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UNESA - 2019.II - PRÁTICA - ROTEIRO PARA AV2

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UNESA – 2019.II – PRÁTICA SIMULADA I –PROFESSORA: CINTIA SOUZA
				CONTESTAÇÃO – ROTEIRO DE ESTUDO – AV2 
1)ENDEREÇAMENTO – Endereçar ao juízo para o qual a inicial foi distribuída, mesmo que se observe ter havido erro. Essa questão será discutida em preliminar de contestação. 
2) PROCESSO – NÚMERO – Colocar, no canto esquerdo da petição, o número da ação. Se o caso não trouxer, colocar reticências (...). 
3) QUALIFICAÇÃO – Se a parte Ré já vier qualificada no caso apresentado, não precisar qualificar. Observar o parágrafo de qualificação enviado no modelo de contestação ( caso da Juliana) .
Obs.: Lembrar que a parte oferece ou apresenta Contestação . Verificar o verbo correto. Não é propor. 
Exemplo: 
 JULIANA FLORES, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado, com endereço profissional na Rua ..., para fins dos do art. 77, V, CPC, nos autos da ação de ANULAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO, que tramita pelo procedimento comum (art. 318, CPC), movida por SUZANA MARQUES, também já qualificada, vem a este juízo oferecer 
 CONTESTAÇÃO
para expor e requerer o que se segue:
4) PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO – Observar o artigo 337, CPC. 
Somente serão cobradas as preliminares que foram abordadas nas peças feitas. Deve-se identificar as preliminares no caso concreto, separá-las em tópicos diferentes, e colocar, primeiro, as dilatórias. Depois, as dilatórias potencialmente peremptórias e, por último, as peremptórias. 
A) PRELIMINARES DILATÓRIAS - Das preliminares dilatórias, vimos apenas a incompetência relativa. Nesse tipo de preliminar, deve-se apontar o porquê de o juízo ser relativamente incompetente ( foro equivocado / Comarca equivocada) e, caso a preliminar seja acolhida, devem os autos ser remetidos ao juízo competente, sendo certo que se deve descrever qual será esse juízo. Citar os artigos das regras de competência ( a partir do 46, CPC), art. 337,II , CPC, art. 64, caput, CPC, art. 65, CPC e art. 64, § 3°, CPC. 
			MODELO DE PRELIMINAR – INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
Verifica-se, na presente ação, a existência da incompetência relativa prevista nos art. 64, caput, CPC c/c art. 337, II, CPC, uma vez que, por se tratar a presente demanda de ação de direito pessoal, já que o seu objeto é a anulação de negócio jurídico, ao invés de a Autora ter ajuizado a ação no foro de sua sede, deveria tê-la proposto no foro do domicílio do Réu, na forma do art. 46, caput, CPC.
Destaca-se que a incompetência relativa deve ser alegada pelo Réu em preliminar de contestação, sob pena de prorrogação, isto é, de não mais poder ser alterada em momento posterior, com base no que dispõe o art. 65, caput, CPC.
Deste modo, deve ser acolhida esta preliminar e, por consequência, o processo remetido ao Juízo competente, qual seja, uma das Varas Cíveis da Comarca de Goiânia/GO, com fulcro no art. 64, § 3°, CPC.
B) PRELIMINARES DILATÓRIAS POTENCIALMENTE PEREMPTÓRIAS – Haverá a extinção do processo sem resolução do mérito se a parte não sanar o vício ou a irregularidade apontados pelo Réu no prazo designado para tal, ou seja, a extinção se dará somente perante a inércia da parte em sanar o vício/irregularidade apontados. Estudamos quatro tipos de preliminares dessa natureza. 
B.1) ILEGITIMIDADE PASSIVA – Devido ao objeto da relação processual discutida, o Réu não deveria estar figurando no polo passivo por não ser parte, por exemplo, do negócio jurídico realizado. Assim, deve-se demonstrar o porquê de a parte ser ilegítima, indicar a parte legítima e o juízo abrirá prazo para que a parte Autora altere a inicial, no prazo designado, sob pena de o processo ser extinto sem resolução do mérito. Citar os artigos 337, XI, CPC, arts. 338 e 339, CPC, 485, VI, CPC. 
			MODELO DE PRELIMINAR – ILEGITIMIDADE PASSIVA 
	 No presente feito, resta evidente a configuração da preliminar de ilegitimidade da parte Ré para compor a relação processual discutida, conforme dispõe o art. 337, XI, CPC, visto que o negócio jurídico que a parte Autora pretende anular é uma doação e a referida relação jurídica existente entre doador e donatário seria composta pelo Orfanato Semente do Amanhã e pela parte Autora e não por esta e pela parte Ré indicada na petição inicial.
 Ressalta-se que o CPC prevê que, aquele que figura como parte ilegítima, deve indicar a parte legítima, sempre que possível, com base no disposto em seu art.339.
 
 Assim, deve ser substituída a parte Ré pelo Orfanato, que, de fato, é a parte legítima para compor o polo passivo, devendo a Autora realizar a mencionada alteração em sua exordial para incluir o Orfanato Semente do Amanhã no polo passivo da demanda, no prazo legal, na forma do art. 338, CPC, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, com base no art. 485, VI, CPC.
B.2) AUSÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO – Quando, por exemplo, a parte Autora quer anular ou tornar nulo um negócio jurídico realizado, todos os que dele participaram deverão figurar como partes na demanda. Assim, o juízo abre prazo para que a parte Autora requeira a citação de todos aqueles que devem ser litisconsortes, alterando o polo passivo da demanda , e, se não o fizer, o processo é extinto sem resolução do mérito. Citar os artigos 113 ( ver o inciso que se adequa ao caso), artigo 114 do CPC, 115, parágrafo único do CPC e artigo 485, IV do CPC. 
		MODELO DE PRELIMINAR – LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO
Observa-se a ausência do litisconsórcio passivo necessário unitário, com base no disposto nos art. 113, III, CPC c/c art. 114, caput, CPC, já que a relação jurídica discutida não se limita às partes que compõem o processo, estendendo-se às duas filhas do Réu, quais sejam, Mara Pinho e Marta Pinho, que foram beneficiárias da doação que motivou a propositura da presente ação.
Há de se destacar que, como o polo passivo da demanda não contemplou esses sujeitos, tendo sido incluído apenas o Réu, uma possível sentença de procedência do pedido de anulação do negócio jurídico somente produzirá efeitos ERGA OMNES, caso sejam incluídas no polo passivo as filhas do doador.
Logo, deve ser esta preliminar acolhida, sendo intimada a parte Autora para alteração do polo passivo, no prazo que o juízo assinar, requerendo a citação de todos que devam ser litisconsortes, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito ( arts. 115, parágrafo único, CPC c/c 485, IV , CPC) .
B.3) AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL – Diz respeito ao vício na capacidade postulatória, consistente na exigência de que as partes estejam devidamente representadas por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Nessa situação, o vício / irregularidade pode ser sanada pela parte Autora, pois o juízo suspenderá o processo e designará prazo para tal. Assim, na omissão da parte Autora, o processo será extinto sem resolução do mérito. Citar os artigos 337, IX, CPC, 103, “caput”, CPC, art. 76, “caput” do CPC e art. 76, § 1º, I, CPC e art. 485, IV, CPC.        
		MODELO DE PRELIMINAR – AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL
Vislumbra-se, no caso em tela, a ausência de representação processual prevista no art. 337, IX, CPC, em razão de a parte Autora não possuir capacidade postulatória para propor a ação, devendo esta ser proposta por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, na forma do art. 103, caput, CPC.
Cumpre salientar que, da análise cuidadosa dos documentos acostados pela Autora, evidencia-se a falta de procuração de seu advogado, o que se enquadra no conceito de ausência de representação processual.
Assim, deve ser acolhida tal preliminar com a consequente intimação da parte Autora para regularizar sua representação, no prazo estipulado pelo juízo, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito, conforme dispõem os arts. 76, caput, CPC c/c art. 76, § 1º, I, CPC c/c art. 485, IV, CPC.        
C) PRELIMINARES PEREMPTÓRIAS – São aquelas que, se acolhidas,o processo será extinto sem resolução do mérito. Não há qualquer vício que a parte tenha que sanar. Vimos três dessas preliminares: litispendência, coisa julgada, perempção. 
C.1 - LITISPENDÊNCIA – Ocorre quando dois ou mais processos idênticos existirem concomitantemente, caracterizando-se a identidade das ações pela verificação, no caso concreto, da tríplice identidade ( mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido). A necessidade de se manter um único processo baseia-se na economia processual, harmonização de julgados, evitando-se decisões conflitantes.
Se acolhida a preliminar, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito. Citar os artigos 337, VI, CPC e art. 337, § 1º, 2º e 3º, todos do CPC c/c art. 485, V do CPC. 
MODELO DE PRELIMINAR - LITISPENDÊNCIA
No caso em tela, verifica-se que a parte Autora, há um ano, havia proposto ação idêntica, com as mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido, sendo certo que a demanda ainda está em curso, aguardando a apresentação de Réplica por parte da Autora. 
	Presente, portanto, a preliminar da litispendência e, devido à economia processual e à necessidade de harmonização dos julgados, para que não haja decisões contraditórias, deve o juízo julgar extinto o presente feito sem resolução do mérito, com base nos artigos 337, VI, e art. 337, §1º, 2º e 3º, todos do CPC c/c art. 485, V do CPC. 
C.2 – COISA JULGADA - Extingue-se o processo com o acolhimento da preliminar, devido à necessidade de harmonização dos julgados e também à imutabilidade e indiscutibilidade da decisão de mérito transitada em julgado. Há identidade plena entre processos, sendo certo que, na coisa julgada, um desses processos já chegou ao final, com trânsito em julgado da decisão. 
	Se acolhida a preliminar, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito. Citar os artigos 337, VII e §1º, §2º e §4°, todos do CPC c/c art. 485, V do CPC. 
		MODELO DE PRELIMINAR - COISA JULGADA 
 Verifica-se, na presente ação, a existência da coisa julgada prevista no art. 337, VII, §1º e §4°, todos do CPC, visto que a Autora já propôs anteriormente, em 10 de abril de 2015, ação contendo as mesmas partes, causa de pedir e pedido, sendo certo que a referida ação tramitou perante a 2ª Vara Cível de Campinas, tendo sido julgado o pedido improcedente e já tendo transitado em julgado, operando-se, assim, a coisa julgada material. 
 Deste modo, deve ser acolhida a presente preliminar, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, V, CPC.
C.3 – PEREMPÇÃO – Segundo o artigo 486, § 3º, CPC, se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo devido ao abandono do processo, não poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo objeto. Assim, acolhida a preliminar, o processo será extinto sem resolução do mérito. Citar os artigos 337, V do CPC, art. 486, §3º do CPC e artigo 485, V do CPC. 
		MODELO DE PRELIMINAR - PEREMPÇÃO 
Na presente ação, verifica-se a ocorrência da preliminar de perempção, prevista no artigo 337, V do CPC, em virtude de a parte Autora ter ajuizado três ações anteriores, contendo as mesmas partes, causa de pedir e pedido e todas elas foram extintas sem resolução do mérito devido ao abandono processual por parte da Autora , fato esse que implica a impossibilidade de se ajuizar uma nova ação para pleitear o mesmo pedido, consoante dispõe o art. 486, &3º do CPC. 
	Por conseguinte, deve ser acolhida a presente preliminar e o processo ser extinto sem resolução do mérito, na forma do artigo 485, V, CPC. 
5) PREJUDICIAL DE MÉRITO – Vimos, nos casos estudados em aula, a decadência como prejudicial de mérito. A parte Autora ajuíza a ação fora do prazo estipulado em lei e opera-se a decadência. Observar os artigos 178 e 179 do CC ( prazos para propor a ação). O acolhimento da prejudicial resulta na extinção do processo com resolução do mérito. Citar os artigos de direito material que trazem o prazo para propositura ( em se tratando de vícios de consentimento / social, arts. 171, CC , ver artigo 496, CC ( venda de ascendente a descendente) e os arts. 178 e 179 do CC e o art. 487, II, CPC. 
				MODELO DE PREJUDICIAL DE MÉRITO – DECADÊNCIA 
 Evidencia-se, no caso em tela, o fenômeno jurídico da decadência, na forma dos art. 171, II, CC c/c art. 178, I, CPC, em razão de a suposta coação ter ocorrido em março de 2012, com término em abril de 2012, quando a Autora se demitiu para trabalhar na empresa concorrente.
 Há de se ressaltar que o Código Civil prevê que, em caso de coação, a ação para anular eventual negócio jurídico eivado desse vício de consentimento deve ser proposta em até 4 (quatro) anos da data em que cessou a coação.
 Tendo em vista que a Autora somente ajuizou a presente demanda em 20 de janeiro de 2017, resta indiscutível a perda do direito da Requerente de propor qualquer ação relativa à suposta coação, por ter se operado a decadência.
	 Por esta razão, deve ser reconhecida a decadência e, consequentemente, o processo deve ser extinto com resolução do mérito, na forma do art. 487, II, CPC.
6) DO MÉRITO – Iniciar com um breve resumo do pedido constante na petição inicial, ou seja, o objeto da petição inicial. Após, se houver preliminar e/ou prejudicial de mérito, colocar o parágrafo que antecederá a defesa de mérito do Réu. 
Exemplo: “ Trata-se de ação de anulação do negócio jurídico proposta pela parte Autora em face da parte Ré, a fim de que seja desconstituída a doação por ela feita de um de seus imóveis ao Orfanato Semente do Amanhã, do qual a Requerida era diretora, além de ser sócia majoritária da empresa em que a Requerente laborava. ( resumo de pedido inicial) 
 Inicialmente, vale esclarecer que, no caso de não serem acolhidas as preliminares de contestação apontadas acima, bem como a prejudicial de mérito, não merecem prosperar as alegações apresentadas pela parte Autora, uma vez que estas não correspondem à realidade fática.” 
Ao se fazer a contestação, deve-se narrar os fatos em ordem cronológica, do ponto de vista do Requerido, atentando-se ao ônus da impugnação especificada dos fatos alegados pelo autor, sob pena de confissão ficta. 
A defesa de mérito diz respeito ao direito material alegado pela parte autora. Na defesa de mérito, o objetivo do réu é convencer o juiz de que o direito material que o autor alega possuir em sua inicial não existe. Assim, é o conteúdo da pretensão do autor o objeto de impugnação por meio da defesa de mérito. 
7) REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (art. 334, CPC):
Exemplo: 
 DA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (art. 334, CPC):
 A parte Ré manifesta o seu desinteresse pela realização da audiência de conciliação, uma vez que não há qualquer possibilidade de autocomposição entre as partes, na forma do art. 334, §4°, I, CPC.
 
8) PEDIDOS: Colocar na ordem das preliminares apontadas. Nesse momento, não precisa explicar o porquê da preliminar. Pedir o acolhimento da preliminar, a providência que a parte Autora terá que tomar ( se for o caso) e a consequência de seu acolhimento. 
	Depois, se houver, a prejudicial de mérito; por fim, o pedido de improcedência do pedido autoral, caso sejam ultrapassadas as preliminares e a prejudicial de mérito ( se houver) e, por último, a condenação da parte Autora ao pagamento de custas judiciais e honorários advocatícios. 
Exemplo: 
 Isso posto, requer a V. Exa.: 
1) o acolhimento da preliminar de incompetência relativa com a consequente remessa dos autos ao Juízo competente, qual seja, uma das Varas Cíveis da Comarca de Goiânia-GO; 
2) o acolhimento da preliminar de ilegitimidade passiva, determinando-se a intimação da parte Autora para que, no prazo designado em lei, manifeste-se sobre a alteração da petição inicial para substituição do polo passivo, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito; 
3) o acolhimento da preliminar de coisa julgada, com a consequente extinção do processosem resolução do mérito; 
4) que seja pronunciada a decadência, julgando extinto o processo com resolução do mérito;
5) que seja julgado IMPROCEDENTE o pedido autoral em sua totalidade, caso sejam ultrapassadas as preliminares, bem como a prejudicial de mérito;
6) a condenação da parte Autora ao pagamento de custas judiciais e honorários advocatícios.
9) PROVAS: Exemplo: 
 Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, na amplitude dos arts. 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, testemunhal, bem como depoimento pessoal da parte Autora.
10) FECHAMENTO : Não assinar a petição. Não pode haver identificação na prova. Exemplo: 
Termos em que
Pede deferimento.
Local, (Dia), (Mês) de (ano) 
						Nome do Advogado
 OAB/UF no ........

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