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Universidade Positivo Especialização em Nutrição Clínica com Ênfase em Terapia Nutricional Prof. Dr. Cleverson A. Martins Interpretação de Exames Bioquímicos e Hematológicos I: Relação com aspectos nutricionais cleverson.afm@gmail.com Introdução • Salvo raras exceções, um exame bioquímico ou hematológico é solicitado quando o paciente apresenta disfunções: – Estado nutricional Introdução • Estado nutricional: – “Conjunto de indicadores psicomorfofisiológicos que indicam a situação nutricional do indivíduo naquele momento” Avaliação nutricional ESTADO NUTRICIONAL Avaliação dietética Avaliação bioquímica, hematológica, parasitológica, etc Avaliação física Introdução Somente o profissional da medicina é habilitado a solicitar exames bioquímicos e hematológicos? Não! - Nutricionista - Odontólogo - Farmacêutico Clínico - Enfermeiro - Fisioterapeuta Como interpretar um exame laboratorial? É necessário primeiramente conhecer o significado dos parâmetros solicitados A leitura do exame é relativamente simples! Assim será possível interpretar o exame laboratorial Como interpretar um exame laboratorial? É necessário primeiramente conhecer o significado dos parâmetros solicitados A leitura do exame é relativamente simples! Assim será possível interpretar o exame laboratorial Cuidado com as referências! Homem Cuidado com as referências! Introdução • Indicadores laboratoriais: SANGUEURINAFEZES - Parasitas - Bactérias - Protozoários - Gorduras - Células - Proteínas - Cor -Excesso de sais na forma de cristais - pH -Hemácias -Leucócitos -Glicose -Enzimas -Lipídeos Urina Urina • Análise de urina contempla o EAS (Elementos Anormais e Sedimentos) – 1) Análise física: a) COR: Uma urina normal tem coloração amarela ou amarela clara e cheiro característico (aspecto límpido ou turvo e odores anormais/fétido indica infecções) • A presença de sangue na urina dá uma cor de laranja a vermelha, é um sinal de disfunções renais e do trato urinário. • Urina turva: pode ser por presença de bactérias, ou descamações de células em excesso do trato urinário. Pode indicar infecção Urina - 2) Análise bioquímica: a) pH: urina ácida indica perda de potássio, dieta rica em proteínas, infecção das vias urinárias por Escherichia coli e diarreias severas (alguns medicamentos podem diminuir o pH urinário) b) DENSIDADE: avalia a capacidade do sistema renal em “concentrar” a urina. - Densidade baixa indica uso excessivo de líquidos (reposições em atletas, por exemplo), diabetes e hipertensão. - Densidade alta mostra desidratação, diarreia, vômitos, febre, diabetes mellitus com glicosúria, glomerulonefrite, insuficiência cardíaca congestiva, etc. Urina • Densidade urinária: – A densidade da água pura é igual a 1,000 g/mL. – Quanto mais próximo deste valor, mais diluída está a urina. • Os valores normais variam de 1,005 g/mL a 1,035 g/mL • Urinas muito concentradas, indicando desidratação (costumam ser muito amareladas e possuem odor forte característico) Densidade alta, cor intensa e odor fétido Comum em paciente acamado, idoso, algumas categorias profissionais, etc Não é, a princípio, indicativo de doença Urina • pH urinário: – Varia de 4,5 a 8 – Normalmente entre 5 e 6 Urina - 2) Análise bioquímica: c) PROTEÍNA: Ausente na urina normal. Presentes em doenças renais e diabetes. d) GLICOSE: Ausente na urina normal. Presente em pacientes diabéticos e casos de glicosúria renal. e) CETONAS (Corpos Cetônicos): Presentes em pacientes diabéticos ou após jejum prolongado. f) HEMOGLOBINA (Hemácias ): Ausente na urina normal. Presente nas hemorragias de qualquer causa que atingem o sistema urinário (infecções urinárias, cálculo renal, etc). Screening rápido para análise de urina Triagem Screening rápido para análise de urina ANÁLISE VALOR ESPERADO SIGNIFICADO Bilirrubina Não detectado Doenças hepáticas e cálculos biliares (verificar bilirrubina não conjugada) Cetonas Negativo Presente em Diabetes Melito, anorexia, caquexia/inanição, vômito persistente Leucócitos Negativo Avalia indiretamente bacteriúria Glicose Negativo Presente em Diabetes Melito Nitrito Negativo Indicativo de bacteriúria pH 5-6 pH ácido: dieta rica em proteínas e acidose (causada por Diabetes melito) pH básico: dieta vegana/laticínios, cálculos renais de fosfato, infecção urinária Proteína 2-8 mg/dL (+) Problema renais, (++) processos inflamatórios do trato renal, (+++) síndrome nefrótica e glomerulonefrite Sangue Negativo Infecção de trato urinário, neoplasia ou trauma, anemia hemolítica Caso clínico Sangue (série vermelha) Sangue • “Sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula pelo sistema vascular em animais com sistemas circulatórios fechados” – “Formado por uma porção celular de elementos figurados que circulam em suspensão em meio fluido, o plasma.” Sangue Plasma vs. soro Plasma vs. soro • Obtenção de plasma Plasma vs. soro • Anticoagulantes mais utilizados em análises laboratoriais: Hemácias • “São unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também designadas por eritrócitos ou glóbulos vermelhos” – São constituídas basicamente por globulina e hemoglobina – Sua função é transportar oxigênio aos tecidos – Vivem por aproximadamente 120 dias Valor de referência = 4,5 a 6,0 x 106/mm³ Variável! Hemácias e hemoglobina Hemácia normal Hemácias e hemoglobina Sangue • Eritropoiese: – “É a maturação e diferenciação de Hemácias a partir de células-tronco pluripotentes da medula óssea” Pró- eritroblastos Eritroblastos basófilos Eritroblastos policromáticos Eritroblastos ortocromáticos Reticulócitos Hemácias Elementos fundamentais durante este processo de maturação: -Ferro -Vitamina B12 -Ácido Fólico Sangue • Reticulócitos: eritrócitos imaturos com RNA precipitado na forma de grânulos – Denota ativação da medula óssea para a produção de novas células Eritrócito Reticulócito Sangue • Avaliam-se os seguintes parâmetros: – Número de Hemácias – Concentração de hemoglobina – Porcentagem de hematócrito – Índices hematimétricos: • VCM (volume corpuscular médio) • HCM (hemoglobina corpuscular média) • CHCM (concentração da hemoglobina corpuscular média) – Análise morfológica da extensão sanguínea Hemácias • Disfunção mais importante a ser avaliada através da análise da série vermelha: – ANEMIAS • Para isso, são avaliadas as alterações morfológicas • Associadas com constantes corpusculares/índices hematimétricos ANEMIA: “Concentração de hemoglobina abaixo do normal” Qual a razão desta redução? ? - Excesso de perda sanguínea; - Destruição de Hemácias ; - Falta de produção medular Hemácias • Valores de referência para número de Hemácias : – Varia de acordo com a população estudada, gênero, idade, etnia, condição socioeconômica, altitude Volume de Hemácias Anemias • Classificação (morfológica): – Baseada em anisocitose (variação de tamanho das Hemácias ) • 1) Microcíticas • 2) Normocíticas • 3) Macrocíticas – Baseada em cor das Hemácias • 1) Hipocrômica • 2) Normocrômica • 3) Hipercrômica Classificação também baseada em índices hematimétricos VCM, HCM e RDW • Foto da classificação? Classificação morfológica das anemias Anemias - Baseada em poiquilocitose(variação da forma das Hemácias ): • 1) Falciforme (forma de foice – anemia falciforme) • 2) Esferócitos (pequenas e esféricas hipercoradas – anemia hemolítica auto-imune) Anemias - Baseada em poiquilocitose (variação da forma das Hemácias ): • 3) Ovalócitos (ovais – ovalocitose hereditária) • 4) Dacriócitos (forma de gota – mielofibrose) Anemias - Baseada em poiquilocitose (variação da forma das Hemácias ): • 5) Codócitos (aumento do halo central – talassemia) • 6) Esquizócitos (fragmentos de várias formas – microangiopatias, coagulação intravascular disseminada) Anemias - Baseada em poiquilocitose (variação da forma das Hemácias ): • 7) Crenadas ou equinócitos (espículas – alteração metabólicas e uremia) • 8) Acantócitos (pequenas e poucas projeções – dislipidemias) Anemias - Baseada em poiquilocitose (variação da forma das Hemácias ): • 9) Estomatócitos (fenda central – estomatocitose hereditária) Anemias • Concentração de hemoglobina (Hb) – estrutura responsável por carregar oxigênio dentro da célula: – Isoladamente, é o valor mais útil: • Avalia condição da anemia • Avalia intensidade da anemia Anemias • % Hematócrito (avaliação do volume relativo das hemácias , percentual destas em relação ao volume total de sangue): – Útil especialmente em acompanhamento de quadros hemorrágicos % hematócrito baixo Anemia, hemólise, hemodiluição % hematócrito alto Policitemia, exercício intenso, altitude elevada, hemoconcentração Anemias • % Hematócrito: Anemias • % Hematócrito: Sangue • Outros parâmetros de série vermelha analisados: – VCM: Volume corpuscular médio, avalia o tamanho médio das Hemácias • Ref: menor que 80 fl indica microcitose; maior que 100 fl indica macrocitose • Calculado pelos analisadores automáticos Sangue • HCM (hemoglobina corpuscular média): avalia a concentração de hemoglobina nas Hemácias – Ref: menor que 27 pg indica presença de hipocromia (correlaciona-se com baixos teores de hemoglobina) – Ref: acima de 32 pg não apresenta valor clínico relevante • CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): avalia o percentual de hemoglobina em 100 ml de Hemácias – Ref: abaixo de 32% indicativo de hipocromia – Ref: acima de 35% são relativos a presença de esferócitos Sangue • RDW (red cell distribuition of width): avalia a dispersão das Hemácias quanto ao seu tamanho – Ref: Valores menores que 11,5% não apresentam significado clínico – Ref: Valores maiores que 14,5% indicam grande dispersão de tamanho ou ANISOCITOSE Sangue • Ferro sérico (Fe): Valores de referência – As taxas corpóreas são rigorosamente controladas (troca dinâmica entre medula óssea, Hemácias , plasma, ferritina e transferrina) Excesso de Fe: Indicativo de anemia sideroblástica (deficiência nas enzimas de precursores das Hemácias ) Diminuição de Fe: Indicativo de anemia ferropriva ou perda de sangue Sangue • Ferritina: proteína de reserva de ferro, representa até 25% do total de ferro do organismo – Ref: 30 a 300 ng/mL em homens e de 20 a 200 ng/mL em mulheres – Cuidado especial: ferritina é uma proteína de fase aguda, então pode haver ferritinemia normal mesmo em pessoas com deficiência de ferro (especialmente em hepatites) Nível de ferritina menor que 15 ng/mL indica ferropenia Indicativo de anemia ferropriva ou sangramentos Ferritina acima de 200 ng/mL exclui anemia ferropriva Sangue • Capacidade total de ligação ao ferro (CTLF ou TIBC): – “Mede a quantidade total de ferro que pode se ligar à transferrina (transporta ferro)” – Em condições normais, somente uma porcentagem da transferrina disponível transporta ferro – ↓ ferro; ↑ TIBC o que resulta em ↓ % saturação de transferrina – junto com a dosagem do ferro sérico, quando se investiga anemia ferropriva Quando os estoques de ferro estão diminuídos a capacidade da transferrina se ligar ao ferro se torna maior que o normal Ref: 250 a 400 microgramas/dL, ou grau de saturação de 20-45% Indicativo de deficiência de ferro (anemia ferropriva) Também aumenta em sobrecarga de ferro Roteiro de diagnóstico das principais anemias 1) Anemias carenciais: a) Anemia ferropriva: - Hipocrômica e microcítica; - Contagem de reticulócitos baixa; - Dosagem de ferro sérico baixa; - Capacidade de ligação ao ferro total alta; - Ferritina sérica diminuída (Ref: maior que 20 e menor que 200 µg/L) Outras anemias microcíticas Ferro sérico estará aumentado 1) Anemias carenciais: b) Carência de Vit. B12 e folato (anemia megaloblástica) - Macrocítica; - Contagem reticulócitos baixa; - Anisocitose; - Dosagem sérica de Vit B12 baixa; - Dosagem de ácido fólico baixa; Roteiro de diagnóstico das principais anemias Achados comuns: Howell-Jolly e anel de Cabot b) Carência de Vit. B12 e folato (anemia megaloblástica) Howell-Jolly (DNA condensado) anel de Cabot (restos nucleares) Roteiro de diagnóstico das principais anemias Roteiro de diagnóstico das principais anemias 2) Anemias por excesso de destruição (hemólise) a) Causas intrínsecas às Hemácias a1) Alteração na membrana eritrocitária a2) Alteração na hemoglobina a3) Alteração das enzimas eritrocitárias - Presença de esferócitos (esferocitose hereditária); - Hemoglobinopatias (HbS - foice e HbC – cristalizada; HbA2 - talassemia) - Dosagem de bilirrubina alta - Número de reticulócitos aumentado Roteiro de diagnóstico das principais anemias 2) Anemias por excesso de destruição (hemólise) b) Causas extrínsecas às Hemácias b1) Anemias auto-imunes - Presença de anticorpo antieritrocitário (auto-imune); - Teste de Coombs positivo - Teste de Coombs detecta anticorpos ligados à superfície das Hemácias . 3) Anemias por falta de produção a) Anemias aplásicas ou hipoplásicas - Normocrômicas normocíticas - Reticulopenia b) Anemias de doença crônica: - Normo ou microcíticas - Reticulopenia (ref: 0,5% a 1,5% em adultos) - Depósito de ferro medulares (hemossiderina) aumentado - Ferritina aumentados - Não há carência de ferro (como na ferropriva) Roteiro de diagnóstico das principais anemias Caso clínico Caso clínico Valores referência de reticulócitos: 0,5% - 1,5% Caso clínico • Análise morfológica dos pacientes apresentados anteriormente: – Diagnosticados com priaprismo (ereção involuntária, dolorosa e persistente do pênis) – 90% dos casos apresentam anemia falciforme Caso clínico Eritrócitos 2,1 milh/mm3 Hb 7,8 g/dL Ht 23,9% VCM 95,0 fL HCM 30,8 pg CHCM 32,1 g/dL RDW 18,5% Ferritina 9 µg/L Sat. Transferrina 13% TBIC 400 µg/dL Reticulócitos 4% Caso clínico Caso clínico • Avaliação do caso anterior: • Folato sérico = 1,3 mg/mL – Ref: 5-15 mg/mL • a) Paciente dependente de bebidas alcólicas • b) Paciente realizou cirurgia bariátrica e desenvolveu doença celíaca – SINAIS DE MÁ ABSORÇÃO DE FOLATO Sangue (série branca) Valores de referência Contagem de 100 células em extensão sanguínea Diferenciação morfológica Leucócitos – considerações gerais • Neutrófilos: – Responsáveis por defesa e imunidade – Primeiras células a atingir sítios infeccionados – Grande capacidade de fagocitose Aumento na contagem de neutrófilos Infecções bacteriana, leucemias e processos inflamatórios Ref: 55% a 65% Leucócitos – considerações gerais • Eosinófilos: – Ação contra parasitas multicelulares – Juntamente aos mastócitos, também controlam mecanismos associados com a alergia e asma. Ref:1% a 4% Aumento na contagem de eosinófilos Parasitoses e processos imunoalérgicos Leucócitos – considerações gerais • Linfócitos: – Responsáveis pela imunidade humoral (produção de anticorpos) Ref: 20% a 33% Aumento na contagem de linfócitos Infecções virais agudas, infecções crônicas (tuberculose e sífilis) e leucemias Caso clínico Parasitológico positivo para T. solium Parâmetros bioquímicos Bioquímica • Os principais parâmetros bioquímicos pesquisados são: – Glicose e hemoglobina glicada – Enzimas: • Alanina aminotransferase (ALT/TGP) • Aspartato aminotransferase (AST/TGO) • Fosfatase alcalina (FAL) • δ-glutamiltransferase (GGT) – Perfil lipídico • Triacilgliceróis (TG) • Colesterol – Colesterol Total – LDL – HDL Glicose • Principal carboidrato usado como fonte de energia, cuja absorção pelas células é dependente de insulina: – Ref: concentração plasmática em jejum, de 70 mg/dL a 99 mg/dL FONTE: American Diabetes Association (2005); Sociedade Brasileira de Diabetes (2014) Valores acima da referência Hiperglicemia Valores abaixo da referência Hipoglicemia Complicações renais, cardiovasculares, oculares, DIABETES Hepatite/cirrose, alcoolismo, desnutrição tratamento do diabetes Glicose • Resultados entre 100 e 125 mg/dL representam a intolerância à glicose, conhecida como PRÉ-DIABETES; • Diabético define-se como acima de 126 mg/dL – Investigar se diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 • Ausência de insulina = tipo 1 • Problemas de ligação de insulina ao receptor ou insensibilidade = tipo 2 Ao interpretar o valor de glicemia: Garantir jejum de 8 horas mas inferior a 14 horas Glicose Hemoglobina glicada • É um tipo de hemoglobina (HbA1c) que que possui alta afinidade com moléculas de glicose (resíduo de valina) • Ligação não enzimática • Importância clínica: avalia o controle glicêmico de longo prazo (2 a 3 meses) = vida útil da hemácea Pacientes que controlam glicemia na semana do exame Podem apresentar glicemia normal, mas estarão com HbA1c aumentada Hemoglobina glicada Caso clínico Curva glicêmica Caso clínico Enzimas • Alanina aminotransferase (ALT/TGP) – Também conhecida como transaminase glutâmico pirúvica – É um biomarcador do adequado funcionamento hepático – Predominantemente citoplasmática – Catalisa reações do ciclo da alanina (degradação aminoacídica muscular, cujo N é utilizado na conversão piruvato-alanina) Enzimas • Alanina aminotransferase (ALT/TGP) – Valores aumentados indicam comprometimento hepático, porém com danos menos severos – Ref: até 35 UI/L para mulheres e 50 UI/L para homens Valores altos (pode atingir até 1000 UI/L) Hepatite, diabetes, insuficiência cardíaca congestiva, mononucleose, miopatias Uso de drogas de abuso e hepatite viral aguda Enzimas • Aspartato aminotransferase (AST/TGO): – Transaminase glutâmico oxalacética – Predominantemente mitocondrial – Catalisa reações das vias de degradação de proteínas – Quanto maior a concentração, maior o dano hepático (mais grave a condição do paciente) – Ref: até 35 UI/L Enzimas • Fosfatase alcalina (FAL): – Enzima hidrolase, que remove grupos fosfato de nucleotídeos, proteínas e alcalóides durante sua metabolização; – Presente especialmente em ossos e fígado – Ref: 40 a 130 UI/L Valores aumentados Valores diminuídos Distúrbios do trato biliar Hepatites Recuperação de lesões ósseas Hipertireoidismo Raquitismo Tumor ósseo Hipotireoidismo Doença celíaca Desnutrição Enzimas • δ-glutamiltransferase (GGT): – Enzima sérica originária primordialmente do sistema hepatobiliar – Muito importante em análises de presença de colestase, icterícia obstrutiva e colangite/colecistite – Auxiliar no diagnóstico de doença hepática e alcoolismo crônico Referência: Homens: Até 50 UI/L Mulheres: Até 30 UI/L Caso clínico Caso clínico Perfil lipídico • Fisiológica e clinicamente, os lipídeos mais importantes são: – Fosfolipídeos – Ácidos graxos – Colesterol total – Triglicérides Ácidos orgânicos de cadeia longa (acima de 12 carbonos) Insolubilidade em água APOLARIDADE Perfil lipídico • Fosfolipídeos são a base da formação de membranas plasmáticas Perfil lipídico • Ácidos graxos: ácidos monocarboxílicos de cadeia normal que apresentam o grupo carboxila (–COOH) ligado a uma longa cadeia alquílica, saturada ou insaturada. Perfil lipídico • Os triglicerídeos são formados por três ácidos graxos ligados por uma molécula de glicerol • Representam a forma mais importante de armazenamento energético • Depositam-se nos tecidos adiposo e muscular Perfil lipídico • Colesterol atua como precursor de hormônios esteróides, dos ácidos biliares de vitamina D; • Atua como ativador de enzimas e como agente que confere fluidez as membranas. Perfil lipídico • Lipoproteínas são agregados moleculares responsáveis pelo transporte de lipídeos no plasma sanguíneo, já que eles não se misturam em ambiente aquoso Perfil lipídico • Classificação: – LDL (Low Density Lipoprotein): lipoproteína de baixa densidade • transporta colesterol e triglicerídeos do fígado e intestino delgado às células e tecidos que estão necessitando destas substâncias. • Associado a aterosclerose e indiretamente com infarto e AVC Perfil lipídico • Classificação: – HDL (High Density Lipoprotein): lipoproteína de alta densidade – Transporta colesterol dos tecidos ao fígado (transporte reverso) • Diminui a quantidade de colesterol na circulação, diminuindo os riscos de doenças causadas por hipercolesterolemia Perfil lipídico • No laboratório clínico, são dosados com mais frequência: – Colesterol total – TG – HDL • VLDL = estima-se matematicamente dividindo o valor de TG por 5 • LDL = calculado pela equação de Friedewald: LDL = CT - (VLDL + HDL) Caso clínico Caso clínico Colesterol normal ou pouco aumentado TG muito aumentado Caso clínico • Classificação etiológica: – Dislipidemia primária: geneticamente determinadas mas manifestam-se por influências ambientais – Dislipidemia secundária: doenças, medicamentos (esteróides e progesterona), hábitos de vida Caso clínico • Classificação de Fredrickson: – Classifica entre dislipidemia de fonte alimentar (tipo I e V) ou endógena (tipo II, III e IV) • Tipo I: CT normal ou pouco elevado, TG muito elevado • Tipo IIa: aumento de CT a custa de LDL e TG normal • Tipo IIb: aumento CT e TG a custa de LDL e VLDL • Tipo III: aumento de CT e TG, com relação CT/TG=1 • Tipo IV: Aumento do TG e CT normal, a custa de VLDL • Tipo V: CT pouco aumentado e TG muito aumentado, por aumento de quilomícrom Classificação do paciente como Fredrickson Tipo I Dislipidemia alimentar Considerações finais • Onde obter informações adicionais? – No próprio exame laboratorial, interpretando-o e correlacionando-o com o histórico do paciente – Em livros sobre interpretação de exames – Em livros de Fisiopatologia
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