Prévia do material em texto
MOBILIZAÇÃO NEURAL Histórico Surgimento do conceito de 'tensão neural' ideia de "tensão" - 'esticar. (1978) Alongamento neural então tornou-se um dos pilares da mobilização neural, colocando pacientes em risco, porque o alongamento pode irritar nervos e provocar dor. Aspectos do sistema neural, como movimento, pressão, viscoelasticidade e fisiologia. Ligações entre mecânica e fisiologia conceito neurodinâmica possibilitando um tratamento mais adequado dos distúrbios neuromusculoesqueléticos. (Shaddock, 1995) Conceito A neurodinâmica é a aplicação clínica da fisiologia e da mecânica do sistema nervoso integradas à função musculoesquelética. ANATOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: inclui encéfalo e medula espinhal. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: inclui os receptores sensoriais, os nervos sensoriais e os gânglios fora do SNC. A divisão sensorial ou aferente traz informações para o SN - receptores visual, auditivo, químico e somatossensorial, a informação chega ao córtex. A divisão motora ou eferente conduz a informação do SN para a periferia. · Contração da musculatura esquelética. · Contração da musculatura lisa e cardíaca · Secreção glândulas endócrina e exócrina. ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO SISTEMAS DE CONTROLE Recepção(aferências sensoriais); Integração, comando e controle Efetuação FUNCIONALIDADE Condução de impulsos Suporte e proteção CONTINUIDADE TECIDUAL Continuidade elétrica, química, tecidual... NEURODINÂMICA ESTRUTURA NEURAL: tecido de suporte e proteção e tecido de condução. Fluxo anterógrado: transporte de energia proveniente do sangue do centro para periferia. Fluxo retrógado: transporte de energia proveniente do sangue da periferia ao centro. Envoltorios e interfaces neurais Endoneuro: envolve o axônio tendo função elástica, além da manutenção do espaço endoneural, tem pressão ligeiramente positiva. Perineuro: envolve o fascículo de axônios, protegendo os tubos endoneurais, barrando forças externas (escudo). Epineuro: envolve o conjunto de fascículos tendo funções elásticas e inelásticas, possui rede capilar linfática (proteção) Mesoneuro: envolve os troncos nervosos periféricos, permitindo ao nervo deslizar e contrair ao longo dos tecidos circunjacentes. NEURODINÂMICA Percurso através de forames, sulcos, orifícios, retináculos, túneis, músculos e desfiladeiros (estenose, invasão, compressão, etc..) Trajeto anatômico profundo, sendo mecanicamente influenciados em regiões flexoras. NEUROPATOMECÂNICA TENSÃO NEURAL ADVERSA: mecanismos patomecânicos que comprometem a mobilidade neural em sua plenitude. impossibilidade da trama neural periférica adaptar-se a forças deformantes. Compressiva Tracionante Lacerante NEUROPATOMECÂNICA Neuropraxia (neuroestenose): Axoniotmese Neurotmese NEUROPATOMECÂNICA Crush, double crush e multiple crush. Podem ser anterógradas ou retrógadas. SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL Mobilização direta do sistema nervoso Tratamento dos tecidos das interfaces Tratamento indireto-ergonomia SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL Irritabilidade e patologia Aguda irritabilidade alta Subaguda irritabilidade moderada Crônica sem irritabilidade SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL DESORDENS IRRITÁVEIS Distância dos sintomas Posicionamento antálgico Não provocar sintomas Grande ADM – lento e rítmico SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL DESORDENS IRRITÁVEIS – PROGRESSÃO Tratar de acordo com o grau de irritabilidade Tratar com base na restrição Sintomas reproduzidos diminuem proporcionalmente à diminuição da tensão SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL DESORDENS IRRITÁVEIS – PROGRESSÃO Aumentar a intensidade da tensão Aumentar a duração Aumentar as repetições Ritmo aumentado dentro da tensão Sustentação da tensão SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL DESORDENS NÃO-IRRITÁVEIS PROGRESSÃO Membro afetado Tensão anterior à dor Tensão mantida 3 a 5 min. DESORDENS IRRITÁVEIS PROGRESSÃO A distância Tensão no desconforto Mov. lento e rítmico Tensiona e relaxa 1 min 5 a 10 séries Até 10 sessões SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL DESORDENS NÃO-IRRITÁVEIS Z DESORDENS IRRITÁVEIS N SEMIOLOGIA E TRATAMENTO DA MOBILIDADE NEURAL PRECAUÇÕES Sinais neurológicos atípicos Irritabilidade neural Tonturas Alterações circulatórias Saúde geral Piora do quadro Outras patologias associadas CONTRAINDICAÇÕES Lesões neurológicas recentes, progressivas, estruturadas e irreversíveis. Síndromes compressivas graves Câncer, síndrome ombro-mão Não usar em crianças TESTES NEURODINÂMICOS São considerados exames gerais de mobilidade neurodinâmica. Se aplicam às tensões mecânicas e compressivas controladas para a dura e para outros tecidos neurológicos, central ou perifericamente. Sua finalidade é avaliar a contribuição das raízes nervosas espinhais e dos nervos periféricos nas dores extremas ao empregar alongamentos sequenciais e progressivo na dura. Esses testes exercem esforços tensivos nas raízes nervosas espinhais e dos nervos periféricos, usando forças de tração longitudinal no nervo até que os sintomas do paciente sejam reproduzidos. Teste de tensão neural Membros superiores (TTMS) ou test upper limb tension (ULTT) ULTT1 ULTT2 ULTT3 ULTT4 Membros inferiores Testes de elevação da perna reta Teste de flexão do joelho em prono Teste de slump TESTES DE TENSÃO NEURAL DOS MEMBROS SUPERIORES (ULTT) ULTT1 - nervos mediano e interosseo anterior C5, C6,C7. ULTT2 – nervos mediano, axilar e muscuLocutâneo. ULTT3 – nervo radial. ULTT4 – nervo ulnar C8, T1. Mobilização Neural Mediano Abdução a 110º e rotação lateral do ombro restrição para elevação da cintura escapular extensão do cotovelo supinação do antebraço extensão do punho, dedos e polegar. Pode-se acrescentar a inclinação para o lado contralateral. Movimento de liga/desliga durante um minuto. Cuidar: não reproduzir os sintomas do paciente. ULTT1 NERVO MEDIANO/ INTERÓSSEO ANTERIOR C5,6,7 Mobilização Neural Radial Paciente em DD diagonal na mesa depressão da cintura escapular leve abdução do ombro e rotação medial extensão do cotovelo pronação do antebraço, flexão e desvio ulnar do punho flexão do polegar. ULTT3 Mobilização Neural Radial Mobilização Neural Ulnar Paciente supino alinhado sobre a mesa. depressão da cintura escapular rotação lateral/abdução do ombro até 90º pronação do antebraço flexão do cotovelo extensão do punho Pode associar inclinação lateral da cervical. ULTT4 Mobilização Neural Ulnar Escalenos Escaleno Anterior e Médio Ação: Flexão, inclinação homolateral e rotação contralateral. Afetam níveis da coluna cervical inferior C2 a C7. Alongar lado esquerdo: retração da unidade cabeça –pescoço, inclinação para D e rotação para E com depressão do ombro. Coordenar com expiração. Escalenos Escaleno Posterior Ação: extensão, inclinação e rotação homolateral. C5,C6,C7. Alongamento do escaleno posterior E: Flexão do pescoço, inclinação e rotação para D e depressão do ombro E. Mobilização da primeira costela Mobilização cervical plexo braquial. STRAIGHT LEG RAISE (SLR)/ELEVAÇÃO DA PERNA RETA (EPR) NERVO ISQUIÁTICO (CIÁTICO) O paciente deve estar na posição supina, sem travesseiro sob a cabeça, a perna testada é colocada em leve rotação interna com adução do quadril e o joelho em extensão. No teste clássico de EPR, o fisioterapeuta deve segurar o tornozelo do paciente e erguer a perna reta até que este se queixe de dor ou até a rigidez na região posterior da coxa ser sentida. Nesse ponto, a amplitude de movimento é observada e o fisioterapeuta abaixa a pernalevemente até o paciente relatar a diminuição nos sintomas. STRAIGHT LEG RAISE (SLR)- NERVO ISQUIÁTICO (CIÁTICO) Entre 30 e 70º, os nervos espinhais, suas coberturas durais e as raízes dos segmentos de L4, L5, S1 e S2 são alongadas com uma excursão variando de 2 a 6 mm. Depois de 70º, embora essas estruturas sofram tensões adicionais, há também envolvimento de outras estruturas, as quais incluem articulações isquiotibiais, glúteo máximo e articulações do quadril, lombares e sacroilíacas. O teste de EPR é positivo se: A amplitude estiver limitada pelo espasmo a menos de 70º. Houver reprodução de dor nos MMII e nas costas. A dor reproduzida for de natureza neurológica. STRAIGHT LEG RAISE (SLR)- NERVO ISQUIÁTICO (CIÁTICO) A dorsiflexão do tornozelo e a flexão cervical podem ser usadas como sensibilizadoras no teste de EPR. Além disso, é possível, também, adicionar rotação interna complementar ou adução extrema do quadril. TESTE DE SLUMP A única vantagem do teste de slump sobre o teste de EPR é que ele aumenta as forças de compressão através do disco, evidenciando a presença de aderências durais. PRONE KNEE BAND (PKB)/O TESTE DE FLEXÃO DO JOELHO EM PRONO (FJP) NERVO FEMORAL/ CUTÂNEO FEMORAL LATERAL Estende o nervo femoral usando extensão do quadril e flexão do joelho para alongar a terminação nervosa no músculo quadríceps. Execução: o paciente adota a posição DV, e o fisioterapeuta estabiliza o ísquio para evitar rotação anterior da pelve. O joelho do paciente é flexionado o máximo possível . Essa manobra produz a sensação de alongamento na região anterior da coxa. Se não for encontrado achado positivo até esse ponto, o quadril é estendido, mantendo-se a flexão do joelho. A zona de alongamento varia de 80 a 100º de flexão do joelho. A flexão do joelho acima de 100% introduz o alongamento do reto femoral e o movimento da coluna lombar nos achados. PRONE KNEE BAND (PKB)/O TESTE DE FLEXÃO DO JOELHO EM PRONO (FJP) O resultado do teste é positivo se houver reprodução de dor unilateral na área lombar, nas nádegas, na parte posterior da coxa, ou uma combinação na amplitude de 80 a 100° de flexão do joelho, o que pode indicar dano nas raízes nervosas de L2, L3 ou L4, embora uma protrusão aguda de L4 a S1 também possa revelar achados positivos. MOBILIZAÇÃO NEURAL CIÁTICO L4 a S2 Paciente em DD, elevação do membro inferior acima de 30º e menos de 70º. Fazer dorsiflexão do tornozelo (liga-desliga) Tensão adicional pode ser feita com adução do quadril. MOBILIZAÇÃO NEURAL FEMORAL/CUTÃNEO FEMORAL L1,L2,L3,(L4) Femoral: DV, flexão do joelho. Cutâneo femoral: quadril estendido com joelho fletido. REFERÊNCIAS Shacklock Michael. Clinical Neurodynamics: A new system of musculoskeletal treatment. Elsevier; 2005. Dutton M. Fisioterapia ortopédica exame, avaliação e intervenção. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2010. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536323718/pageid/2 Makofsky H. Coluna vertebral: terapia manual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;2006. Dispato R. Manipulação Neuromiofascial. Porto Alegre: Fisiowork; 2017. (Apostila do curso de Fisioterapia Manipulativa).