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Aluno: Carlos Vinicius dos Santos Alexandre Matr.: 201504456297 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGREDIO TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO DE SÃO PAULO O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº, com sede na rua, nº .., Centro, Município Y/S P ,vem por intermédio de seu advogado, com endereço profissional na rua, nº, bairro ... , Cidade/UF, CEP , e com endereço eletrônico xxx@xxx.com , inscrito da OAB/UF sob o número xx, com telefone x , para os fins do artigo 106, do CPC /2015, com fundamento no artigo 5º, L XX I da C RFB/88 e ar ti g o 40, § 4º, CRFB /88, vem impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO Em face de ato o missivo do PREFEITO DO MUNICÍPIO Y, pelos fatos e Fundamentos de direito a seguir aduzidos: I- DO CABIMENTO De forma exordial, cumpre esclarecer que o mandado de injunção, instituído pela Constituição Federal de 1988, tem sua previsão no artigo 5º, inciso LXXI, da Carta Constitucional, que assim dispõe: LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. [...] Nesse diapasão, não é qualquer omissão legislativa que autoriza o manejo de mandado de injunção, mas, apenas, aquela em que a falta da norma regulamentadora inviabiliza o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. II- DOS FATOS Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo -se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal benefício. O Sindicato vem promover a medida judicial cabível para atender aos interesses de Teresa e demais associados. III- DOS FUNDAMENTOS Em atenção ao art. 5º, LXXI, da CRFB/88, o mandado de injunção é o remédio constitucional responsável pela-defesa em juízo de direito fundamental previsto na Constituição ainda pendente de regulamentação. De acordo com o art. 2º da Lei 13.300/16: “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente." A ausência de lei complementar municipal regulamentadora do direito previsto na Constituição Estadual (art. 51, § 4 º, III), torna inviável o exercício do direito à Aposentadoria especial dos servidores públicos municipais que laboram em condições especiais que prejudicam a saúde ou integridade física (atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas), razão pela qual o mandado de injunção coletivo é o instrumento adequado à satisfação da pretensão veiculada. IV- DA OMISSÃO INCONSTITUCIONAL Oportuno esclarecer que até 2007 o STF adotava a posição não concretista geral e a luz desse entendimento, em atenção a separação dos poderes (art. 2º, da CRFB/88), não remanescia ao Poder Judiciário a competência de suprir a omissão da norma faltante, tampouco ajustar prazo para o legislador promover a lei, restando a sentença produzindo efeito apenas para declarar a mora legislativa. Desde 2007, entretanto, o Tribunal vem mudando de entendimento e tem adotado posições concretistas, valendo-se por analogia de leis já existentes para suprir a omissão normativa, ora atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, ora inter partes. No que diz respeito especialmente à ausência da lei que regulamente o direito ora debatido, remanesce a este juízo a decisão de tornar aplicável ao caso o disposto que rege os trabalhadores celetista previsto no artigo 73 da CLT, no que couber, até que seja suprida a referida omissão inconstitucional pelo órgão legiferante. Quanto ao tipo de injunção, o art. 8º da lei 13.300/2016 adota corrente concretista intermediária, dispondo que, reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para determinar: I. prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II. estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se dor o caso, as condições em que poderá interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. V- DOS PEDIDOS Presente os pressupostos de fato e de direito que cercam a presente demanda, requer: a) a notificação da autoridade omissa no endereço fornecido na inicial, para que, querendo, preste as informações que entender pertinentes do caso; b) a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada; c) a intimação do Representante do Ministério Público; d) a condenação do Impetrado em custas processuais; e) que o pedido seja ao final julgado procedente para que o Tribunal determine prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; f) o estabelecimento das condições em que se dará o exercício dos direitos, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado; g) a juntada de documentos. Dá-se a causa o valor de R$__________ para efeitos procedimentais. Nestes termos, pede deferimento. Local/Data Advogado OAB nº
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