ela determinaria como nos vestimos, o que é considerado adequado ou não em uma sociedade, como nos comportamos em relação aos demais, enfim, nossos ações seriam mediadas por aquilo que recebemos através da socialização.
Cultura e Sociedade
Segundo Eagleton (2005: 184), a cultura, “não é unicamente aquilo de que vivemos. Ela também é, em grande medida, aquilo para o que vivemos. Afeto, relacionamento, memória, parentesco, lugar, comunidade, satisfação emocional, prazer intelectual, um sentido de significado último.”
Em outras palavras, cultura também nos dá um sentido, uma finalidade para vivermos.
Para Santos (1994), cada cultura é um produto de uma história em específico, implicando também a interação com outras culturas que podem ter elementos bem distintos. Essa interação entre culturas descrita por Santos também é estudada por Edward Said apud Eagleton (2005), que parte da premissa de culturas híbridas. O autor salienta que as culturas estão entrelaçadas umas com as outras, ganhando esse caráter heterogêneo.
Para Eagleton, as pessoas tanto do sexo feminino ou masculino comumente tendem a realizar manifestações primando mais as questões culturais do que políticas, essas batalhas culturais dão-se por três frentes: cultura como civilidade, cultura como identidade e cultura como algo comercial no sentido consumista. A cultura como civilidade está em constante conflito com a cultura de identidade e consumista. Mas um viés interessante da cultura segundo Eagleton é que ao mesmo tempo em que a tradição cultural derruba impérios ela também os constrói.
Características da noção antropológica de cultura
Em todos os espaços e tempos, a vida humana tem acarretado crenças, criado normas, idealizado valores, inventado instrumentos, desenvolvido aptidões, produzido obras de arte, etc., que a caracterizam e lhe conferem autenticidade ou identidade própria. Isto é, cada grupo humano realiza-se através de uma cultura e esta apresenta-se como a expressão material e/ou espiritual da vida social concretizando-se no que é socialmente aprendido e partilhado pelos membros do grupo.
A cultura é simbólica: porque é o conjunto de significados e valores transmitidos através de símbolos e sinais.
A cultura é social: por causa do seu carácter simbólico, ela é transmitida e comunicada socialmente por meio de hábitos, costumes e preceitos que padronizam os comportamentos dos indivíduos. Ela pertence ao grupo humano e não é individual sendo que o indivíduo recebe socialmente a cultura que lhe é transmitida pela sociedade no seu conjunto.
A cultura é selectiva: ela é um permanente processo que implica reformulações. Este processo se acentua na sucessão das gerações, onde alguns valores são relegados a esquecimento enquanto outros são incorporados, ditando, deste modo novos padrões diferentes.
A cultura é dinâmica e estável: é estável porquanto se submete à tradição, à identidade e à institucionalização de padrões de comportamento. é dinâmica porque é susceptível às mudanças.
A cultura é universal e regional: é universal na medida em que é um fenómeno que acontece em todas as sociedades, pois não há povo desprovido de cultura. É regional não porque seja diferente do fenómeno geral ou da cultura universal,mas pelo facto de cada povo alimentar seus interesses dentro do conjunto cultural próprio, conforme às situações e necessidades particulares.
A cultura é determinante e determinada: é determinante quando se impõe aos indivíduos e eles não podem agir de uma forma diferente daquela imposta pela própria cultura, isto é, quando o homem se torna produto da cultura. É determinada quando se transforma ao longo do tempo através de factores que possam ditar suas mudanças, ou seja, quando o homem se torna produtor da cultura.
A Cultura material e imaterial
Cultura material e cultura imaterial são dois tipos de patrimônio que expressam a cultura e características de determinado grupo ou região.
A cultura material é composta por elementos concretos, como construções e objetos artísticos. Já a cultura imaterial é relacionada a elementos abstratos, como hábitos e rituais.
A cultura material é associada aos elementos concretos de uma sociedade, representando a cultura e história de sua população. Os bens de natureza material podem ser móveis ou imóveis.
Alguns antropólogos como Robert Redfield, Ralph Linton, Murdock e outros têm identificado a cultura só com os aspectos cognitivos e mentais: ideias, visão do mundo, códigos culturais. Estes antropólogos consideram a cultura material como um produto da cultura e não cultura em si mesma.
Esta postura é difícil de defender porque a cultura material (exemplo: os avances tecnológicos) exercem uma influência muito grande nos aspectos cognitivos e mentais, ao mesmo tempo que geram novos valores e crenças. A tecnologia permite que os humanos nos adaptemos ao nosso entorno, ao mesmo tempo que os valores e as ideologias. As catedrais medievais e as pirâmides egípcias reflectem determinados interesses, fins e ideias da cultura na qual nascem. São a manifestação de ideias religiosas, políticas e científicas. Os dois aspectos (materiais e não materiais) devem ser considerados como partes integrantes da cultura, os dois estão estreitamente ligados. Maurice Godelier (1982) chegou a afirmar que todo o material da cultura se simboliza e que todo o simbólico da cultura se pode materializar. 
Marshall Sahlins (1988) destaca como o carácter constitutivo da cultura invalida a distinção clássica entre cultura material e imaterial, plano económico e cultural. Ele integra os dois pólos, pois os seres humanos organizam a produção material da sua existência física como um processo significativo que é o seu modo de vida. Todo o que os humanos fazem está cheio de sentido e de significado. Por exemplo, cortar uma árvore (para lenha, para construir uma canoa, para criar uma escultura, para fazer pasta de papel) pode significar modos culturais específicos. O valor de uso não é menos simbólico ou menos arbitrário que o valor da mercadoria. Assim o sublinha Sahlins: 
“As calças são produzidas para os homens e as saias para as mulheres em virtude das suas correlações num sistema simbólico, antes que pela natureza do objecto per se, ou pela sua capacidade de satisfazer uma necessidade material...” (Sahlins, M.,1988 )
Conclusão 
Bibliografia 
mudança social in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-09-23 09:09:42]. Disponível na Internet			https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$mudanca-social

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