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Revisão Tatajuba e Paricá: madeiras de rápido crescimento na Amz

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ
INSTITUTO DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS
KÁSSIA DE JESUS
LUARA MARQUES
RAYLANA FONSECA
MADEIRAS NATIVAS DE RÁPIDO CRESCIMENTO DA AMAZÔNIA: POTENCIAIS E DESAFIOS
Trabalho elaborado como requisito parcial para aprovação na disciplina Indústria da Madeira do curso de Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Professora Sara Freitas
SANTARÉM 
2018
Introdução
Diante do exposto, o trabalho tem como objetivo, através de uma revisão de literatura, reunir informações acerca das espécies Ucuuba, Tatajuba, Sumaúma e Paricá, as quais são consideradas madeiras nativas de rápido crescimento na Amazônia e com importante potencial econômico. 
Paricá
O paricá (Schizolobium sp.), pertencente à família Leguminoseae, é considerado uma árvore de grande porte, com ocorrência em mata primária e secundária de terra-firme e várzea (TEREZO, 2010). 
É uma espécie nativa da Amazônia que mais tem se destacado devido o seu rápido crescimento, alta produtividade de madeira de 13 m³/ha/ano a 35 m³/ha/ano e potencial de uso em sistemas agroflorestais, pela qualidade de sua madeira que pode ter diversos fins e pelo rápido crescimento em áreas alteradas, fornecendo bem e serviços (CRUZ e PEREIRA, 2014; OHASHI et al., 2010) com capacidade de ser implantado em plantios homogêneos ou consorciado, além de apresentar resistência ao ataque de pragas e doenças (IWAKIRI et al., 2010). 
É a primeira espécie nativa do país a ser plantada em cultivos comerciais. Além do seu rápido crescimento, principalmente nos anos iniciais, a qualidade da sua madeira e alto rendimento quando comparado a outras espécies nativas usadas na indústria de compensado, são características que classificam o paricá como uma das espécies nativas mais plantadas no Brasil (SILVA, 2014).
No Brasil, em diferentes Estados, o paricá recebe diferentes nomenclaturas. No Acre: canafista, canafístula e fava-canafístula; no Distrito Federal: guapuruvu-da-amazônia; no Mato Grosso: paricá-da-amazônia, paricá-da-terra-firme e pinho- cuiabano; no Pará: faveira, paricá e paricá-grande; em Rondônia: bandarra (ROSA, 2006; CARVALHO, 2007; AMATA, 2009).
O paricá é uma arvore decídua que pode alcançar entre 15 a 40 m de altura e 50 a 100 cm de DAP. A madeira do paricá é comercializada como madeira serrada e roliça, apresenta uso potencial para a produção de lâminas médias ou parte interna de compensados, caixotaria leve, portas e parquete, tendo em vista que pode ser alcançado o rendimento de até 80% de aproveitamento da madeira no processo de laminação (SILVEIRA, 2014). 
A espécie também é aplicada para a produção de energia, produção de pasta de celulose, apresenta potencial para recuperação de áreas degradadas, recuperação de ambientes ripários em locais não sujeitos a inundação, inclusive para uso medicinal (CARVALHO, 2007). 
Devido ao rápido crescimento em áreas já exploradas pode fornecer, também, bens e serviços, como sombreamento para os plantios de cacau e cupuaçu e tutoramento vivo para a pimenta do reino (AMATA, 2009).
As sementes são ortodoxas, para a germinação é necessária à quebra da dormência. Os tratamentos mais comumente recomendados são Escarificação. Segundo a avaliação de Falesi e Santos (1996) o método mais eficiente é o mecânico, com 90,78% de germinação aos 15 dias e obtendo o melhor desempenho quanto ao crescimento das mudas, estando aptas para o plantio definitivo. 
A produção anual de sementes é abundante, tornando-se uma fonte alternativa de recursos para o agricultor com sua comercialização. A coleta é feita manualmente no chão (Rossi et al., 1998).
A produção de mudas de Paricá pode ser feita colocando-se as sementes para germinar em canteiros (sementeiras) ou semeando-as diretamente na embalagem plástica (sacola) posteriormente é feita a repicagem (EMBRAPA et al, 2003)
Segundo Rosa e Pinheiro (2001) a propagação vegetativa pelo método de estaquia é largamente reconhecida como o método de maior viabilidade econômica para o estabelecimento de plantios clonais. 
Segundo Rossi et al. (2001), o paricá, por possuir dominância apical bem definida, ramifica-se somente a grande altura e não possui desenvolvimento de ramos ou brotos laterais. A espécie é bastante suscetível aos danos causados por ventos fortes, principalmente nos estágios iniciais de desenvolvimento (1 a 2 anos). 
As árvores isoladas e plantas da bordadura são mais propensas a quebras, porém estes danos são bastante reduzidos com a existência de mata ou de relevo nas proximidades que possam proteger o povoamento e reduzir esses efeitos do vento (EMBRAPA et al. 2003).
O espaçamento de plantio depende dos propósitos da produção e da fertilidade do solo. Para a produção de madeira para serraria na Amazônia, recomenda-se espaçamento de 4 x 3 e 4 x 4 m. (EMBRAPA et al. 2003). 
Segundo ZANETI (2005), a cigarra (Quesada gigas) é a principal praga da cultura do paricá. A presença de grandes populações deste inseto vem sendo associada a fatores provocantes de injúria e mortes de árvores nesta cultura. O acompanhamento da demografia deste inseto é uma prática corriqueira nos reflorestamentos localizados nas proximidades do município de Dom Eliseu – PA. (ZANETI, 2005). 
Uma das principais vantagens dessa espécie é o crescimento rápido, principalmente nos primeiros anos (SANTOS et al., 2000). 
O seu crescimento é reduzido em solos com baixa fertilidade, embora possa apresentar desenvolvimento satisfatório em solos com ph de 4,5-5,0. Outros fatores importantes, que interferem no desenvolvimento do paricá, são a textura do solo, a compactação, o teor de alumínio e a drenagem (Vieira et al 2007).
Segundo Quisen et al (1999) o paricá pode ser consorciado com cacau ou café. O paricá também pode ser consorciado com outras espécies madeiráveis de interesse econômico, como castanha, mogno, cedro, freijó e teca, respeitando sempre as exigências ecológicas de cada cultura na definição do arranjo espacial do plantio (CARVALHO, 2007). 
Tatajuba
De acordo com Silva (2003) a tatajuba (Bagassa guianensis) da família Moraceae é uma espécie florestal muito importante em termos econômicos, sua madeira tem sido muito utilizada pelas serrarias localizadas na Região Amazônica, ocupando lugar de destaque no ranking de exportação, classificando-se entre as dez espécies madeireiras mais exportadas do Estado do Pará. 
Loureiro (1979) e Silva (2003) contribuem que a espécie tem sua ocorrência nas Guianas e nos Estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Maranhão e Pará, em especial nos arredores de Belém, norte de Óbidos e entre os rios Tocantins, Xingu e Tapajés até o Município de Parintins, no Baixo Amazonas, habitando em mata alta de terra firme.
A árvore pode atingir de 15 a 25 metros de altura e 1,8 metros de diâmetro, a copa é bastante ramificada, fuste algumas vezes torcido, com frutos grandes com bastantes sementes. A casca da árvore, ao ser cortada, exsuda abundante látex, que se coagula rapidamente em contato com o ar, servindo como atrativo para certos besouros (LOUREIRO et al., 1979).
De acordo com estudos de Sabogal et al. (2005) a tatajuba demonstrou ter durabilidade natural superior a 7 anos, sua madeira é considerada pesada (0,75 a 0,85 g/cm3), e por apresentar considerável durabilidade com relação a sua resistência ao ataque de fungos e baixa resistência ao mau tempo. É classificada como fácil de ser preservada, por isso, tem grande uti1ização em construção naval (convés, assoalho e armação), carpintaria, marcenaria, construção em geral, cabos de ferramentas manuais e dormentes. 
Tonini et al. (2008) relata que a colheita dos frutos e sementes é realizada em lonas estendidas sob as árvores matrizes. As sementes recém-colhidas e previamente imersas em água por período igual ou maior que 4 horas germinam em, aproximadamente, 28 dias após a semeadura e apresentam também maior porcentagem de germinação, estudos deste autor apresentam uma série de conhecimentos sobre a produção ea tecnologia de suas sementes. 
O tempo para a produção de mudas é de cerca de quatro a cinco meses, a espécie também responde favoravelmente à adubação. O método mais utilizado para a produção de mudas de tatajuba tem sido a semeadura em sementeiras, com posterior repicagem para sacos de plástico tendo recomendação de substrato (mistura de terra argilosa e areia) na proporção de 1:1. A distribuição das sementes é feita a lanço e, após a semeadura, as sementes são cobertas por uma fina camada de substrato. (BRIENZA JÚNIOR, 2011). 
Conforme mencionam Loureiro et al. (1979), experiências efetuadas na Reserva Florestal Ducke, em plena abertura, evidenciam bom crescimento em altura (4,19 m), na idade de 18 meses. Entretanto, em plantio sob sombra, a espécie apresentou crescimento baixo em altura e diâmetro e mortalidade elevada. Segundo esses autores, parece tratar-se de espécie exigente de luz. 
Resultados de um ensaio de espécies a pleno sol na Floresta Nacional do Tapajós, Município de Santarém, Estado do Pará, revelam taxas elevadas de crescimento para a tatajuba. O principal problema observado foi a ocorrência de bifurcação (YARED et al., 2005). 
De acordo com Lorenzi (2002) a tatajuba é uma espécie promissora para plantações por apresentar rápido crescimento (cerca de 2,3 m/ano de incremento médio em altura), bom índice de sobrevivência (70%) em regime de plantio.
A tatajuba tem sido também, plantada em sistemas agrof1orestais, comporta-se bem principalmente com cupuaçu e banana, e consórcio com outras espécies florestais ou ainda em plantações homogêneas. Brienza Júnior et al. (1985), estudando a combinação da tatajuba com caupi (Vigna unguiculata) em Belterra, observaram que o crescimento em altura e o DAP da espécie florestal foram favorecidos pelo consórcio desta com a cultura agrícola. Enfatizam que a sobrevivência da tatajuba não foi afetada no referido consórcio.
A madeira pode ser usada para carpintaria, construções navais, construções civis (tacos e tábuas para assoalhos) e marcenaria para fabricação de móveis de alta qualidade, dormentes e cabos para ferramentas. Na serraria, tem um aproveitamento de 59,2% em tábuas, pernamancas, ripas e vigas. Os frutos, quando fermentados, servem para a fabricação de vinagre, podendo ser usados ainda para alimentação de porcos e da fauna (LORENZI, 2002). 
REFERÊNCIAS
AMATA. Revisão sobre Paricá: Schizolobium amazonicum Huber Ex Ducke. AMATA. Inteligência da floresta viva. 2009. 106 p.
BRIENZA JÚNIOR, S.; VIEIRA, I. C. G.; YARED, J. A. G. Considerações sobre recuperação de áreas alteradas por atividades agropecuária e florestal na Amazônia brasileira. Embrapa Amazônia Oriental-Documentos (INFOTECA-E), 1995.
CARVALHO, P. E. R. Paricá (Schizolobium amazonicum). Colombo: Embrapa Florestas. 2007. 8p. (Circular Técnica, 142).
CRUZ, E. D; PEREIRA, A. G. Germinação de Sementes de Espécies Amazônicas: Paricá [Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby]. Belém: Embrapa. 2014. 3 p. (Comunicado tecnico 251).
FALESI, I. C.; SANTOS, J. C. dos. Produção de mudas de paricá Schizolobium amazonicum Huber Ex. Ducke. Belém: FCAP, 1996. 16 p. (FCAP. Informe Técnico, 20).
IWAKIRI, S.;ZELLER, F.; PINTO, J. A.; RAMIREZ, M. G. L.; SOUZA, M. M.; SEIXAS, R. Avaliação do potencial de utilização da madeira de Schizolobium amazonicum “Paricá” e Cecropia hololeuca “Embaúba” para produção de painéis aglomerados. Acta Amazonica. vol. 40(2), pag. 303 – 308, 2010.
JÚNIOR, S. B., de Oliveira, R. P., Denich, M., & Vlek, P. L. (2011). Plantio de árvores de crescimento rápido para recuperação de áreas agrícolas na Amazônia Oriental brasileira: estudo de caso com produção de milho e mandioca. Pesquisa Florestal Brasileira, 31(68), 347.
LORENZI, H. Tatajuba (Bagassa guianensis) da família Moraceae: silvicultura e usos. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 380 p. 2v.
LOUREIRO, A. A.; SILVA, M. F. Catálogo das madeiras da Amazônia. SUDAM, Belém, 1979. 2. v, s.n.p.
OHASHI, S.T.; YARED, J. A. G.; NETO, J. T. F. Variabilidade entre procedências de paricá Schizolobium parahyba var amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby plantadas no município de Colares – Pará. Acta Amazônica. v. 40, n.1, p. 81 – 88, 2010.
ROSA, L. DOS S.; PINHEIRO, K. A. O. Propagação vegetativa de estacas de paricá (Schizolobium amazonicum Huber Ex. Ducke) obtidas de material juvenil e imersas em ácido indol-3-butírico. Revista de Ciências Agrárias, Belém, n. 35, p. 79-88, 2001.
ROSA, Leonilde dos Santos. Caracteristicas botanicas, anatomicas e tecnologicas do parica (Schizolobium amazonicum Huberr ex Ducke). Revista Ciências Agrárias, Belém, n. 46, p.63-79, jul./dez. 2006.
ROSSI, L. M. B.; VIEIRA, A. H. Tratamentos pré-germinativos para superar a dormência em sementes de Schizolobium amazonicum (Hub.) Ducke. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 4., 1998, Belém. Resumos... Belém: FCAP, 1998. p. 541.
SABOGAL, César. Silvicultura na Amazônia brasileira: avaliação de experiências e recomendações para implementação e melhoria dos sistemas. CIFOR, 2006. p 85-88.
SILVA, Marcela Gomes da. Schizolobium parahyba var. amazonicum (HUBER EX DUCKE) BARNEBY (Paricá) na Amazônia Oriental: caracterização anatômica e modelagem de crescimento. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia da Madeira) - Universidade Federal de Lavras. Lavras, 138 p. 2014.
SILVEIRA, Rafaela da. Avaliação econômica da produção de madeira de paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) sob diferentes espaçamentos de plantio. Tese (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal do Espírito Santo. Jerõnimo Monteiro, 82 p. 2014.
TONINI, H., de Oliveira Junior, M. M. C., & Schwengber, D. (2008). Crescimento de espécies nativas da Amazônia submetidas ao plantio no estado de Roraima. Ciência Florestal, 18(2), 151-158.
YARED, J.A.G. A silvicultura na Amazônia Oriental. Belém: Embrapa Amazônia Oriental/ DFID, p.228-251, 2001.
ZANETI, L. Z.; Distribuição espacial de cigarras (Quesada gigas Oliver) em povoamento de paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) na região de Dom Eliseu - PA., Viçosa, 2005.

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