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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCAR DE___ APELAÇÃO João, já qualificados no caderno processual, vem por seu advogado, com endereço profissional na rua__, (bairro), (cidade), (Estado), que indica para os fins do artigo 77, inciso V do Código de Processo Civil Pátrio (CPC) aplicado analogicamente no Processo Penal, inconformado com a sentença condenatória de fl.__, e com fundamento nos artigos 386, incisos V, VI e VII, 593, inciso I, todos do Código de Processo Penal Brasileiro- CPP (Decreto-Lei nº. 3.689/41) e artigos 181, inciso II e artigo 183, inciso III, todos do Código Penal Brasileiro -CPB (Decreto-Lei nº. 2848/1940), Interpor APELAÇÃO, PELOS SEGUINTES FUNDAMENTOS JURÍDICOS QUE SE PASSARÁ A EXPOR. Requer seja recebida, processada e encaminhada a apelação, com as razões ao Egrégio Tribunal de Justiça. Nestes termos, pede deferimento Local, data Assinatura Nº. OAB/UF 1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ___ RAZÕES RECURSAIS Colendo Tribunal de Justiça TERMOS DA DECISÃO RECORRIDA O Juízo da Vara Criminal da Comarca de__, em sentença de piso, condenou o apelante pela prática do crime de furto simples nas penas de 1 (um) ano de reclusão e 10 dias-multa, no valor mínimo, substituindo a pena de reclusão pela restritiva de direitos consistente em prestação de serviços à comunidade. DA REFORMA Em que pese a mencionada sentença proferida pelo Douto Magistrado, entretanto, não merece prosperar e manter-se com seus efeitos pelas razões a seguir expostas. DAS RAZÕES DE FATO E DO DIREITO João, ora Apelante, foi acusado de ter subtraído, no dia 5 de janeiro de 2018, vinte mil dólares de seu pai, Fábio, este ainda com cinquenta e oito anos de idade. Houve proposta de suspensão condicional do processo, não aceita pelo acusado. Na instrução do feito, foram ouvidas duas testemunhas de acusação, as quais disseram que, realmente, houve a subtração, por elas presenciada. O pai, vítima, confirmou o fato e a propriedade dos dólares. Por outro lado, o Apelante e duas testemunhas de defesa afirmaram que os dólares não pertenciam ao seu pai, mas à sua mãe, que, antes de falecer, os dera para o filho. 2 Não houve a juntada da prova documental a respeito da propriedade do dinheiro. No julgamento, o juiz, no dia 4 de janeiro de 2019, condenou João pelo crime de furto simples às penas de 1 (um) ano de reclusão e 10 dias- multa, no valor mínimo, substituindo a pena de reclusão pela restritiva de direitos consistente em prestação de serviços à comunidade. Era o que se tinha de mais a relatar, passa-se agora a exposição do mérito da causa. DA CARÊNCIA DE JUSTA CAUSA POR OCASIÃO DA ISENÇÃO DE PENA DO APELANTE Ínclito Julgador, como se nota, o Apelante deve ser absolvido no caso em questão por ocasião da circunstância de isenção de pena que deve ser aqui reconhecida e aplicada, visto que o Sr. João é filho da pretensa vítima, e que na data do ocorrido, o pai de João ainda restava-se com cinquenta e oito anos de idade. Cumprindo salientar que no caso em tela não se sabe, efetivamente, a qual dos dois ascendentes do Apelante pertenceria o dinheiro supostamente furtado, devendo haver com isso, em face da dubiedade dessa circunstância, a aplicação do princípio do indubio pró réo. Vejamos nesse mesmo sentido os dizeres dos artigos pertinentes do direito penal e processual penal pátrio: Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. (CPB) 3 Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: I - estar provada a inexistência do fato; II - não haver prova da existência do fato; III - não constituir o fato infração penal; IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) VII – não existir prova suficiente para a condenação. (CPP) Portanto, em vista do exposto, requer-se a absolvição do Apelante por decorrência da aplicação da isenção da pena, por ser este filho da vítima com menos sessenta anos, conforme é disposta nos artigos 181, inciso II e artigo 183, inciso III, todos do Código Penal Brasileiro (CPB). DO REQUERIMENTO FINAL Diante do exposto, requer-se o provimento deste recurso de Apelação a fim de que se promova a ANULAÇÃO da Sentença de Primeira instância, declarando-se a absolvição do Apelante por decorrência deste ser filho da pretensa vítima com menos sessenta anos, conforme isenção de pena que é disposta nos artigos 181, inciso II e artigo 183, inciso III, todos do Código Penal Brasileiro (CPB), e com fundamento no artigo 386, incisos V, VI e VII, do Código de Processo Penal Pátrio- CPP. 4 Nestes termos, pede e espera deferimento. Local, segunda-feira, 18 de janeiro de 2019i. Advogado OAB/UF nº. 5 i Súmula 310 do STF