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1 Modulação intestinal, diabetes e contagem de carboidratos Renata Oliveira Ramona Baqueiro 2019 2 Parte 1. Epidemiologia, definições e diagnóstico 3 Diabetes: uma epidemia global 4 Estimativas IDF (2017) Prevalência de DM: 8,7% em adultos Total de casos: 12465,800 milhões de casos • 1/2 adultos tem diabetes não diagnosticado • 12% gasto global em saúde diretamente relacionado a diabetes e suas complicações • 1/7 nascimentos foram de mulheres com diabetes gestacional • A cada 6 segundos 1 pessoa morre em razão do diabetes 5 Responsável 5% causas morte todo mundo 5° maior causa morte; subdeclarada (mortes por complicações) Óbitos prematuros, ainda em idade ativa 1° causa de amputação Aumenta o Risco DCV em 2-4x Reduz a expectativa de vida em 5-10 anos 1° causa de cegueira evitável 1° causa de DRC 6 Diagnóstico de DM Pré-diabetes: Hb Glicada 5,7-6,4% DM: Hb Glicada > 6,5% a ser confirmada em outra coleta SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 7 Classificação do DM SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 8 Parte 2. Terapia Medicamentosa 9 Sulfoniluréias Aumenta a secreção da insulina (Glimepirida, Glibenclamida, Cloropropamida) Biguanidas Reduz a produção hepática de glicose e aumenta a sensibilidade a insulina (Metformina) Inibidores de alfaglicosidase Retarda absorção de CHO (Acarbose) Antidiabéticos orais PP PP Exaustão de cel B Hipoglicemia Glinidas Aumenta produção de insulina; controle da GPP (Repaglinida; Nateglinida) GP 10 Glitazonas Sensibilizador de insulina no músculo, adipócito e hepatócito (Pioglitazona, Rosiglitazona) Agonistas do receptor do GLP-1 Análogo de GLP-1 (Victoza; liraglutida; dulaglutida) Antidiabéticos orais Inibidores do DPP-IV Estímulo das células β e supressão das células α (vildaglipina; sitagliptina; saxagliptina; linagliptina; alogliptina) Inibidores do SGLT-2 Impedem a reabsorção renal de glicose (dapagliflozina; empagliflozina; canagliflozina) PP PP GP PP 11 Tratamento do DMID ● 1. Insulinização plena e intensiva ● 2. Planejamento e orientação alimentar individualizados ● 3. Programa de atividade física regular ● 4. Automonitorização diária ● 5. Programa educacional contínuo ● 6. Aconselhamento psicológico quando necessário Estilo de vida saudável: comer bem, dormir bem, exercitar-se, controlar estresse Evitar Cetoacidose Permitir crescimento e desenvolvimento adequados Evitar complicações a longo prazo 12 Como a insulina é secretada? 13 Tipos de Insulina 14 Tipos de Insulina SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 15 Monitoramento 16 Monitoramento pela glicemia capilar SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 17 18 Esquemas terapêuticos Terapia convencional Insulina Basal + Insulina Rápida ou Ultra-rápida Doses pré-fixadas Terapia de múltiplas doses Insulina Basal (fixa) + Insulina Rápida ou Ultra-rápida (doses flexíveis) Sistema de infusão contínua (bomba de infusão) Insulina Ultra-rápida fracionadas ao longo de 24 horas 19 Esquema de múltiplas doses 20 Como aplicar a Insulina ● A Insulina deve ser aplicada no tecido subcutâneo (abaixo da pele e acima do músculo) Músculo: rápida absorção Hipoglicemia Pele: absorção lenta hiperglicemia 21 Locais de aplicação da insulina Velocidade absorção: abdômen > braços > coxa > nádegas Laterofrontal 4 dedos acima do joelho e abaixo da virilha Quadrante superior externo 4 dedos acima do cotovelo e abaixo das axilas 3 dedos de distância do umbigo 22 Hiper-lipodistrofia Como prevenir? - Revezar o local de aplicação da insulina - Intercalar o local da aplicação dentro da região escolhida (1cm de distância a cada ponto de aplicação) - Alternar os lados do corpo - Desprezar a agulha a cada aplicação 23 Armazenamento da insulina Não congelar!!! Após aberto, válido por 28 dias SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 24 Em situações de viagem ● Viagem < 6horas - Manter a insulina a temperatura ambiente, se não houver oscilação de temperatura (<30°C) ● Viagem > 6 horas - Se houver oscilação brusca de temperatura (<15º e >30º C), as insulinas precisam ser mantidas em bolsa térmica com gelo, e o gelo precisa ser trocado, para garantir a temperatura adequada. - Em viagens de avião, levar a insulina junto com a bagagem de mão e colocar embaixo do assento. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 25 26 Hipoglicemia: como corrigir? REGRA 15:15 (glicemia entre 50-70 mg/dl e paciente consciente) 1. Ingerir 15g carboidrato rápida absorção • 1 colher sopa açúcar em água • 150ml refrigerante comum ou suco laranja puro • 1 caixa de suco industrializado (200mL) • 15g CHO balas açucaradas moles (3 unidades) • 3 sachês ou 1 colher de sopa de mel •1 unidade de doce de banana • 3 brigadeiros pequenos • 2 colheres de sopa de leite condensado 2. Aguardar 15min e verificar glicemia: • Se > 70 mg/dL, hipoglicemia corrigida • Se < 70 mg/dl repetir etapa 1 REGRA 30:15 (glicemia < 40 mg/dl e paciente consciente): 1. Ingerir 30g carboidrato rápida absorção 2. Aguardar 15min e verificar glicemia: • Se > 70 mg/dL, hipoglicemia corrigida • Se < 70 mg/dl repetir etapa 1 27 Parte 3. Terapia Nutricional 28 Manejo Nutricional ● Individualização ● Considerar: terapia medicamentosa, hábitos de vida, fases da vida e diagnóstico nutricional ● Controle do peso: risco de comorbidades ● Perda ponderal de 5-7% a longo prazo Dieta Terapia Medicamentosa Atividade física SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 29 Recomendações nutricionais para pacientes com Diabetes Mellitus Será? SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES.Métodos e critérios para o diagnóstico do Diabetes Mellitus. In: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2017-2018. Itapevi, SP: A. Araújo Silva Farmacêutica; 2017. 30 Necessários? 31 Parte 4. Contagem de carboidratos 32 Contagem de Carboidratos ● A contagem de carboidratos é considerada um dos métodos mais efetivos para o controle glicêmico, melhorando a qualidade e a expectativa de vida do paciente diabético. ● O seu objetivo é otimizar o controle glicêmico em função das menores variações das glicemias pós-prandiais, através do somatórioem gramas de carboidratos (HC) de cada refeição. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes. Departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes.2016. 108p. 33 Efeitos dos alimentos na glicemia Efeito dos macronutrientes sobre a glicemia pós-prandial, o quanto são convertidos em glicose sanguínea e seus diferentes tempos de conversão. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes. Departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes.2016. 108p. 34 Quem pode fazer a contagem de carboidratos? ● Pacientes diabéticos em terapia convencional (hipoglicemiante oral e/ou insulina NPH) ● Pacientes em terapia de múltiplas doses (insulina rápida e ultra-rápida). SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes. Departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes.2016. 108p. 35 Metas glicêmicas 36 Contagem de Carboidratos Tratamento com medicação oral e/ou insulina basal Recordatório Alimentar 24-horas Recordatório Alimentar habitual Determinar a quantidade de carboidrato / refeição Analisar a glicemia pré e pós-prandial Desjejum 20% Colação 10% Almoço 30% Lanche da tarde 10% Jantar 20% Ceia 10% 37 Paciente, sexo masculino, 55 anos, com DC de DM2 e HAS há 10 anos, comparece a primeira consulta de nutrição. Atualmente em uso de Insulina NPH (20UI), Metformina, glicazida, Losartana e AAS. Paciente comparece a consulta com o relato de apresentar o DM2 descompensado com picos episódicos de hiperglicemia de jejum e pós-prandial (Hipoglicemia no fim da manhã, aumentando o consumo alimentar no almoço). Mostra exame atual de Hemoglobina glicada (A1C) com valor de 12,5%. Sedentário há 8 anos. Refere fazer uso de Pata de Vaca (cápsulas) indicado pela vizinha, sem orientação médica. Peso = 87Kg; Alt: 1,67m; IMC=31,19Kg/m²; CC=107cm. Tem apresentado GJ elevada (130-180mg/dL) e GPP também aumentadas (190-250mg/dL). Consumo alimentar habitual: Desjejum: - 1 xícara de café com leite - 2 pães tipo francês com manteiga (às vezes, com queijo mussarela + presunto) Colação -Quando faz, consome 1 barra de cereal ou 1 copo de suco Almoço: -1 a 2 Conchas de feijão “com poucas carnes” -2 a 3 col Servir de arroz -2 folhas de alface + 3 fatias de tomate -1 bife de frango grelhado -Lanche da tarde Idem lanche da manhã Jantar: -Idem desjejum 38 Qual sua conduta nutricional? Dieta hipocalórica, normoglicidica, normolipídica e normoprotéica VET = 1550Kcal; 50% CHO = 195g/dia Desjejum (20%) 39g Colação (10%) 19,5g Almoço (30%) 58,5g Lanche da Tarde (10%) 19,5g Jantar (20%) 39g Ceia (10%) 19,5g 39 Desjejum DESJEJUM Café com leite -Café -2 Col Sopa Leite em pó desnatado (10g CHO) -2 fatias de pão integral (20 g CHO) -Manteiga (0g CHO) -Queijo minas frescal (0g) - 1 ft Mamão formosa (10g CHO) Para substituir o pão integral (20g CHO) - Cuscuz de milho (1 fatia de 80g) - Banana da terra coz (1 unidade média) - Aipim coz (1 pedaço pequeno – 70g) - Batata doce coz (1 fatia grande – 90g) - Inhame coz (1 un pequena – 70g) - Bolo simples (1 ft peq -40g) Para variar as frutas (10g CHO): - Melão (2 ft peq – 150g) - Banana (1 unid med 75g) - Maçã (1 unid peq – 90g) - Adicionar outras opções!!! 40 Desjejum DESJEJUM Café com leite -Café -2 Col Sopa Leite em pó desnatado (10g CHO) -2 fatias de pão integral (20 g CHO) -Manteiga (0g CHO) -Queijo minas frescal (0g) - 1 ft Mamão formosa (10g CHO) - Salada de frutas : 1 copo de 250g = 40g CHO 41 Pacientes em insulinoterapia em bolus Bolus de insulina: quantidade de insulina necessária para cobrir determinado gramas de CHO SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes. Departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes.2016. 108p. 42 Adultos e idosos: 1 unidade de insulina rápida / ultrarrápida para cada 15 g de carboidrato OU 500/total de insulina do dia Crianças: 1 unidade de insulina rápida/ultrarrápida para cada 25g a 30g de carboidrato Adolescentes: 1 unidade de insulina para cada 10g a 20g de carboidrato Pacientes em insulinoterapia em bolus SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes. Departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes.2016. 108p. 43 Atenção! Esses valores são pontos de partida. Cada indivíduo é único e pode ter relação Insulina: CHO diferente deste padrão. A Relação Insulina: CHO ainda pode variar ao longo do dia e com a prática de AF. Pacientes em insulinoterapia em bolus SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Manual de contagem de carboidratos para pessoas com diabetes. Departamento de nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes.2016. 108p. 44 Fator de Sensibilidade Quanto uma UI de insulina rápida ou ultra-rápida reduz a glicemia? Insulina Rápida 1500 /Dose total de insulina do dia (basal + rápida) Insulina Ultra-Rápida 1800/Dose total de insulina do dia (basal + ultra-rápida) Regra geral - Crianças: 1 UI reduz 100 a 120mg/dL - -Adultos 1 UI reduz 50mg/dL 45 Bolo de correção ● Quantidade de insulina necessária para atingir a meta terapêutica FC= Glicemia – meta glicêmica Fator de sensibilidade Regra geral: Adultos : 50mg/dL Crianças e adolescentes: 100-120mg/dL Após a aplicação do bolus de correção, monitorar a glicemia! IUR: 2 horas após o BC IR: 3 a 4 horas após o BC 46 Praticando... Adulto 74kg em uso 40 UI Basal e doses fixas Bolus sendo 5 UI/C, 8 UI/A e 4 UI/J 1.Qual a relação insulina:carboidrato inicial? 2. Com base nesta relação, qual BA deste almoço? 47 Praticando... Glicemia pré-almoço = 114 mg/dl 45g CHO / 1:15 / BA = 3 UI Glicemia 2h após = 193 mg/dl 1.Quais as possibilidades de erro acima? a) Erro contagem CHO : revisar e praticar b) Erro relação insulina:carboidrato: reajustar relação 48 Praticando... Glicemia pré-refeição = 59 mg/dl Relação insulina:carboidrato (BA) = 1:8 FS = 45; Meta glicêmica = 100 mg/dl 1. Qual Bolus Alimentação? Resultado: 1:8 2. Há necessidade de Bolus Correção? Se sim, qual é? Resultado: NÃO. PACIENTE COM HIPOGLICEMIA. INGERIR 15G DE CHO DE ALTA ABSORÇÃO E AGUARDAR 15 MIN Qual conduta adequada, então? 3. Qual a dose total a ser aplicada na refeição? 5,6UI EM BOLUS 49 Glicemia pré-refeição = 104 mg/dl Relação insulina:carboidrato (BA) = 1:20 FS = 110; Meta glicêmica = 100 mg/dl 1. Qual Bolus Alimentação? Resultado: 1:20 2. Há necessidade de Bolus Correção? Se sim, qual é? Resultado:NÃO. PACIENTE COM GLICEMIA PRÉ- PRANDIAL ADEQUADA Qual conduta adequada, então? APLICAR APENAS O BOLUS DE ALIMENTAÇÃO 3. Qual a dose total a ser aplicada na refeição? 2,25UI: Praticando... 50 Praticando... Glicemia pré-refeição = 189 mg/dl Relação insulina:carboidrato (BA) = 1:12 FS = 60; meta glicêmica = 100 mg/dl 1. Qual Bolus Alimentação? Resultado: 1:12 2. Há necessidade de Bolus Correção? Se sim, qual é? Resultado: BC=189-100 60 BC=1,5UI Qual conduta adequada, então? APLICAR 1,5UI DE BOLUS DE CORREÇÃO 3. Qual a dose total a ser aplicada na refeição? 5,25UI Portanto, para a glicemia pré-prandial... 1. Glicemia normal – 70 a 130 mg/dl (ou critério médico) Sem necessidade de dose correção, só de alimentação 2. Glicemia alta – acima 130mg/dl (ou critério médico) Calcular BC e somar à dose já calcula para alimentação 3. Glicemia baixa – <70mg/dL Corrigir a hipo e atrasar a refeição Iniciar a refeição, reduzir 50% BA e atrasar aplicação (30-60min) 51 52 53 Treinando o olhômetro 54 Entendendo os rótulos Tamanho da porção do alimento Quantidade total de carboidratos Atenção ao total de fibras e gorduras. 55 Métodos de Contagem de carboidratos ● Lista de equivalentes Os alimentos são agrupados de forma que cada porção do alimento escolhido pelo paciente corresponda a 15g de carboidrato, classificando-os em categorias (grupo de alimentos) e porções de uso habitual de nossa realidade. 56 Métodos de Contagem de carboidratos ● Lista de equivalentes 57 Métodos de Contagem de carboidratos ● Contagem em gramas Somam-se os gramas de carboidratos de cada alimento por refeição, obtendo-se informações em tabelas e rótulos dos alimentos. 58 Métodos de Contagem de carboidratos ● Contagem em gramas 59 Atenção: influência dos lipídeos ● Redução da resposta glicêmica pós-prandial 2-3 horas; ● Atraso da resposta máxima de glicose devido ao esvaziamento gástrico tardio; ● Risco de hiperglicemia tardia a partir de 3-5 horas hiperglicemia matinal; ● Alimentos com maior concentração de gorduras (>35g/porção) requerem ajuste da insulina; ● A resposta do efeito da gordura na glicemia pós-prandial é individual. 60 Atenção: influência da proteína ● Efeito tardio sobre a glicemia (> 100 minutos); ● Diferentes efeitos com e sem carboidratos; ● Ajuste da insulina necessário para consumo de: ≥ 30 g de proteína com carboidratos (Ex: ≥ 150g de carne) ≥ 75 g de proteína isolada (Ex: em média ≥ 300g de carne) 20g CHO 61 Refeições mistas 1- Calcular por calorias provenientes das PTN e GORD- onde 100 kcal fontes de PTN-GORD equivalem a 10g de carboidratos (CHO) • Avaliar real consumo de macronutrientes da refeição; • Analisar a necessidade individual para ajuste de insulina prandial; • Monitorar a glicemia pré e pós-prandial (2h, 3h, 5h); • Buscar a melhor forma para definições de: dose de insulina prandial, tempo e padrão de administração. 62 Refeições Gordura + proteína 1- Calcular por calorias provenientes das PTN e GORD- onde 100 kcal fontes de PTN-GORD equivalem a 10g de carboidratos (CHO) 50g de picanha assada 13,2g PTN 10g LIP 50 g linguiça 9,1g PTN 9,2g LIP Bolus estendido: 1FPU dose de insulina que cobre 10g de CHO O tempo foi estendido para 3h para uma refeição contendo 1 FPU (100 kcal), para 4 h para 2 FPU (200 kcal), 5h para 3 FPU (300 kcal) e, finalmente, para 8h quando uma refeição incluiu mais de 3 FPU 263Kcal 63 Diabetes e exercício físico A prática de atividade física... Atua de forma independente sobre captação muscular de glicose • Aumenta capilarização fibras musculares • Melhora função mitocondrial maior gasto e produção energia • ↑ sensibilidade à insulina em até 72h após uma sessão treinos • ↑ captação glicose recuperação estoques energéticos • ↑ perda peso melhora ação insulina Qualquer atividade física, recreativa, laborativa ou esportiva pode ser feita por diabéticos 64 Diabetes e exercício físico Riscos: ● Hipoglicemia durante o treino: gasto glicose com exercício ● Hipoglicemia tardia (ao término até horas após): consumo glicose recuperação glicogênio muscular Impossível estabelecer protocolos precisos pois a resposta metabólica ao exercício dependerá de vários fatores 65 Como ajustar a glicemia antes do treino Ideal é manter glicemia entre 100 e 200mg/dl antes do início. ● Glicemia < 100 mg/dl: 15-30g CHO rápida absorção aguardar 15min e fazer nova verificação ● Glicemia 200-300 mg/dl : na ausência cetose é possível realizar treino com cautela e acompanhamento; ou aplicar dose baixa BC antes iniciar ● Glicemia > 250 mg/dl na presença cetose: exercício está contraindicado Sintomas da cetose - Hálito cetótico - Aumento do volume urinário / vontade de urinar - Aumento da sede - Redução do apetite - Cefaléia, fraqueza, náuseas 66 Automonitoramento como ferramenta ● Fase início/ajuste verificar antes, durante (>1h), logo após o término, 1h e 2h após se necessário • Conheceu seu padrão ↓ verificações • Mudou plano treino ↑ verificações 67 Cuidados durante o exercício ● Evitar exercitar-se no pico ação insulina ● Evitar aplicar insulina em região que vai ser muito exigida ● Reduzir dose insulina antes treino. Percentual varia, como regra: - Reduzir UR da refeição anterior e posterior - Reduzir UL só quando treino tiver duração maior que habitual 68 Principais causas de hipoglicemias nos treinos ● Baixa ingestão carboidrato antes ou durante exercício ● Intervalo tempo prolongado entre última refeição e exercício ● Aumento inesperado intensidade ou duração exercício ● ↑ absorção insulina por estimulação local ● Efeito sinérgico entre pico insulina e exercício Na presença hipoglicemia causada pelo exercício interromper atividade e seguir a regra do 15:15 69 Álcool e insulinoterapia ● Ingestão álcool sem alimentos : risco hipoglicemia (tardia) ● Não beber de barriga vazia ● Observar comportamento organismo: monitoramento glicemias ● Recomendações semelhantes à população não-diabética ● Pode ser necessária ↓ dose insulina pré ou pós ingestão ● Se exercício físico acompanhar ingestão ou ocorrer antes: ajustar consumo CHO e/ou dose insulina ● Se ingestão for acompanhada jejum noturno: lanchar antes ● Se ingestão for acompanhada consumo CHO: monitorar 70 Take Home Messages ● Educação nutricional perpassa todo tratamento de paciente com diabetes ● Importância de conhecer o tratamento insulínico ● Ter as informações da meta glicêmica, BA, FS ● Corrigir a hipoglicemia de acordo com o protocolo sempre que possível ● Manter quantidades fixas de carboidratos em cada horário, independente da qualidade do mesmo ● Empowerment e autonomia do paciente Obrigada! Ramona Baqueiro ramonabaqueiro@Hotmail.com
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