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CONTESTAÇÃO N°1

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AO JUÍZO DA 1° VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS/SP
PROCESSO N°: 1234
JULIANA, brasileira, solteira, empresária, portadora da carteira de identidade de n°..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o n°..., endereço eletrônico..., domiciliada na Rua Tulipas, 333, residente em Campinas, São Paulo, por seu advogado, com endereço profissional..., onde derevá ser intimado para dar andamento aos atos processuais, nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO, pelo rito COMUM movida por SUZANA, vem a este Juízo, oferecer
CONTESTAÇÃO,
para expor e requerer o que se segue:
PRELIMINAR
I- DA COISA JULGADA
A ação é plenamente improcedente diante da ocorrência de coisa julgada, uma vez que o pedido da PARTE AUTORA já foi declarado improcedente em sentença transitada em julgado proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Campinas/SP.
Desse modo, o processo deve ser extinto sem resolução do mérito, com fulcro no art. 354 c/c art. 485, inc. V, ambos do Código de Processo Civil.
II- DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
Impõe o art. 17 do CPC que, para postular em juízo, é necessário que haja por parte do autor interesse e legitimidade.
A PARTE RÉ é parte ilegítima para a ação intentada pela PARTE AUTORA, com fundamento no art. 337, XI, do CPC, uma vez que o negócio jurídico contestado teve como donatário o Orfanato Semente do Amanhã, e não a PARTE RÉ, motivo pelo qual deve a presente ação ser extinta sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, inc. VI, do CPC.
MERITO
I- DA QUESTÃO PREJUDICIAL DE MÉRITO DA DECADÊNCIA
A ação é plenamente improcedente, uma vez que a direito do autor encontra-se totalmente fulminado pela decadência.
Assevera o artigo 178, I, do Código Civil que é de quatro anos prazo decadencial para se pleitear a anulação do negócio jurídico caso haja coação, contado do dia em que ela cessar.
A suposta coação sofrida pela AUTORA cessou no mês de abril do ano de 2012, sendo certo que a presente ação foi ajuizada somente no dia 20 de janeiro de 2017, o que, certamente, impõe o fato de que a AUTORA decaiu do direito de ação, sendo extinto o processo.
DOS FATOS
A AUTORA doou, no dia 18/03/2012, um bem imóvel situado na Rua Melão 121, Rio Preto/SP, no valor de R$ 50.000,00, ao Orfanato Semente do Amanhã, onde a RÉ exercia a função de diretora.
A AUTORA, que desempenhava o cargo de gerente de recursos humanos na empresa XYZ LTDA, a qual a RÉ era a sócia-majoritária e presidente, alega que tal doação só ocorreu por receio de perda do emprego, devido à coação praticada diariamente pela RÉ, demandando a anulação do negócio jurídico em questão. 
No mês seguinte à doação, ou seja, em abril de 2012, a AUTORA pediu demissão por ter aceitado a proposta de emprego feita pela concorrente em fevereiro de 2012, em razão do melhor salário.
A RÉ, desde 2013 não é mais diretora do orfanato em questão.
É a segunda ação intentada pela AUTORA em face da RÉ com os mesmos argumentos e finalidade, sendo certo que a primeira, proposta em 10 de abril de 2015, tramitou perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Campinas sendo julgado improcedente o pedido não sendo cabível mais qualquer recurso.
DOS FUNDAMENTOS
A suposta coação sofrida pela AUTORA cessou no mês de abril do ano de 2012, sendo certo que a presente ação foi ajuizada somente no dia 20 de janeiro de 2017, o que, certamente, impõe o fato de que a AUTORA decaiu do direito de ação, segundo o art. 178, I, do Código Civil Brasileiro.
Conforme jurisprudência:
AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. SUCESSÕES. INVENTÁRIO. PARTILHA. MEEIRA. QUESTÃO DE ALTA INDAGAÇÃO. PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO ANTERIOR AO ÓBITO. TRANSFERÊNCIA DE COTAS SOCIETÁRIAS. AÇÃO ANULATÓRIA. 1. Questões de alta indagação são as que demandam a produção de provas que não estão nos autos do inventário, e, por exigirem ampla cognição para serem apuradas e solucionadas, devem ser decididas em ação própria, nas vias ordinárias. (CPC/1973, art. 984 e CPC/2015, art. 612). Precedentes. 2. Os sucessores e o meeiro não são terceiros interessados em relação aos negócios jurídicos celebrados pelo inventariado; recebem eles o patrimônio (ativo e passivo) nas condições existentes na data do óbito. 
(STJ - AgInt no REsp: 1359060 RJ 2012/0265037-3, Relator: Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), Data de Julgamento: 19/06/2018, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/08/2018)
A alegação da AUTORA é infundada, pois em nenhum momento a RÉ praticou qualquer tipo de ameaça que viciasse a declaração de vontade necessária para que a AUTORA realizasse a doação do imóvel ao Orfanato Semente do Amanhã, tratando-se apenas de Temor reverencial, segundo o art. 153 do Código Civil Brasileiro.
Segundo a doutrina de Carlos Roberto Gonçalvez:
"Coação é toda ameaça ou pressão injusta exercida sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negócio. O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade. Não é coação, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. (GONÇALVEZ, 2006, p. 383)."
A empresa dirigida pela RÉ tem outros funcionários que adotam religiões diferentes, e que não doaram qualquer tipo de bem ao Orfanato Semente do Amanhã, o que corrobora com fato de nunca ter havido qualquer coação com a ameaça de perda do emprego a qualquer colaborador da empresa.
Diante o exposto, vem a RÉ pedir
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
1- o acolhimento da preliminar com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito;
2- o acolhimento da preliminar de legitimidade ad causam, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito;
3- o acolhimento da prejudicial de mérito, com a consequente extinção do processo com resolução do mérito; 
4- o acolhimento da decadência arguida extinguindo-se o processo com aresolução do mérito; 
5- que julgue improcedente o pedido da AUTORA;
6- a condenação da AUTORA ao ônus de sucumbência.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, amplitude do artigo 369 e seguinto do Código de Processo Civil, em especial a prova documental e o depoimento pessoal do AUTOR. 
Pede deferimento.
____________, ___ de ______________ de 201__
____________________________
OAB/___.

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