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Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Elaboração de Cardápios e Fichas Técnicas II Professora Mariana Brito Nutricionista CRN2-8181 Especialista em Nutrição Materno Infantil Mestre e Doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente Porto Alegre 2016 2 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento SUMÁRIO 1 Elaboração de cardápios para crianças com necessidades dietoterápicas especiais .....................................................................................................................................3 2 Elaboração de fichas técnicas e receituário padrão ...................................................15 3 Técnicas de capacitação para os manipuladores referentes às fichas técnicas e receituário padrão....................................................................................................................20 4 Grupo de alimentos e número de porções/dia ............................................................26 5 Bibliografia ........................................................................................................................31 3 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 1 Elaboração de cardápios para crianças com necessidades dietoterápicas especiais Resolução FNDE n° 26/2013: Art. 14 - § 4º, 5º, 6º Os cardápios deverão ser diferenciados para cada faixa etária dos estudantes e para os que necessitam de atenção específica. Diabetes Mellitus Doença crônica caracterizada pela deficiência total ou parcial na produção da insulina, que é o hormônio responsável por regular a quantidade de glicose circulante no sangue. Alimentação na escola: O cuidado com a alimentação e nutrição dos escolares com DM, associados a mudanças no estilo de vida e incluindo a atividade física, são considerados terapias de primeira escolha; A alimentação adequada e saudável deve ser parte integrante da conduta terapêutica do indivíduo com DM, bem como a atividade física, monitoramento da glicemia e sua inclusão social; A ingestão de alimentos com carboidratos é recomendada, preferencialmente os integrais; Hortaliças, leguminosas e frutas (preferencialmente com bagaço ou casca) devem ser consumidos na perspectiva de uma alimentação adequada e saudável; Recomenda-se que o plano alimentar seja fracionado em seis refeições, sendo três principais e três lanches; Produtos diet podem ser utilizados em substituição aos que contenham açúcar refinado; 4 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Atenção à necessidade de acompanhar os níveis de glicose sanguínea e complementar a refeição quando se fizer necessário; O nutricionista deve fornecer orientações sobre equivalência ou substituições de alimentos, facilitando a seleção dos mesmos; Alimentos a serem evitados Açúcar, mel, melado, doces em geral, geleia, doce de frutas, caldo de cana, balas, bolos, chocolates, biscoitos e pães doces. Cardápios Lanches Produtos para diabéticos Leite com achocolatado, biscoito doce e banana Leite com achocolatado diet, biscoito salgado integral e banana Leite com café, bolo de cenoura e laranja Leite com café e adoçante, bolo de cenoura diet e laranja Leite batido com frutas, biscoito salgado com geleia Leite batido com frutas, biscoito salgado com geleia diet Leite com café, pão de forma com geleia e maçã Leite com café e adoçante, pão de forma integral com geleia diet e maçã Suco de abacaxi com hortelã, cuca de banana e melão Suco de abacaxi com hortelã, cuca de banana diet e melão 5 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) A elevação da pressão arterial representa um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais; História familiar de hipertensão está fortemente associada à doença, principalmente na infância ou adolescência; Fatores de risco: sobrepeso e obesidade, quando relacionados aos índices de circunferência abdominal e índice de massa corporal, sedentarismo, ingestão elevada de sal e alimentos ricos em sódio; O tratamento não-medicamentoso consiste em modificações no estilo de vida, independente da idade algumas estratégias podem ser adotadas, são elas: 1. Controle de peso; 2. Adoção de hábitos alimentares saudáveis; 3. Prática de atividades física. Além de controlar os níveis de pressão arterial, o exercício físico auxilia no controle do peso corporal; Redução da quantidade de sal na elaboração de alimentos; a resolução do FNDE nº 38 de 2009 estabelece as seguintes quantidades máximas de sal: a) 1 g (um grama)de sal por dia, em período parcial, quando ofertada uma refeição; b) 1,5g (um grama e meio) de sal em período parcial, quando ofertada mais de uma refeição; c) 3,5g (três gramas e meio) de sal em período integral, quando ofertadas 3 (três) ou mais refeições; 6 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Restrição na utilização das fontes industrializadas de sal: Molhos prontos, sopas em pó, embutidos, conservas, enlatados, congelados e defumados; Segundo a resolução nº 38/2009 do FNDE, esses alimentos são considerados restritos, sendo sua compra limitada a 30% dos recursos repassados pelo FNDE; Doença Celíaca DC é uma doença que causa inflamações nas camadas da parede do intestino delgado, provocando má absorção dos nutrientes; É causada pela intolerância permanente ao glúten em pessoas que já possuam predisposição genética; Sua eclosão e o aparecimento dos primeiros sintomas podem ocorrer em qualquer idade e variar entre indivíduos, inclusive no mesmo indivíduo em diferentes fases da doença, o que dificulta o diagnóstico; A DLG será necessária por toda vida; A adesão à dieta livre de glúten pode ser melhorada através de ações educativas com a criança e família; DIETA: Exclusão de alimentos que contenham trigo, centeio, cevada e aveia* * ainda recomendado. Quantidade menor que 50mg de glúten/dia é considerada segura (SCHUPAN, Dieterich, Riecken, 1998); Dieta para idade; 7 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento ADESÃO DA DIETA: Transgressões eventuais podem gerar alterações inflamatórias na mucosa do paciente celíaco (CATASSI et al., 1999). Dificuldade da adesão à dieta: Consumo de alimentos industrializados que contêm glúten; Alimentos contaminados durante o processo de fabricação; Alto custo das dietas sem glúten; ALIMENTOS NÃO PERMITIDOS Alimentos Exemplos Leite e derivados Leites achocolatados ou saborizados, que contenham malte ou extrato de malte, queijos fundidos ou preparados com os cereais proibidos Pães e biscoitos Todos Farinhas e cereais TRIGO, CENTEIO, CEVADA, AVEIA e MALTE Carnes Embutidos (salame e algumas salsichas), carnes empanadas ou à milanesa, bolinho de carnes, croquetes, patês e enlatados Doces Chocolates,balas e doces em preparações industrializadas, somente quando embalagem apresentar: NÃO CONTÉM GLÚTEN Condimentos Temperos industrializados que contenham glúten No preparo de bolos, pães, bolachas, utilizar farinhas obtidas de arroz, batata, milho, mandioca, pois elas são livres de glúten; Não fazer a utilização da mesma faca para se passar margarina em pão com glúten e depois passar em bolacha/pão sem glúten; 8 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Não usar tabuleiros ou formas polvilhadas com farinha de trigo e depois reutilizá-las para os produtos sem glúten, sem que tenham sido bem lavadas; Utensílios e equipamentos devem ser bem lavados, pois podem facilmente estar contaminados por glúten sem a correta limpeza; Sempre verifique as embalagens dos produtos, pois as mesmas informam se contém glúten ou não; Utilizar amido de milho ou farinha de arroz para engrossar molhos e cremes; Ler atentamente os rótulos dos produtos industrializados, como caldos de carne, temperos prontos, etc. Cardápios Lanches Produtos para celíacos Leite com achocolatado, biscoito doce e banana Leite com achocolatado sem glúten, biscoito de polvilho e banana Leite com café, bolo de cenoura e laranja Leite com café, bolo de cenoura sem glúten e laranja Leite batido com frutas, pão com doce de banana e maçã Leite batido com frutas, pão sem glúten com doce de banana e maçã Suco de uva integral, torta salgada de legumes e bergamota Suco de uva integral, torta salgada de legumes sem glúten e bergamota Suco de laranja, cuca de banana e pera Suco de laranja, cuca de banana sem glúten e pera Fenilcetonúria A fenilcetonúria é causada pela deficiência parcial ou total da enzima fenilalanina hidroxilase, que converte a fenilalanina em tirosina; 9 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento A dificuldade desse processo metabólico promove a hiperfenilalaninemia (excesso de fenilalanina circulando no sangue), podendo comprometer o desenvolvimento neural e causar retardo mental; As crianças são saudáveis ao nascimento e assintomáticas nos primeiros meses de vida; O diagnóstico é realizado através da triagem neonatal; O tratamento é essencialmente dietético, através da restrição no consumo de fenilalanina; A dieta é personalizada, pois a quantidade desse aminoácido deve ser recomendada conforme a tolerância de cada indivíduo, variando de acordo com alguns fatores, dentre eles a idade e a atividade enzimática; Porém, sendo a fenilalanina um aminoácido essencial, é importante assegurar certo nível sanguíneo, para isso existem recomendações mínimas para cada faixa etária. BAIXO TEOR MÉDIO TEOR Podem ser fornecidos em quantidades prescritas que são determinadas pela idade, tolerância individual e níveis sanguíneos da fenilalalina monitorados periodicamente. ALTO TEOR Devem ser evitados Farinha de tapioca, polvilho de Massas feitas sem ovos e com farinha de Carnes e derivados, feijão, ervilha, soja, grão-de-bico, lentilha, 10 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento mandioca, sagu, mel, e geléias de frutas. Entre as bebidas estão o café e o chá. trigo de baixo teor de proteína, arroz, batata-inglesa, batata-doce, batata-salsa, mandioca, cará, abóbora, abobrinha, berinjela, beterraba, brócolis, cenoura, chuchu, couve-flor, jiló, quiabo, repolho, vagem, tomate, pepino, pimentão, cebola, folhosos e frutas em geral. amendoim, leite e derivados, achocolatados, ovos, nozes, gelatinas, bolos, farinha de trigo (comum), pães em geral, biscoitos, e alimentos para fins especiais contendo adoçantes. Intolerância à Lactose Os casos de intolerância à lactose geralmente ocorrem pela ausência ou baixa produção de lactase, enzima necessária para hidrolisar a lactose, carboidrato presente no leite; O tratamento baseia-se na retirada da lactose da dieta, contudo a exclusão total e definitiva da lactose da dieta não é aconselhada, especialmente em crianças, pois pode acarretar prejuízo em outros nutrientes, principalmente o cálcio; O leite e o sorvete estão entre os alimentos que possuem maiores concentrações de lactose, enquanto os queijos possuem menores quantidades; A quantidade do carboidrato permitida varia conforme a tolerância individual, sendo que a maioria das pessoas intolerantes à lactose pode ingerir 12 gramas do açúcar por dia (equivalente a um copo de leite) sem apresentar sintomas adversos; 11 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento O cardápio especial para os alunos com intolerância à lactose deverá ser isento do carboidrato, com atenção para as quantidades de cálcio. Pode-se substituir as preparações que contem lactose por equivalentes; É importante orientar as cozinheiras para a leitura dos rótulos. Alimentos Permitidos Não Permitidos Leite e derivados Leites a base de proteína de soja - ver relação (lista de leites) queijo de soja: tofu Leite em pó integral ou desnatado, achocolatados e todos os alimentos que contenham leite como: iogurte, queijo, ricota, flans, coalhada, danoninho, pudins, leite condensado, leite de cabra Carnes Carne de gado, frango, peixe, miúdos e vísceras Ovos Salsicha, linguiça, presunto e mortadela. preparações como: bolinhos,croquetes,carnes empanadas ou à milanesa Gorduras Óleos vegetais (canola, girassol, milho, arroz, soja) margarina sem leite : Becel e Deline Manteiga, nata, creme de leite, margarina com leite, requeijão, molhos à base de leite, maionese Hortaliças Todas Qualquer preparação com leite, manteiga, queijo ou molho branco. Enlatados Frutas Frescas, compotas e passas - 12 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Sobremesa Mingau de maisena com suco de laranja ou uva , sagú de suco de frutas, doce de fruta caseiro, gelatina, picolé de fruta, pudim de frutas, quindim, merengues, sobremesas com alimentos permitidos Sorvete, pudim, manjar, leite condensado, chocolate, qualquer outra preparação contendo leite e derivados Bolo, pães biscoitos Pão francês, bolo de laranja, pão de ló, farinhas sem leite Qualquer item de produtos contendo leite: bolo, biscoitos, pastéis, massas de farinhas que contenham leite Açúcar Todos os tipos de açúcar Chocolates, caramelos, e todos as preparações contendo leite, adoçantes Cereais e Leguminosas Arroz, aveia, milho, feijão, lentilha, ervilha seca - Condimentos Sal, louro, orégano, sálvia, alho, manjerona, tomate, cebola Temperos prontos, massa de tomate Bebidas Chá, café, refrigerantes Leites, achocolatados, ovomaltine 13 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Cardápios Lanches Produtos sem lactose: sugestão Leite sem lactose, biscoito caseiro sem lactose e banana Leite de soja, leite de arroz Biscoito sem lactose Leite sem lactose com café, bolo de cenoura sem lactose(sem cobertura, feito na escola), laranja Leite de soja, leite de arroz Bolo de cenoura sem lactose Café com leite sem lactose, pão de forma sem lactose com doce de banana e maçã Leite de soja ou leite de arroz Pão sem lactose Salada de frutas Iogurte sem lactose Iogurte de soja Suco de abacaxi com hortelã, cuca de banana (feita na escola) sem lactose Cuca de banana sem lactose Alergia à Proteína do Leite de Vaca – APLV A APLV pode ser definida como uma reprodutível reação adversa de natureza imunológica induzida por uma ou mais proteínas do leite de vaca; Quando uma criança com APLV consome alimentos que possuem as proteínas do leite o organismo as reconhece como uma substância estranha e produz anticorpos e/ou células inflamatórias para combatê- las; Em decorrência dessa reação a criança pode apresentar sintomas gastrintestinais, de pele, respiratórios e gerais. 14 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Alimentos e ingredientes que possuem proteínas do leite de vaca e deverão ser retirados da dieta Alimentos normalmente preparados com leite ou que podem conter leite na composição Substitutos do leite em receitas: Usar, na mesma quantidade: Bebida à base de soja (se não for alérgico à soja) ou Água ou Suco de frutas e/ou vegetais ou Bebida à base de arroz Suco de frutas e/ou vegetais 15 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 2 Elaboração de fichas técnicas e receituário padrão Resolução FNDE/CD n⁰ 38/2009: Os cardápios, calculados a partir das Fichas Técnicas de Preparo, deverão conter informações: Nome da preparação Ingredientes Energia, macro e micronutrientes prioritários (vitaminas A e C, magnésio, ferro, zinco e cálcio) e fibras Consistência Tipo de refeição (lanche ou refeição) Identificação e assinatura do nutricionista responsável por sua elaboração Os cardápios deverão estar disponíveis em locais visíveis nas Secretarias de Educação e nas escolas. RESOLUÇÃO CD/FNDE N⁰ 26/2013: Art. 14, §3º Cabe ao nutricionista responsável técnico a definição do horário e do alimento adequado a cada tipo de refeição. Art. 14, §4º A porção ofertada (per capta) deverá ser diferenciada por faixa etária dos alunos, conforme as necessidades nutricionais estabelecidas. Art. 14, §5º Os cardápios deverão atender aos alunos com necessidades nutricionais específicas, tais como doença celíaca, diabetes, hipertensão, anemias, alergias e intolerâncias alimentares, dentre outras. Ficha Técnica de Preparação: Segundo Martinez (2008), os objetivos da Ficha Técnica de Preparação são: Tornar a receita reproduzível Economizar tempo em sua confecção Controlar gêneros alimentícios e mão-de-obra Racionalizar as atividades da unidade produtora de refeições 16 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Diminuir capital empatado em estoque Reduzir custos Elaborar cardápios, evitando a monotonia de preparações Manter as qualidades organolépticas e sensoriais, mesmo sendo as refeições preparadas por pessoas diferentes Garantir a qualidade do produto final. 1. Listar os ingredientes que serão utilizados; 2. Preparar a receita, pesando todos os ingredientes utilizados e o produto final e anotar a conversão das quantidades em medidas caseiras; 3. Redigir a receita com linguagem clara e de fácil entendimento; 4. Calcular os fatores de correção e indicadores de conversão; 5. Estabelecer o tamanho da porção a ser oferecida e calcular o número de porções produzidas de acordo com o rendimento final da receita; 6. Calcular o custo total e por porção; 7. Calcular o valor nutricional da preparação; 8. Determinar a categoria e o nome técnico da preparação. Balança para pesar os ingredientes Padronização dos utensílios – transformar do peso em gramas para medidas caseiras Software para cálculo nutricional Deve conter: descrição dos ingredientes, per capitas e valores de energia, macro e micronutrientes. Per capita (= por pessoa) de um alimento é a quantidade, em gramas ou mililitros, necessária para a preparação da refeição para uma pessoa. Peso bruto: corresponde ao alimento cru, ainda com as aparas, cascas, caroços, etc – em g ou ml. 17 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Peso líquido: corresponde ao alimento já limpo. Fator de Correção (FC): FC = PB/PL Per Capta Per Capita corresponde à quantidade de alimento cru ou não preparado previsto para cada pessoa, variando de acordo com a faixa etária; Ele é útil para calcular a quantidade de alimento a ser preparada ou reservada para atender a demanda da escola; Verificar se a quantidade encontra-se em grama (g) mililitros (ml) ou unidade (un.): Exemplo: Arroz—peso (gramas) Banana—unidade Porcionamento é a quantidade da porção ou do alimento pronto para consumo previsto para cada pessoa. Por exemplo: porcionamento da sopa (200ml) é o quanto será oferecido às crianças da sopa já preparada. Medida Caseira: É a forma de medir a quantidade de alimento utilizando utensílios de uso doméstico como colheres e xícaras. Calculando as quantidades per capitas 18 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Exemplo de Ficha Técnica de Preparação 19 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Porcionamento da Alimentação As medidas e utensílios utilizados no preparo e no porcionamento dos alimentos são importantes para garantir uma alimentação com os nutrientes que a criança necessita, além de incentivar a aceitação da refeição. O nutricionista deve definir as quantidades a serem oferecidas de acordo com a faixa etária da criança. Porcionamento utilizado na Prefeitura de São Paulo. 20 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 3 Técnicas de capacitação para os manipuladores referentes às fichas técnicas e receituário padrão Objetivo Geral: Viabilidade da execução do cardápio escolar Vantagens: Conhecimento técnico Aperfeiçoamento Conscientização Pontos importantes a serem abordados: • Processos envolvidos para desenvolver uma refeição com qualidade • Etapa 1: Técnicas de higiene pessoal, higiene do local, dos alimentos, armazenamento, refrigeração, temperaturas, amostras • Etapa 2: Processos de preparo dos alimentos (preparo, cocção, montagem dos pratos, apresentação, utilização de ervas e condimentos, dicas práticas de culinária) • Etapa 3: Aulas práticas de preparo de algumas receitas Sobre a cozinheira, é importante conhecer: Especialidade Técnicas de higiene Organização Apresentação de pratos Tempo de preparo das refeições Utilização de óleo e sal 21 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 22 Apostila do curso de Pós-graduaçãoem Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 23 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Tabela de per capta utilizada na Prefeitura de São Paulo. Tabela de per capta utilizada na Prefeitura de São Paulo. 24 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 25 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 26 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Tabela de porcionamento utilizada na Prefeitura de São Paulo. 4 Grupo de alimentos e número de porções/dia Segundo pirâmide dos alimentos para pré-escolares, escolares e adolescentes Sociedade Brasileira de Pediatria Crianças de 2 a 3 anos (1.300 kcal) Grupo de pães e cereais: 5 porções • Arroz branco cozido: 2 colheres de sopa • Batata cozida: 1 1/2 colher de servir ou 1 unidade pequena • Macarrão: 2 colheres de sopa • Pão francês: 1/2 unidade • Pão de forma – 1 unidade • Farinha de mandioca – 1 1/2 colher de sopa Grupo de verduras e legumes: 3 porções • Legumes cozidos/picados: 1 colher de sopa 27 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento • Legumes crus: 1 a 2 colheres de sopa • Verdura: folhas cruas: 3 médias / 6 pequenas • Verdura: folhas cozidas/refogadas: 1 colher de sopa Grupo das frutas: 3 porções • Banana-nanica: 1/2 unidade • Mamão-papaia: 1/2 unidade pequena • Maçã média: 1/2 unidade • Suco de laranja: 1/2 copo de requeijão • Goiaba: 1/2 unidade pequena • Laranja: 1 unidade pequena Grupo das leguminosas: 1 porção • Feijão cozido (grãos): 1 colher de sopa • Lentilha cozida: 1 colher de sopa rasa • Ervilha cozida: 1 colher de sopa • Grão-de-bico: 1 colher de sopa Grupo das carnes e ovos: 2 porções • Carne de boi cozida/refogada/grelhada: 2 colheres de sopa rasas ou 1/2 bife pequeno (35 g) • Carne de frango cozida/grelhada: 1/2 sobrecoxa ou 1 fi lé pequeno (35 g) • Carne de peixe cozida/grelhada/refogada: 1 posta pequena (65 g) • Ovo cozido: 1 unidade • Ovo frito: 1/2 unidade • Bife de fígado: 1/2 bife pequeno (35 g) Grupo dos leites e derivados: 3 porções • Leite de vaca fl uido: 200 mL • Queijo prato: 2 fatias fi nas (30 g) • Queijo mussarela: 2 fatias médias (40 g) • Iogurte de polpa de frutas: 1 pote (120 g) • Leite em pó integral: 2 colheres de sopa • Queijo-de-minas: 1 1/2 fatia média 28 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento Açúcar e doces: 1 porção • Açúcar: 1 colher de sopa • Achocolatado: 1 colher de sopa • Doce caseiro: 1 colher de sopa (20 g) • Geléia: 2 colheres de sobremesa Óleos e gorduras: 1 porção • Manteiga ou creme vegetal: 1 colher de chá cheia (5 g) • Óleo de soja: 1 colher de sopa rasa Número de porções/dia para crianças de 4 a 6 anos (VET: 1.800 kcal) Pães e cereais: 6 porções Verduras e legumes: 3 a 4 porções Frutas: 3 a 4 porções Leguminosas: 1 porção Carnes e ovos: 2 porções Leite e derivados: 2 porções Açúcar e doces: 1 porção Óleos e gorduras: 1 porção Número de porções/dia para crianças em idade escolar (VET: 2.000 kcal) Pães e cereais: 6 porções Verduras e legumes: 4 porções Frutas: 4 porções Leguminosas: 1 porção Carnes e ovos: 2 porções Leite e derivados: 3 porções Açúcar e doces: 2 porções Óleos e gorduras: 1 porção 29 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento *** Exemplo de almoço para uma criança em idade escolar: Arroz: 4 colheres de sopa (1 porção do grupo dos pães e cereais) Carne cozida: 1 bife pequeno (80 g) (1 porção do grupo das carnes e ovos) Ervilha: 2 colheres de sopa (1 porção do grupo das leguminosas) Batata cozida: 1 1/2 colher de servir (1/2 porção do grupo dos pães e cereais) Tomate: 5 fatias (1 porção do grupo das verdura/legumes) Escarola picada: 1 pires cheio (1 porção do grupo das verdura/legumes) Óleo de soja: 1 colher sopa (1 porção do grupo dos óleos e gorduras) Goiaba: 1 unidade grande (2 porções do grupo das frutas) Número de porções/dia para adolescentes do sexo feminino – 11 a 14 anos ou 15 a 18 anos (VET: 2.200 kcal) Pães e cereais: 7 porções Verduras e legumes: 4 1/2 porções Frutas: 4 porções Leguminosas: 2 porções Carnes e ovos: 2 porções Leite e derivados: 3 porções Açúcar e doces: 1 1/2 porção Óleos e gorduras: 1 1/2 porção Número de porções/dia para adolescentes do sexo masculino – 11 a 14 anos (VET: 2.500 kcal) / 15 a 18 anos (VET: 3.000 kcal) Pães e cereais: 8 porções / 9 porções Verduras e legumes: 4 1/2 porções / 5 porções Frutas: 4 porções / 5 porções Leguminosas: 1 porção / 1 porção Carnes e ovos: 2 porções / 2 porções Leite e derivados: 3 porções /3 porções Açúcar e doces: 2 porções / 2 porções Óleos e gorduras: 2 porções / 2 porções 30 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento ***Exemplo de almoço para adolescentes de 11 a 14 anos, sexo masculino Arroz: 4 colheres de sopa (1 porção do grupo dos pães e cereais) Farinha de mandioca: 3 colheres de sopa (1 porção do grupo dos pães e cereais) Frango: 2 sobrecoxas médias (1 porção do grupo das carnes e ovos) Feijão: 2 colheres de sopa (1 porção do grupo das leguminosas) Quiabo refogado: 1 colher de sopa (1 porção do grupo das verduras/legumes) Tomate: 3 fatias (1/2 porção do grupo das verduras/legumes) Couve picada: 1 pires cheio (1 porção do grupo das verduras/legumes) Óleo de soja: 1 colher de sopa (1 porção do grupo dos óleos e gorduras) Mamão: 1/2 unidade pequena (1 porção do grupo das frutas) 31 Apostila do curso de Pós-graduação em Nutrição e Alimentação Escolar Aperfeiçoamento 5 Bibliografia • Manual de orientação sobre a alimentação escolar para portadores de diabetes, hipertensão, doença celíaca, fenilcetonúria e intolerância a lactose / [organizadores Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos...[et al.] – 2. ed. – Brasília : PNAE:CECANE-SC, 2012. • Nogueira-de-Almeida; Elza Daniel de Mello. Nutrologia Pediátrica: prática baseada em evidências. Manole, 2016. • Pinto-e-Silva, Maria Elizabneth Machado. Técnica dietética aplicada à dietoterapia. Manole, 2016. • Marta Neves Campanelli Marçal Vieira. Gestão de qualidadena produção de refeições. Guanabara Koogan, 2015. • AKUTSU, R. C., BOTELHO, R. A., CAMARGO, E. B., SÁVIO, K. E. O., & ARAÚJO, W. C.. A ficha técnica de preparação como instrumento de qualidade na produção de refeições. Revista de Nutrição, Campinas, mar./abr., 2005. • RESOLUÇÃO CD/FNDE Nº 26, DE 17 DE JUNHO DE 2013. • Lei 11.947/2009 e Resolução 26/2013/ FNDE.
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