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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD Disciplina: 3º Seminário de Práticas Educativas – 2019.2 Aluno (a): Cristiane Trindade de Almeida do Nascimento Matrícula: 18112080206 Polo: Paracambi A investigação como uma característica essencial da atividade matemática Não cabe mais ensinar matemática como um produto acabado, pois se tem mostrado dificuldades tanto para professores como também para alunos, que por sua vez acham a matéria complicada e sem sentido, criando aversão que bloqueia qualquer esforço para a compreender. Segundo Marco Antônio Moreira "a aprendizagem significativa é um processo por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira substantiva (não-literal) e não- arbitrária, a um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo". Por isso a importância de se dá um significado e mostrar que está presente em tudo, principalmente no dia a dia (cotidiano). E através da exploração e investigação descobrirá seu significado e utilidade para encontrar soluções para situações problemáticas que despertará o interesse na aprendizagem. Com tudo para que haja eficiência na investigação é preciso conhecer a realidade social e cultural, e principalmente conhecer os educandos e ter a sensibilidade de aplicar a atividade de forma a atender suas necessidades, de maneira que se for preciso mudar a forma, que se tinha planejado, para uma que se encaixe melhor a realidade vivenciada no momento. Como podemos ver no exemplo citado por Ponte (2010) 2.1. Regularidades numéricas, a professora tinha planejado a aula para ser realizada em grupos, mas percebeu, pela agitação dos alunos, que era melhor trabalhar coletivamente com toda a turma. Quando estamos sintonizados com nossos alunos, ficamos abertos para novas possibilidades para o aprendizado que ocorrerá naturalmente com a contribuição de todos, permitindo ir além do que foi planejado, como observamos no exemplo 2.1. Regularidades numéricas: “As descobertas dos alunos foram chegando em catadupa, de tal forma que a professora sentiu dificuldade em registar e sistematizar suas contribuições:” (Ponte, 2010), e mais, além do aprendizado dos alunos houve aprendizagem da professora, como podemos ver na sua fala na página 17: “Eu não tinha previsto a hipótese de comparar os múltiplos dos diferentes números, pois nunca os colocara em paralelo. Vivi por isso as suas descobertas com grande entusiasmo” (p. 71). Assim podemos perceber A realização de uma investigação matemática envolve processos conscientes e inconscientes, sensibilidade estética, conexões e analogias com problemas matemáticos e situações não matemáticas. Tal como referem Davis e Hersh (1995) e Burton (2001), é levada a cabo de formas diferentes por pessoas com estilos cognitivos mais analíticos, visuais ou conceptuais, mas, para todos eles, constitui uma actividade envolvente e gratificante. (Ponte, 2010) Sendo a investigação uma característica essencial da atividade matemática, invés de se trabalhar apenas exercícios de rotina, que são chatos, massantes, desinteressantes, e que muitas vezes causa aversão a matemática, precisamos fazer uso da investigação através de temas significativos que nos levarão para além do que planejamos, ampliando, aprofundando e principalmente despertando o interesse do educando para um aprendizado de relevância que poderá ser utilizado em problemas futuros. Pois a investigação faz a formulação de questões, que evoluem no decorrer da exploração que vai estimular a produção, a análise, conjecturas, a demonstração e a comunicação dos resultados. Material escolhido: Blocos Lógicos O material Blocos Lógicos é um brinquedo pedagógico, constituído de 48 peças que diferem entre si de acordo com quatro atributos: cor (vermelho, amarelo e azul), forma (quadrado, retângulo, triângulo e círculo), espessura (grosso e fino) e tamanho (grande e pequeno). As atividades são para: Educação Infantil – crianças pequenas (4 anos à 5 anos e 11 meses) Material: • Blocos Lógicos – uma caixa para cada grupo • Placas com os atributos das peças – 3 placas: 1 na cor vermelha, 1 na cor amarelo e 1 na cor azul; 4 placas: 1 com a figura de um quadrado, 1 com a figura de retângulo, 1 com a figura de um triângulo e 1 com a figura de um círculo; 2 placas: 1 com uma figura grossa e 1 com uma figura fina, sendo a mesma imagem da grossa só que fina; 2 placas: 1 com uma figura grande e 1 com uma figura pequena, sendo a mesma imagem da grande só que pequena. • Várias folhas com diferentes desenhos feitos com formatos das peças geométricas. As atividades podem ser feitas em grupos ou não, dependerá do número de crianças e de material. Atividade 1: Conhecendo os Blocos Lógicos Ao comando da professora, que mostrará a placa, os grupos separarão: A) Vamos separar duas peças na cor... B) Vamos separar três peças no tamanho... C) Vamos separa quatro peças na forma... D) Vamos separa cinco peças na espessura... Atividade 2: Encaixando os blocos na figura A) Escolha uma figura e encaixe os blocos na figura. Agora crie uma figura, que desejar, com os blocos. B) Quantos blocos foram encaixados na figura que você escolheu ou criou? C) O que os blocos, que foram encaixados, na figura que você escolheu ou criou, tem de semelhante e diferente? D) Vamos colocar na tabela (pode ser impressa ou feita no quadro/lousa com as figuras das placas) abaixo as características dos blocos que utilizamos na figura escolhida ou criada. As questões elaboradas contribui para exploração da matemática, flexibilizando o raciocínio nas classificações, formação de sequências, estabelecimento de correspondência e comparações, análises e sínteses, discriminação e memória visual, simbolização, dentre outras. Elaboramos conforme a BNCC – Campo de Experiência “Espaços, Tempos quantidades, Relações e Transformações” (Pág. 51). Estabelecendo relações de comparação entre objetos, observando suas propriedades (EI03ET01); Registrando observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens como desenho, registro por números ou escrita espontânea, em diferentes suportes (EI03ETo4); classificando objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças (EI03ET05); Relacionando números às suas respectivas quantidades (EI03ET07); expressando medidas e construindo gráficos básicos (EI03ET08). Através do manuseio do material e interação das crianças entre o professor e entre elas, construirão, com entendimento e significado, os conceitos matemáticos. Segundo Ponte (2010), “as tarefas exploratórias e investigativas adequadas criam oportunidades para o envolvimento dos alunos na Matemática. No entanto, a sua aprendizagem depende muito também de outros elementos da prática do professor.” Comente a afirmativa, ressaltando os diferentes papéis na sala de aula, a comunicação e os estilos de práticas pedagógicas. Como podemos observar nos exemplos citados no texto de Pontes (2010) as atividades exploratórias e investigativas, usadas adequadamente, contribui para despertar o interesse dos alunos pela Matemática. Mas não estão nas atividades em si a eficiência da aprendizagem, vai depender da postura do professor em relação aos papéis na sala de aula, a comunicação e o estilo de práticas pedagógicas por ele escolhido. Na sala de aula, é importante lembrar que não cabe mais a postura autoritária do professor em achar que o aluno não tem voz e que é um depósito de conhecimentos despejados pelo professor, mas sim é preciso ter uma posturade: comprometimento com a aprendizagem significativa; ser mediador do aluno; conhecer o aluno, seu meio social e cultural; dar voz ao aluno. Precisa ter uma comunicação verdadeira de compartilhar ideias e não focar em discursos com explicações e exercícios que acaba por desmotivar, mas levantar questões que leve o aluno a pensar, criar hipóteses e construir seu conhecimento mediado pela discussão entre aluno/aluno e aluno/professor. Para que a aprendizagem ocorra é preciso que as práticas pedagógicas deixem de ser direta, onde o professor é quem manda, escolhendo e empurrando conteúdos através de explicações para tirar as dúvidas e exercícios que só cabem uma resposta certa. Para ser exploratória, onde o professor é a autoridade que media o diálogo, discussões e negociações em meio as explorações e investigações onde se usa o raciocínio lógico para fundamentar as afirmações e chegarem a soluções de problemas. E precisa também ser sensível e flexível para fazer as mudanças e adaptações necessárias no planejamento quando for preciso para atender as necessidades vivenciada no momento.
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