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Tuberculose: Conceito, Transmissão e Diagnóstico

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TUBERCULOSE 
Ms. Prof. Murielly Marques 
CONCEITO 
E 
TRANSMISS
ÃO 
• tuberculose é uma doença infecciosa e 
contagiosa, causada por uma bactéria, o 
Mycobacterium tuberculosis, também 
denominado de bacilo de koch (bk). O termo 
tuberculose se origina no fato da doença causar 
lesões chamadas tubérculos. 
 
• A transmissão ocorre por meio da inalação de 
aerossóis contendo os bacilos expelidos por um 
doente com tuberculose pulmonar ao tossir, 
espirrar ou falar. Quando esses aerossóis são 
inalados por pessoas sadias, podem provocar a 
infecção tuberculosa. 
• transmissão ocorre geralmente 
em ambientes fechados, nos 
quais as partículas expelidas 
pelo doente de Tuberculose 
(TB) podem permanecer no ar, 
principalmente em locais 
escuros e pouco ventilados, por 
longos períodos. 
 
 
• A ventilação constante e a luz 
solar direta removem as 
partículas e matam 
rapidamente os bacilos 
O potencial de contágio do caso índice: o 
doente bacilífero, isto é, com baciloscopia 
direta positiva, é a principal fonte de 
infecção; 
A concentração de bacilos no ar contaminado: 
determinada pelo tipo de ambiente em que a 
exposição ocorreu: ambientes fechados, escuros 
ou com pouca ventilação; 
Duração da exposição: o tempo que o 
doente e seus contatos respiram nesse 
ambiente; 
A suscetibilidade genética ou 
predisposição dos contatos. 
A probabilidade de 
que a TB seja 
transmitida 
depende de alguns 
fatores: 
Toda pessoa exposta 
ao bacilo da 
tuberculose se infecta? 
• Quando uma pessoa inala 
aerossóis contendo os 
bacilos, muitos deles ficam 
retidos no trato respiratório 
superior (garganta e nariz). 
 
• Se chegarem aos brônquios, 
os bacilos são aprisionados 
na secreção (catarro) e 
eliminados pelo movimento 
ciliar. Contudo, quando os 
bacilos atingem os alvéolos, a 
infecção pode se estabelecer. 
Sinais e sintomas 
TIPOS DE 
TUBERCULOSE - 
LOCALIZAÇÃO 
• Pulmonar (90% dos casos); 
• Linfonodos; 
• Pleura; 
• Laringe; 
• Rins; 
• Cérebro – meninges; 
• Ossos da Coluna (mal de pott) quadril e Joelho 
TESTE 
RÁPIDO 
PARA 
TUBERCUL
OSE 
• O Ministério da Saúde disponibilizou, gratuitamente, na rede 
pública, um teste rápido para diagnóstico de tuberculose, o 
Teste Molecular Rápido da Tuberculose (TRM-TB), com 
capacidade de detectar a presença do bacilo causador da 
doença em apenas duas horas. 
• O Gene Xpert utiliza técnicas de biologia molecular para 
identificar o DNA do Mycobacterium tuberculosis e também 
identifica se a pessoa tem resistência ao antibiótico 
Rifampicina, usado no tratamento da doença. 
Prova Tuberculínica (PT) 
• Consiste na inoculação intradérmica de um derivado proteico do M. tuberculosis para medir a 
resposta imune celular a estes antígenos. É utilizada, em adultos e crianças, para o diagnóstico 
de infecção latente pelo M. tuberculosis (ILTB). Na criança também é muito importante como 
método coadjuvante para o diagnóstico da tuberculose (TB). 
• De acordo com o Manual de Tuberculose do Ministério da Saúde (2011), o resultado da PT deve 
ser registrado em milímetros. A classificação isolada da PT, em não reator, reator fraco e reator 
forte, não está mais recomendada, pois a interpretação do teste e seus valores de corte podem 
variar de acordo com a população e o risco de adoecimento. 
• A leitura da PT pode ser realizada 48h após a aplicação, podendo se estender até 96 horas. Nos 
serviços de saúde, a leitura da PT está recomendada para ser realizada 72h após a aplicação. O 
resultado da PT deve ser descrito em milímetros. É considerado como infectado pelo M. 
tuberculosis o paciente que tiver enduração igual ou superior a 5 mm. 
A Baciloscopia de Escarro 
• Deve ser realizada no mínimo com 2 amostras, uma no momento da 
identificação e outra no dia seguinte. Ademais, antes da primeira coleta de 
escarro o paciente deve higienizar a boca com água. 
• A fase inicial do exame, que compreende coleta, conservação e transporte 
do escarro, é de responsabilidade da unidade de saúde, que deverá seguir 
as seguintes orientações: 
 
• Qualidade e quantidade da amostra – uma boa amostra de escarro e a que 
provem da arvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se 
obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, nem tampouco a 
que contém somente saliva. O volume ideal é de 5ml a 10ml. 
• Recipiente – O material deve ser coletado em potes plásticos com as seguintes 
características: descartáveis, com boca larga (50mm de diâmetro), transparente, 
com tampa de rosca, altura de 40mm, capacidade de 35ml a 50ml. A identificação 
(nome do paciente e data da coleta) deve ser feita no corpo do pote e nunca na 
tampa, utilizando-se, para tal, esparadrapo, fita crepe ou caneta com tinta 
indelével. 
 
• Local da coleta – As amostras devem ser coletadas em local aberto, de 
preferência ao ar livre ou em condições adequadas de biossegurança. 
• Momento da coleta e número de amostras – O diagnóstico deve ser feito a 
partir de, pelo menos, duas amostras de escarro, sendo a primeira geralmente 
coletada no momento da consulta, para aproveitar a presença do doente. 
• A segunda amostra deve ser coletada no dia seguinte, preferencialmente ao 
despertar. Esta geralmente é abundante porque provem das secreções 
acumuladas na arvore brônquica durante a noite. 
Orientação ao paciente – A unidade de saúde deve ter pessoal capacitado para 
fornecer informações claras e simples ao paciente quanto a coleta do escarro, 
devendo proceder da seguinte forma: 
• Entregar o recipiente ao paciente, verificando se a tampa do pote fecha bem e se 
já está devidamente identificado (nome do paciente e a data da coleta no corpo 
do pote); 
• Orientar o paciente quanto ao procedimento de coleta: ao despertar pela manhã, 
lavar bem a boca, inspirar profundamente, prender a respiração por um instante 
e escarrar após forçar a tosse. Repetir esta operação até obter três eliminações 
de escarro, evitando que ele escorra pela parede externa do pote; 
• Informar que o pote deve ser tampado e colocado em um saco plástico com a 
tampa para cima, cuidando para que permaneça nesta posição; 
• Orientar o paciente a lavar as mãos; 
• Na impossibilidade de envio imediato da amostra para o laboratório ou unidade 
de saúde, esta poderá ser conservada em geladeira comum até no máximo sete 
dias. 
• Conservação e transporte – As amostras clínicas devem ser enviadas e 
processadas no laboratório imediatamente após a coleta. As unidades de saúde 
deverão receber, a qualquer hora de seu período de funcionamento, as amostras 
coletadas no domicilio e conservá-las sob refrigeração até o seu processamento. 
• Para o transporte de amostras devem-se considerar três condições importantes: 
• refrigeração; 
• proteção contra a luz solar; e 
• acondicionamento adequado para que não haja risco de derramamento. 
• Para transportar potes de escarro de uma unidade de saúde para outra, 
recomenda-se a utilização de caixas de isopor com gelo reciclável ou cubos de 
gelo dentro de um saco plástico. As requisições dos exames devem ser enviadas 
com o material, fora do recipiente de transporte. 
TRATAMENT
O DA 
TUBERCUL
OSE 
• Em 1979, o Brasil preconizou um sistema de 
tratamento para a TB composto pelo Esquema 
I (2RHZ/4RH) para os casos novos; Esquema I 
reforçado (2RHZE/4RHE) para retratamentos; 
Esquema II (2RHZ/7RH) para a forma 
meningoencefálica; e Esquema III 
(3SZEEt/9EEt) para falência. 
• Em 2009, o Programa Nacional de Controle da 
Tuberculose, juntamente com o seu comitê 
técnico assessor, reviu o sistema de 
tratamento da TB no Brasil. Com base nos 
resultados preliminares do II Inquérito 
Nacional de Resistência aos MedicamentosantiTB, que mostrou aumento da resistência 
primaria a isoniazida (de 4,4% para 6,0%), 
introduz o ETAMBUTOL como quarto fármaco 
na fase intensiva de tratamento (dois 
primeiros meses) do esquema básico 
A apresentação farmacológica da fase 
intensiva (dois primeiros meses) passa a 
ser em comprimidos de doses fixas 
combinadas dos quatro medicamentos (R - 
Rifampicina, H - Isoniazida, Z - 
Pirazinamida, E - Etambutol), na seguinte 
dosagem: R 150mg, H 75mg, Z 400mg e E 
275mg. 
A Segunda etapa do esquema básico do 
tratamento da tuberculose (4 meses) 
continua sendo composta de comprimidos 
de doses fixas pela administração da 
Rifampicina e Isoniazida (RH). Todavia, 
esses medicamentos passaram a ser 
administrados em associação na seguinte 
dosagem: R 300mg e H 200mg ou R 
150mg e H 100mg. 
• Os medicamentos para tratamento dos pacientes com diagnóstico de 
TB deverão ser administrados preferencialmente em jejum (uma hora 
antes ou duas horas após o café da manhã), em uma única tomada; ou 
em caso de intolerância digestiva, com uma refeição. 
Tratamento 
diretamente 
observado - 
TDO 
• Evitar abandonos de tratamento; 
• Construir vinculo entre paciente e 
profissional; 
• Mínimo 24 tomadas observadas na 
fase de ataque e 48 tomadas na fase de 
manutenção; 
• Instrumento de controle – fichas de 
todos; 
• Observar efeitos colaterais; 
• Modalidade – domiciliar, na UBS, 
prisional e compartilhada (em outra 
modalidade) 
 
• A busca de casos deve ser feita principalmente entre: 
 
• Sintomáticos respiratórios, isto é, portadores de tosse com expectoração há p elo menos três semanas. 
• Portadores que apresentem sintomatologia compatível com tuberculose: além da tosse com expectoração, 
febre vespertina, suores noturnos, perda de peso, escarro sanguíneo (hemoptóico) e/ou dor torácica. 
• Pacientes com história de tratamento anterior para tuberculose; 
• Contatos de casos de tuberculose (pessoas parentes ou não que coabitam com um paciente de 
tuberculose); 
• Populações de risco: pessoas privadas de liberdade, asilos, instituições psiquiátricas, abrigos; 
• Portadores de doenças debilitantes (diabetes, neoplasias); 
• Imunodeprimidos por uso de medicamentos; 
• Imunodeprimidos por infecções, como o HIV; 
• Usuários de drogas; 
• Moradores de rua; 
• Trabalhadores da área de saúde. 
São 
atribuições 
do 
enfermeiro 
no 
atendimento 
do paciente 
com 
tuberculose: 
• Realizar assistência integral às pessoas e 
famílias na USF e, quando indicado ou 
necessário, no domicílio e/ou nos demais 
espaços comunitários; 
• Identificar os sintomáticos respiratórios; 
• Orientar quanto à coleta de escarro; 
• Aplicar a vacina BCG; 
• Fazer teste tuberculínico. Caso não tenha 
capacitação para tal, encaminhar para a unidade 
de referência; 
• Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações, 
observadas as disposições legais da profissão e conforme os protocolos ou outras normativas 
técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, os gestores estaduais, os municipais ou os do 
Distrito Federal; 
 
• Convocar os comunicantes para investigação; 
 
• Orientar pacientes e familiares quanto ao uso da medicação, esclarecer dúvidas e 
desmistificar tabus e estigmas; 
 
• Convocar o doente faltoso à consulta e o que abandonar o tratamento; 
 
• Acompanhar a ficha de supervisão do tratamento preenchida pelo ACS; 
 
• Realizar assistência domiciliar, quando necessário; 
• Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; 
• Orientar os Auxiliares/técnicos de enfermagem, ACS e ACE para o 
acompanhamento dos casos em tratamento e/ou tratamento supervisionado; 
• Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da 
equipe quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilância 
epidemiológica e controle das doenças; 
• Enviar mensalmente ao setor competente as informações epidemiológicas 
referentes à tuberculose da área de atuação da UBS. Analisar os dados e planejar as 
intervenções juntamente à equipe de saúde; 
• Notificar os casos confirmados de tuberculose; 
• Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação, conforme estratégia 
local.

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