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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS RECURSOS ARAKEN ASSIS

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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS RECURSOS – ARAKEN ASSIS 
Princípio do duplo grau na unidade do processo
O princípio do duplo grau surgiu com o objetivo de assegurar dois exames a cerca do mesmo fato, o que ocorre no mesmo processo. PREVISÃO LEGAL
A necessidade de tal princípio de justifica pelo fato de que o pronunciamento de primeiro grau pode se sujeitar a erros e imperfeições, a fim de corrigir vícios de juízo e de atividade. No entanto, isso não quer dizer que o pronunciamento de segundo grau será sempre melhor do que o primeiro, embora o seu objetivo seja de corrigir um erro.
O princípio do duplo grau indica dois órgãos do poder judiciário, onde um ocupa uma posição hierárquica superior e outro, inferior.
O atual ordenamento jurídico possibilita, em alguns casos, que o juiz de primeiro grau faça um reexame dos seus pronunciamentos, ou seja, pode haver retratação. Isso faz com que o magistrado, em primeiro grau, desempenhe os seus pronunciamentos com maior cuidado. 
No entanto, é importante ressaltar que o duplo grau não garante que haverá um exame mais aprofundado sobre as questões do litígio no grau superior, especialmente sobre as questões de fato. 
Princípio da taxatividade
Esse princípio estabelece só é recurso o que a lei considera como tal. Em outras palavras, o art. 994 do Código de Processo Civil traz um rol dos recursos existentes e esse rol é taxativo, o que quer dizer que a existência dos recursos se subordina a expressa previsão legal. 
Atualmente, os recursos existentes, elencados no art. 994 do CPC, são os seguintes: a) apelação; b) agravo de instrumento; c) agravo interno; d) embargos de declaração; e) recurso ordinário; f) recurso especial; g) recurso extraordinário; h) agravo em recurso especial ou extraordinário; e, i) embargos de divergência.
Quanto aos recursos previstos nas leis extravagantes, estas de competência legislativa da União, podem criar recursos além dos previstos no art. 994 do Código de Processo Civil, citados acima.
O texto de Araken Assis traz outros dois recursos. O primeiro deles são os embargos infringentes contra as sentenças proferidas nas execuções fiscais em causa de alçada, tal recurso está previsto na Lei 6.830/80 em seu art. 34. O segundo é o recurso inominado, que se trata de um recurso cabível contra as sentenças civis proferidas nos juizados especiais, tanto estaduais quanto federais. 
No que diz respeito às restrições à recorribilidade é fácil notar que não há ofensa aos direitos fundamentais da CF/88. É certo que a parte vencida pode recorrer do pronunciamento que lhe desagradou ou lhe desfavoreceu, embora nem sempre o pronunciamento de segundo grau irá modificar o de primeiro grau. No entanto, o processo não pode correr para sempre, é necessário que haja um ponto final, e, por conta disso, nem todos os atos decisórios do processo são recorríveis, não tendo que se falar em ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa.
Princípio da singularidade
O princípio da singularidade, previsto no art. estabelece que, dentro do prazo legal, a parte poderá interpor recurso, no entanto, não pode usar, ao mesmo tempo, mais de um recurso. Ou seja, para cada pronunciamento cabe apenas um recurso, a parte não pode interpor mais de um recurso para o mesmo pronunciamento.
Segundo o autor Araken Assis, o princípio comporta duas consequências. A primeira delas é a de que é inadmissível interpor mais de um recurso da mesma decisão, salvo a cumulação alternativa (quando cabem embargos de declaração ou apelação) e a cumulação obrigatória (no caso do recurso especial e do recurso extraordinário). 
A segunda consequência da singularidade é que se mostra inadmissível o recurso impróprio interposto no lugar de outro, com exceção ao princípio da fungibilidade, e o segundo recurso interposto contra a mesma decisão. 
Princípio da fungibilidade
O princípio da fungibilidade consiste na possibilidade do julgador aproveitar um recurso que foi interposto de forma equivocada pelo recurso adequado, ou seja, é a substituição de um recurso por outro com o objetivo de evitar a sua inadmissibilidade.
No entanto, para que isso ocorra é necessário haver dúvida objetiva no que diz respeito à natureza jurídica da decisão recorrida, isso ocorre quando há uma divergência doutrinária ou jurisprudencial. Além disso, a dúvida deve ser atual, até porque há reiterada mudança de entendimento pelos tribunais, bem como alterações legislativas.
O princípio da fungibilidade não será aplicado nos casos em que há má-fé ou erro grosseiro. Não sendo o caso, será aplicado o princípio da fungibilidade, onde a parte não será prejudicada
Princípio da dialeticidade
O princípio da dialeticidade estabelece que a parte que apresentar determinado recurso deve-o fazer de forma fundamentada, apresentando as razões de fato e de direito, bem como o seu inconformismo com o pronunciamento do qual está recorrendo. Em outras palavras, a parte recorrente tem o ônus de motivar o seu recurso no ato de sua interposição.
A parte deve fazer isso imediatamente, no momento em que for interpor o recurso, se não o fizer, não poderá fazer em momento posterior.
Araken Assis explica que o fundamento do princípio da dialeticidade é que, sem apresentar as alegações do recurso e a motivação do pronunciamento impugnado, seria impossível ao órgão ad quem avaliar o erro do ato, a existência de um vício de juízo ou de procedimento ou algum defeito que implique na modificação do pronunciamento.
	A motivação do recurso deve ser específica, pertinente e atual, sendo estes os requisitos do princípio da dialeticidade. Isso se explica porque é preciso haver uma simetria entre o que foi decidido e o que foi alegado pela parte no recurso.
Princípio da voluntariedade
Esse princípio define que deve partir da parte inconformada a vontade de recorrer de um pronunciamento ou provimento judicial, ou seja, a iniciativa de recorrer compete ao legitimado, conforme dispõe o art. 996 do Código de Processo Civil.
Em outras palavras, o recurso é necessariamente uma manifestação de vontade de um dos sujeitos processuais, movido por algum interesse em que a decisão recorrida seja reexaminada ou modificada.
Ainda, por conta do princípio da voluntariedade, a parte que recorrer poderá desistir do seu direito de recorrer, tratando-se assim de fato extintivo. Isso independe de aceitação da outra parte, e por óbvio, a parte pode desistir antes do julgamento do recurso.
Princípio da irrecorribilidade das interlocutórias]
No Código de 1973, as decisões interlocutórias eram discutidas por meio do recurso de agravo (retido ou de instrumento) e isso fazia com que o processo se estendesse por um longo período, isso porque toda vez que o juiz proferisse alguma decisão interlocutória no decorrer do processo poderia haver um recurso, sem que, no entanto, existisse um fim ao processo.
Com o Código de 2015 o agravo retido foi extinto e o art. 1.015 estabelece o rol de decisões que cabem agravo de instrumento. 
Assim, haverá preclusão das decisões interlocutórias para as quais ainda existe a possibilidade de impugnação por meio do agravo e assim mesmo não forem atacadas. Para as que não puderem ser atacadas por agravo, haverá preclusão também, ainda que não imediatamente.
No Código de 1973, quando a parte desejava prosseguir com o agravo retido, ela poderia realizar a interposição do recurso oralmente na audiência de instrução e julgamento com a possibilidade de ratificação posteriormente. Com o Código de 2015, é possível a interposição da apelação ou das contrarrazões de apelação, sem a possibilidade de ratificação posteriormente.
Princípio da complementaridade
O ordenamento jurídico, em especial o Código de Processo Civil, estabelece que o recurso deverá sempre ser motivado, conforme o princípio da dialeticidade supracitado, que diz também que isso deve ser feito no momento de interposição do recurso.
.No entanto, o princípio da complementaridade dá ao recorrente a possibilidade de complementar a fundamentação doseu recurso, ou seja, a sua motivação, caso tenha havido alteração ou integração da decisão que originou a sua insatisfação, como por exemplo, em virtude do acolhimento de embargos de declaração com efeitos modificativos. 
Isso pode ser verificado no §3º do art. 1.024, no que diz respeito aos embargos de declaração conhecidos como agravo interno e também no §4º do mesmo artigo, no tocante aos embargos de declaração modificativos.
Princípio da consumação
O princípio da consumação decorre do fenômeno da preclusão consumativa, que estabelece que depois de realizado o ato, não será possível pretender tornar a praticá-lo ou acrescentar-lhe elementos que ficaram de fora e nele deveriam ter sido incluídos, ou retirar os que, inseridos, não deveriam tê-lo sido. 
Além disso, o art. 200 do Código de Processo Civil estabelece que os atos das partes produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
No entanto, o Código de Processo Civil de 2015, estabeleceu que o relator, antes de emitir o juízo de admissibilidade, pode possibilitar a parte o suprimento da falta, saneamento de vícios ou outros relativos à regularidade formal. 
Princípio da proibição da reformatio in pejus
O princípio proibição da reformatio in pejus significa que não pode haver uma reforma da decisão recorrida para pior, ou seja, para piorar a situação do recorrente. 
Isso se explica porque, o recorrente interpôs um recurso com o intuito de reverter uma decisão que lhe foi desfavorável. Se permitida a reforma da decisão para pior o recorrente obteria o contrário do que pretendia com o recurso.
O fundamento da proibição da reforma para pior tem como base o interesse exigido para impugnar as decisões judiciais. Se houvesse a possibilidade de uma reforma que fosse ainda mais desfavorável ao recorrente isso seria o contrário do que se espera ao apresentar um recurso, que é a reforma da decisão de forma de essa se torne favorável ao recorrente.

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