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AULA 09/10/2019 Preocupação de W em como as mães lidam com os seus bbs, começa a fazer supervisão clínica com a Klein. Tudo que ele aprende de psicanálise ele vai aprender basicamente com Klein. Começa sua trajetória na psicanálise com Klein. Na época o movimento era de 3 grandes grupos: Freudianos, Kleinianos e o grupo de Winnicott. Winnicott o que aprende sobre o universo infantil aprende a partir de uma leitura Kleiniana, ou seja, compreendendo impulsos, emoções, vivências, conflitos de toda ordem. Klein enfatiza a importância da posição depressiva. Winnicott denomina sua teoria de teoria do amadurecimento porque quando ele começa a trabalhar com as crianças e mães ele percebe que mais que compreender as angústias e as aflições, que ele se preocupa principalmente com aqueles casos de criança que tem pesadelos, ele se especializa. Começa a construir um corpo próprio teórico, ideias muito originais em que essa Teoria do Amadurecimento, do desenvolvimento humano, ele vai falar que o ser humano quando nasce é tal qual uma sementinha que precisa ser cuidada (regada com água que seja suficiente para ele não morrer e não secar e encruar) nessa sementinha não há um pé de feijão, mas na semente existe todo potencial necessário para que nasça uma plantinha. Comparando com o desenvolvimento humano Winnicott diz que esse feijãozinho que a gente é quando nasce, só vai se efetivar enquanto uma planta, se o ambiente externo prover as condições que a gente precisa (AMBIENTE SUFICIENTEMENTE BOM) para se desenvolver, ou seja, se a criança nascer do ponto de vista genético hereditário biologicamente, eles tiveram todos os componentes necessários para o desenvolvimento e ele encontrar um ambiente que provenha tudo aquilo que ele precisar, as chances desse indivíduo se desenvolver é absolutamente boa. AMBIENTE SUFICIENTEMENTE BOM é uma terminologia que Winnicott designa para dizer sobre as condições mínimas que serão oferecidas a criança. Significa que é um ambiente que minimamente prover (pela sua principal representante: MÃE). MÃE SUFICIENTEMENTE BOA: aquela que garante condições adequadas de cuidados, que cuida com qualidade, mãe devotada comum. Winnicott vai dizer que essa mãe suficientemente boa pela fato de ter convivido com o seu bebê intrauterinamente, essa mãe vai ser capaz de desenvolver algumas condições mínimas que vão permitir a ela entrar numa condição que Winnicott chama de PREOCUPAÇÃO MATERNA PRIMÁRIA: condição de sensibilidade que a mãe desenvolve nos últimos dias, talvez no último mês, de sua gravidez, um estado de prontidão para atender as necessidades do bb. É um momento transitório da vida da mulher que começa em torno do último mês de gravidez e pode avançar até os 40, 45, 50, 60 dias depois que a mãe deu a luz. Estado de sensibilidade exacerbada que a mãe consegue por regressão identificar as necessidades do seu filho, reconhecer os sinais que a criança emana. Esse estado que ela se encontra de extrema dedicação, é tão intenso que, diz Winnicott que se uma mulher permanecesse nessa condição pelo resto da vida provavelmente teríamos que considerá-la como psicótica, pq é um estado em que a mulher regride a uma condição muito mais em prol daquilo que o bebezinho precisa. Paulatinamente a mãe vai retornando as condições de vida normal, por volta dos 2 meses de idade do bbzinho. Essa preocupação materna primária permite que o bb tenha a oportunidade de ser compreendido nas suas primeiras reações, nas suas primeiras necessidades. Mãe vive o período de preocupação materna primária - momento que ela vai está muito mais atenta ao bb, se dedicando integralmente a esse bebê, prontidão, disponibilidade de estar junto, observar, etc. DESCONTINUIDADE DO SER: o bebê teme Como o BB não tem recursos egóicos a mãe vai funcionar como um EGO AUXILIAR. Mecanismos de PROJEÇÃO e INTROJEÇÃO, ele associa os mecanismos de introjeção a alimentação e .Projeção a todos os líquidos e fluidos que saem do corpo. Indivíduo quando nasce, nasce num estado NÃO INTEGRAÇÃO, solto, alheio, não percebe as suas partes (braços, pernas, mãos, etc). Nos primeiros 6 meses ele tem a função de fazer essa INTEGRAÇÃO, das partes que estão desmembradas. ESTADO DE FUSÃO - os primeiros meses a criança tem que está ligada de uma maneira fusionada, como se uma e outra fosse uma coisa só. Depois aquilo que era fusionada vai dando espaço para separação que vai acontecendo paulatinamente. W considera as posições esquizo e depressiva, mas não vê com a mesma carga pesada que Klein, ele vai dizer que como nos nascemos numa condição de absoluta dependência o que a criança vai viver a partir de então são diferentes formas de dependência. A mãe que consegue desenvolver a preocupação materna primária vai desenvolver as TRÊS GRANDES FUNÇÕES MATERNAS: 1. APRESENTAÇÃO DO OBJETO - primeiro objeto que a mãe oferece é o seio materno, contudo em diferentes momentos essa mãe vai continuar apresentando o objeto, o objeto mundo (simbolicamente). A forma como é oferecido o peito, a troca... 2. HOLDING - (sustentação) - Winnicott diz que quando a criança é tomada de ansiedade pela descontinuidade do ser, a criança tem temores, receios, inseguranças e essas inseguranças e temores são apaziguadas por esse continente materno. Sustentação física, concreta e também psicológica e emocional. É muito mais que acolhimento, é continência. A mãe sustenta física e emocionalmente, pois a mãe dirige o olhar para criança e é um olhar que dá para criança um lugar emocional. O nosso primeiro olhar para nós mesmos, não mais pequenininhos, mas posteriormente, é o olhar da mãe para nós. O nosso lugar de importância no mundo tem a ver com o lugar que a gente leu no semblante da mãe de importância que a gente teve na vida da mãe. Essencial na vida da criança. A mãe suficientemente boa, garante para criança um lugar no mundo. 3. HANDLING - (manejo) - criança é tocada basicamente o tempo todo, mas não é qualquer toque. No conjunto tem os afetos, emoções que a mãe endereça para criança. “Não existe essa tal coisa chamada bb, o bb só o é por causa da mãe” Ler: “APRECIAÇÃO INTRODUTÓRIA” p. 55 do livro Ver o filme: “Precisamos falar sobre Kevin” AULA 16/10/2019 Winnicott pensa o desenvolvimento humano a partir da ideia de que todo ser humano se aloja o potencial para o desenvolvimento. O potencial para o desenvolvimento, Exemplo: numa sementinha estão circunscrito todas as condições e tudo aquilo que a árvore pode se tornar, mas a sementinha não é a árvore, tal qual o ser humano ainda bebezinho não é um homem feito, mas ele tem os potenciais para chegar ao desenvolvimento de um ser humano completo. Winnicott diz que quando a gente não nenhum tipo de anomalia genética, hereditária, física, sindrômica, nada disso, nesse ser humano já se aloja todo potencial para o seu desenvolvimento. O que ele vai considerar necessário para que esse desenvolvimento ocorra? Que o ambiente, cujo a maior representante é a mãe, responda satisfatoriamente às necessidades do bebê. Se o bb nasce numa condição em que ele não tem recursos para se perceber internamente, para se perceber externamente, ele não tem capacidades desenvolvidas sequer para sobreviver na vida, então esse bb vai depender especificamente de um outro ser humano que possa compreender as suas necessidades, então a mãe é este ambiente externo que Winnicott diz, a mão ou o representante desta figura materna. A partir disso, ele, diferente de Klein, não vai pensar num bebezinho desesperado, um bbzinho atormentado por fantasias, atormentado por esses elementos instintuais, ele considera que isso só vai acontecer depois e tem uma visão muito mais acalmada, abrandada.Winnicott vai falar de fases de dependência. Ele fala de um movimento da criança que começa absolutamente dependente, mas ela caminha para independência. A ênfase maior que ele dá é justamente na figura materna que vai suprir o desenvolvimento adequado da criança. As 3 funções maternas: Apresentação do objeto, holding e Handling. W fala de como ele pensa o desenvolvimento, ele não pensa o desenvolvimento que não seja ligado a este acolhimento, que por meio dessas três funções maternas serão exercidas conforme a necessidade, a evolução, o amadurecimento. A teoria Winnicottiana é também chamada de TEORIA DO AMADURECIMENTO, justamente por conta disso. Winnicott vai falar do desenvolvimento mediado no entrecruzamento dele em relação à mãe. Vai dividir por etapas cronológicas, falar da criança de 0 à 6 meses de idade, vive no momento de DEPENDÊNCIA ABSOLUTA, dependência extrema, dependência radical, dependência total. Marca a necessidade de uma mãe absolutamente presente do que em qualquer outra etapa da vida. Se a mãe estiver atenta às necessidades do bb ele vai se encaixar de uma tal maneira que satisfaça as necessidades dele, praticamente como se ela estivesse completando aquilo que falta no bb. O bb não conhece absolutamente nada, mas esse bbzinho tem uma mãe atenta que está completamente devotada. Esse bb que não conhece nada vai viver aquilo que Winnicott denomina de ILUSÃO. ILUSÃO: estado inicial como o bebê adentra o mundo (complementaridade que a mãe dá para criança).A criança supõe que tudo o que ele precisa é satisfeito por ele mesmo, magicamente alcançado pelos próprios recursos dela. Ilusão de criança que ela cria o mundo. A mãe é um ser indiferenciado, a mãe é sentida em FUSÃO com o bb. FUSÃO: Bebê e mãe funcionam como uma unidade.O estado de fusão é absolutamente necessário. Nascemos autista e precisamos da simbiose com a mãe e depois dessimbiotização, se não sair da simbiose fica psicótico. Quando o bb sai do ventre ele sente que foi desalojado, algo se rompeu. Quando a mãe supre as necessidades do bb, está mãe contribui para que essa criança entre nesta condição inicial de vida, ilusão. Mãe funciona como EGO AUXILIAR. INDIFERENCIAÇÃO - O bb não discrimina o que é mundo interno do que é mundo externo. Não tem ainda um aparelho psíquico que lhe forneça capacidades para pensar, mas ele sente. O que ele sente no começo da vida, W vai chamar de angústias impensáveis. ANGÚSTIAS IMPENSÁVEIS: Conjunto impreciso de vivências, sensações, emoções e sentimentos que se apossam do bb quando ele nasce. Se a mãe suficientemente boa estiver por perto, está mãe provavelmente vai suprir as necessidades do bb e essas sensações de angústias impensáveis serão bem menores. Ele sente uma apreensão de que algo venha a romper a continuidade do ser, continuidade da vida. Tudo aquilo que ameaça a continuidade do ser provoca temor na criança, angústia impensáveis. Nos textos de Winnicott, ele usa no texto o termo de sensação de cair para sempre - sensação de perda de controle. DESENVOLVIMENTO ADEQUADO é igual a SAÚDE MENTAL; DESENVOLVIMENTO NÃO PROVIDO/ATRIBULADO é igual a DOENÇA MENTAL. Bebê nasce num estado de NÃO INTEGRAÇÃO - Nos 6 meses de contato com a mãe, ela oferece o HANDLING, mas também oferece o HOLDING. No final dos 6 meses, o processo construído gradativamente e espera-se que a criança já comece a integrar essas partes desconexas que fazem parte dele. Esse fenômeno que aglutina, integra essas partes desconexas, despedaçadas, se chama INTEGRAÇÃO. Desenvolvimento que sofreu interferências forma problemas de formação de personalidade. Quais seriam os problemas na dependência absoluta? Um dos grandes problemas é não fazer a integração. A não integração vem de uma mãe incontinente que não consegue desenvolver uma preocupação maternas primárias. 3 GRANDES TAREFAS DO BEBÊ que ele precisa cumprir nos primeiros 2 anos: 1. INTEGRAÇÃO - possibilidade de perceber que a criança forma um todo com suas partes separadas/cindidas. Falha Ambiental: Deficiências Mentais não Orgânicas; quadros de esquizofrenia e doenças mentais hospitalizáveis. (FASE DEPENDÊNCIA ABSOLUTA). 2. PERSONALIZAÇÃO - Compreensão emocional do EU. Falha Ambiental: Distúrbios afetivos (distúrbios de humor de um modo geral); bipolaridade; quadros psicóticos; antissocial. (FASE DEPENDÊNCIA RELATIVA) - 3. REALIZAÇÃO - RUMO A INDEPENDÊNCIA - PESSOA TOTAL (MESCLAS) FALHA AMBIENTAL - Aquilo que não for provido pelo ambiente, pode ser provocada tanto pelo excesso, como pela falta. Dos 06 meses aos 18/24 meses, momento da DEPENDÊNCIA RELATIVA, a criança já sabe algumas coisas. Criança já tem uma certa sintonização com o ambiente. Já faz pequenos protestos que vão contar um pouco das características dessa criança. Winnicott fala de dois grandes processos: • PROCESSO SOMÁTICO (corpo): tem a ver com o corpo, que já está funcionando desde sempre. • ASPECTOS DO PSIQUISMO, aspectos da vida mental. Grande tarefa na fase da DEPENDÊNCIA RELATIVA é a PERSONALIZAÇÃO. PERSONALIZAÇÃO - o eu morando no corpo (Corpo rejeita a morada do EU). Compreensão emocional do EU. Na fase da DEPENDÊNCIA ABSOLUTA a criança já tem um repertório de ações que permite que a mãe possa minimamente se organizar. O aumento do conhecimento que o bebê vai tendo sobre a realidade também vão fazendo com que essa mãe de antes, absolutamente devotada, comece a ter melhor uso de gerenciamento do próprio tempo. MÃE SUFICIENTEMENTE BOA da primeira fase é uma mãe que precisa está sintonizada com as necessidades da criança; a mãe da segunda fase já conhece melhor os sinais da criança e começa minimamente a se afastar, pq sabe que as necessidades do bebê são diferentes, com menos exigências. O bebê começa a discriminar que ela e a mãe são pessoas diferentes. No final do período da DEPENDÊNCIA RELATIVA o que se espera é que o EU venha habitar o corpo, PERSONALIZAÇÃO. Ex.: Fico com uma sensação de que eu não sou eu. Isso é uma falha dissociativa de que o corpo não registra a morada do eu. Ex: Menino internado com diabete, criança no meio da fala diz que todo mundo preocupado achando que eu não vou cuidar do que vou comer. Tem que cuidar, né? Esse é meu corpo, dentro dele é minha casinha do EU, o meu corpo é a morada da minha casinha. A gente tem que ter a compreensão emocional do que nos tange. Dos 02 anos aos 6/7 anos, momento de MESCLAS de DEPENDÊNCIA/ INDEPENDÊNCIA, FALHA AMBIENTAIS: Dependência patológica (ex.: adolescentes de 16 anos que não vão sozinhos a padaria); Dos 07 anos aos 11 anos, momento de MESCLAS de INDEPENDÊNCIA/DEPENDÊNCIA. PESSOA TOTAL é um grau de desenvolvimento do indivíduo em que apesar de tudo que falta para ele o EU já foi internalizado. Discrimina o EU do NãO EU. Filme: “O enigma de Kasper Hauser” AULA 23/10/2019 INTEGRAÇÃO - O bb nasce numa condição/sensação de não integração e com a integração percebe a extensão do seu corpo. Mãe vai funcionar como EGO AUXILIAR, pois o bb não consegue ainda entender suas próprias necessidades e precisa de uma MÃE SUFICIENTEMENTE BOA para satisfazer as necessidades do bb, como se a mãe lesse as necessidades do bb. Mãe vai complementar aquilo que falta no bb. Essa sensação no bb de que ele mesmo satisfaz suas necessidades supõe que ele cria o mundo, ILUSÃO. Esse é um momento fundamental na formação do psiquismo. A mãe suficientemente boa é aquela que cria a ILUSÃO. INDIFERENCIAÇÃO período pós natal imediato em que o bb e mãe funcionam de maneira FUSIONADA. FUSÃO é como se o bb entendesse que ele e mãe são uma coisa só. O segredo para o desenvolvimento é uma boa maternagem. Quando o bb nasce ele basicamenteé um bb que tem dentro de si o SELF mais verdadeiro. Esse SELF é como se fosse um original de fábrica que a gente traz, os elementos constitucionais que a gente traz. Ex.: tem b que gosta de dormir aconchegado, assim como tem bb que gosta de dormir soltinho, essas são características próprias. GESTO ESPONTÂNEO: matriz do SELF, algo que já vem com a criança, expressão mais legítima do que a criança traz de sí. É a manifestação mais pura daquilo que o ser humano traz dentro de sí. INTRUSÃO DO AMBIENTE: quando a mão não consegue ler corretamente as necessidades do bb. SELF é diferente do EU. O SELF é tudo aquilo que faz parte de nós, é tudo aquilo que nos constitui como sujeito. FALSO SELF - carcaça que usamos para nos proteger. PERSONALIZAÇÃO: No final do período da DEPENDÊNCIA RELATIVA, espera-se que a criança mais atenta a realidade e mais conectada com a realidade comece a perceber o que é EU e o que é NÃO EU. O primeiro objeto que é percebido é a mãe. Os aspectos psíquicos que compoe o nosso EU vem morar no corpo, isso é personalização. Enquanto Klein atribui agressividade à pulsão de morte, para Winnicott a agressividade não é derivada da pulsão de morte, ele diz que a força agressiva que nós temos é decorrente da pulsão de vida, é um movimento para vida, não tem uma matriz destrutiva por origem. Ex.: BB que chuta a barriga da mãe no sentido de movimento para vida e não para agredir a mãe. Para Winnicott o problema da agressividade é quando ela utilizada para fins destrutivos. Pois a agressividade pode ser utilizada para fins construtivos (força de vida). REALIZAÇÃO: É este contato e este trânsito que a criança começa a fazer pela vida, se orientando no tempo, no espaço e realizando atividades. A realização vai acontecer a vida toda. Se a criança conseguiu cumprir as duas primeiras grandes tarefas, Winnicott diz que já vai existir a PESSOA TOTAL. A matriz que precisa para seguir a vida já está instalada. O EU habita o ser. Winnicott diz que nem todos chegam ao Édipo, que a nossa sociedade é tipicamente narcisista. As técnicas para clínica muda a partir do grau de dependência que a pessoa está. MESCLAS - a mãe suficientemente respeita o movimento de dependência e independência da criança. A criança vai experimentando as possibilidades. O movimento/gesto espontâneo precisa ser respeitado. O que ela vai aprender é na base da experiência. Prejuízo para criança que não experimentou é a dependência patológica. No movimento de independência e dependência, a falha ambiental é a arrogância. A adaptação que a mãe vai fazendo as necessidades do filho também vai abrindo espaço para que ele se torne cada vez mais INDEPENDENTE. O sentido social é quando esse sujeito está tão inserido nesse convívio social que é como se ele passasse a assumir características de grupos específicos. AULA 30/10/2019 Tema: FALSO E VERDADEIRO SELF Gesto espontâneo tem a ver com o movimento do bb, conectado a todas as reações físicas. Já vem com a criança. Funciona como a expressão mais legítima daquilo que a criança tem dentro de sí. A mãe suficientemente boa vai mudando o tipo de suprimento, de provisão, se ajustando a necessidade da criança. Faz as coisas na medida da necessidade do bb. Nem a mais nem a menos. O bb entra na Ilusão - sensação mágica de que ele dá conta das suas próprias necessidades. Quando há uma repetição onde as necessidades do bb não são providas, a criança não se sente vista, compreendida, entendida, e ela precisa se adaptar cada vez mais se adaptar a realidade (mãe), a criança pode apresentar sintomas como insônia, distúrbios de alimentação. Saúde mental é igual a condições boas de desenvolvimento maturacional. FALSO SELF - Quando sucessivas vezes a criança precisa se adaptar a mãe e não ao contrário é o que se chama de início no desenvolvimento do falso self. Mãe incontinente, inadequada, na repetição insensível no cuidado com o bb, ela pode fazer com que esse falso self vá aumentando o poder sobre o verdadeiro self. O FALSO SELF é uma defesa ao verdadeiro self. É como se a própria natureza percebe- se que aquilo que há de mais espontâneo não há espaço e lugar para existir como expressão. Então o falso self vai se estabelecendo como uma casca que protege o verdadeiro self. O Falso Self tem gradações importantes. Dois extremos, onde o Falso Self recobre toda a personalidade, adaptação forçada da criança à realidade, ocultando a verdadeira personalidade do sujeito. A imagem que expressa uma pessoa, mas quando se chega perto é outra. É como se a essa pessoa não conseguisse desenvolver as suas reais potencialidades. Esse tipo de falso self extremo é altamente prejudicial, pois oculta o verdadeiro self, o verdadeiro self que abriga o gesto espontâneo. São pessoas que não tem espontaneidade, é altamente prejudicial. Fazer uma desconstrução de falso self é altamente perigoso. Problema de despersonalização. O falso self extremo não é pessoa total, é uma carcaça rígida. O que internalizaram foram ações defensivas contra o mundo. “Pacientes da Clínica do Vazio”. Entre a normalidade e o extremo self existe um falso self, mas também não é saudável. A manifestação do verdadeiro self, sua matriz é o gesto espontâneo. O falso self mais adaptado à realidade são as máscaras que usamos. O falso self mais saudável é o que faz da gente um ser sociável, nos habilita a viver socialmente. Essa condição de nos tornar sociáveis são as máscaras. Não existe ninguém que seja genuinamente verdadeiro self. Extremo - rígido Menos extremo - tem vontade de se manifestar (arte) Normalidade - menos nocivo ao verdadeiro self (mais saudável). Ex.: Psicóloga que dançava flamenco. O verdadeiro self é a parte criativa, expressiva, espontânea do nosso ser. Sensação de consistência interna sobre suas próprias questões. O Self não fica transitando, mas sim cristaliza a personalidade em uma dessas etapas. CLÍNICA 3 FORMAS DE ABORDAGEM TERAPÊUTICA: 1. DEPENDÊNCIA ABSOLUTA - Problemas de integração. Sensação de que está desintegrado, como se não desse conta das partes, não desse conta daquilo que lhe compõe. Se localiza na primeira metade da fase oral. Impotente, dependente, não organiza ideias, cognição, tempo, espaço, etc. Para esses casos não adianta usar interpretação. MÉTODO DE TRABALHO: HOLDING (Sustentação física e emocional do ser) MATERNAGEM. Vive as angústias impensáveis, não tem repertório para definir o que sente, não tem simbolismo para interpretar. Estado regressivo. Vivência do caos. 2. DEPENDÊNCIA RELATIVA - Problemas de personalização. O EU perde o lugar do corpo. O eu e o corpo não se reconhecem. Nos momentos que ele está caminhando bem, de maneira organizada pode ser usada tec. psicanalítica tradicional. Quando tem a desorganização, dissociação do EU e corpo, MÉTODO DE TRABALHO será HOLDING/MATERNAGEM (capaz de nomear o que o outro sente, lugar que o analista de uma maneira metafórica (como se fosse) se tornasse mãe suficientemente boa). 3. RUMO A DEPENDÊNCIA - Todos se constituem pessoa total. A proposta terapêutica é a mesma de Freud - associação livre, interpretação, trabalho de mecanismos inconscientes, fazer o inconsciente tornar-se consciente. HOLDING: Atribuir cuidados que forneça a esse ser cuidados que ele precisa, para poder reviver numa condição minimamente protegida, set terapêutico, aquilo que ele não conseguiu viver nos momentos corretos. Filme: Fragmentado Filme e livro: Sibio AULA 06/11/2019 OBJETO TRANSICIONAL - conceito central da teoria winnicottiana. Transicional tem a ver com mudança, com modificação. Vai acontecer depois que a criança viveu satisfatoriamente afase da dependência absoluta. A percepção do mundo interno e do mundo externo - EU e NÃO EU. Corresponde a fase da posição depressiva de Klein. Começa a perceber que tem uma relação de dependência com a mãe. E descobre que a mãe é uma entidade separada e dependente. E percebe também sua dependência em relação a mãe. E vive o luto e lida com ele elegendo um OBJETO TRANSICIONAL. A criança por sua própria vontade e escolha vai eleger um objeto transicional. Winnicott diz que este objeto tem uma função importantíssima, é como se ele resguardasse para criança as lembranças vivas da mãe. Para manter viva a imagem internalizada da mãe. A mãe, no começo da vida da criança é um objetivo subjetivamente percebido, ou seja, a criança em sí mesma, do jeito que lhe é possível perceber essa mãe. Ela passa de um estágio subjetivamente percebido (virtual) para um objeto objetivamente percebido (manipula, toca, experimenta) e o objeto transicional que ajuda nessa passagem. Momento em que a criança passa a perceber a diferença do EU e do NÃO EU vai ter aquilo que Winnicott chama de ESPAÇO TRANSICIONAL (acolhe a diferença do eu e do não eu). O OBJETO TRANSICIONAL conjunto de características que lembram a mãe. Funciona como consolo. A criança vai evoluir para poder se afastar da mãe. Winnicott diz que se a criança consegue desenvolver esse objeto transicional podemos pensar que a mãe, no primeiro momento (fase da dependência absoluta) ela foi uma mãe suficientemente boa. Amparo para que a criança possa lidar com a realidade externa. Quando a criança elege de maneira inconsciente a memória da mãe. O ESPAÇO TRANSICIONAL é sempre um espaço como se a gente pudesse refletir sobre as questões que são subjetivas de uma maneira objetiva. Como se tivesse o espaço para trabalhar as dificuldades. Espaço de experimentação. AGRESSIVIDADE EM WINNICOTT GGFF Para Winnicott rompe com a Klein no ponto que diz que a agressividade era algo inato. Para ele a agressividade era decorrente da vida. Diz que a agressividade se manifesta de duas maneiras: 1. MOTILIDADE - Pelos movimentos que o bb faz para conhecer o ambiente e o próprio corpo. 2. APETITE/ alimentação - incorpora o alimento, cresça e se desenvolva. BB Incompadecido aquele que não sente dó e raiva de ninguém. Ele fala de uma tensão que habita o corpo da criança. Vivência dele com a mãe em estágio de fusão. CONCERNIMENTO: quando sente culpa. A vivência dela sabendo que ela e mãe são seres diferentes. PESSOA TOTAL: engloba vivência no nosso cotidiano, todas as relações. A perspectiva que Winnicott dá a agressividade não é intra psíquica como Freud e Klein, mas é algo que se desenvolve na relação com a mãe. Se criança não experimentar a sua própria agressividade e não tiver a chance de descobrir que essa agressividade intencional fere o outro a quem ele ama, ele não aprende a lidar com sua agressividade. TENDÊNCIA ANTISSOCIAL: Winnicott vai trabalhar com crianças que foram retiradas do seu ambiente familiar, de sua família de origem. Winnicott observa que crianças que teriam sofrido uma ruptura muito drástica da relação materno filial e teriam se perdido dessa figura materna teriam desenvolvido um comportamento bastante diferente. Quando a criança viveu esse primeiro momento da vida, da fase da dependência absoluta e por algum motivo ela sofre um rompimento essa criança vai passar a exercer esses comportamentos agressivos e destrutivos como uma forma de reclamar a posse da mãe perdida. Diz que na segunda fase, dependência relativa, onde a imagem da mãe não é preservada, internalizada, é manifesto a tendência antissocial/agressividade contra a retirada da mãe de sua vida. Protesto inconsciente. Ex.: agressividade com o outro. Aos 5, 6, 7, 8, 9 anos começa a apresentar esses comportamentos. Protesto que se faz ao outro dessa mãe que foi roubada. A ruptura não é somente a ausência da presença física. Pode ser alguma coisa que aconteceu que se perdeu esse lugar de ser sustentado por essa mãe suficientemente boa. PARA SER TENDÊNCIA ANTISSOCIAL, ESSA MÃE SUFICIENTEMENTE EXISTIU, REAL OU VIRTUAL. Ele dá importância aos aspectos de TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA, ele leva em conta a genuinidade que o analista precisa ter. Regressão no paciente é importante na clínica winnicottiana, quanto mais ele funcionar regredido, mais possibilidades em falar sobre aquilo que um dia foi impensável; com isso o analista aumenta a continência e a confiança do paciente no analista. Livro: Inveja e Gratidão. DEPENDENCIA PERIODO TAREFAS DO BB FALHA AMBIENTAL CONDIÇÃO DO BB REALIDADE ABSOLUTA 0 – 6 meses INTEGRAÇÃO DM NÃO ORGANICA/ ESQUIZOFRENIA/DM HOSPITALIZAVEL N integrado Ilusão indiferenciação RELATIVA 6 – 18/24 meses PERSONALIZAÇÃO DISTURBIOS AFETIVOS/ BIPOLARIDADE/ COMP. ANTISSOCIAL Não conectado Mente x corpo Desilusão MESCLAS 2 -6/7 anos REALIZAÇÃO DEPENDENCIA PATOLOGICA MESCLAS 7 – 11 anos REALIZAÇÃO ARROGANCIA INDEPENDENCIA NÃO PREJUDICIAL SENTIDO SOCIAL FORMA COMO DESENVOLVE OS PAPEIS MATERNOS E PATERNOS
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