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AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: constitui ação de rito especial, que tem por objeto o deposito de quantia ou da coisa devida, quando o credor se recusa a receber, a fim de desonerar o devedor da obrigação. Desse modo, a consignação poderá ser extrajudicial ou judicial, caso em que o devedor optando por qualquer uma das modalidades deposita a coisa devida a fim de libertar-se da obrigação. trata-se de uma das formas de extinção da obrigação. É uma forma indireta do pagamento da obrigação. Artigo 334 e seguintes C.C. 
CABIMENTO: 
O credor se recusa injustamente a receber o pagamento ou dar quitação => mora accipiendi quando a dívida for portável;
O credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos => mora accipiendi quando a dívida for quesível;
O credor for pessoa incapaz (representante desconhecido ou se recusa a receber), desconhecido (credor antigo, já falecido, e não se conhece os herdeiros), declarado ausente (se o curador for desconhecido ou se recusar a receber) ou reside em lugar inacessível (caso de dívidas portáveis);
Se há dúvida quanto ao credor (legitimado a receber);
Se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
MODALIDADES
Extrajudicial: é aquele em que não há necessidade de ingresso em juízo (Trata-se de uma faculdade). Deve ser feito em estabelecimento bancário oficial onde houver. 
somente é possível para as obrigações pecuniárias; 
é feita necessariamente em estabelecimento bancário, o'cial onde houver. Onde não houver, pode ser feita em qualquer banco
é opção do consignante. 
Aberta a conta junto ao estabelecimento bancário, necessário se faz o envio de uma carta ao credor comunicando o depósito. Por determinação do Banco Central, incumbe ao banco mandar a carta. O credor tem o prazo de 10 dias para manifestar sua recusa por escrito ao banco. Decorrido o prazo sem a recusa, será extinta a obrigação.
o silêncio do credor vale como aceitação do depósito. Se houver recusa, será necessária a propositura de ação judicial, no prazo de 30 dias, a contar da data em que o banco comunica a recusa.
Judicial: tem lugar quando a prestação for coisa, ou quando não for possível a via extrajudicial
COMPETENCIA:
No lugar do pagamento
No lugar da coisa
Foro contratual 
PROCEDIMENTOS: 
Em caso de ausência de depósito de algumas parcelas, ou depósitos atrasados, a sentença vai ser de parcial procedência, extinguindo-se a obrigação somente em relação àquelas regularmente pagas. 
Requisito da petição inicial: requerimento de expedição de guia ou prova do depósito extrajudicial. Caso contrário, o juiz determina a vinda em 10 dias, sob pena de indeferimento da petição inicial. A guia será expedida para que o depósito seja efetuado em 5 dias, sob pena de extinção do processo (entendimento dominante).
O réu é citado para responder em 15 dias, seguindo-se o procedimento ordinário
O réu precisa pedir na contestação a condenação do autor ao pagamento da diferença que entende devida (pedido contraposto), em razão do princípio da inércia da jurisdição. Se o juiz entender que a diferença é devida, a sentença servirá de título executivo. O autor tem 10 dias para depositar a diferença, salvo na Lei de Locação, em que o prazo é de 5 dias.
consignação de coisa indeterminada ou incerta (art. 543): se a coisa for indeterminada ou incerta, e a escolha couber ao réu (credor), este será, antes, citado para exercer o direito de escolha, no prazo de 5 dias (salvo outro prazo na lei ou no contrato), e comparecer para receber a prestação. Caso o credor não faça a escolha no prazo legal, a faculdade é devolvida ao devedor, que deve proceder ao depósito da coisa.
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS: Refere-se ao dever contratual de prestar contas por aquele que administra bens ou direitos alheios. Ex: síndico de condomínio
QUEM PODE PROPOR ESTA AÇÃO: 
O direito de seus condôminos em exigir de seu sindico condominial em prestar contas de sua gestão
O direito de os sócios exigirem de seu sócio-gerente em prestar contas em relação à administração da pessoa jurídica;
O direito dos herdeiros em exigir do inventariante de prestar contas em relação ao patrimônio
A obrigação do tutor, como também do curador na apresentação de contas proveniente de seu tutelado e curatelado;
Pode ser proposta pelo titular de conta corrente bancária, conforme a Súmula nº 259 do Superior Tribunal de Justiça. 
HIPOTESES CONTRATUAIS:
Mandato 
Imobiliária 
Contrato social
NATUREZA DÚPLICE DA AÇÃO
É lícito ao réu, na contestação, alegando que é credor do autor solicitar que este seja condenado pela sentença a lhe pagar o montante devido. Assim, dada a natureza dúplice desta ação, não há que se falar na necessidade de reconvenção ou pedido contraposto, bastando que a alegação e os pedidos sejam formulados na própria contestação, valendo a sentença como título executivo para qualquer das partes (é toda aquela que possibilita na contestação fazer o pedido contrário) 
PROCEDIMENTO: 
Na petição inicial o autor requererá a citação do réu para: prestar as contas ou oferecer a contestação no prazo de 15 (quinze) dias;
Deverá o autor na sua petição inicial especificar de forma detalhada as razões pelas quais está exigindo a prestação de contas, instruindo-a com os documentos comprobatórios desta necessidade, se existir;
Prestadas as contas, o autor terá também 15 (quinze) dias para se manifestar sobre as mesmas e, se houver controvérsia, prosseguirá pelo rito do procedimento comum;
Se o autor impugnar as contas prestadas pelo réu deverá fazê-lo de maneira detalhada, não se admitindo a impugnação genérica
Se o autor não contestar o pedido, o juiz deverá julgar o processo no estado em que se encontra, nos termos do art. 355 do Código de Processo Civil;
Se a decisão do juiz julgar procedente o pedido, condenará o réu à prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de ser considerada lícitas as contas apresentadas pelo autor.
A AÇÃO PODE ENVOLVER DUAS FAZES: Se o autor tiver razão, haverá uma primeira fase cuja decisão condenará o réu a prestar contas que lhes estão sendo exigidas; e, na segunda fase haverá o julgamento das contas apresentadas.
1° FASE: O autor instruirá a petição inicial adequadamente e requererá a citação do réu para que preste as constas ou conteste a ação no prazo de 15 (quinze) dias. Diante disso, o réu poderá adotar 3 condutas: 
Prestará as contas: nesse caso o procedimento não terá duas fases porque nesta primeira fase a ação se resolverá
Apresentar contestação: nesse caso o juiz irá verificar as alegações do réu, confrontando-as com a do autor e proferirá decisão, acolhendo ou negando o pedido do autor;
Não apresentar contestação: nesse caso o juiz irá verificar se será o caso de aplicação dos efeitos da revelia e proferirá decisão antecipada de mérito (CPC, art. 355), determinando que o réu preste as contas requeridas pelo autor no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as contas que o autor apresentará (art. 550, §§ 4° e 5°)
Sentença: A sentença proferida na primeira fase da ação de exigir contas poderá ser de procedência ou improcedência. Se o juiz julgar procedente a ação condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 dias
Como se trata de sentença, o recurso cabível contra a mesma é o de apelação
2° FASE: 
Depois de transitado em julgado a sentença que condenou o réu a prestar as contas, passa-se a segunda fase desta ação, na qual o réu será intimado para apresentar as contas no prazo de 15 (quinze) dias.
Se o réu apresentar as contas o autor será intimado para, no prazo de 15 (quinze) dias, se manifestar, prosseguindo-se pelo procedimento comum, inclusive com realização de provas, se necessário, prosseguindo-se até final julgamento das contas.
Caso o réu não apresente as contas, é facultado ao autor apresentar as contas que entende devidas, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário, proferindo julgamento ao final.
 A sentença que julgar as contas apurará o saldo (credor ou devedor) e se constituiráem título executivo judicial, podendo ser executado nos próprios autos
AÇÃO MONITORIA: O autor escolhe o procedimento monitório, pois tem uma prova escrita, mas não se trata de título executivo. A ação monitória deve ser usada quando o credor (quem tem direito a receber) tem um título que não pode ser cobrado diretamente do devedor. Isso significa que o título não tem força executiva. É nessa situação que o credor deve usar a ação monitória. Para poder iniciar (ajuizar) a ação monitória o credor precisa apresentar uma prova escrita que seja suficiente para comprovar que a obrigação do devedor existe. Por regra essa ação deve correr na cidade de domicílio do devedor (réu da ação). Exemplo: cheque prescrito, confissão de dívida sem a presença de duas testemunhas. 
OBS: o ajuizamento da ação monitória é uma faculdade do credor. Se ele quiser, pode ajuizar ação de cobrança.
CABIMENTO: a ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter o direito de exigir do devedor capaz:
Pagamento de quantia em dinheiro;
A entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
O inadimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer
PROCEDIMENTO: 
Petição inicial: deve observar os requisitos dos arts. 319 e 320 
O juiz faz a determinação, através de um mandado de pagamento ou de entrega de coisa, chamado de mandado monitório. O prazo para cumprir a obrigação é de 15 dias.
Depois da expedição do mandado o devedor tem duas opções:
fazer o pagamento ou cumprir a obrigação,
opor embargos monitórios, que é a forma de discutir se o valor ou a obrigação é realmente devida.
Embargos monitórios: 
é o meio de defesa do devedor (não cabe contestação)
Não há necessidade de garantia do juízo
Tem efeito suspensivo: fica suspensa a conversão do mandado monitório em título judicial até o julgamento dos embargos em primeiro grau 
O autor será intimado para responder aos embargos em 15 dias
cabe apelação da decisão que acolhe ou rejeita os embargos
art. 702 preveem a possibilidade de aplicação de multas ao autor que, de má-fé, valeu-se indevidamente da ação monitória ou ao réu que, de má-fé, tenha apresentado Embargos. Tal multa é de 10% sobre o valor da causa, a qual reverterá a favor da parte contrária.
Não se exige garantia do juízo. Qualquer matéria de defesa é admitida nos embargos.
AÇÕES POSSESSÓRIAS: 
Diferenças:
Propriedade: é um estado de direito, pode usar, gozar, usufruir, dispor e reaver
Posse: é um estado de fato. Pode usar, gozar, usufruir e não tem animus domínio
Detenção: relação de subordinação e dependência ao proprietário do bem, restando ao detentor conservar a coisa em seu poder e não possuí-la.
Ação petitória: a pretensão diz respeito ao direito de propriedade. O fundamento é a posse decorrente da propriedade, e o pedido é o domínio
Ação possessória: a pretensão diz respeito à posse em si mesma, sem cogitar qualquer outra relação jurídica. Têm por objetivo assegurar a posse de um bem
ESPÉCIES: 
Ação de reintegração de posse: cabível quando há o esbulho da posse (perda violenta, clandestina ou precária da posse);
Ação de manutenção de posse: cabível quando há turbação na posse (efetivo embaraço ao exercício da posse - incomodo)
Interdito proibitório: cabível, preventivamente, quando há ameaça ao exercício da posse, ou seja, ameaça iminente de turbação ou esbulho
FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: o juiz poderá conhecer de um pedido possessório, diverso do requerido pelo autor, desde que os requisitos estejam provados, outorgando-lhe a proteção adequada. O princípio restringe-se às possessórias (independente do rito), não se aplicando, portanto, entre ação petitória e ação possessória. Também não se aplica se o novo ato espoliativo ocorreu após o trânsito em julgado da possessória, uma vez que se trata de causa de pedir para o ajuizamento de nova possessória
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS NAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: É lícito ao autor, em conformidade com o art. 555, CPC, cumular ao pedido possessório o de:
Condenação em perdas e danos;
Indenização dos frutos;
Cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho, a fim de evitar reincidência
O desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse: é possível que o “invasor” tenha alterado o local, construindo ou plantando algo que deve ser desfeito por ocasião da concessão da medida de proteção à posse
NATUREZA DÚPLICE DA AÇÃO POSSESSÓRIA: É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor (CPC, art. 556).  Assim, dada a natureza dúplice desta ação, não haverá reconvenção, bastando que a alegação e os pedidos sejam formulados na própria contestação. 
VEDAÇÃO A EXCEÇÃO DE DOMÍNIO:  No curso da ação possessória o réu não pode se defender alegando ser o titular do domínio. A razão de ser desta regra se deve ao fato de que na ação possessória não haverá declaração de domínio em favor de qualquer das partes, sendo seu único objetivo proteger a posse ameaçada ou molestada por ato da parte contrária
AÇÃO DE FORÇA NOVA E AÇÃO DE FORÇA VELHA: 
Ação de força nova: a ação é proposta dentro de 1 ano e 1 dia da ofensa da posse; o rito será especial do Capítulo. A concessão liminar será com base nos arts. 561 e 562, NCPC, ou seja, basta que o autor comprove a posse, o esbulho ou a turbação, a perda ou continuação na posse, principalmente a data do ato espoliativo, independentemente de demonstração de periculum in mora, que, nas possessórias, é presumido.
Ação de força velha: a ação é proposta após o prazo de 1 ano e 1 dia, o rito a ser observado será o comum (o pedido liminar submeterá aos requisitos previstos no art. 300, NCPC, ou seja, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo), sem retirar o caráter possessório.
OBS: O interdito proibitório é sempre ação de força nova, porque a ameaça é constante e deve ser sempre atual
EXIGÊNCIA DE CAUÇÃO: Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar caução sob pena de ser depositada a coisa litigiosa
OBJETO DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS: Só é cabível ação possessória para bens e direitos capazes de serem apreendidos fisicamente, isto é, para bens materiais (bens móveis, semoventes e imóveis)
Sum. 228 STJ: não cabe ação possessória para a proteção do direito autoral. 
Sum. 415 STF: cabe possessória para defender servidão de passagem
PROCEDIMENTO: 
Ação de manutenção da posse e reintegração da posse: No caso da manutenção e reintegração de posse, segundo o art. 561, o autor deve provar:
a posse anterior e não o domínio. Exemplos de documentos que demonstram a posse como contas de luz, correspondências, fotografias e outros
a ofensa ou o ato espoliativo, ou seja, turbação ou o esbulho;
a data da turbação ou do esbulho (define o rito) – difícil de ser provada por prova documental, o que poderá ensejar a concessão da liminar por meio de audiência de justificação prévia (coleta de prova oral)
a continuação ou a perda da posse (se manutenção ou reintegração, respectivamente).
Art 567: Já no caso do interdito proibitório: além da posse anterior, basta provar a iminência da turbação ou do esbulho, ou seja, a fundada e grave ameaça de tais atos consumarem (se ameaça for consumada, é caso de manutenção ou reintegração de posse)
Apreciação da liminar: Provado o esbulho ou a turbação em menos de ano e dia, o mandado de reintegração ou de manutenção é deferido liminarmente (sem ouvir o réu), conforme o art. 562, ou em audiência de justificação prévia, consoante o art. 563. No caso do interdito proibitório, o juiz determinará ao réu uma obrigação de não fazer, proibindo-o de molestar a posse do autor, sob pena de incorrerem multa pecuniária.
Mas se o ato espoliativo for mais de ano e dia (apenas se turbação ou esbulho, pois que, como visto, a ameaça é sempre nova), então, a liminar só será deferida se os requisitos do art. 300 (tutela de urgência antecipada genérica) estiverem satisfeitos.
ART 562: Sendo o réu for ente público, não é cabível liminar inaudita altera pars, ou seja, depende da oitiva dos seus representantes legais
A liminar na ação possessória tem natureza antecipatória posto que satisfativa, em nada se assemelhando com a cautelar, vez que não objetiva assegurar processo, mas restabelecer o mais rápido possível o status quo ante alterado pela ofensa à posse. 
Todavia, poderá ser deferida com ou sem audiência de justificação prévia, a depender se os seus requisitos (posse anterior e o tempo da ofensa há menos de ano e dia) forem comprovados por documentos ou por provas orais.
O réu é citado para a audiência de justificação (art. 562, in fine), mas não pode produzir provas, apenas contraditar e reperguntar as testemunhas do autor.
Da decisão judicial que concede ou não a liminar é cabível agravo de instrumento
DA LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE: É a possibilidade que a lei outorga ao possuidor, de defender a posse por meios próprios, quando a mesma for ameaçada (legítima defesa) bem como de retomá-la quando perdida (desforço imediato), conforme estatuído no art. 1.210, § 1°, do Código Civil brasileiro podendo para tanto utilizar até mesmo da ajuda de terceiros. 
EMBARGOS DE TERCEIRO: É o remédio processual usado por aquele que apesar de não sendo parte em determinado processo, sofre turbação ou esbulho em sua posse por meio de um ato de constrição judicial (penhora, arresto, sequestro, alienação judicial, arrolamento, inventário, partilha etc.
LEGITIMIDADE ATIVA: A ação pode ser proposta por todo aquele que seja titular de direitos ou tenha a posse sobre o objeto de constrição judicial, desde que não tenha responsabilidade executiva, ou seja, não esteja obrigado a se sujeitar ao ato.
São considerados terceiros, portanto equiparados: 
o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação
Adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; 
quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte
credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos
LEGITIMIDADE PASSIVA: É de quem promoveu a ação e requereu a medida de constrição nos autos (credor em geral).
FRAUDE À EXECUÇÃO: a fraude a execução pode ser reconhecida nos autos dos embargos de terceiros, porque é ato ineficaz (CPC, art. 674, II). Entretanto, não se confunda fraude à execução com fraude contra credores, pois neste caso o ato só pode ser anulado, por meio de ação pauliana, conforme posição consolidada pelo STJ, na Súmula 195, de seguinte teor: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico por fraude contra credores.
PROCEDIMENTO
A petição inicial deve atender ao disposto nos arts. 319 e 320 do CPC, devendo ainda o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas, podendo ainda requerer audiência preliminar de justificação da posse (CPC, art. 677).
Como essa ação tem típica natureza possessória, o embargante poderá requerer liminar no sentido de ser ver mantido ou reintegrado na posse. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. (CPC, art. 678).
O embargado pode oferecer contestação no prazo de 15 (quinze) dias, sendo que depois disso a ação seguirá o rito do procedimento comum (CPC, art. 679).
Se os embargos forem julgados procedentes, o ato de constrição será cancelado, com o reconhecimento do domínio e a consequente manutenção ou reintegração definitiva do bem ou do direito do embargante (CPC, art. 681).
VALOR DA CAUSA: Será o valor do bem em disputa, isto é, o valor do bem sobre o qual recai a constrição. Tratando-se de bem imóvel é comum utilizar o valor venal constante do lançamento no IPTU.
PRAZO PARA A INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS
No processo de conhecimento os embargos podem ser opostos a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a sentença. Já no processo de execução ou cumprimento de sentença o prazo final para interposição dos embargos de terceiro é de 5 (cinco) dias, contados da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta (CPC, art. 675).

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