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AD2-2

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – POLO UNIVERSITÁRIO DE 
VOLTA REDONDA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS 
PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
– PNAP/UAB 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do 
Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
 
 
Avaliação a Distância- ADII-2 
Período – 2019/2 
 
 
Disciplina: Legislação Tributária e Comercial 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALUNO: CAIO CORRÊA GOMES GUERRA BAPTISTA 
MATRÍCULA: 17213110165 
Polo: Itaocara-RJ 
 
Questões sobre as aulas 9 e 10: 
 
1. Quais os requisitos necessários para se ingressar com um requerimento 
de falência no judiciário? Qual será o Juízo competente? Por quê? 
 
R: No Brasil, a falência é regulada pela Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 
2005. Impontualidade injustificada - quando o devedor, sem razão que o direito 
considere relevante, deixa de pagar, no vencimento, uma obrigação líquida 
(que se refere a valor determinado), e certa (que conste de um título), como por 
exemplo: um cheque ou uma duplicada, que tenha sido devidamente 
protestada, ou quaisquer outros títulos executivos, cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 salários mínimos na data do pedido de falência. 
 
Execução frustrada – a execução é o mecanismo jurídico para fazer o devedor 
cumprir com sua obrigação de pagar o devido. E uma execução é considerada 
frustrada quando o devedor não paga o débito, ou não deposita bens para esse 
pagamento, ou ainda deixa de indicar bens de sua propriedade para serem 
penhorados. Nesse caso, o credor está autorizado a pedir sua falência, 
independentemente do valor devido. 
 
Atos de falência, ou atos suspeitos - São atos que, como o próprio nome indica, 
geram a suspeita de que o devedor se encontre em grave crise patrimonial, 
podendo colocar em risco os direitos de seus credores. O juízo competente 
para a declaração de falência é o juiz civil do local do estabelecimento principal 
do devedor ou da casa filial de outra situada fora do Brasil. 
 
 
2. Enumere de forma detalhada os órgãos da falência, indicando suas 
atribuições. 
 
 
R: Na lei atual, o juiz é o órgão obrigatório e tem função de regente da falência 
e da recuperação judicial de empresas, pois é indispensável na condução do 
processo do devedor em crise. O Ministério Público, atua como fiscal da lei, 
função primeira da instituição. Passou a atuar no processo falimentar somente 
após a sentença declaratória de quebra. O administrador judicial, em verdade 
não é administrador, e em verdade ele é apenas um fiscalizador do falido e 
somente atuará efetivamente como administrador no espaço e tempo em que o 
administrador do falido for afastado da condução de seus negócios, até que 
seja indicado pela assembléia geral de credores um gestor judicial. O comitê de 
credores é órgão tido como inovador na LF, entretanto sua existência já havia 
sido delineada na antiga lei; e por fim a assembléia geral de credores é um 
órgão colegiado deliberativo que possui função de examinar, debater e decidir 
as matérias de sua competência, e que estão arroladas no art.35, I e II da LRF 
 
 
3. Em que consiste a função social da empresa? 
 
 
R: A função social da empresa representa um conjunto de fenômenos 
importantes para coletividade e é indispensável para a satisfação dos 
interesses inerentes à atividade econômica. 
 
O conceito de função social da empresa engloba a idéia de que esta não deve 
visar somente o lucro, mas também preocupar-se com os reflexos que suas 
decisões têm perante a sociedade, seja de forma geral, incorporando ao bem 
privado uma utilização voltada para a coletividade; ou de forma específica, 
trazendo realização social ao empresário e para todos aqueles que 
colaboraram para alcançar tal fim. 
 
 
 
4. Estabeleça um paralelo comparativo, indicando as principais 
semelhanças e distinções entre recuperação judicial e extrajudicial. 
 
R: Recuperação Judicial - é um acordo, firmado entre o devedor e seus 
credores, com a proposta de um plano alternativo para que a empresa se 
recupere economicamente. Para tanto, a empresa se dirige ao juiz com um 
projeto, a proposta de um plano para sair da situação de crise. O princípio que 
a orienta é o da manutenção da empresa. Assim, o empresário, inscrito há pelo 
menos dois anos na Junta Comercial poderá pedir a recuperação, observados 
os requisitos do artigo 48 da Lei n. 11.101/2005. 
 
Já a recuperação extrajudicial é uma negociação privada entre o devedor e 
seus credores, o judiciário é acionado apenas para homologar e controlar a 
legalidade do processo. 
A semelhança é que em ambos os casos é decisiva a intervenção da 
coletividade de credores, não apenas concordando ou discordando do pedido, 
mas revendo propostas e sugerindo alternativas. 
 
 
 
5. Quais são as restrições que sofre a pessoa do falido, em decorrência da 
falência? 
 
 
R: A decretação da falência acarreta, em princípio, a paralisação da atividade 
econômica empresarial explorada pelo falido. Trata-se do principal efeito da 
decretação da falência. 
 
Entretanto, excepcionalmente, o Juiz poderá autorizar, sempre que assim 
entender conveniente para a otimização dos recursos do falido, a continuação 
provisória das atividades do falido que serão geridas pelo administrador 
judicial. 
A sentença declaratória da falência inova a ordem jurídica criando novas 
situações jurídicas para o empresário falido. A falência não acarreta a sua 
incapacidade civil, mas gera restrições aos seus direitos, sobretudo nos direitos 
patrimoniais. 
 
Desse modo, os principais efeitos da sentença declaratória da falência quanto 
à pessoa do falido estão relacionados à perda do direito de dispor e administrar 
os bens que compõem o seu patrimônio. 
 
A sentença declaratória da falência gera também certas obrigações ao 
empresário falido. O art. 104 da Lei de Falências estabelece as seguintes 
obrigações ao empresário falido: 
 
a) assinar nos autos o termo de comparecimento e as declarações a que alude 
o inciso I do referido dispositivo legal; 
b) depositar em cartório os livros obrigatórios; 
c) não se ausentar do lugar da falência, sem motivo justo e comunicação 
expressa ao juiz, deixando, para tanto, procurador devidamente constituído; 
d) comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por 
procurador, quando não for indispensável a sua presença; 
e) entregar todos os bens, livros e documentos ao administrador judicial, 
indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens de sua propriedade que 
porventura estejam em poder de terceiros; 
f) prestar as informações sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência 
quando reclamadas pelo Juiz, administrador judicial, representante do 
Ministério Público, ou credores; 
g) auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; 
h) examinar as habilitações de crédito apresentadas; 
i) assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros; 
j) apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores; e 
k) examinar e dar parecer sobre as contas do síndico. 
 
O empresário falido responderá por crime de desobediência sempre que faltar 
ao cumprimento de quaisquer dessas obrigações (Lei 11.101/05, art. 104, § 
único). 
 
 
 
 
6. Pesquise no site do STJ jurisprudências sobre recuperação judicial e 
acrescente a sua interpretação do inteiro teor do acórdão. Para efetuar a 
pesquisa acesse http://www.stj.jus.br/SCON/digite na pesquisa livre -
recuperação judicial - pesquisar - acesse acórdãos - copie e cole a ementa . 
Faça sua interpretação. 
Atenção, as respostas das questões serão pontuadas e fazem parte do 
material de estudos para avaliação presencial. Prazo de entrega 06/11/2019 às 
23h e 55min. 
 
 
R: PROCESSO CIVIL. CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE O JUÍZO DA 
FALÊNCIA DA SUPOSTA DEVEDORA E O JUÍZO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA 
EVENTUAL CREDORA. CONTROVÉRSIA ACERCA DO DESCUMPRIMENTO DE 
OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS. BENS DE PROPRIEDADE DA FALIDA DADOS EM 
GARANTIA. LIBERAÇÃO DA GARANTIA. QUESTÕES DE DIREITO MATERIAL 
SUBMETIDAS AO JUÍZO ARBITRAL. CONFLITO SEM FINALIDADE RECURSAL. 
DISPOSIÇÃO SOBRE TAIS BENS. COMPETÊNCIA DO JUÍZO FALIMENTAR. 
1. O conflito de competência, nestes autos, decorre da divergência 
entre o Juízo que processa a autofalência da suposta devedora, o 
qual se considera competente e afirma que os bens dados em garantia 
são de propriedade da massa falida, e o Juízo onde tramita a 
recuperação judicial da credora, que não libera os referidos bens 
por entender que compete ao Juízo arbitral, em primeiro lugar, 
decidir sobre o mérito do descumprimento das obrigações. 
2. Extrai-se do "Memorando de Entendimentos" e dos respectivos 
aditivos assinados pelas partes que os bens discutidos neste 
conflito (três conjuntos de pás eólicas a serem submetidos à perícia 
independente e a importância depositada), entregues pela falida, 
proprietária de tais bens, representam, exclusivamente, garantias ao 
cumprimento das obrigações contratuais. Até o presente momento, a 
contratante do serviço, em recuperação judicial, não pode executar 
tais garantias e incorporar, definitivamente, os referidos bens ao 
seu patrimônio. 
3. Havendo somente decisão do Juízo falimentar afirmando que os bens 
pretendidos por suposta credora pertencem à massa falida - 
entendimento que, diante dos elementos dos autos, deve prevalecer -, 
compete ao Juízo da falência decidir sobre a destinação da 
importância depositada e dos três conjuntos de pás eólicas, bens 
vinculados à execução concursal, inclusive sobre eventuais atos 
constritivos incidentes sobre o patrimônio da falida. 
4. Eventualmente, caso o Juízo arbitral reconheça que a empresa 
falida é devedora de algum valor à sociedade que postula os bens 
dados em garantia, haverá formação de crédito em favor da empresa 
credora, a ser habilitado na falência, para fins de execução 
concursal. 
5. Discordando a suposta credora de decisão do Juízo da falência, 
quanto ao destino a ser dado aos bens dados em garantia, deve fazer 
uso dos recursos cabíveis nos autos do processo falimentar, 
objetivando a reforma do respectivo entendimento, uma vez que o 
conflito de competência não tem função recursal. 
6. Conflito conhecido para estabelecer a competência do JUÍZO DE 
DIREITO DA 2ª VARA DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIAS DE 
FORTALEZA - CE. 
 
 
 
 
 
Referências: 
Material didático do CEDERJ – Direito Empresarial 
Site STJ - http://www.stj.jus.br/SCON/ 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação a Distância II – 2019.2 
Legislação Tributária e Comercial 
Caio Corrêa Gomes Guerra Baptista 
17213110165 
Polo : Itaocara (ITO)

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