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Resumo de Saúde indígena

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Bárbara Freire – 2019.2 
MOD 03 
 
1 
 
Caso 01 – Saúde do índio 
Objetivos de Aprendizagem: 
1. Conhecer a organização da politica nacional indigena, destacando os orgãos componentes; 
2. Conhecer a distribuição das etnias indigenas no brasil, destacando as comunidades pernambucanas; 
3. Compreender os principais agravos que acometem a saúde indígena, relacionando aos métodos profiláticos e calendário vacinal; 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Atualmente, são pouco mais de 500 mil, ou 0,2% da população nacional, pertencentes a 210 etnias, falando 180 línguas e vivendo em 12% do 
território nacional, a maioria em locais de difícil acesso e baixas tecnologias. 
- Brasil conta, atualmente, com cerca de 547 mil índios em mais de 4,2 mil aldeias distribuídas em 24 estados e 432 municípios. 
– Segundo a FUNASA, as taxas de morbidade e mortalidade de índios são 3 a 4 vezes maiores que os índices da população brasileira em geral. Entre 
as principais causas de morte relatadas, destacam-se violência externa e à disseminação de doenças 
infecciosas como gripe, sarampo, varíola e tuberculose. 
– O perfil epidemiológico da população indígena se caracteriza por doenças infectoparasitárias, como as infecções respiratória e doenças diarreicas 
agudas. 
 
ORGANIZAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL INDÍGENA 
 
1. HISTÓRIA 
- A política indígena começou, oficialmente, com a criação, em 1910, do Serviço de Proteção ao Índio e Trabalhadores Nacionais (SPI). O órgão era 
vinculado ao Ministério da Agricultura e destinava-se a proteger os índios, procurando o seu enquadramento progressivo na sociedade e o de suas 
terras no sistema produtivo nacional. 
- Inicialmente, para amparar e defender esse contingente de cidadãos brasileiros, a Medida Provisória (MP) nº 1.911-8, de 29 de julho de 1999, que 
dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, entre outras providências, determinou a transferência, da Fundação 
Nacional do Índio (Funai) para a Funasa. 
- Em 31 de agosto de 1999, o Senado Federal aprovou, sem emendas, o projeto de lei originário da Câmara dos Deputados que criou o Subsistema 
de Atenção à Saúde Indígena. De autoria do deputado federal Sérgio Arouca. 
- Com o surgimento da nova legislação, incluída no capítulo V da Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, que estabeleceu o Sistema Único de Saúde 
(SUS), a responsabilidade formal e de toda a estrutura de Estado relacionada ao atendimento à saúde indígena, incluindo as unidades de saúde, os 
funcionários, as funções de confiança e os recursos orçamentários, passou a ser da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo do 
Ministério da Saúde. O texto prevê, ainda, que “as populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e a centros 
especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde”. Além disso, eles podem 
“participar da avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for 
o caso”. 
- “Saúde é direito de todos e dever do Estado” (Sérgio Arouca). 
- “Lei Arouca” (nº 9.836/99) transferiu as ações de saúde indígena para a Funasa. 
- Finalmente, instituída em 2002 pela da Portaria nº 254, de 31 de janeiro do mesmo ano, a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas 
(PNASPI) exigiu a adoção de um modelo complementar e diferenciado de organização dos serviços – voltados à proteção, promoção e recuperação 
da saúde – que assegurasse aos índios o exercício de sua cidadania. Para efetivação disso, a FUNASA criou uma rede de serviços de saúde para suprir 
as deficiências do acesso ao SUS. 
 
2. A FUNASA 
- A Funasa era gestora do Subsistema de Saúde Indígena, na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS). 
- Dentre as unidades que compunham a Fundação, destacavam-se, nas ações de atenção integral à saúde — e além dos Distritos Sanitários Especiais 
Indígenas —, as 26 Coordenações Regionais (Cores), instaladas em todos os estados, com exceção do Distrito Federal, sede da Funasa. 
- Cabe a essas Coordenações garantir o cumprimento da missão institucional, a administração de recursos humanos e bens patrimoniais. 
 
O Departamento de Saúde indígena (DESAI) 
As atribuições do Desai são a de promover, proteger e recuperar a saúde dos povos indígenas, segundo as peculiaridades, o perfil epidemiológico e a 
condição sanitária de cada comunidade, além de planejar, coordenar, executar e fiscalizar as atividades de atendimento integral à saúde dos povos 
indígenas no âmbito SUS. E também, serviços de saneamento ambiental em áreas indígenas, em articulação com o Departamento de Engenharia de 
Saúde Pública (Densp). 
 
3. CONFERÊNCIAS 
Para debater especificamente a saúde indígena foram realizadas, até agora, quatro Conferências Nacionais de Saúde Indígena (CNSI), todas com a 
participação da Funasa. 
- I Conferência Nacional de Proteção à Saúde dos Povos Indígenas (1986) 
- II Conferência Nacional de Proteção à Saúde dos Povos Indígenas (1993)  resultou na Lei Arouca (9.836/99), responsável pela instituição do 
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. Foi defendida/porposta a autonomia administrativa dos (Dseis). 
- III Conferência Nacional (2001) criação dos Conselhos Distritais - assumiram funções mais consistentes. Outra conquista foi a inclusão da mulher 
indígena na participação das políticas públicas para os povos indígenas. 
 - IV CNSI (2006)  O objetivo foi avaliar a situação de saúde nos Dseis — destacando a importância de sua autonomia — e do Subsistema Indígena, 
no âmbito do SUS. 
 
4. A ESTRUTURA 
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- A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) prevê uma atuação coordenada entre órgãos e ministérios. Um dos principais 
critérios adotados para o cumprimento das diretrizes formuladas foi a organização dos serviços de atenção à saúde desses povos na forma de 
Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis). Além deles, unidades como os Postos de Saúde, Polos-Base e as Casas de Apoio à Saúde do Índio 
(Casais) estão à disposição das comunidades indígenas. 
- Os Dseis  O Distrito Sanitário é um modelo de organização de serviços orientado para ser um espaço etnocultural dinâmico, com foco na eficiência 
e na celeridade, bem de acordo com as especificidades dos povos indígenas.( divididos por área territorial indígena – existem 34 no total). Com a 
autonomia, os indígenas poderão, por exemplo, acompanhar e supervisionar as atividades do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS. 
Agilizando, dessa forma, a prestação de serviços. 
- Os Polos base são a primeira referência para os Agentes Indígenas de Saúde (AISs) que 
atuam nas aldeias, tanto na atenção primária como nos serviços de referência. Além de 
prestar assistência à saúde, realiza a capacitação e supervisão dos AISs. Esses polos 
possuem UBS e equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSIs) .Os agravos de 
maior complexidade são a rede de serviços SUS mais próxima. 
- Os Postos de saúde  funcionam como apoio estratégico, e são construídas de acordo 
com as necessidades de cada região. Neles são executadas atividades de atenção básica à 
saúde, tais como o acompanhamento de crianças e gestantes, imunização e o atendimento 
a casos de doenças mais frequentes, como infecção respiratória aguda, diarreia e malária. 
Além do acompanhamento de pacientes crônicos e de tratamentos de longa duração, 
também são desenvolvidas ações de primeiros socorros, de promoção à saúde e 
prevenção de doenças de maior prevalência. E, ainda, oficinas de educação sanitária e 
atividades de apoio às equipes multidisciplinares. 
- As Casais Estão localizadas em diversos municípios brasileiros, nelas, são executados os 
serviços de apoio aos pacientes indígenas encaminhados à rede do Sistema Únicode Saúde 
(SUS).As Casais têm condições de receber, alojar e alimentar pacientes encaminhados e acompanhantes; prestar assistência de enfermagem 24 horas 
por dia; marcar consultas, exames complementares ou internação hospitalar; providenciar o acompanhamento dos pacientes nessas ocasiões e o 
seu retorno às comunidades de origem. Além disso, são promovidas atividades de educação em saúde, produção artesanal, lazer e atividades para 
os acompanhantes e para pacientes em condições de participar desses eventos. 
 
5. O FINANCIAMENTO 
- Subsistema de Atenção à Saúde Indígena é financiado pelo Tesouro Nacional por intermédio do Programa 0150 — Proteção e Promoção dos Povos 
Indígenas / Ações de Saúde —, sob a gerência da Fundação Nacional do Índio (Funai) e descentralizado para a Funasa, por meio do Ministério da 
Saúde. 
- O dinheiro provem ainda de acordos de empréstimos pactuados entre o governo brasileiro e o Banco Mundial, destinados à Modernização do 
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (Vigisus) e, também, de incentivos do Ministério da Saúde, denominados Incentivo da Atenção Básica aos 
Povos Indígenas (IAB/PI) e Incentivo da Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE/PI), regulado pela Portaria nº 2.656/GM/MS, de 17 de 
outubro de 2007. 
- Funasa buscou, nesses dez anos, estruturar as unidades de saúde, dotando-as de equipamentos médico-hospitalares, odontológicos, de 
informática, aparelhos de comunicação, veículos terrestres e fluviais, mobiliários em geral e sistema de energia solar, entres outros, e também 
investindo na construção, ampliação e reforma de Postos de Saúde, Polos-Base e Casas de Apoio à Saúde do Índio (Casais). 
 
6. RECURSOS HUMANOS 
Equipe de recursos humanos: Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSIs), os Agentes Indígenas de Saúde (AISs) e os Agentes Indígenas de 
Saneamento (Aisans). 
- EMIs As equipes são compostas por médicos, enfermeiros, odontólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, técnicos de consultório 
dentário e de higiene dental, Agentes Indígenas de Saúde (AISs), Agentes Indígenas de Saneamento (Aisans), técnicos em saneamento, agentes de 
endemias e microscopistas. 
- O Núcleo Distrital de Atenção à Saúde  auxilia com outros profissionais tais como farmacêuticos, bioquímicos, psicólogos, antropólogos e 
assistentes sociais, entre outros, considerando as necessidades específicas dos indígenas 
- AIS  os Agentes Indígenas de Saúde são fundamentais nas ações de atenção desenvolvidas nas aldeias. O objetivo é a apropriação da medicina 
ocidental, sem negligenciar as práticas culturais próprias. Os agentes fazem o atendimento aos casos de doenças mais frequentes, como infecção 
respiratória, diarreia e malária. Eles estão aptos, ainda, a prestar primeiros socorros e acompanhar e supervisionar tratamentos de longa duração. 
- Aisan  São selecionados por suas comunidades e capacitados para identificar os aspectos políticos, econômicos e etnoculturais de seu território, 
com vistas à intervenção nas ações de saneamento. Abastecimento de agua, cuidado com o lixo. 
** VIGISUS  os objetivos envolvem a ampliação da cobertura e da qualidade das ações básicas de saúde indígena e o desenvolvimento de 
estratégias de intervenções em problemas como desnutrição, alcoolismo e suicídio. Além disso, há o programa de bolsas de estudo que financia 
estudantes indígenas de nível superior que atuarão na área da saúde. 
 
7. MONITORAMENTO 
- Sistema de Informações de Atenção à Saúde Indígena (Siasi)  Além de dados demográficos, nesse sistema são inseridos, pelos Distritos, dados de 
imunização e de morbidade (incidência relativa de uma doença), utilizados para monitoramento das ações no âmbito dos Dseis. No módulo de 
imunização, são registradas todas as vacinações, o que permite saber o número de indígenas que já foram atendidos. Esse acompanhamento 
também possibilita realizar o trabalho de busca ativa dos faltosos, além de manter atualizado o cartão de vacina do indígena, que é um aliado na 
organização dos serviços. O Siasi também dispõe de um módulo de saúde bucal que monitora os indicadores epidemiológicos de cárie e doença 
periodontal dos indígenas, além de dados de produtividade da atenção, com levantamentos por aldeia e perfis por etnia, entre outras ações. 
- Sistema de Controle de Estoques e Consumo de Medicamentos (Siscoesc)  objetivo de melhorar a logística de compra e armazenamento de 
medicamentos. 
- Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (SISVAN)  objetivo principal promover informação contínua sobre as condições nutricionais 
da população e os fatores que as influenciam. 
 
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8. GESTÃO ATUAL 
 A responsabilidade pela gestão e direção da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas cabe ao Ministério da Saúde. Até o ano de 
2010, o órgão responsável pela execução das ações relacionadas à saúde indígena era a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), por intermédio do 
Departamento de Saúde Indígena (DESAI), e pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). A FUNASA tinha como atribuições e se estruturava 
da seguinte forma: 
 - estabelecer diretrizes e normas para a operacionalização da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas; 
- promover a articulação intersetorial e intrasetorial com as outras instâncias do Sistema Único de Saúde; 
- coordenar a execução das ações de saúde e exercer a responsabilidade sanitária sobre todas as terras indígenas do país; 
- implantar e coordenar o sistema de informações sobre a saúde indígena no país. 
 Porém, houve mudanças em relação à saúde indígena em 2010 e o órgão responsável pelas ações deixou de ser a FUNASA. Foi criada uma secretaria 
dentro do Ministério da Saúde, a Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI, que passa agora a coordenar e avaliar as ações de atenção à saúde no 
âmbito do Subsistema de Saúde Indígena. 
 
 O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) 
- Criados pela Portaria MS n° 2607, de 10 de dezembro de 2004, e ganharam autonomia no Decreto nº 6.878, assinado em 18 de junho de 2009. 
- O DSEI é a unidade gestora descentralizada (desde 2009) do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Trata-se de um modelo de 
organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado –, que 
contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da 
rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-gerenciais necessárias à prestação da assistência, com o Controle 
Social. 
- No Brasil, são 34 DSEIs divididos estrategicamente por critérios territoriais e não, por estados, tendo como base a ocupação geográfica das 
comunidades indígenas. Além dos DSEIs, a estrutura de atendimento conta com postos de saúde, com os Polos base e as Casas de Saúde 
Indígena (Casais). 
 
 Polo Base 
- Com o objetivo de atender grande parte das demandas de saúde das comunidades indígenas, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) 
possuem Polos Base para o atendimento dos indígenas. Os polos são a primeira referência para as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) 
que atuam nas aldeias. 
- Cada Polo Base cobre um conjunto de aldeias. No Brasil, os 34 DSEIs abrigam 351 Polos Base. Existem dois tipos, que são classificados de acordo com 
a complexidade de ações que executa: 
 
 
 
 Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI 
- Os decretos nº 7335 e 7336 criados em 2010, pelo então presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, 1º)redefine as atribuições e a organização da 
Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), enquanto o 2º)oficializa a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), dentro da estrutura do 
Ministério da Saúde, garantindo os cargos e insumos necessários ao funcionamentoda secretaria. 
- Cabe a SESAI coordenar e avaliar as ações de atenção à saúde no âmbito do Subsistema de Saúde Indígena; promoção, articulação e a integração 
com os setores governamentais e não governamentais que possuam interface com a atenção à saúde indígena. É responsabilidade da Secretaria 
também identificar, organizar e disseminar conhecimentos referentes à saúde indígena e estabelecer diretrizes e critérios para o planejamento, 
execução, monitoramento e avaliação das ações de saneamento ambiental e de edificações nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas. 
- Secretaria conta com 2 departamentos: 
1º O Departamento de Gestão da Saúde Indígena = responsabilidade de garantir as condições necessárias à gestão do Subsistema de Atenção à 
Saúde Indígena; promover o fortalecimento da gestão nos DSEIs. Coordenar as atividades relacionadas à análise e à disponibilização de informações 
de saúde indígena e promover e apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas em saúde indígena. 
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2º O Departamento de Atenção à Saúde Indígena = tem a missão de planejar, coordenar e supervisionar as atividades de atenção integral à saúde 
dos povos indígenas; orientar e apoiar a implementação de programas de atenção à saúde para a população indígena, segundo diretrizes do SUS; 
planejar, coordenar e supervisionar as atividades de educação em saúde nos DSEIs, além de prestar assessoria técnica a essas equipes. 
 
 Programa de Formação de Agentes Indígenas de Saúde e de Saneamento (AIS/AISAN) 
O programa foi concebido para fortalecer a organização dos serviços de atenção primária nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas e também a 
presença dos AIS e AISAN nas equipes de saúde indígena. 
- Cerca de 4.263 AIS e 1.706 AISAN (Codepaci, 2016) atuam no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), e sua qualificação é uma 
demanda antiga do movimento indígena e indigenista, que visa responder a uma necessidade estrutural do SasiSUS. 
- Tendo em vista a importância estratégica dos AIS e AISAN nos serviços de Saúde Indígena e a necessidade de sua qualificação, a Secretaria 
Especial de Saúde Indígena (SESAI), em parceria com a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGETS) e a Fun dação Osvaldo 
Cruz do Mato Grosso do Sul (FIOCRUZ-MS) elaborou o Programa de Qualificação de AIS e AISAN, que é composto de: 
 Mapa de Competências do AIS; 
 Mapa de Competências do AISAN; 
 Diretrizes para a Formação Pedagógica dos Docentes; 
 16 Cadernos temáticos ilustrados que compõem o material didático do Programa de Formação de Agentes Indígenas de Saúde e de 
Saneamento. 
 
 Controle social na Saúde indígena 
De acordo com a Lei 9.836/99, que dispõe sobre as condições para a promoção de saúde e as ações relacionadas à atenção integral aos povos 
indígenas, está garantida a participação indígena nos órgãos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas de saúde, 
que são os conselhos de saúde. Integrados ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), os conselhos de saúde indígena estão organizados 
em: 
- Conselho Local de Saúde Indígena (CLSI)  permanente, consultivo composto somente por indígenas; 
- Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi)  permanente, paritário e deliberativo; 
- Fórum de Presidentes dos Condisi (FPCondisi)  permanente e consultivo. 
Cada Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) tem um Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) responsável por fiscalizar, debater e 
apresentar políticas para o fortalecimento da saúde em suas regiões. 
 
 Fórum de presidentes do Condisi (PFcondisi) 
- Institui o Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (FPCondisi) que tem por finalidade zelar pelo cumprimento das diretrizes 
do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), articulado com o Sistema Único de Saúde (SUS), das Leis Complementares Específicas à Saúde 
Indígena, além de promover o fortalecimento e a promoção do Controle Social em saúde. Cabe ao Fórum, ainda, atuar na formulação e no controle da 
execução da Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena. 
- Formado pelos 34 presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena, o Fórum tem caráter consultivo, propositivo e analítico e é a instância 
máxima de assessoramento das Políticas de Saúde Indígena, no âmbito do Subsistema de Saúde Indígena, sem prejuízo das competências 
deliberativas do Conselho Nacional de Saúde. 
 
 Sistema de Informação da atenção a saúde indígena ( SIASI) 
O Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI) é composto de dados primários vindos da atenção primária à saúde prestada pelas 
Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), gerenciado pela Secretaria Especial 
de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. 
Desenvolvido em linguagem de programação Java (ambiente Web) e Java Swing (aplicativo local) e utilizando Oracle e Postgres, respectivamente, 
como gerenciadores de banco de dados, a nova versão do sistema incorpora diversas novidades tecnológicas. Uso de criptografia na transmissão de 
dados e outras metodologias de segurança, além de completa integração com os padrões do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), 
permitem maior segurança do dado e adequação à lei de acesso à informação e as normatizações do governo federal. 
 
DISTRIBUIÇÃO DAS ETNIAS PELO BRASIL E PERNAMBUCO 
População Brasileira 
- A atual população indígena brasileira é de 817.963 (2010) indígenas, dos quais 502.783 (2010) vivem em zona rural e os demais em zona urbana. É 
importante salientar que todos os estados da federação, inclusive o Distrito Federal, possuem populações indígenas, porém, apresentam distribuição 
desigual. A região norte permanece abrigando a maior quantidade de indígenas, seguido por Nordeste e Centro-Oeste. 
- Foram registradas 274 línguas indígenas, sendo que 17,5% da população indígena não fala a língua portuguesa; quanto às etnias, foram 
identificadas um total de 305. 
- Na região norte, o estado com maior contingente é o Amazonas; na região nordeste, o estado da Bahia é o de maior contingente, seguido por 
Pernambuco. Na região centro-oeste, o principal estado é o Mato Grosso do Sul; no Sudeste, São Paulo vem em primeiro lugar; e, por fim, no Sul, é o 
Rio Grande do Sul. 
- O povo Tikuna, residente no Amazonas, em números absolutos, foi o que apresentou o maior número de falantes e consequentemente a maior 
população (46.000). Em segundo lugar, em número de indígenas, ficou o povo Guarani Kaiowá (43.000) do Mato Grosso do Sul e em terceiro lugar os 
Kaingang da região Sul do Brasil. 
Em Pernambuco 
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Existem legalmente sete grupos indígenas: 
 Os Fulni-ô (Águas Belas) 
 os Pankararu (Petrolândia e Tacaratu) 
 Os Xucuru (Pesqueira) 
 Os Kambiwá (Ibimirim, Inajá e Floresta) 
 Os Kapinawá (Buíque) 
 Os Atikum (Carnaubeira da Penha) 
 Os Truká (Cabrobró) 
É importante ressaltar que Pernambuco é o 4o estado do Brasil com maior número de indígenas. Sendo os mais populosos; 1°) Xucuru; 2°) Pankararu; 
3°) Atikum; 4°) Truká. 
 
 
 
 
AGRAVOS QUE ACOMETEM A POPULAÇÃO INDÍGENA 
 
– A incidência da tuberculose tem se reduzido nas áreas indígenas devido à prevenção, embora ainda sejam altas as taxas de ocorrência da doença na 
população indígena. 
– A malária é endêmica no Nordeste, com média de 500 mil casos por ano, onde 33 mil ocorrem na população indígena. 
– Tem-se uma incidência mais alta de hepatites virais B e C, bem como de outras infecções sexualmente transmissíveis. 
– As hepatites A e E, de transmissão oral fecal, são endêmicas e podem causar epidemias em regiões com condições sanitárias precárias. 
– Em geral, as doenças preveníveis por vacina têm incidência aumentadana população indígena. 
– A desnutrição é um fator relevante no cenário epidemiológico indígena. 
 Diarreias: Em alguns grupos indígenas é muito frequente. Consumo de água contaminada é o principal responsável pela. Essa doença, 
principalmente em crianças e idosos, é capaz de matar e tem sido a principal responsável por cerca de 60% das mortes das crianças 
menores de um ano de idade. É uma das principais causas de hospitalização entre as crianças indígenas do país. Região Norte apresentou 
o maior número de casos. 
 Hepatites virais: hepatite A é transmitida pela água contaminada por fezes humanas. Hepatites B, C e D podem ser transmitidas através de 
relações sexuais, uso de seringas e agulhas ou contato com sangue e secreções que contenham o vírus. 
 TB: muito presente na população brasileira como um todo, mas atinge os indígenas de modo muito mais grave. É considerada uma 
endemia e atinge mais de três vezes mais os indígenas, em relação aos não índios. TB está entre as dez principais causas de morte nas 
comunidades indígenas e é umas das doenças mais notificadas aos serviços de saúde. 
 Infecções respiratórias agudas: gripe, sinusite, amigdalite, faringite, bronquiolite e pneumonia. São as principais causas de atendimento, 
internação e óbito de crianças indígenas < 5 anos. Além disso, quando têm IRAs, crianças indígenas menores de um ano de idade morrem 
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mais do que as crianças não indígenas. Junto com as diarreias, as infecções respiratórias foram a principal causa de internação de crianças 
menores de cinco anos. 
 Malária: Incidência e transmissão é mais comum na região conhecida como Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato 
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), pelo clima e local adequado para o principal transmissor da doença. No Tocantins desde 
2006 não há casos de malária na população indígena. 
 Saúde mental : 
1. Alcoolismo : prevenção de agravos à saúde relacionados ao uso de álcool tem-se como intento principal evitar a intoxicação alcoólica 
aguda, e não a dependência ao álcool, pois “o risco de problemas decorrentes de um único episódio de intoxicação é mais alto entre 
aqueles que o fazem infrequentemente do que entre aqueles que bebem com mais frequência” 
2. Suicídio: 
 IST: As ações preconizadas e desenvolvidas nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas envolvem a educação e promoção de práticas 
seguras contextualizadas culturalmente, a disponibilização de preservativos, a vacinação contra a hepatite B e a realização de inquérito 
sorológico para hepatites virais, visando ao acompanhamento e tratamento dos casos diagnosticados. 
IMPORTANTE ! 
Uma pesquisa apontou que 10,3% dos indígenas, tanto do sexo masculino quanto do feminino, apresentam sintomas de HAS. Intolerância 
à glicose foi observada em 30,5% das mulheres – quase 7% com DM – e em 17% dos homens. Dislipidemia foi detectada em 84,4% dos participantes 
da pesquisa. Por fim, constatou-se que 57% dos homens e 36% das mulheres sofria com excesso de peso. Já a obesidade central predominou entre 
as indígenas com 68%. Os dados foram colhidos de 179 indígenas no Parque Indígena do Xingu, em dois períodos: julho de 2010 e agosto e setembro 
de 2011. Na ocasião foram realizadas entrevistas, exames e testes físicos. 
 
Fonte: 
https://www3.ufpe.br/remdipe/index.php?option=com_content&view=article&id=427&Itemid=240 (mapa de PE) 
http://www.saude.gov.br/saude-indigena 
http://www.saude.gov.br/saude-indigena/saneamento-e-edificacoes/dseis 
http://www.saude.gov.br/saude-indigena/programa-de-formacao-de-agentes-indigenas-de-saude-e-de-saneamento 
http://www.saude.gov.br/saude-indigena/controle-social/controle-social-na-saude-indigena 
https://www3.ufpe.br/remdipe/index.php?option=com_content&view=article&id=395&Itemid=251( POLÍTICA NACIONAL) 
http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/livro-lei-arouca-10anos.pdf 
saude_indigena_uma_introducao_tema.pdf 
IBGE; Política Nacional de Atenção à Saúde dos Indígenas (MS); FUNASA ( forúm) 
 
 
Bárbara Freire – 2019.2 
MOD 03 
 
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