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16/09/2019 1 Duração do Trabalho Legislação Fiscal, Trabalhista e Previdenciária GST1558 2019-2 JORNADA DE TRABALHO • Jornada de trabalho é o período durante o qual o trabalhador está a disposição da sua empresa, aguardando ou executando ordens, e este tempo está estabelecido no Direito do Trabalho. • Horário de trabalho são os marcos de início e fim de um dia de trabalho, mas na jornada só se computa o efetivo tempo de trabalho. 1 2 16/09/2019 2 JORNADA DE TRABALHO Fundamento Legal: • No Brasil, a jornada de trabalho é regulamentada pela Constituição Federal, expressa através da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que estabelece que o limite de 8 horas diárias (44 horas semanais de trabalho e 220 por mês), sem considerar o período de repouso e refeição, nem do tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho, como fazendo parte das horas de trabalho. • A limitação da jornada de trabalho decorre do direito à vida, na medida em que o excesso de horas de trabalho poderá acarretar a perda da própria vida ou uma restrição à sua qualidade. JORNADA DE TRABALHO Art. 62 CLT - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo. • I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; • II - os gerentes, assim considerados os ocupantes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. 3 4 16/09/2019 3 JORNADA DE TRABALHO Horas in itinere • As horas in itinere consistem no tempo de deslocamento do empregado de sua casa para o trabalho e vice versa, o qual era contabilizado como tempo integrante da jornada de trabalho, caso presentes os dois requisitos abaixo, vide o antigo § 2º do art. 58 da CLT: • o local de trabalho precisa ser de difícil acesso ou não servido por transporte público regular (requisito 01); e • o empregador deve fornecer transporte para o deslocamento (requisito 02). JORNADA DE TRABALHO Horas in itinere • A Reforma Trabalhista alterou o § 2º, do art. 58 da CLT, excluindo do tempo à disposição do trabalhador justamente o período de percurso da residência até o local de trabalho. • “O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador." 5 6 16/09/2019 4 JORNADA DE TRABALHO Liberação da jornada de 12 horas • Uma das mudanças promovidas pela reforma trabalhista de 2017 é a possibilidade de convenções e acordos coletivos mudarem a jornada de trabalho. • A jornada de trabalho de 12 horas, em todas as atividades, passa a ser autorizada somente na escala 12 x 36. • Desse modo, o funcionário que trabalha por 12 horas consecutivas deve folgar nas próximas 36 horas. É preciso destacar que essa jornada, para valer, precisa ser estabelecida em acordo ou convenção coletiva. O acordo individual é válido somente no setor da saúde. JORNADA DE TRABALHO Jornada de trabalho a tempo parcial – Pós Reforma • Com a Reforma Trabalhista, o trabalho a tempo parcial, regulamentado no artigo 58-A, da CLT, sofreu expressivas alterações tanto em relação ao parâmetro de duração semanal quanto em relação às férias. • Quanto à duração semanal passam a vigorar dois parâmetros: • máximo 30 horas semanais, SEM a possibilidade de horas suplementares/horas extras; • máximo 26 horas semanais, COM a possibilidade de até 06 horas suplementares/extras por semana; 7 8 16/09/2019 5 JORNADA DE TRABALHO • No caso de prestação de serviços em caráter extraordinário (horas extras para quem for contratado para trabalhar até 26 horas semanais), será devido o adicional de, no mínimo, 50% do valor da hora normal de trabalho; • Com a possibilidade de prestação de serviços extraordinários (para quem for contratado para trabalhar até 26 horas semanais), tornou-se possível a adoção do sistema de compensação de jornada, desde que com a observância das regras definidas no art. 59, da CLT. • A nova lei ainda dá direito ao período de férias de 30 dias, que antes era proporcional. JORNADA DE TRABALHO INTERVALOS • Interjornada - Art. 66 da CLT • A CLT determinou, em seu art. 66, um intervalo de 11 (onze) horas de necessário repouso do trabalhador. • Assim, se um empregado encerra suas atividades profissionais às 23 (vinte e três) horas de um dia, não poderá retornar ao serviço senão depois de cumpridas as 11 (onze) horas de intervalo interjornadas; ou seja, após as 10 (dez) horas da manhã do dia seguinte. Caso contrário, tem direito à horas extras. 9 10 16/09/2019 6 JORNADA DE TRABALHO INTERVALOS • Intrajornada - Art. 71 da CLT • O intervalo intrajornada é aquele realizado no curso de uma mesma jornada de trabalho. • Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. JORNADA DE TRABALHO INTERVALOS • Intrajornada - Art. 71 da CLT • Todavia, na hipótese da jornada de serviço não ser inferior a 04 (quatro) horas e superior a 06 (seis) horas, ainda assim será obrigatória a concessão, ao empregado, de um intervalo intrajornada de, pelo menos, 15 (quinze) minutos, conforme estabelece o § 1º do artigo 71, da CLT 11 12 16/09/2019 7 JORNADA DE TRABALHO INTERVALOS • Após a Reforma Trabalhista, de acordo com o § 5 do art. 71 da CLT, os intervalos de 1 hora (até 2 horas) ou o intervalo de 15 minutos (dependendo da jornada de trabalho) poderão ser fracionados. • Devem ser compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho. JORNADA DE TRABALHO INTERVALOS • A Reforma Trabalhista trouxe uma novidade quanto ao tempo mínimo de intervalo intrajornada. • O intervalo mínimo para jornada acima de 6 horas pode ser reduzido por meio de acordo ou convenção, desde que respeitado o limite mínimo de 30 minutos. • A empresa poderá, mediante acordo coletivo ou convenção coletiva, reduzir, por exemplo, o intervalo para refeição dos empregados de 1 hora para 45 minutos ou para 35 minutos (limitado a 30 minutos). 13 14 16/09/2019 8 JORNADA DE TRABALHO INTERVALOS • A redução do intervalo intrajornada para até 30 minutos, poderá ser reduzida por acordo individual no caso de empregado ser portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (R$ R$ 5.645,80 em 2018). JORNADA DE TRABALHO Banco de Horas • O banco de horas surgiu no Brasil a partir da Lei 9.601/98, que alterou o art. 59 da CLT, momento em que o país atravessava uma grande recessão econômica que gerou a demissão de centenas de trabalhadores, além do encerramento de atividades de muitas empresas. • Até a reforma trabalhista esta prática só seria legal se fosse acordada por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, com a participação do Sindicato da categoria representativa. 15 16 16/09/2019 9 JORNADA DE TRABALHO • A partir da reforma trabalhista o banco de horas passa ser uma medida que pode ser adotada por qualquer empregador que queira se utilizar desta ferramenta para melhor administrar os custos com mão de obra, não estando, necessariamente, condicionado a impedir dispensas. • Com a inclusãodo § 5º no art. 59 da CLT, o empregador poderá também se valer do banco de horas por meio de acordo individual escrito. JORNADA DE TRABALHO • Aspectos a serem observados: • Compensação das horas dentro do período máximo de 6 meses (se acordo individual) ou de 1 ano (se acordo coletivo); • Deve ser mantido pela empresa o controle individual do saldo de banco de horas bem como o acesso e acompanhamento do saldo por parte do empregado; • Pagamento do saldo das horas excedentes não compensadas no prazo quando da rescisão de contrato de trabalho. • Em trabalhos insalubres e perigosos, depende de autorização expressa de autoridade do Ministério do Trabalho. 17 18 16/09/2019 10 JORNADA DE TRABALHO • Aspectos a serem observados: • Restando saldo positivo no vencimento do acordo, cabe ao empregador identificar neste saldo, quais se referem a dias normais e quais se referem a domingos e feriados, para que o pagamento seja feito obedecendo aos respectivos percentuais previstos em Convenção Coletiva de Trabalho. • Assim, considerando, por exemplo, um saldo de 20 horas positivas para o empregado no vencimento do acordo, destas, 8 poderiam ser de um domingo trabalhado e 12 referentes a dias normais, o que implica em remunerações diferenciadas (50% e 100%). JORNADA DE TRABALHO Jornada com Hora Noturna • Considera-se noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte. • Nas atividades rurais: trabalho executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas; na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte. • Deve ser paga com um acréscimo de no mínimo 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna, exceto condições mais benéficas previstas em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. 19 20 16/09/2019 11 INSALUBRIDADE Insalubridade • Como o próprio nome diz, insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao trabalhador por conta de sua atividade laboral. • A insalubridade é definida pela legislação em função do tempo de exposição ao agente nocivo, levando em conta ainda o tipo de atividade desenvolvida pelo empregado no curso de sua jornada de trabalho e as taxas de metabolismo e respectivos tempos de exposição. INSALUBRIDADE • As discriminações dos agentes considerados nocivos à saúde bem como os limites de tolerância mencionados estão previstas nos anexos da Norma Regulamentadora NR-15, aprovada pela Portaria 3.214/78, com alterações posteriores. • Para caracterizar e classificar a insalubridade, em consonância com as normas baixadas pelo Ministério do Trabalho, se faz necessária perícia médica por profissional competente e devidamente registrado no Ministério do Trabalho e Emprego. 21 22 16/09/2019 12 INSALUBRIDADE • Esta perícia poderá ser requerida à DRT pela empresa ou pelo sindicato representativo das categorias interessadas. • Cabe à DRT, comprovada a insalubridade pelo respectivo laudo: • a) Notificar a empresa, estipulando prazo para a eliminação ou neutralização do risco, quando possível; • b) Fixar o adicional devido aos empregados expostos a insalubridade, quando impraticável sua eliminação ou neutralização. INSALUBRIDADE • O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% (sobre o salário mínimo ou piso da categoria), segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo, conforme prevê artigo 192 da CLT. • Limite de Tolerância (LT): é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 23 24 16/09/2019 13 INSALUBRIDADE Trabalho de gestantes e lactantes em local insalubre • Com a reforma trabalhista promovida pela Lei 13.467/2017 passou a ser permitido que a Empregada gestante ou lactante trabalhe em local insalubre, o que antes era totalmente vedado pela CLT. • As alterações ocorreram no artigo 394-A da CLT. • Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: • I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação; INSALUBRIDADE • II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação; • III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação. 25 26 16/09/2019 14 INSALUBRIDADE • Atividades ou operações insalubres são as que se desenvolvem com: • Ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, exposição ao frio, umidade e ao calor, radiações ionizantes, agentes químicos ou biológicos, poeiras minerais, condições hiperbáricas, sempre observando que as condições devem estar acima dos LT previstos nos anexos à NR-15. PERICULOSIDADE • O Adicional de periculosidade é devido quando houver envolvimento do empregado com atividades perigosas tais como; contato permanente com explosivos, inflamáveis e energia elétrica em condições de risco elevado (art. 193 da CLT). • Recentemente a CLT foi alterada para garantir o respectivo adicional para os empregados que trabalham com motocicleta (conhecidos como motoboy) e também os empregados que estão sujeitos a roubos e violência física, comumente ocorrido com os vigilantes e seguranças privados. 27 28 16/09/2019 15 PERICULOSIDADE NORMA REGULAMENTADORA 16 ANEXO 5 - ATIVIDADES PERIGOSAS EM MOTOCICLETA • (Inclusão dada pela Portaria MTE 1.565/2014) • 1. As atividades laborais com utilização de motocicleta ou motoneta no deslocamento de trabalhador em vias públicas são consideradas perigosas. • 2. Não são consideradas perigosas, para efeito deste anexo: • a) a utilização de motocicleta ou motoneta exclusivamente no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela; PERICULOSIDADE • b) as atividades em veículos que não necessitem de emplacamento ou que não exijam carteira nacional de habilitação para conduzi-los; • c) as atividades em motocicleta ou motoneta em locais privados. • d) as atividades com uso de motocicleta ou motoneta de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. 29 30 16/09/2019 16 PERICULOSIDADE • O adicional de periculosidade é percebido na fração de 30% do salário-base do empregado, ou seja, o cálculo não leva em conta outros acréscimos (art. 193 § 1º da CLT). • O recebimento do adicional de periculosidade ou insalubridade terá reflexos em algumas parcelas trabalhistas tais como: 13º Salário, férias acrescidas do terço constitucional, FGTS e aviso prévio. • A CLT determina que o trabalhador deverá optar pelo adicional que porventura lhe seja mais favorável. Mas já existem decisões contrárias julgadas no TST, permitindo o acúmulo. 31
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