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Aristóteles Filosofia

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Aristóteles: a filosofia como totalidade do saber – Marilena Chauí 
 
 
• Abertura da Metafísica: “Todos os homens, por natureza, desejam saber.” 
(Aristóteles) 
• “vontade de saber”: fundamento da natureza humana, segundo 
Aristóteles. 
• A filosofia teve início a partir da exposição do homem aos fenômenos 
naturais (tempestades e variações climáticas, p. ex.), sobre os quais muito 
pouco se sabia 
• Começou-se a filosofar para fugir da ignorância, em busca do saber em 
vista do conhecimento, e não em vista de alguma utilidade (crítica ao 
utilitarismo) 
• Aristóteles: “a filosofia nasce do espanto” 
• “[...] os homens começam/ começaram a filosofar movidos pelo espanto 
(Tò thaumázein) 
• Tò thaumázein também é traduzido como “atitude admirativa”, 
“contemplativa”, e consiste, juntamente com o páthos (estranhamento), a 
arché da filosofia; é espanto cheio de admiração. 
• Contemplação, em grego, se diz “theoría”, do verbo theoréo, observar, 
contemplar. 
• Todo filósofo possui capacidade de admirar ou de se deixar afetar por 
coisas ou acontecimentos que se dão à sua volta. 
• Filosofia nasce do espanto, da admiração, da perplexidade! 
• A filosofia, enquanto espanto admirativo, é contemplação ou saber 
teórico, especulação ou saber especulativo. 
• A filosofia é desejo de conhecer e prazer no conhecimento. 
• O espanto admirativo como causa do conhecimento, dado o prazer 
cognitivo trazido pelas sensações 
• O espanto admirativo desperta nosso desejo natural de conhecer (a 
vontade de saber), e é, para nós, causa de prazer, pois todo desejo busca 
o prazer. 
• O conhecimento, diferente de Platão, se realiza a partir do prazer cognitivo 
trazido pelas SENSAÇÕES 
• Aporia: incerteza ou hesitação diante do que se pretende dizer 
• Espanto admirativo: aporia! 
• “onde houver uma aporia, há filosofia.” 
• A filosofia, em Aristóteles, surge como pluralidade e totalidade dos 
conhecimentos. E isso por dois motivos: 1) a filosofia se realiza a partir da 
aporia; por isso, [a filosofia] concerne à totalidade dos saberes; 2) o objeto 
filosófico, por excelência, seria O SER! 
• “O ser se diz de muitas maneiras” (Aristóteles), cabendo à filosofia, 
portanto, conhecer todas elas. 
• A filosofia é a totalidade do saber (teoréticos e práticos), isto é, dos 
conhecimentos possíveis para os seres humanos. 
• Livro VI, da Metafísica, e na Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a 
distinção entre conhecimento ou ciência (episteme) e ação (práxis e 
poiesis). Para Aristóteles, filosofia e ciência eram uma coisa só. 
• Poiesis: é a arte ou técnica: agricultura, tecelagem, carpintaria, olaria, 
pintura, arquitetura, poesia, dança 
• Praxis: compreende a ética e a política 
• Aristóteles, aos 18 anos, passou a frequentar a Academia, de Platão. 
• Aristóteles fundou o Liceu, um ginásio que deu lugar à escola filosófica 
dos peripatéticos 
• Aristóteles escreveu sobre filosofia natural, isto é, física e biologia 
• Livro VI, da Metafísica, e Livro I, da Ética a Nicômaco: apresenta a 
finalidade do conhecimento ou ciência (episteme) e da ação (práxis e 
poiesis) 
• Definição de FILOSOFIA: conhecimento de todos os seres, das 
modalidades de ações humanas e dos artefatos produzidos pelos homens 
(até o século XIX, filosofia e ciência eram uma só e a mesma coisa!) 
• Toda ciência se ocupa do estudo dos princípios, das causas e da natureza 
dos seres; “só há ciência quando conhecemos pelas causas” (lema de 
Aristóteles e do ocidente) 
• Ciências se dividem em: 1) teoréticas, 2) práticas e; 3) produtivas ou 
poieticas 
• Ciências teoréticas: se ocupam da investigação dos princípios e causas 
de seres ou coisas que existem na natureza (mundo natural). E por serem 
naturais, isto é, existirem sem a interferência humana, são objeto de 
contemplação (bios theoretikos – vida contemplativa), isto é, conhecê-los 
teoricamente. 
• O cientista teorético é aquele que registra, descreve, interpreta e classifica 
os princípios e causas dos objetos ou seres naturais 
• A natureza se realiza a partir da existência de “princípios universais” 
• Biologia, em Aristóteles, compreenderia o “estudo dos animais e das 
plantas” 
• Ciências práticas: ao contrário das teoréticas, são aquelas cujo princípio 
ou causa é o homem como agente da ação e cuja finalidade é o próprio 
homem. Referem-se à práxis como algo propriamente humano, racional; 
não-universal; particular, portanto. Ex: ética e política. 
• Ética: estuda a relação do homem enquanto alguém que deve ser 
preparado para viver na cidade, a partir dos princípios da ação virtuosa, 
que tem como finalidade o bem do indivíduo enquanto ser social 
• Política (mais nobre e geral do que a ética!): estuda a ação do homem 
enquanto seres sociais, procurando estabelecer, para cada forma de 
regime político, os princípios racionais da ação política, cuja finalidade é 
o bem comum. 
• Críticas a Platão: livro I, Metafísica, capítulo 9: crítica aristotélica a Platão 
dirige-se à incapacidade desta para resolver as aporias que pretendera 
enfrentar 
• O mundo inteligível está no sensível, sendo, portanto, possível uma 
ciência verdadeira do sensível, isto é, um conhecimento universal e 
necessário das coisas físicas! 
• LÓGICA: não é ciência, não é conhecimento nem teorético nem prático 
de nenhum ser ou objeto; instrumento do pensamento para pensarmos 
corretamente; refere-se não ao conteúdo, mas à forma [do pensamento 
ou das estruturas do raciocínio; fornece as leis, regras ou normas do 
pensamento e sua aplicabilidade, nesse sentido, é uma disciplina formal, 
normativa e que viabiliza a verdade 
• Os tratados de lógica, em Aristóteles, dispõem-se no Organon 
• CATEGORIAS: dedicam-se a uma vasta análise e exposição da 
linguagem, partindo da distinção entre “coisas ditas em combinação” 
(frases ou proposições) e “coisas ditas sem combinação” (palavras) 
• “coisas ditas sem combinação”: designadas categorias ou termos, 
definidas como “coisas que servem para designar outras” 
• “kategoría”, do verbo “kategoréo, que significa falar contra, acusar, 
revelar, tornar visível, dar a conhecer, exprimir, significar e afirmar. 
• Kategoría significa: acusação. Indicação, atributo de alguma coisa, 
predicado. 
• “Vinda do vocabulário jurídico, a categoria é um sinal, um índice, um 
indicador de alguma coisa que serve para revelar, dar a conhecer, tornar 
visível alguma coisa, torná-la compreendida.” (p. 359) 
• Categorias: coisas que servem para designar outras! (categorias: 
sistemas classificatórios) 
• As dez categorias as quais todos os objetos no mundo podem ser 
classificados: 1) substância ou essência, 2) quantidade, 3) qualidade, 4) 
relação, 5) lugar, 6) tempo, 7) posição, 8) posse, 9) ação, 10) paixão 
• Toda categoria (exceto a substância) possui dois termos extremos 
contrários. Por exemplo: “calor”: os extremos 1) quente e 2) frio 
• A teoria do silogismo: doutrina do raciocínio ou da inferência. 
• Inferir é obter uma preposição a partir de uma ou de várias proposições 
que a antecedem e que são sua explicação ou sua causa. 
• O raciocínio, em Aristóteles, é uma operação do pensamento considerada 
MEDIATA, isto é, chega a uma conclusão pela mediação ou por 
intermédio de outras proposições ou juízos. 
• Aristóteles denominou o raciocínio de SILOGISMO 
• Pensamento científico como demonstrativo, raciocínio dedutivo. 
• “Todos os homens são mortais (premissa maior). Sócrates é homem 
(premissa menor). Logo, Sócrates é mortal (conclusão).” 
• Aristóteles, diferente de Platão, não considera a dialética o método ou 
instrumento do conhecimento 
• “só há ciência do universal/ geral, e não do particular ou do individual.” 
(tese que distingue Aristóteles de seus predecessores, fazendo dele “pai 
da ciência ocidental”) 
• “A ciência conheceo homem e não Sócrates ou Cálias. Sem dúvida, o 
que eu souber sobre o homem me ajudará a conhecer melhor Sócrates 
ou Cálias, mas conhecê-los já não é ciência.” (Famosa frase de 
Aristóteles) 
• “Todos os homens, por natureza, desejam saber. O prazer causado pelas 
sensações é a prova disto, pois, mesmo fora de qualquer utilidade, elas 
nos agradam por elas mesmas, e, mais do que todas as outras, as 
sensações visuais.” (Aristóteles, na abertura d’A Metafísica) 
• A ÉTICA EM ARISTÓTELES 
• Diferente de Platão, para quem a ética era parte da vida contemplativa – 
teorética, portanto -, Aristóteles entende a ética como ciência prática, da 
práxis humana, um saber que tem por objeto a ação. 
• Toda ação tem como finalidade algum bem! No caso da ética, esse bem 
é o indivíduo que se prepara para viver com os outros na pólis, pois o bem 
propriamente humano é a finalidade da política. 
• Qual é o bem ético do indivíduo, fim ao qual todo indivíduo aspira? A vida 
feliz, o bem viver e o bem agir, ou a felicidade (eudaimonía). 
• Como alcançar a felicidade? (primeira questão da ética) 
• Conhecer o que é o bem, e, sobretudo, saber como nos tornamos bons! 
• Um bem é sempre uma virtude, ou seja, uma excelência – uma areté. 
• A felicidade refere-se a um agir que dura a vida inteira! 
• Sendo um fim em si mesma, e para si mesma, a felicidade é o bem 
supremo, e, como tal, é um bem prático, portanto, não teorético; é uma 
ação, não uma ideia contemplativa. 
• Pp. 442

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