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Petição Penal V

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG.
AÇÃO PENAL Nº: _____________
AUTOR: Ministério Público
DENUCIADO: Lúcio
 Lúcio, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu advogado ao final subscrito, vem com devido respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, nos termos do ART. 403, § 3º do código de Processo Penal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB FORMA DE MEMORAIS pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
 
1. DOS FATOS
 
 O Ministério Público denunciou LÚCIO pela prática de tentativa de homicídio, com fulcro no Artigo 121 do Código Penal.
Supostamente o Paciente praticou o delito de homicídio doloso, previsto no Art. 121 do Código Penal. ocorrido no dia 18/12/2018 contra a sua paciente e suposta vítima. O suposto crime teria dado início após um procedimento de aplicação de silicone nas nádegas da paciente que veio a falecer no dia 18/12/2018 em um hospital de Belo Horizonte.
Após a apresentação de pedido de Relaxamento de Prisão, com fulcro no artigo art. 5º, LXV, da CR/88 c/c art. 310, I, do CPP, os autos foram conclusos para o MM. Juiz do Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte/MG. Ao proferir decisão, o MM. Juiz, apesar de considerar que o auto de flagrante era nulo, por não se encontrar presentes os requisitos autorizadores do flagrante, decidiu por converter a prisão em preventiva para garantia da ordem pública, em decorrência da gravidade do suposto crime em questão. Por considerar ilegal referida decisão, foi impetrada Ordem de Habeas Corpus com pedido liminar perante o Tribunal de Justiça. Não obstante aos argumentos lançados àquela época, a ordem foi denegada, à unanimidade dos votos, ratificando a decisão de primeira instância. Em decorrência da não concessão da ordem, foi interposto Recurso Ordinário em Habeas Corpus perante o C. STJ, o qual ainda se encontra pendente de julgamento. Ato seguinte, o Magistrado primevo considerou que os pressupostos processuais e as condições da ação do art. 41 do CPP estavam presentes, bem como ressaltou que a peça acusatória descreveu o fato criminoso de maneira eficaz, inclusive com suporte probatório capaz de evidenciar a justa causa para a ação penal em desfavor de Lúcio.
2. DO MÉRITO
Nulidade do Processo por Cerceamento de Defesa. 
Sugiro a leitura da jurisprudência:
TJMG – APELAÇÃO CRIMINAL – 10142120023031001 - 6ª CÂMARA CRIMINAL -  APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES DE DESOBEDIÊNCIA E DIREÇÃO PERIGOSA - SENTENÇA - AUSÊNCIA DE ANÁLISE DE TESE DEFENSIVA - NULIDADE - DECRETAÇÃO. É causa de nulidade absoluta da sentença, por ausência de fundamentação e cerceamento de defesa, o não exame de todos os pontos trazidos em alegações finais pelas partes. Rel. (Des) Denise Pinho Costa Val - PUBLICAÇÃO 22.07.2015.
Indeferimento da admissão de assistente técnico e de oitiva do perito em audiência – Art. 159, §§ 3º a 5º do CPP. 
Apresento pedido de admissão de assistente técnico, bem como a oitiva do Dr. Clésio em audiência, para poder questionar as conclusões do laudo, em razão de graves contradições no laudo. Não obstante, tal pedido foi indeferido pelo MM. Juiz, sob o argumento de que o laudo pericial seria extremamente claro, não pairando quaisquer dúvidas sobre a veracidade de seu conteúdo.
Ausência de interrogatório do Réu - Violação ao art. 5, LIV e LV da CF/88 – Violação ao princípio do contraditório e à ampla defesa. 
cabe ressaltar que a intimação de seu cliente para prestar depoimento na referida audiência de instrução e julgamento não foi devidamente cumprida, não tendo sido ele intimado pessoalmente, contrariando, dessa maneira, os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
Da necessidade de desclassificação do crime imputado ao Réu – Homicídio Culposo (art. 121, §3º, do CP). 
O mesmo raciocínio se aplica aos crimes de competência do Tribunal do Júri, na medida em que, apresentadas as alegações finais pelas partes, o Juiz decidirá pela desclassificação (art. 419 do CPP), impronúncia (art. 414 do CPP), absolvição sumária (art. 415 do CPP) ou pronúncia (art. 413 do CPP) do acusado. Sendo que, apenas esta última faz com o réu seja submetido a julgamento em plenário. Para tanto, deve-se, mais uma vez, analisar se o fato existiu; se ele é típico; se existem circunstâncias que excluem o crime ou isentam o réu de pena; se o réu é o autor do crime; se existem provas de autoria e materialidade, dentre outras questões.
3. DO PEDIDO
Não restam dúvidas quanto à cristalinidade do direito requerido, desde então requer
a:
A) Declaração de Nulidade Absoluta do Processo pela não citação do acusado, com
base no Art. 564, I, do CPP:
B) Desclassificação do crime de homicídio doloso para culposo, com a consequente remessa dos autos ao Juízo competente, nos termos dos artigos. 419 e 74, §§ 2º e 3º do CPP. 
Termo em que,
Pede deferimento
Belo Horizonte, 26 de junho de 2019.
Advogado OAB/__________

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