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Agentes antidepressivos Conceito de depressão ´ O transtorno depressivo maior (TDM) caracteriza-se por humor deprimido na maior parte do dia, durante pelo menos duas semanas, ou por perda de interesse ou prazer na maioria das atividades ou por ambos. ´ Além disso, a depressão caracteriza-se por distúrbio do sono e do apetite e por déficits na cognic ̧ão e perda de energia. Pensamentos de culpa, inutilidade e suicidas são comuns. ´ A doença arterial coronariana, diabetes e acidente vascular encefálico (AVE) parecem mais comuns em pacientes deprimidos, e a depressão pode agravar consideravelmente o progno ́stico de pacientes com uma variedade de condiço ̃es clínicas como ́rbidas. Outros usos dos antidepressivos: uma das classes mais prescritas atualmente ´ Parte do aumento observado no uso dos antidepressivos pode estar relacionada com a ampla aplicac ̧ão desses agentes para outras condiço ̃es além da depressão maior. ´ Exemplo: tratamento do transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno de estresse po ́s- traumático (TEPT) e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC); tratamento de distúrbios dolorosos, como a dor neuropática e a dor associada à fibromialgia; alguns antidepressivos são usados no tratamento do transtorno disfo ́rico pré-menstrual (TDPM), no alívio dos sintomas vasomotores da menopausa e no tratamento da incontinência urinária por estresse. A depressão é incapacitante? Fisiopatologia da depressão maior ´Conceito mais antigo: ocorrência de um de ́ficit na função ou na quantidade de monoaminas (hipo ́tese monoamine ́rgica) e ́ fundamental na biologia da depressão, há evide ̂ncias de que os fatores neurotro ́ficos e endo ́crinos desempenham uma importante função (hipo ́tese neurotro ́fica). Hipótese neurotrófica ´ dados sugerem que a depressão está associada a uma perda do suporte neurotro ́fico, e que as terapias antidepressivas efetivas aumentam a neurogênese e a conexão sináptica nas áreas corticais, como o hipocampo. Efeito na Dor e Estresse ´ Estudos realizados em animais e em seres humanos indicam que o estresse e a dor estão associados a uma queda dos níveis de BDNF, e que essa perda de suporte neurotro ́fico contribui para a ocorrência de alterac ̧o ̃es estruturais atro ́ficas no hipocampo e, talvez, em outras áreas, como o córtex frontal medial e o cingulado anterior. ´ O hipocampo é importante tanto na memo ́ria contextual como na regulac ̧ão do eixo hipotálamo-hipo ́fise-suprarrenal (HHSR). ´ O cingulado anterior desempenha uma func ̧ão na integrac ̧ão dos estímulos emocionais e func ̧o ̃es de atenc ̧ão, enquanto se acredita também que o co ́rtex frontal orbital medial desempenha um papel na memo ́ria, na aprendizagem e nas emoc ̧o ̃es. ´ Mais de 30 exames de imagens estruturais sugerem que a depressão maior está associada a uma perda de 5 a 10% do volume do hipocampo, embora alguns estudos não tenham reproduzido esse achado. A depressão e os estados crônicos de estresse tambe ́m te ̂m sido associados a uma perda substancial de volume do cingulado anterior e do córtex frontal orbital medial. Hipótese monoaminérgica ´ deficiência na quantidade ou na func ̧ão da serotonina (5-HT), norepinefrina (NE) e dopamina (DA) corticais e límbicas. Farmacologia Básica dos Antidepressivos inibidores seletivos da recaptac ̧a ̃o de serotonina inibidores da recaptac ̧a ̃o de serotonina- norepinefrina Moduladores dos receptores 5-HT2 Antidepressivos tetracíclicos e unicíclicos inibidores da monoaminoxidase IRSN ADT ISRS IMAO inibidores seletivos da recaptaça ̃o de serotonina ´ A fluoxetina, a sertralina e o citalopram existem como iso ̂meros e são formulados nas formas race ̂micas ´ Paroxetina e a fluvoxamina não são opticamente ativas. ´ O escitalopram e ́ o enantiômero (S) do citalopram. Características ´ A fluoxetina foi introduzida nos Estados Unidos em 1998 e tornou-se rapidamente uma das medicac ̧o ̃es de prescric ̧ão mais comum na prática clínica. ´ O desenvolvimento da fluoxetina surgiu da pesquisa de substâncias químicas que apresentavam alta afinidade com receptores de monoamina, mas que careciam da afinidade com histamina, acetilcolina e receptores α- adrenérgicos observados com os antidepressivos tricíclicos (ADTs). ´ ISRSs que constituem os antidepressivos mais comuns de uso clínico. ´ Além de seu uso na depressão maior: TAG, TEPT, TOC, transtornos de pânico, TDPM e bulimia. ´ À semelhanc ̧a de todos os antidepressivos, os ISRSs são altamente lipofílicos. ´ A popularidade dos ISRSs deve-se, em grande parte, à facilidade de seu uso, seguranc ̧a em superdosagem, tolerabilidade relativa, custo (todos estão disponíveis em forma genérica) e amplo espectro de usos. inibidores da recaptac ̧ão de serotonina- norepinefrina ´os inibidores da recaptaça ̃o de serotonina-norepinefrina (IRSNs) e os ADTs. Inibidores seletivos da recaptaça ̃o de serotonina- norepinefrina – Os IRSNs ´ a venlafaxina, o seu metabo ́lito, a desvenlafaxina, a duloxetina e a levomilnaciprana. ´ A levomilnaciprana é o enantio ̂mero ativo de um IRSN racêmico, a milnaciprana. ´ Usos: Além de seu uso na depressão maior, os IRSNs têm aplicac ̧o ̃es no tratamento dos distúrbios da dor, incluindo neuropatias e fibromialgia; tratamento da ansiedade generalizada, incontinência urinária por estresse e sintomas vasomotores da menopausa. ´ Todos os IRSNs ligam-se aos transportadores de serotonina (SERT) e de norepinefrina (NET), da mesma maneira que os ADTs. Entretanto, diferentemente dos ADTs, os IRSNs na ̃o exibem muita afinidade com outros receptores. Antidepressivos tricíclicos ´ eram a classe dominante de antidepressivos ate ́ a introdução dos ISRSs nas de ́cadas de 1980 e 1990. Usos No momento, os ADTs são usados principalmente na depressão que na ̃o responde aos antidepressivos de uso mais comum, como os ISRSs ou os IRSNs. Perda de popularidade: sua tolerabilidade relativamente menor em comparaça ̃o com agentes mais recentes, da dificuldade de seu uso e de sua letalidade em superdosagem. Outras aplicações dos ADTs incluem o tratamento de distu ́rbios de dor, enurese e insônia. Moduladores dos receptores 5-HT2 ´ Atuam principalmente com antagonistas do receptor 5- HT2: a trazodona e a nefazodona. ´ Na prática atual, a trazodona e ́ mais usada como hipno ́tico em uso não oficializado sem indicação na bula, por ser altamente sedativa e não estar associada à tolerância ou depende ̂ncia. Usos A FDA estabeleceu uma tarja preta de alerta para a nefazodona, em 2001, em virtude da hepatotoxicidade do fa ́rmaco, incluindo casos letais de insuficiência hepa ́tica. Na ̃o é muito prescrita. As principais indicac ̧ões para nefazodona e trazodona consistem em depressa ̃o maior, embora ambos os fa ́rmacos também tenham sido usados no tratamento de transtornos de ansiedade. Antidepressivos tetraci ́clicos e unici ́clicos ´bupropiona, mirtazapina, amoxapina, vilazodona e maprotilina ´ A bupropiona assemelha-se à anfetamina na sua estrutura qui ́mica e, tal como o estimulante, apresenta propriedades ativadoras do sistema nervoso central (SNC). ´ A mirtazapina foi introduzida em 1994 e, como a bupropiona, é um dos poucos antidepressivos que não estão comumente associados a efeitos sexuais. ´ Possui uma estrutura química tetracíclica e pertence ao grupo compostos depiperazino-azepina. Inibidores de Monoaminooxidase (IMAO) ´Os IMAOs atuais incluem os derivados da hidrazina, a fenelzina e a isocarboxazida, e as não hidrazinas, a tranilcipromina, a selegilina e a moclobemida inibidores da monoaminoxidase ´ A primeira classe de antidepressivos modernos, os inibidores da monoaminoxidase (IMAO), foi introduzida na década de 1950; entretanto, hoje, esses fa ́rmacos raramente sa ̃o usados na pra ́tica clínica, devido à sua toxicidade e interac ̧o ̃es alimentares e medicamentosas potencialmente letais. ´ Tratamento da depressão que não responde a outros antidepressivos. ´ IMAOs também têm sido usados historicamente no tratamento de estados de ansiedade, inclusive ansiedade social e transtorno de pânico. Além disso, a selegilina é usada no tratamento da doenc ̧a de Parkinson. ´A fenelzina e a tranilcipromina sa ̃o exemplos de IMAOs na ̃o seletivos irreversi ́veis. ´ A moclobemida pode ser deslocada da MAO-A pela tiramina, o que diminui o risco de interações alimentares. ´ A selegilina e ́ um agente irreversi ́vel e especi ́fico da MAO-B em baixas doses. ´ A selegilina mostra-se u ́til no tratamento da doença de Parkinson nessas baixas doses; entretanto, com doses mais altas, torna-se um IMAO não seletivo, semelhante a outros agentes. Farmacocine ́tica indicações clínicas ´ Depressão ´ Transtornos de ansiedade (ISRS) ´ Distúrbios de dor (ADT) ´ Transtorno disfórico pré-menstrual ´ Abandono do tabagismo (Bupropiona) ´ Transtornos alimentares ´ Outros usos: enurese, incontinência urinária, ejaculação precoce, menopausa... Saúde Pública: ´"Dos produtos que a gente recebeu, a gente encontrou substâncias sintéticas, como a sibutramina, fluoxetina, diazepam, alguns outros com clobenzorex, essas substâncias são todas sintéticas e são medicamentos controlados que não poderiam estar nos fitoterápicos."
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