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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS

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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS (PNSPI)
- Histórico
Os indígenas do Brasil, eram oriundos da África. 
Os indígenas eram “assistidos” (voltada para a catequização) pelos jesuítas de forma integrada as políticas do governo.
Em 1910, foi criado o Serviço de proteção ao índio e trabalhadores nacionais (SPI)– O órgão era vinculado com o ministério da saúde e buscava proteger os índios, buscando seu enquadramento de forma progressiva e o das suas terras na produção nacional
Década de 50: criação do Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (SUSA), com o objetivo de levar ações básicas de saúde, essencialmente voltadas à vacinação, atendimento odontológico, controle de tuberculose e de doenças transmissíveis.
1967: extinção do SPI e criação da FUNAI a partir da pressão política por parte dos irmãos Vilas Boas. FUNAI criou Equipes Volantes de Saúde – Realizavam atendimentos esporádicos às comunidades indígenas de sua área de atuação, prestando assistência médica, aplicando vacinas e supervisionando o trabalho do pessoal de saúde local. Com o passar do tempo, essas esquipes foram se fixando nos centros urbanos, nas sedes das administrações regionais, e a sua presença nas aldeias se tornava cada vez mais esporádica, até não mais ocorrer.
Em 1988, a CF estipulou o reconhecimento e respeito das organizações socioculturais dos povos indígenas, assegurando-lhes a capacidade civil plena (a partir desse momento, eles passaram a ser reconhecidos como cidadãos) – tornando obsoleta a instituição da tutela- e estabeleceu a competência privada da União para legislar e tratar sobre a questão indígena.
1986 e 1993: realização da I e II Conferência nacional de saúde para povos indígenas. Propuseram a estruturação de um modelo diferenciado de atenção, baseado na estratégia de Distritos Sanitários Especiais Indígenas, como forma de garantir aos povos indígenas o direito ao acesso universal e integral a saúde. 
Fevereiro de 1991: Decreto presidencial nº23 transferiu para o Ministério da Saúde a responsabilidade pela coordenação das ações de saúde destinadas aos povos indígenas, estabelecendo os Distritos Sanitários Especiais Indígenas como base da organização dos serviços de saúde
Há indícios de que existem 55 povos ainda totalmente isolados. Os indígenas estão presentes em todos os estados do Brasil, com exceção de Piauí e Rio Grande do Norte. Existem 579 territórios em diferentes estágios de demarcação que ocupam 12% do território nacional. 
Morbidade do povo indígena: alta incidência de infecções respiratórias e gastrointestinais agudas, malária, tuberculose, DST, desnutrição e doenças evitáveis por vacina. Evidencia-se um quadro de agravos que poderiam ser significativamente reduzidos com o estabelecimento de medidas de atenção a saúde destes povos. 
- PNSPI
As ações e serviços de saúde voltados para a população indígena, deve obedecer o que está disposto na lei 8080 e 8142. 
Base legal: portaria 254/2002 (implementou a política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas).
Em relação ao financiamento do subsistema, é de obrigatoriedade do ente federal. O município e o estado são de forma complementar. Existe a participação de indígenas nas instancias colegiadas (participação social).
O SUS promoverá a articulação do subsistema de saúde indígena com os órgãos responsáveis pela política indígena do país. 
Objetivos da PNSPI: Garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política; Favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito à sua cultura.
Deve-se obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. 
Sesai: Secretaria Especial de Saúde Indígena coordena o SasiSUS (subsistema de atenção à saúde indígena). A missão da SESAI é implementar um novo modelo de gestão descentralizado, com autonomia administrativa, orçamentária, financeira e responsabilidade sanitária.
À SESAI compete:
I. Planejar, coordenar, supervisionar, monitorar e avaliar a implementação da Política Nacional de Atenção a saúde dos povos indígenas;
II. Planejar, coordenar, supervisionar, monitorar e avaliar as ações referentes ao saneamento e às edificações de saúde indígena;
III. Promover ações para o fortalecimento da participação social dos povos indígenas no SUS
IV. Incentivar a articulação e a integração com os setores governamentais e não-governamentais que possuam interface com atenção à saúde indígena.
(Lei 8080) Subsistema de Atenção à Saúde Indígena: é descentralizado, hierarquizado e regionalizado. O acesso aos serviços de saúde por parte da população indígena, é através do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que estão espalhados por todo o país. Segue os mesmos princípios do SUS. 
O DSEI é um modelo de organização de serviços orientado para um espaço étnico cultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado, que contempla um conjunto de atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo gerenciais necessários à prestação da assistência, com o controle social. A formação dos distritos leva em consideração: população e perfil epidemiológico, disponibilidade de serviços, vias de acesso aos serviços, relações sociais entre os povos indígenas, distribuição demográfica tradicional dos povos indígenas.
Aos Distritos Sanitários cabe, oferecer ações de prevenção de doenças, por exemplo vacinação e saneamento, cuidados de saúde dirigida a segmentos populacionais específicos, como o grupo materno-infantil e os idosos. Também há a possibilidade de monitoramento das condições de alimentação e nutrição, saúde dos ambientes, educação em saúde, emergências e outros serviços que contribuem para o bem estar
Portaria Nº 1.801, de 9 de novembro de 2015: Define os Subtipos de Estabelecimentos de Saúde Indígena e estabelece as diretrizes para elaboração de seus projetos arquitetônicos, no âmbito do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASISUS):
DSEI POLO BASE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE INDÍGENA CASA DE SAÚDE INDIGENA
O acesso a atenção básica é através dos postos de saúde/ unidade básica de saúde indígena (UBSI), que estão nas próprias aldeias ou no polo base. Caso seja necessário o encaminhamento para serviços de média e alta complexidade, os indígenas são encaminhados para rede conveniada do SUS (geralmente fora da aldeia). 
UBSI: UBSI Tipo I: 50 a 250 indígenas, com agente de saúde indígena e a distância mínima do PB de referência, percorrida em até 2 (duas) horas por meio de acesso fluvial ou terrestre. UBSI Tipo II: Construídas em aldeias, 250 a 500 indígenas e mantendo uma distância mínima entre as unidades básicas de saúde tipo 2 e tipo 3, ou Sede de PB-1, percorrida em até 1 (uma) hora por meio de acesso fluvial ou terrestre. UBS Tipo III: mais de 501 indígenas, distância de mais de 3 horas entre a UBS tipo 3 e Polo Base.
Polo base: São subdivisões territoriais dos DSEI base para as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) organizarem técnica/administrativamente a atenção à saúde de uma população indígena adstrita a primeira referência para os agentes indígenas de saúde e saneamento que atuam nas aldeias. Polo Base Tipo 1: Sede Localizada na Aldeia; Polo Base Tipo 2: Sede Localizada em Área Urbana.
As casas de saúde indígena (CASAIS) dão suporte em relação a moradia, alimentaçãoa esses indígenas que precisem se encaminhar para outros locais fora da aldeia para receber assistência à saúde. As Casas deverão estar preparadas para promover atividades de educação em saúde, produção artesanal, lazer e demais atividades para os acompanhantes e mesmo para os pacientes em condições para o exercício dessas atividades
Existem os agentes indígenas de saúde (AIS, que são indicados pelo conselho de saúde indígena) e os agentes indígenas de saneamento (AISAN). O primeiro é responsável por pelo acompanhamento de crescimento e desenvolvimento; acompanhamento de gestantes; atendimento aos casos de doenças mais frequentes; acompanhamento de pacientes crônicos; primeiros socorros; promoção a saúde e a prevenção de doenças de maior prevalência; acompanhamento da vacinação; acompanhar e supervisionar tratamentos de longa duração.
- Composição da equipe do DSEI
Médicos, enfermeiros + auxiliares de enfermagem, odontólogos, AIS, AISAN.
O número de profissionais será definido de acordo com o planejamento, considerando o número de habitantes, dispersão populacional, condições de acesso, perfil epidemiológico, necessidades especificas
- Diretrizes da Política Nacional de Saúde Indígena
Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de distritos sanitários especiais e polos base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam;
Preparação de recursos humanos (os próprios indígenas que se formaram na saúde) para atuação em contexto intercultural;
Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas;
Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde;
Promoção do uso adequado e racional de medicamentos;
Promoção de ações específicas em situações especiais;
Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas;
Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena;
Controle social (conselhos e conferências de saúde para essa população).
- Monitoramento das ações de saúde dos povos indígenas
Esse sistema deve identificar informações que atendam às necessidades de cada nível gerencial, fornecendo subsídios para a construção de indicadores que avaliem a saúde e, indiretamente, a atenção à saúde, como a organização dos serviços no Distrito Sanitário, particularmente no que diz respeito ao acesso, à sua cobertura e à sua efetividade.
Os aspectos a serem acompanhados e avaliados incluirão estrutura, processo e os resultados da atenção à saúde dos povos indígenas.
- FUNAI
É o órgão indigenista oficial vinculado ao Ministério da Justiça responsável pela coordenação das ações do Governo Federal destinadas a assegurar os direitos constitucionais indígenas no país. Entre as suas atribuições, tem-se a garantia dos territórios indígenas, por meio de uma política de demarcação, fiscalização e retirada de invasores, ação que assume relevância primordial entre os fatores determinantes de saúde e qualidade de vida destas populações.
Projetos desenvolvimento sustentável e manejo adequado do meio ambiente deverão ser priorizados.
A FUNAI deve fazer o acompanhamento das ações de saúde desenvolvidas em prol das comunidades indígenas.
· Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena
O equilíbrio das condições ambientais nas terras indígenas é um fator de crescente importância para a garantia de uma atenção integral à saúde dos povos indígenas.
As prioridades ambientais para uma política de atenção à saúde dos povos indígenas devem contemplar a preservação de água limpa, construção de poços ou captação a distancias nas comunidades que não dispõem de água potável, construção de sistema de esgotamento sanitário, reposição de espécies utilizadas pela medicina tradicional e o controle de poluição de nascentes e cursos d’água situados nas terras indígenas.
As ações de saneamento básico desenvolvidas no Distrito Sanitário deverão ser baseadas em critérios epidemiológicos e estratégicos que assegurem à população água de boa qualidade, destino adequado de dejetos e lixo e controle de insetos e roedores.
- Controle social
De acordo com a Lei 9.836/99, é garantida a participação indígena nos órgãos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas de saúde, os quais são os Conselhos de Saúde Indígena. Os conselhos estão organizados em:
Conselho local de saúde indígena: tem caráter permanente, consultativo e composto somente por indígenas
Conselho distrital de Saúde Indígena: permanente, deliberativo e paritário. Cada distrito tem um conselho distrital que é responsável por fiscalizar, debater e apresentar políticas para o fortalecimento da saúde em suas regiões. Entre as suas atribuições estão:
I. Participar na elaboração e aprovação do Plano Distrital de Saúde Indígena, bem como acompanhar e avaliar a sua execução
II. Avaliar a execução das ações de atenção integral à saúde indígena
III. Apreciar e emitir parecer sobre prestação de contas dos órgãos e instituições executoras das ações e dos serviços de tenção à saúde indígena

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