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1 LÍNGUA PORTUGUESA CONCURSO: DEGRAU CULTURAL MATÉRIA: LÍNGUA PORTUGUESA MÓDULO: CLASSES GRAMATICAIS PROFESSORA: TATIANA RODRIGUES AGUIAR 2 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 5 2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 6 3. SUBSTANTIVO 7 3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS .................................................................... 7 3.2. PLURAL DOS DIMINUTIVOS ................................................. 16 3.3. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS ......................................................... 16 4. ADJETIVO 18 4.1. PLURAL DOS ADJETIVOS .................................................... 18 4.2. GRAU DOS ADJETIVOS ...................................................... 20 4.2.1. GRAU COMPARATIVO ......................................................... 20 4.2.2 GRAU SUPERLATIVO ......................................................... 20 4.2.2.1 SUPERLATIVO ABSOLUTO ................................................... 21 4.2.2.2.SUPERLATIVO RELATIVO .................................................... 21 5. PRONOME 22 5.1. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS..................... ............................. 23 5.2. EMPREGO DO PRONOME DEMONSTRATIVO 26 5.3. EMPREGO DOS PRONOMES INDEFINIDOS 28 5.4. PRONOMES RELATIVOS 29 5.5. ONDE X AONDE 29 6. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 29 6.1. FATORES DE PRÓCLISE 30 6.2. MESÓCLISE 32 6.3. ÊNCLISE 34 6.4. COLOCAÇÃO PRONOMINAL EM LOCUÇÕES VERBAIS 35 7. PREPOSIÇÃO 36 8. INTERJEIÇÃO 39 3 9. ADVÉRBIO 40 10. ARTIGO 42 10.1. EMPREGO DOS ARTIGOS 43 11. CONJUNÇÕES INTEGRANTES X PRONOMES RELATIVOS 45 11.1. FUNÇÃO SINTÁTICA DO PRONOME RELATIVO 47 11.2. CONJUNÇÃO INTEGRANTE 48 12. VERBO 48 12.1. ELEMENTOS MÓRFICOS DO VERBO 49 12.2. MODOS VERBAIS 50 12.3. TEMPOS VERBAIS 50 12.4. FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES DO VERBO 51 12.4.1. PRESENTE DO INDICATIVO 51 12.4.2. PRESENTE DO SUBJUNTIVO 53 12.4.3. IMPERATIVO AFIRMATIVO 55 12.4.4. IMPERATIVO NEGATIVO 56 12.4.5. PRETÉRITO PERFEITO 56 12.4.6. TEMPOS DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO 58 12.4.6.1. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO 59 12.4.6.2. PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO 60 12.4.7. FUTURO DO SUBJUNTIVO 62 12.4.8. INFINITIVO IMPESSOAL 63 12.4.9. INFINITIVO PESSOAL 63 12.4.10. INFINITIVO PESSOAL X FUTURO DO SUBJUNTIVO 64 12.4.11. FUTURO DO PRESENTE 65 12.4.12. FUTURO DO PRETÉRITO 67 12.4.13. PRETÉRITO IMPERFEITO DO INDICATIVO 68 12.5. FORMAS NOMINAIS DO VERBO 70 12.5.1. GERÚNDIO 70 12.5.2. PARTICÍPIO 72 12.6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS DO VERBO 74 4 12.7. VERBOS QUE COSTUMAM OFERECER DÚVIDAS 74 12.8. VERBOS QUE SOFRERAM ALTERAÇÕES COM A NOVA REFORMA 78 12.9. TEMPOS COMPOSTOS 80 12.9.1. FORMAÇÃO DOS TEMPOS COMPOSTOS 81 12.10. LOCUÇÃO VERBAL X TEMPO VERBAL COMPOSTO 83 13. CONSIDERAÇÕES FINAIS 83 14. RESUMO DE AULA 84 15. QUESTÕES 85 16. GABARITO COMENTADO 119 NESTA AULA, VEREMOS O SEGUINTE TÓPICO DO SEU EDITAL: MORFOLOGIA. 1. APRESENTAÇÃO 5 Olá, candidato! Eu sou Tatiana Rodrigues, professora de Língua Portuguesa, especialista em preparação para concursos públicos. Ministro aulas preparatórias em diversos cursos no Rio de Janeiro e agora integro a equipe do Concurseiro 24h, a fim de oferecer a você, candidato, uma ferramenta essencial à sua aprovação: um bom material - completo e com gabaritos confiáveis. Sabemos que o conteúdo programático da minha matéria é sempre muito extenso, envolvendo, direta ou indiretamente, todo o conteúdo gramatical, sintático e semântico oferecido em gramáticas, que, nem sempre, oferecem uma linguagem de fácil entendimento, que o ajude a tornar seu estudo mais prático e objetivo. Tenho plena ideia de que sua finalidade, neste momento, é alcançar a classificação no concurso, e não se tornar mestre em Língua Portuguesa. Com isso, tenha certeza de que encontrará em meu material um conteúdo que será o mais prático e claro possível, elucidando os enunciados de prova, ensinando-o a gabaritar questões. Ofereço a você um material de Língua Portuguesa que tem como fim facilitar seu aprendizado, e não dificultar com teorias técnicas e prolixas. Saiba, desde já, que a Língua Portuguesa não é difícil. Apenas é repleta de detalhes que devem ser repetidos e revisados constantemente. Sem sua repetição e revisão, a tendência é haver o esquecimento de conteúdos essenciais à sua aprovação. Para que isso não ocorra, sugiro que estude sempre desta forma: avançando e revisando. Não se esqueça de que, na sua prova, você deve se lembrar do primeiro tópico que estudou com a mesma clareza do último – e que ambos contam a mesma quantidade de pontos. Boa sorte! Tatiana Rodrigues Aguiar 2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 6 Olá! Nesta aula, estudaremos o conteúdo de morfologia. A banca ESAF aborda esse conteúdo não elaborando uma questão sobre o assunto, mas cobrando-o apenas em uma letra de determinada questão. Ou seja, o assunto é cobrado de maneira solta em várias questões diferentes, sobretudo sobre colocação pronominal. Por isso, as questões que encontrará no material será para que você consiga treinar os tópicos separadamente, antes de misturá-los. Deixaremos para fazer questões inteiras da banca na última aula, já que cada questão envolve, em cada alternativa, um tópico diferente da matéria. Vejo os alunos cometendo o erro de não estudar a parte morfológica, porque a julgam muito primária. No entanto, sem essa base, não há como se avançar em conteúdos ditos mais complexos. Também, como dito anteriormente, não gosto de avaliar os tópicos de prova como fáceis ou difíceis. Não se esqueça de que, na sua prova, todos os tópicos aparecerão e contarão a mesma quantidade de pontos. Logo, nenhum tópico pode ser ―pulado‖ ou desprezado. Treinem os conteúdos, todos, com afinco e foco. Bom estudo! Tatiana Rodrigues Aguiar 3. SUBSTANTIVO 7 É a palavra que se usa para nomear coisas, pessoas, seres, lugares, ações, sentimentos, etc. Ex.: cadeira, casa, Cláudio, parede, cachorro, peixe, interfone, Paris, amor, orgulho, etc. Também há de se reconhecer o substantivo por aparecer acompanhado de um determinante (artigo, pronome ou numeral): O acontecimento distraiu a todos. Essa verdade me incomoda. Duas situações aconteceram ontem. 3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS CONCRETO / ABSTRATO Segundo Celso Cunha, os substantivos concretos designam os seres propriamente ditos, isto é, nomes de lugares, de pessoas, de instituições, enquanto que os abstratos designam noções, ações, estados e qualidades. Ex.: homem, praia, hospital, Senado, Brasília, cachorro, tubarão, Cecília, etc. (CONCRETOS) Justiça, velhice, paixão, orgulho, otimismo, limpeza, viagem, caridade, etc. (ABSTRATOS) PRÓPRIOS / COMUNS Os substantivos comuns designam determinada espécie em sua totalidade, são gerais, amplos; os substantivos próprios designam individualmente cada ser como único, são específicos. Ex.: homem, cidade, país, planeta. (COMUNS) Marcelo, Rio de Janeiro, Brasil, Terra. (PRÓPRIOS) COLETIVOS São substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie. 8 acervo obras de arte álbum retratos, autógrafos, selos alcateia lobos antologia textos armada navios de guerraarquipélago ilhas arsenal armas assembleia de parlamentares, de membros de qualquer associação atlas mapas baixela objetos de servir à mesa banca examinadores banda músicos bando pessoas, aves, malfeitores bateria de canhões, de instrumentos de percussão, de perguntas biblioteca livros bosque árvores buquê flores cacho bananas, uvas cáfila camelos cambada desordeiros, malfeitores cancioneiro canções, poemas caravana viajantes, peregrinos 9 cardume peixes caterva desordeiros, malfeitores cavalgada cavaleiros choldra bandidos, malfeitores cinemateca filmes clero sacerdotes colégio eleitores, cardeais coletânea textos, canções colméia abelhas colônia imigrantes, bactérias, insetos comitiva acompanhantes comunidade cidadãos congresso parlamentares, doutores constelação estrelas cordilheira montanhas corja ladrões, desordeiros coro anjos, cantores discoteca discos elenco atores enxame abelhas, marimbondos, vespas enxoval roupas esquadra navios esquadrilha aviões 10 exército soldados fardo tecidos, papéis, palha, feno fato cabras fauna animais feixe lenha flora plantas ou vegetais floresta árvores fornada pães frota navios galeria objetos de arte grupo pessoas ou coisas hemeroteca jornais e revistas horda bárbaros, selvagens junta médicos, examinadores júri jurados, pessoas que julgam legião anjos, soldados, demônios manada elefantes, bois, búfalos matilha cães miríade insetos, estrelas molho chaves multidão pessoas ninhada pintos, filhotes nuvem gafanhotos orquestra músicos 11 pilhas coisas colocadas umas sobre as outras pinacoteca quadros plantel animais de raça, bovinos ou eqüinos platéia espectadores praga insetos nocivos prole filhos quadrilha ladrões, bandidos ramalhete flores rebanho bois, carneiros, cabras réstia cebolas, alhos revoada aves saraivada tiros, perguntas, vaias seleta textos escolhidos tripulação marinheiros ou aviadores tropa soldados, animais de carga trouxa roupas turma estudantes, trabalhadores, amigos universidade faculdades vara porcos Vocabulário palavras BIFORMES Os substantivos biformes apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. Ex.: garoto/garota, conde/condessa, cachorro/cadela, etc. 12 UNIFORMES apresentam uma única forma para masculino e feminino. Dividem-se em três: EPICENOS Denominam os nomes de animais que possuem um só gênero. Quando há a necessidade de se especificar o sexo do animal, juntam-se então ao substantivo as palavras macho e fêmea. Ex.: águia, mosca, besouro, cobra, polvo, baleia, onça, condor, borboleta, pulga, crocodilo, tatu, tigre, gavião, sardinha, jacaré, etc. COMUNS DE DOIS GÊNEROS Apresentam uma só forma para os dois gêneros, alterando-se para masculino apenas o determinante (numerais, artigos e pronomes). MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO O agente A agente O herege A herege O artista A artista O imigrante A imigrante O camarada A camarada O indígena A indígena O colega A colega O intérprete A intérprete O colegial A colegial O jovem A jovem O cliente A cliente O jornalista A jornalista O compatriota A compatriota O mártir A mártir O dentista A dentista O selvagem A selvagem O estudante A estudante O servente A servente O gerente A gerente O suicida A suicida SOBRECOMUNS Apresentam um único gênero para determinar masculino e feminino. Ex.: o algoz, a criança, a vítima, a testemunha, o apóstolo, o indivíduo, a criatura, o carrasco, a pessoa. 13 Alguns substantivos que merecem destaque quanto ao gênero: MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO elefante elefanta Governante Governanta Infante Infanta Mestre Mestra Monge Monja Parente Parenta Avô Avó Cônsul Consulesa Czar Czarina Poeta Poetisa Profeta Profetisa Frade Freira Anfitrião anfitrioa, anfitriã Cavaleiro Cavaleira, amazona Deus Deusa, deia (éi) Diácono Diaconisa Ermitão ermitoa, ermitã Embaixador embaixadora e embaixatriz Ladrão ladra, ladroa, ladrona Frei Sóror Gigante Giganta Maestro maestrina Oficial Oficiala Pardal pardoca, pardaloca, pardaleja Sultão Sultana Perdigão perdiz Alguns substantivos que mudam de sentido quando mudam de gênero: MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO O cabeça A cabeça O caixa A caixa O capital A capital O guarda A guarda O crisma A crisma O guia A guia O moral A moral Alguns substantivos femininos: 14 abusão (engano); alcíone (ave doa antigos); aluvião, araquã (ave); áspide (reptil peçonhento); baitaca (ave); cataplasma, cal, clâmide (manto grego); cólera (doença); derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto); filoxera (inseto e doença); gênese, guriatã (ave); hélice (FeM classificam como gênero vacilante); jaçanã (ave); juriti (tipo de aves); libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino); sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa); usucapião (FeM classificam como gênero vacilante); xerox (cópia). Alguns substantivos masculinos: ágape (refeição dos primitivos cristãos); anátema (excomungação); axioma (premissa verdadeira); caudal (cachoeira); carcinoma (tumor maligno); champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (FeM classificam como gênero vacilante); diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno); herpes, hosana (hino); jângal (floresta da Índia); lhama, praça (soldado raso); praça (soldado raso); proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante); suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante); teiró (parte de arma de fogo ou arado); telefonema, trema, vau (trecho raso do rio). Alguns substantivos de gênero vacilante: acauã (falcão); inambu (ave); laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino); víspora. Plural dos substantivos: 15 Terminação (regra geral) Plural Exemplos vogal e ditongo acrescenta s mesas, pais consoante (r, n, s e z) acrescenta es flores, líquenes, países, raízes Terminação (particularidades) Plural Exemplos -ão muda para -ãos, - ães ou -ões mãos, cães, leões -m muda para -ns homens, tons -al, -oi, -ul muda para -ais, -ois, -uis casais, bois, pauis -el, -ol muda para -éis, -óis anéis, faróis -il tónico muda o l em s funis, barris -il átono muda para -eis répteis, fósseis -ás, -ês acrescenta es gases, franceses -s, -x não mudam lápis, pires, pírex, inox Alguns substantivos em “ão” e seus plurais: alão - alões, alãos, alães; alemão – alemães; aldeão - aldeãos, aldeões, aldeães; anão – anãos, anões; ancião – anciãos, anciões, anciães; capelão - capelães; capitão – capitães; charlatão- charlatães; castelão - castelãos, castelões; cidadão - cidadãos; cortesão - cortesãos; corrimão – corrimãos, corrimões; ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães; escrivão - escrivães; folião - foliões; guardião – guardiães; hortelão - hortelões, hortelãos; pagão - pagãos; 16 refrão – refrães, refrãos; sacristão - sacristães; sultão – sultões, sultães, sultãos; tabelião – tabeliães; tecelão – tecelões; verão – verãos, verões; vilão – vilões, vilãos; vulcão – vulcões, vulcãos. Alguns substantivos que possuem plural metafônico: Mudam o timbre (ô) para (ó), quando variam para o plural. Olho, caroço, esforço, osso, contorno, coro, corno, corpo, corvo, destroço, estorvo, fogo, foro, fosso, imposto, jogo, miolo, ovo, poço, porco, porto, posto, povo, reforço, renovo, socorro, tijolo, troco, troço. 3.2. PLURAL DOS DIMINUTIVOS Os diminutivos com o sufixo "-zinho" (e mais raramente "-zito") fazem o plural da seguinte forma: o plural da palavra original sem o "s" + o plural do sufixo (-zinhos ou -zitos). botão + zinho (botõe + zinhos = botõezinhos) balão + zinho (balõe + zinhos = balõezinhos) pão + zinho (pãe + zinhos = pãezinhos) papel + zinho (papei + zinhos = papeizinhos) anzol + zinho (anzoi + zinhos = anzoizinhos) colar + zinho (colare + zinhos = colarezinhos) flor + zinha (flore + zinhas = florezinhas) 3.3. PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples: aguardente e aguardentes girassol e girassóis pontapé e pontapés malmequer e malmequeres 17 O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de: verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de: substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior. Exemplos: palavra-chave - palavras-chave bomba-relógio - bombas-relógio notícia-bomba - notícias-bomba homem-rã - homens-rã peixe-espada - peixes-espada d) Permanecem invariáveis, quando formados de: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora 18 verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas e) Casos Especiais o louva-a-deus e os louva-a-deus o bem-te-vi e os bem-te-vis o bem-me-quer e os bem-me-queres o joão-ninguém e os joões-ninguém. 4. ADJETIVOS São palavras que especificam substantivos. A menina linda caiu. (Não foi qualquer menina, mas aquela que linda) A palavra seguinte está sublinhada. (Especificamente, estamos falando da palavra seguinte, e não da anterior; especificamente estamos falando da palavra sublinhada, e não de uma outra, em negrito, por exemplo). O cordão de ouro arrebentou (Estamos falando especificamente do cordão ―de ouro‖, e não do ―de prata‖, por exemplo. Neste caso, como o especificador contém mais de uma palavra, chamá-lo-emos de LOCUÇÃO ADJETIVA). A cadeira da ONU está sendo pleiteada pelo Brasil. (Especificamos qual é a cadeira, por isso, há uma locução adjetiva). 4.1. PLURAL DOS ADJETIVOS Em se tratando de adjetivos simples, o adjetivo varia concordando com o substantivo a que se refere. No entanto, se a palavra não for originalmente um adjetivo, mas um substantivo, deve permanecer invariável. Ex.: Meninos bonitos Alunos estudiosos Gravatas cinza 19 Blusas creme PLURAL DE ADJETIVOS COMPOSTOS CASO Só o segundo vai para o plural Nenhum dos elementos varia Exceções Os dois elementos formadores são adjetivos questões político- partidárias, olhos castanho- claros, senadores democrata- cristãos surdos- mudos O primeiro é adjetivo e o segundo substantivo tapetes verde- musgo, saias- amarelo- ouro, olhos azul- turquesa Também não variam: Azul-marinho bermudas azul-marinho Azul-celeste camisas azul-celeste Verde-gaio pijamas verde-gaio OBSERVAÇÃO: Sempre que se fala em singular e plural, ou masculino e feminino de palavras, estamos diante de uma matéria de extrema importância para o seu concurso: CONCORDÂNCIA. Quando acontece com verbos, chamamos de concordância verbal; quando se trata de palavras que não são verbos, concordância nominal. Logo, a matéria “plural dos substantivos” e “plural dos adjetivos” faz parte da concordância nominal. 20 4.2. GRAU DO ADJETIVO O grau do adjetivo demonstra a intensidade com que o adjetivo caracteriza substantivo. Há dois graus: - comparativo; - superlativo. 4.2.1. GRAU COMPARATIVO Estabelece uma comparação entre dois seres de uma mesma característica que ambos possuem. Há três tipos de grau comparativo: comparativo de superioridade: mais + adjetivo + que (do que) Exemplos: João é mais inteligente que Gabriel. Esse carro é mais caro do que rápido. - comparativo de igualdade: tão + adjetivo + quanto (como) Exemplos: A sua casa é tão luxuosa quanto a minha. O linux é tão seguro quanto o Windows. - comparativo de inferioridade: menos + adjetivo + que Exemplo: Jancleia é menos alta que Karla. 4.2.2. GRAU SUPERLATIVO Usa-se o grau superlativo para intensificar uma característica de um ser em relação a outros seres. Subdivide-se em: - superlativo absoluto » que pode ser sintético ou analítico; - superlativo relativo » que pode ser de superioridade ou inferioridade. 21 4.2.2.1. SUPERLATIVO ABSOLUTO Analítico: é composto por palavras que dão ideia de intensidade + adjetivo. Exemplos: Ele é um empresário muito competente. O cão do vizinho é extremamente dócil. Sintético: é composto pelo adjetivo + sufixo. Exemplos: As duplas sertanejas são riquíssimas. Ele é um fortíssimo candidato. 4.2.2.2. SUPERLATIVO RELATIVO De superioridade: o mais + adjetivo + de Exemplo: Esse carro é o mais sofisticado do mercado. De inferioridade: o menos + adjetivo + de Exemplo: Júlio é o menos interessado da classe. Os adjetivos bom, mau, pequeno e grande possuem formas particulares para o comparativo e para o superlativo. Veja a tabela: ADJETIVO COMPARATIVO SUPERLATIVO ABSOLUTO SINTÉTICO SUPERLATIVO RELATIVO BOM MELHOR QUE ÓTIMO O MELHOR DE MAU PIOR QUE PÉSSIMO O PIOR DE GRANDE MAIOR QUE MÁXIMO O MAIOR DE PEQUENO MENOR QUE MÍNIMO O MENOR DE 22 5. PRONOMES É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, relacionando- o às três pessoas do discurso. De acordo com isso, temos: Pronome substantivo: substitui ou representa o substantivo. Dizemos que ele exerce função substantiva. Alguns chegarão tarde por causa da chuva. Muitos serão os aprovados no concurso. Ela canta e dança lindamente. Pronome adjetivo:acompanha o substantivo. Dizemos que ele exerce função adjetiva. Alguns alunos serão vistos na passeata da luta contra a dengue. Muitos cadernos foram empilhados na papelaria. Meu salto quebrou ontem, em pleno centro da cidade. PRONOMES PESSOAIS PESSOAS DO DISCURSO RETOS OBLÍQUOS ÁTONOS OBLÍQUOS TÔNICOS 1.a pessoa do singular Eu Me Mim, comigo 2.a pessoa do singular Tu Te Ti, contigo 3.a pessoa do singular Ele Ela Se, o, a, lhe Si, consigo, ele, ela 1. a pessoa do plural Nós Nos Nós, conosco 2.a pessoa do plural Vós Vos Vós, convosco 3.a pessoa do plural Eles Elas Se, os, as, lhes Si, consigo, eles, elas 23 * como os pronomes pessoais sempre figuram no lugar de um substantivo, eles são, portanto, pronomes substantivos. * os pronomes oblíquos átonos podem ser empregados em combinações entre si: Me + o(s) mo(s) Me + a(s) ma(s) Te + o(s) to(s) Te + a(s) ta(s) Lhe +o(s) lho(s) Lhe + a(s) lha(s) Nos + o(s) no-lo(s) Nos + a(s) no-la(s) Vos + o(s) vo-lo(s) Vos + a(s) vo-la(s) 5.1. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 1) Eu sinto esse amor há tanto tempo e o deixei escondido! sujeito 2) Minha vida é ele. predicativo 3) Ó tu, que és misericordioso e bondoso, peço-te piedade. vocativo IMPORTANTE: Os pronomes pessoais eu e tu nunca podem ser regidos de preposição. Devemos substituí-los por mim e ti. Os pronomes oblíquos átonos são empregados sem preposição, enquanto os pronomes oblíquos tônicos vêm acompanhados de preposição obrigatória. Os pronomes o(s), a(s): *exercem função de objeto direto; * assumem as formas lo(s), la(s) após as formas verbais terminadas em r, s ou z, ou depois da partícula eis. 24 * após as formas verbais terminadas em som nasal, assumem as formas no(s), na(s). Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, dependendo da regência verbal, funcionam como objeto direto ou objeto indireto, podendo, ainda, funcionar como adjunto adnominal, quando carregam uma clara ideia de posse. O pronome lhe, como complemento verbal, exerce a função de objeto indireto, podendo também funcionar como adjunto adnominal quando carrega a ideia de posse. Os pronomes si e consigo só podem ser usados como reflexivos. Os pronomes conosco e convosco devem ser substituídos por com nós e com vós quando aparecem seguidos de palavras enfáticas como mesmos e próprios ou de numeral. Marque (C) ou (E). a) Eu viajei consigo. ( ) b) Eu viajei contigo. ( ) c) Ela só pensa em si mesma. ( ) d) Alice, quero falar com você. ( ) e) Alice, quero falar consigo. ( ) f) Alice, quero falar contigo. ( ) g) O chefe implicou conosco. ( ) h) O chefe implicou conosco dois. ( ) i) O chefe implicou com nós dois. ( ) j) Senhores presentes, quero falar com vós mesmos.( ) Gabarito: a) E b) C c) C d) C e) E f) C g) C 25 h) E i) C j) C Os pronomes me, te, se, o(s), a(s), nos, vos podem exercer a função de sujeito de um verbo no infinitivo. Isso ocorre com os verbos causativos e sensitivos (mandar, fazer, sentir, perceber, etc.). Deixei-o sair. Mandei-a entrar. Sinto-me sufocar. PRONOMES POSSESSIVOS 1.a pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas 2.a pessoa do singular Teu, tua, teus, tuas 3.a pessoa do singular Seu, sua, seus, suas 1.a pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas 2.a pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas 3.a pessoa do plural Seu, sua, seus, suas Os pronomes possessivos são empregados com ideia de posse e referem-se a um substantivo, exercendo, portanto, função sintática de adjunto adnominal. Minha prima é muito elegante. Nossa história poderia ter sido um lindo conto de amor. Em referência a partes do corpo ou faculdades do espírito, não se empregam os possessivos quando dizem respeito ao próprio sujeito da oração. Cortei o rosto. (e não: cortei o meu rosto) João fez um piercing na sobrancelha. ( e não: João fez um piercing na sua sobrancelha) Joselito perdeu a noção. (e não: Joselito perdeu a sua noção) 26 5.2. EMPREGO DO PRONOME DEMONSTRATIVO PRONOMES DEMONSTRATIVOS PESSOAS DO DISCURSO VARIÁVEIS INVARIÁVEIS 1.a pessoa Este(s), esta(s) Isto 2.a pessoa Esse(s), essa(s) Isso 3.a pessoa Aquele(s), aquela(s) Aquilo * o, a, os, as funcionam como pronomes demonstrativos quando antecedem um pronome relativo, podendo ser substituídos por aquela(s), aquele(s), aquilo(s). “Eu queria ver o escuro do mundo, onde está o que você quer”. (Herbert Vianna) 1) POSIÇÃO NO ESPAÇO: este, esta, isto: indicam que o ser a que se referem está próximo da primeira pessoa (aquela que fala). Este livro é muito bom. (o livro está em posse de quem fala) Isto que estou comendo é uma delícia. Esse, essa, isso: indicam que o ser a que se referem está próximo da segunda pessoa (aquela com quem se fala). Essa cor de cabelo fica bem em você. Que batom é esse que você está usando? Aquele, aquela, aquilo: indicam que o ser a que se referem está próximo da terceira pessoa (a respeito de quem se fala) ou distante de todas elas. Josley, aquela, do outro lado da rua, é a Lucineya? Aquilo voando no horizonte é uma gaivota? 2) POSIÇÃO NO TEMPO: 27 este, esta, isto: tempo presente em relação ao falante. Esta festa está entrando para a história. Esse, essa, isso: um tempo diferente do tempo em que o falante se encontra, próximo. Ele me contou sobre a festa de ontem. Essa noite parece ter sido memorável. Amanhã é sexta-feira treze. Esse será o dia em que ficarei quietinho em casa. Aquele, aquela, aquilo: tempo distante em relação ao falante. Lembra-se da Festa do Alho, de mil novecentos e noventa e seis? Aquilo que foi festa! 3) POSIÇÃO NO TEXTO: este, esta, isto: anuncia algo que ainda será dito (catáfora). Meu sonho é este: ter um cargo público. Pensei nisto: você como meu namorado. Esse, essa, isso: remete a algo que já foi expresso no texto (anáfora). Ter um cargo público e ser bem-remunerado: esse é um sonho antigo. Está absurda a violência no Rio de Janeiro. A população já não aguenta essa realidade. Este, esta, aquele, aquela: se um texto cita duas realidades (dois nomes, duas ideias), o pronome de primeira pessoa remete àquela que se encontra mais próxima no texto; o pronome de terceira pessoa remete àquela que está mais distante no texto. Thais é tímida; sua irmã, extrovertida. Esta estuda teatro; aquela, direito. Elvis faz duas faculdades: direito e gastronomia. Esta, por lazer; aquela, por necessidade. 28 5.3. EMPREGO DOS PRONOMES INDEFINIDOS PRONOMES INDEFINIDOS FORMAS VARIÁVEIS FORMAS INVARIÁVEIS Algum, alguma, alguns, algumas Alguém Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Algo Certo, certa, certos, certas Ninguém Muito, muita, muitos, muitas Nada Outro, outra, outros, outras Tudo Pouco, pouca, poucos, poucas Cada Quanto, quanta, quantos, quantas Outrem Tanto, tanta, tantos, tantas Quem Todo, toda, todos, todas Vário, vária, vários, várias Qualquer, quaisquer O pronome indefinido é o que se refere à terceira pessoa do discurso, de modo vago ou impreciso ou exprimindo uma quantidade indeterminada. Quando exerce função adjetiva, está sempre relacionado a um substantivo. Muitas apostilas foram produzidas no curso, em 2014. Alguns não estudam muito, mas trabalham bastante. Em um interrogação, direta ou indireta, os pronomes indefinidos que, quem, qual e quanto passam a ser chamados pronomes indefinidos interrogativos. Que caderno você quer? Não sei que caderno você quer. 29 No plural, todos, todas deverão ser seguidos de artigo, exceto se houver outro determinante, ou numeral desacompanhado de substantivo. Todos os atletas deverão usar paletó. Todos esses vinte atletas deverão usar paletó. Todos vinte deverão usar paletó. 5.4. PRONOMES RELATIVOS PRONOMES RELATIVOS VARIÁVEIS INVARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, as quais Que Cujo, cuja, cujos, cujas Quem Quanto, quanta, quantos, quantas Onde * Os pronomes relativos são elementos de coesão e devem ser usados para se evitar a repetição desnecessária de termos no texto. Referem-se a um substantivo anterior. Nós os estudaremos mais à frente, com calma, pois é um conteúdo sempre presente nas provas e merece muita atenção. * Os pronomes relativos são endofóricos (o referente aparece expresso, dentro do texto) e, essencialmente, anafóricos (referem- se a termos que estão expressos no texto, anteriormente). 5.5. ONDE X AONDE O pronome onde deve ser utilizado quando a preposição pedida for em, enquanto o pronome aonde deve ser utilizado quando a preposição pedida for a. Onde você mora? (Moramos EM algum lugar) Não sei onde você esteve todo esse tempo. (Estamos EM algum lugar) Fui aonde Carlos me indicou. (Vamos A algum lugar) E ele chegou aonde com essa atitude? (Chegamos A algum lugar) 6. COLOCAÇÃO PRONOMINAL 30 Trata-se da posição a qual pode ser ocupada pelos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, o, a, os, as, lhe, lhes). 1) Próclise (pronome localizado antes do verbo): deve ser utilizada, obrigatoriamente, quando houver elementos atrativos e, facultativamente, quando seu uso for permitido. 2) Mesóclise (pronome localizado no meio do verbo): deve ser utilizada quando os tempos verbais forem o futuro do presente e o futuro do pretérito, se não houver fator obrigatório de próclise. 3) Ênclise (pronome localizado depois do verbo): deve ser utilizada quando não houver elementos atrativos que obriguem a próclise ou os tempos verbais que exigem a mesóclise. 6.1. FATORES DE PRÓCLISE Sempre que esses fatores aparecerem, obrigatoriamente, o pronome deve ser colocado antes do verbo. 1) Palavra negativa: Não __ME___ olha __X___. (me) Não, ___X__ olha-ME ___. (me) OBSERVAÇÃO: Encare a vírgula como se fosse o início de período. É proibido iniciar o período com pronome oblíquo átono. Desta forma, é proibido escrever Te amo. O certo seria Amo-te. No entanto, se houver uma palavra anterior ao verbo, pode-se usar a próclise: Eu te amo, ou Eu amo- te. Mas, se essa palavra for um fator obrigatório de próclise, será proibida a colocação do pronome depois do verbo: Não te amo. Quando a vírgula é utilizada, ela separa a palavra anterior do verbo e, mesmo sendo fator obrigatório de próclise, ele não obrigará a colocação do pronome, devendo-se fazer uso da ênclise: Não, amo-te. Já, em outra situação, se não houver apenas uma vírgula, mas duas, intercalando algum termo (você poderá substituir essas vírgulas por dois parênteses; se der certo, as vírgulas estão intercalando algo), essas vírgulas não interferem, podendo-se fazer uso da próclise, normalmente: Ele estava feliz e, apesar de tudo, me ajudou. Ou: Ele estava feliz e, apesar de tudo, ajudou-me. 31 2) Advérbio: Aqui __SE___ come __X__ muito. (se) Aqui, __X___ come-SE___ muito. (se) 3) Pronome Relativo: Este é o rapaz que __ME___ ajudou __X___. (me) 4) Orações interrogativas / pronome indefinido: Quem __TE___ deu __X___ isso? (te) Onde __TE___ encontro __X___? (te) Alguém __TE__ ligou __X___. (te) 5) Conjunções subordinativas: Quando __TE___ viu __X___, apaixonou-se. (te) Ele disse que __TE___ ajudou __X___. (te) 6) Pronome demonstrativo: Aquilo __ME___ convém __X__. (me) 7) Orações exclamativas: Como __SE___ atreve ___X__ ! (se) 8) Orações optativas: 32 Deus __TE___ ajude _X___! (te) 9) Em + gerúndio: Em __SE___ falando __X___ nisso... (se) 10) Com verbo no infinitivo (flexionado ou não) precedido de preposição: Isso foi feito para __NOS____ prejudicar ___X_____. (nos) Alguns serão castigados por __NOS____ faltarem ___X____ ao respeito. (nos) 6.2. MESÓCLISE Deve-se, antes de mais nada, ter em mente que só existe a mesóclise com verbos no futuro do presente o no futuro do pretérito. O futuro do presente é fácil de reconhecer. Veja que o presente acontece agora, logo, o futuro do presente deve acontecer depois do agora. Por isso, sempre dá certo colocar a palavra ―amanhã‖, como macete, numa frase, para preencher com o futuro do presente: Amanhã estarei no curso. Amanhã estudarei cedo. Amanhã lerei este livro. O futuro do pretérito guarda a desinência –RIA: Faria, esqueceria, poríamos, andariam, entenderíeis (só na pessoa vós a desinência muda para –RIE): Eu estudaria / tu estudarias/ ele estudaria / nós estudaríamos/ vós estudaríeis/ eles estudariam. Para utilizar a mesóclise corretamente, deve-se cortar o verbo no último –R: Estudar/á e colocar o pronome no meio do verbo: Estudar- se-á. O acento original se mantém. Quando associamos os pronomes O, A, OS, AS a verbos terminados em R, S ou Z, deve-se cortar essas consoantes e transformar os pronomes em LO, LA, LOS, LAS. No entanto, o resultado anterior ao pronome assume tonicidade própria (e deve ser acentuado segundo as regras de acentuação de uma palavra comum). 1) Futuro do presente: Anunciará + pronome ―a‖ = 33 Primeiro, corte o verbo após a letra –R: Anunciar/á Segundo, acrescente o pronome ―a‖ no meio do verbo: Anunciar/a/á Terceiro, veja que o pronome ficou ao lado do –R. Então, esse –R deve ser cortado e o pronome se tornará ―la‖: Anuncia-la-á Quarto, pense na parte anterior ao ―la‖ como sendo uma única palavra, independente. Veja que a tonicidade fica no último ―a‖: Anuncia. Pense normalmente nas regras de acentuação, independentemente do resto da palavra. Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em A. Logo, você deve acentuar Anunciá. Resultado: Anunciá-la-á Talvez você esteja pensando: ―dois acentos na mesma palavra?‖, mas veja que são, na verdade, duas palavras: o verbo e o pronome. E o pronome transfere tonicidade ao verbo. Logo, o primeiro acento é posto devido à tonicidade acrescentada pela presença do pronome, enquanto que o segundo acento já faz parte da desinência do futuro do presente ―anunciará‖. a) Falaremos + a = Falar/emos = Falar/a/emos = Fala-la-emos = Falá-la-emos (acentuam-se as oxítonas terminadas em ―a‖). b) Fará + o = Far/á = Far/o/á = Fa-lo-á = Fá-lo-á (acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em ―a‖). c) Trarei + te = Trar/ei = Trar-te-ei (lembre-se de que só cortamos o –R com os pronomes O, A, OS, AS). d) Trairás + o = Trair/ás = Trair/o/ás = Trai-lo-ás = Traí-lo-ás (acentuam-se as vogais ―i‖ e ―u‖, quando segundas vogais de hiato). 34 e) Informarei + o = Informar/ei = Informar/o/ei = Informa-lo-ei =Informá-lo-ei(acentuam-se as oxítonas terminadas em ―a‖). 2) Futuro do pretérito: Anunciaria + a = Anunciar/ia = Anunciar/a/ia = Anuncia-la-ia = Anunciá-la-ia (acentuam-se as oxítonas terminadas em ―a‖). Falaríamos + a = Falar/íamos = Falar/a/íamos= Fala-la-íamos = Falá-la-íamos (acentuam-se as oxítonas terminadas em ―a‖). Faria + o = Far/ia= Far/o/ia = Fa-lo-ia = Fá-lo-ia (acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em ―a‖). Traria + te = Trar/ia = Trar-te-ia. Trairias + o = Trair/ias = Trair/o/ias = Trai-lo-ias = Traí-lo-ias (acentuam-se as vogais ―i‖ e ―u‖, quando segundas vogais de hiato). Informaria + o = Informar/ia = Informar/o/ia = Informa-lo-ia = Informá-lo-ia (acentuam-se as oxítonas terminadas em ―a‖). OBS: Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto, ocorrerá a próclise: Tu me farias um favor? Se o sujeito anteposto à forma verbal no futuro não for pronome reto, ocorrerá facultativamente a próclise ou a mesóclise: O diretor contar-me-á o ocorrido. O diretor me contará o ocorrido. 6.3. ÊNCLISE De acordo com a Gramática Normativa, a posição normal dos pronomes átonos é depois do verbo, desde que não haja condições para a próclise ou para a mesóclise. A ênclise será obrigatória: 35 Quando no início do período, desde que não esteja em um dos futuros do indicativo (do presente e do pretérito): “Divide-se a noite para que me apareças e prolongues tua presença entre sonhos cortados”. (Cecília Meireles) É sempre proibida a ênclise: 1) Associada a verbo nos futuros do indicativo (futuro do presente e futuro do pretérito): Faria-me um favor. (errado) Falarei-te algo. (errado) 2) Associada a verbo no particípio: Tenho encontrado-lhe. (errado) 6.4. COLOCAÇÃO PRONOMINAL EM LOCUÇÕES VERBAIS Você pode associar o pronome ao primeiro ou ao segundo verbo da locução. Se houver algum fator obrigatório de próclise, ele só interferirá no primeiro verbo. No segundo, não. Não ______ havia ______________ ajudado ______. (me) Se associarmos o pronome ao primeiro verbo, a palavra negativa obrigará a próclise: Não __ME__ havia ___X___ ajudado. Fica proibido usar Não havia-me ajudado (Forma errada). Se associarmos o pronome ao segundo verbo, a palavra negativa não mais atrai. Não havia ___ME___ ajudado. Veja que não há ênclise ao primeiro verbo (essa seria feita com hífen); há próclise ao segundo verbo. 36 Não poderíamos usar a ênclise ao segundo verbo, pois ele está no particípio. OBS: quando houver a preposição a, só existirá a possibilidade de se usar a ênclise. Estava decidido a ajudá-la. OBS II: Estão corretas as formas: Achou que não te ajudou. Achou que te não ajudou. (Apossínclise: há dois fatores atrativos de próclise, uma palavra negativa e uma conjunção subordinativa. Podemos antecipar o pronome para antes da palavra negativa). 7. PREPOSIÇÃO Preposição é a classe de palavras que liga palavras entre si; é invariável; estabelece relação de vários sentidos entre as palavras que liga. Sintaticamente, as preposições não exercem propriamente uma função: são consideradas conectivos, ou seja, elementos de ligação entre termos oracionais. As preposições podem introduzir: • Complementos verbais: Obedeço ―aos meus pais‖. • Complementos nominais: continuo obediente ―aos meus pais‖. • Locuções adjetivas: É uma pessoa ―de caráter‖. • Locuções adverbiais: Naquele momento agi ―com cuidado‖. • Orações reduzidas: ―Ao chegar‖, foi abordado por dois ladrões. As preposições podem ser de dois tipos: 1. Preposição essencial: 37 por para perante a ante até após de desde em entre com contra sem sob sobre trás As essenciais são as que só desempenham a função de preposição. 2. Preposição acidental: palavra que, além de preposição, pode assumir outras funções morfológicas. Exemplo: consoante, segundo, mediante, tirante, fora, malgrado... afora fora exceto salvo malgrado durante mediante segundo menos As acidentais são palavras de outras classes gramaticais que eventualmente são empregadas como preposições. São, também, invariáveis. Locução prepositiva Chamamos de locução prepositiva ao conjunto de duas ou mais palavras que têm o valor de uma preposição. A última palavra dessas locuções é sempre uma preposição. acerca de 38 a fim de apesar de através de de acordo com em vez de junto de para com à procura de à busca de à distância de além de antes de depois de à maneira de junto de junto a a par de... As preposições podem combinar-se com outras classes gramaticais. Exemplos: do (de + artigo o) no (em + artigo o) daqui (de + advérbio aqui) daquele (de + o pronome demonstrativo aquele) Emprego das preposições - as preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam. Ex.: Limpou as unhas com o grampo (relação de instrumento) Estive com José (relação de companhia) A criança arrebentava de felicidade (relação de causa) O carro de Paulo é novo(relação de posse) - as preposições podem vir unidas a outras palavras. Temos combinação quando na junção da preposição com outra palavra não houver perda de elemento fonético. Temos contração quando na junção da preposição com outra palavra houver perda fonética. 39 Contração Combinação Do (de + o) Ao (a +o) Dum (de + um) Aos (a + os) Desta (de + esta) Aonde (a + onde) No (em + o) Neste (em + este) - a preposição a pode se fundir com outro a, essa fusão é indicada pelo acento grave ( `), recebe o nome de crase. Ex.: Vou à escola (a+a) Valores nocionais e relacionais da preposição o valor nocional representa noção, sentido. Aparece em adjuntos adnominais e adjuntos adverbiais, ou seja, quando a preposição não é exigida pelo verbo ou pelo nome; a preposição é relacional quando não há valor semântico, quando sua presença se faz por exigência da estrutura sintática. Aparece, portanto, em objetos indiretos e complementos nominais. Mesa de madeira. (valor nocional: matéria) Morreu de rir.(valor nocional: causa) Gosto de você. (valor relacional) Tenho medo de escuro.(valor relacional) 8. INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra invariável usada para exprimir emoções e sentimentos. Uma interjeição pode ser usada para expressar as mais diversas emoções, mas, relacionemos as principais interjeições e seus estados emocionais correspondentes: » advertência: Alerta! Atenção! Calma! Cuidado! Devagar! Fogo! Olha! Sentido! Calma! » afugentamento: Fora! Passa! Sai! Rua! Xô! 40 » alegria: Ah! Eh! Oh! Oba! Viva! Aleluia! » animação: Avante! Eia! Vamos! Coragem! Força! » aplauso: Apoiado! Bravo! Bis! Parabéns! Isso! » chamamento: Oi! Ô! Olá! Alô! Psiu! » desejo: Que me dera! Se Deus quiser! Oxalá! Tomara! » dor: Ah! Oh! Ai! Ui! » espanto: Puxa! Oh! Xi! Uai! Ué! » silêncio: Psiu! Pst! Silêncio! Quieto! » concordância: Claro! Ótimo! Sim! » desacordo: Ora! Barbaridade! » pena: coitado! » satisfação: Boa! Oba! Opa! Upa! » saudação: Olá! Oi! Salve! Adeus! LOCUÇÃO INTERJEITIVA São duas ou mais palavras com valor de interjeição. Veja alguns exemplos: Meu Deus! Puxavida! Ora bolas! Que pena! Ora essa! Cruz credo! Santo Deus! Pobre de mim! 9. ADVÉRBIO São palavras invariáveis, que modificam verbos, advérbios e adjetivos. São classificados, de acordo com a circunstância que exprimem. Quando há mais de uma palavra exercendo a função de advérbio, chamaremos de locução adjetiva (ela sempre será iniciada por preposição) » lugar: aqui, aí, ali, cá, lá, acolá, além, longe, perto, dentro, adiante, defronte, onde, acima, abaixo, atrás, algures (= em algum 41 lugar), alhures (=um outro lugar), nenhures (=em nenhum lugar), em cima, de cima, à direita, à esquerda, ao lado, de fora, por fora, etc. » tempo: hoje, ontem, anteontem, amanhã, atualmente, brevemente, sempre, nunca, jamais, cedo, tarde, antes, depois, já, agora, ora, então, outrora, aí, quando, à noite, à tarde, de manhã, de vez em quando, às vezes, de repente, hoje em dia, etc. » modo: bem, mal, assim depressa, devagar, rapidamente, lentamente, facilmente, ( e a maioria dos adjetivos terminados em -mente), às claras, às pressas, à vontade, à toa, de cor, de mansinho, de cócoras, em silêncio, com rancor, sem medo, frente a frente, face a face, etc. A ideia de modo é o “jeito” como se faz algo. Se faço algo lentamente, lentamente é o jeito como faço isso. » afirmação: sim, decerto, certamente, efetivamente, seguramente, realmente, sem dúvida, por certo, com certeza, etc. » negação: não, absolutamente, tampouco, de modo algum, de jeito nenhum, etc. » intensidade: muito, pouco, mais, menos, ainda, bastante, assaz, demais, tanto, deveras, quanto, quase, apenas, mal, tão, de pouco, de todo, etc. » dúvida: talvez, quiçá, acaso, porventura, provavelmente, etc. » preço: cem Reais, três Euros, etc. » assunto: Conversei sobre o concurso, Falei de você. » companhia: Saí com a minha irmã, Viajei com Gerwásio. » meio: Saí de táxi, Ouvi a notícia pelo rádio. Quando temos a ideia de UTILIZAMOS algo para fazer determinada coisa, a ideia será de MEIO ou de INSTRUMENTO. Se for meio de transporte, ou meio de comunicação, marque “meio”; o que sobra seria o “instrumento”. No entanto, a gramática moderna considera “meio” e “instrumento” como sendo iguais, ou seja, em prova, quando não houver a opção “meio”, marque “instrumento”, vice- versa. » instrumento: Meu carro é movido a álcool, Escrevo a lápis. » finalidade: Estudo para a classificação, Rezo para a sua aprovação. 42 A FINALIDADE é o OBJETIVO, a META a ser atingida. Sempre que há essa ideia no texto, chamamos, tecnicamente, de SEMÂNTICA DE FINALIDADE (lembrando que SEMÂNTICA é SENTIDO). » condição: Não vivo sem você. A CONDIÇÃO é uma relação de DEPENDÊNCIA. Sempre que se depender de uma ação para que outra aconteça, chamaremos de CONDIÇÃO. » conformidade: De acordo com a lei, todos são iguais. A CONFORMIDADE é uma figura de FUNDAMENTAÇÃO. O autor se BASEIA em algo que ele viu, ouviu ou leu, para discorrer sobre o que pensa. Na interpretação de texto, quando as bancas perguntam o porquê de ter sido usada a conformidade no texto, a resposta será PARA REFORÇAR A ARGUMENTAÇÃO DO AUTOR » concessão: Mesmo feliz, não para de chorar. É uma OPOSIÇÃO. Pode ser trocada por “embora”. » causa: Por você, eu faço tudo. Não se esqueça de que toda CAUSA gera uma CONSEQUÊNCIA. A causa acontece primeiro no tempo, enquanto a consequência deve ser o fato número dois. Nesta frase, primeiro você existe e me inspira para, por causa disso, consequentemente, eu fazer tudo. 10. ARTIGO Artigo a palavra variável em gênero e número que precede um substantivo 01) Artigos Definidos: o, a, os, as. Os artigos definidos determinam o substantivo de modo particular, indicando ser o substantivo já conhecido do leitor ou do ouvinte. A sua ausência generaliza o substantivo. Por exemplo - O técnico elogiou jogadores de vários times. (a anteposição do artigo a ao substantivo técnico particulariza-o; já é do conhecimento do leitor o técnico de que o texto trata. Já a ausência do artigo os diante do substantivo jogadores generaliza o substantivo, indeterminando-o. 02) Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas. 43 Ex. O garoto pediu dinheiro. (Antecipadamente, sabe-se quem é o garoto.) Um garoto pediu dinheiro. (Refere-se a um garoto qualquer, de forma genérica.) 10.1 EMPREGO DOS ARTIGOS A) Ambos: Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso. Ex. Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é Substantivo que exige artigo.) Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que exige artigo.) Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento que não admite artigo.) B) Todos: Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso. Ex. Todos os atletas foram declarados vencedores. Todas as leis devem ser cumpridas. Todos vocês estão suspensos. C) Todo: Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo, para indicar totalidade; não se usa, para indicar generalização. Ex. Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro.) 44 Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os países.) D) Cujo: Não se usa artigo após o pronome relativo cujo. Ex. As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e não cujo as bolsas.) E) Pronomes Possessivos: Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo. Ex. Encontrei seus amigos no Shopping. Ensontrei os seus amigos no Shopping. F) Nomes de pessoas: Diante de nome de pessoas, só se usa artigo, para indicar afetividade ou familiaridade. Ex. O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso. G) Casa: Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia), se a palavra estiver especificada. Ex. Saí de casa há pouco. Saí da casa do Gilberto há pouco. H) Terra: Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo, quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo. Ex. 45 Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do comandante. Os astronautas voltaram da Terra. I) Nomes de lugar: Só se usa artigo diante da maioria dos nomes de lugar, quando estiver qualificado. Ex. Estive em São Paulo, ou melhor, estive na São Paulo de Mário de Andrade. Nota: Alguns nomes de lugar vêm acompanhados de artigo: a Bahia / o Rio de Janeiro / o Cairo; outros têm o uso do artigo facultativo. São eles: África, Ásia, Europa, Espanha, França, Holanda e Inglaterra. J) Nomes de jornais, revistas...: Pode-se, facultativamente, combinar com preposição o artigo que faz parte do nome de jornais, revistas, obras literárias, usando-se o apóstrofo. Ex. Li a notícia n'O Estado de São Paulo. (ou Li a notícia em O Estado de São Paulo). 11. CONJUNÇÕES INTEGRANTES X PRONOMES RELATIVOS CONJUNÇÃO INTEGRANTE PRONOME RELATIVO INTRODUZ ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA INTRODUZ ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA SEM FUNÇÃO SINTÁTICA COM FUNÇÃO SINTÁTICA NÃO SE REFEREM A TERMO ANTERIOR REFEREM-SE A SUBSTANTIVO (OU PRONOME SUBSTANTIVO) ANTERIOR A ORAÇÃO INICIADA POR ELA PODE SER SUBSTITUÍDA PELA PALAVRA ―ISSO‖ SUA ORAÇÃO ESPECIFICA SUBSTANTIVO ANTERIOR 46 PRONOME RELATIVO EMPREGOQUE PESSOAS, COISAS, ANIMAIS Deve ser usado sem preposição ou quando a preposição que o antecede for monossílaba: a, de, por, com, em, sem, sob, trás. Este é um medo que eu tenho. O medo a que se referiu é o mesmo de antes. Se a preposição tiver mais de uma sílaba, deve ser trocado por ―o qual‖: Esse é o medo contra o qual luto. A QUAL, O QUAL, AS QUAIS, OS QUAIS PESSOAS, COISAS, ANIMAIS Essa é a menina sobre a qual falei. QUEM PESSOAS e só antecedido de preposição Pode ser usado com coisas ou animais, se estiver sendo feita uma clara personificação. Não conheço a pessoa com quem conversarei. Meu cachorro, com quem converso todos os dias, é inteligentíssimo. Possuem função sintática;Referem-se a termo anterior (substantivo).CUJO, SÓ QUANDO HOUVER IDEIA DE POSSE 47 CUJA, CUJOS, CUJAS Aparece entre dois substantivos. Nunca pode vir acompanhado de artigo. Refere-se ao antecedente, mas concorda como substantivo posterior. Esse é o menino cujo caderno caiu na lama. Gosto das amigas cujas ideias são inovadoras. ONDE QUANDO O REFERENTE FOR LUGAR Pode ser substituído por ―em que‖ Moro no lugar onde as flores são perfumadíssimas. Vivo numa casa onde pessoas foram felizes. COMO QUANDO O ANTECEDENTE FOR PALAVRA COMO: MANEIRA, JEITO, COMO, FORMA, etc. Não aprovo a maneira como você fala com seus pais. QUANTO APÓS PRONOME INDEFINIDO (tudo, tanto, todo e flexões) Isso é tudo quanto quero. 11.1. FUNÇÃO SINTÁTICA DO PRONOME RELATIVO Não se esqueça que todo pronome ou substitui um substantivo, ou o acompanha. Se o pronome substituir o substantivo, ele exercerá a 48 mesma função sintática que aquele substantivo exerceria, caso estivesse em seu lugar. Ele estudou. (substitui uma pessoa, como, por exemplo, Garwásio. Se colocarmos Gerwásio no lugar da palavra ―que‖, veremos que exercerá função sintática de sujeito. Então, o pronome que está em seu lugar será sujeito também). Encontrei o aluno que passou. (que, pronome relativo, evitando a repetição da palavra ―aluno‖: Encontrei o aluno. O aluno passou. Veja que, se colocarmos ―aluno de volta no lugar do pronome ―que‖, na oração em que a palavra ―que‖ aparece inserida, verificamos que exerceria a função sintática de ―sujeito‖ do verbo ―passar‖. Logo, a função sintática deste pronome relativo será ―sujeito‖, mas veremos a sintaxe mais à frente). 11.2. CONJUNÇÃO INTEGRANTE Só existem duas conjunções integrantes: ―que‖ e ―se‖. Elas iniciam oração que pode ser substituída pelo pronome ―isso‖ ou pelo pronome ―essa‖. Quero que você me entenda. (Quero ISSO) A verdade é que tudo o incomoda. (A verdade é ESSA) Ele disse se viria à festa? (Ele disse ISSO?) Observação: estudaremos as conjunções mais à frente, junto às orações. 12. VERBOS É a palavra que exprime ação, fenômeno da natureza, estado ou mudança de estado, situando esses fatos num determinado tempo. Do ponto de vista semântico, verbo é a palavra variável que exprime um processo ou um estado situados no tempo. Ex.: Choveu durante a tarde. (processo) O dia está chuvoso. (estado) 49 Eu ouvia seu grito, mas nada fazia. (processo) A menina parecia feliz com sua fita amarela. (estado) * Verbo é a palavra que apresenta o maior número de flexões: tempo, modo, número, pessoa e voz. A possibilidade de flexão temporal é fundamental para definir uma palavra como verbo. Do ponto de vista semântico, não se pode negar que nas frases: A corrida foi cancelada. A neve impediu a saída dos carros. A felicidade está estampada em seus olhos. as palavras corrida, neve e felicidade expressam, respectivamente, ação, fenômeno da natureza e estado. No entanto, tais palavras não são verbos, uma vez que não podem ser flexionadas no tempo. 12.1. ELEMENTOS MÓRFICOS DO VERBO RADICAL É a parte do verbo que carrega sua significação. Cantarias Venderíamos partirá VOGAL TEMÁTICA São as vogais que se agregam ao radical a fim de indicar a conjugação a que o verbo pertence. cantarias (primeira conjugação) venderias (segunda conjugação) partirias (terceira conjugação) 50 * O verbo PÔR e seus derivados (dispor, compor, repor, etc.) pertencem à segunda conjugação por razões etimológicas: sua forma arcaica era poer. Note a presença da vogal temática de segunda conjugação e em algumas de suas formas: Puséssemos Puséramos põem TEMA é o radical acrescido da vogal temática, pronto para receber as desinências. cantarias vendemos partiam DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL são os elementos que indicam modo e tempo do verbo. cantarias (modo: indicativo/ tempo: futuro do pretérito) vendêssemos (modo: subjuntivo/ tempo: pretérito imperfeito) partira (modo: indicativo/ tempo: pretérito mais que perfeito) DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL indica o número (singular ou plural) e as pessoas do discurso. cantarias (segunda pessoa do singular) vendo (primeira pessoa do singular) partimos (primeira pessoa do plural) 12.2. MODOS VERBAIS 51 INDICATIVO exprime fato SUBJUNTIVO exprime hipótese IMPERATIVO exprime desejo, pedido, súplica, ordem. 12.3. TEMPOS VERBAIS INDICATIVO: Presente (factual) Pretérito perfeito (passado pontual) Pretérito imperfeito (passado continuativo, frequente) Pretérito mais-que-perfeito (passado de outro passado) Futuro do presente (factual*) Futuro do pretérito (futuro condicional) *Embora o futuro do presente indique algo que ainda não se tornou realidade, há uma forte ideia de certeza. Por esse motivo, é considerado factual. SUBJUNTIVO: Presente Pretérito imperfeito Futuro IMPERATIVO: Afirmativo Negativo 12.4. FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES DO VERBO 52 Na conjugação do verbo, certas formas dão origem a outras e, por isso, distinguem-se as formas primitivas e as formas derivadas. São três os tempos primitivos do verbo: INFINITIVO IMPESSOAL PRESENTE DO INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO 12.4.1. PRESENTE DO INDICATIVO * Remete-nos a uma ideia de certeza. É, geralmente, factual. * Este tempo é geralmente usado para exprimir: a) um fato atual, que ocorre no momento da fala: Os trabalhadores protestam nas ruas de Paris. b) um fato que ocorrerá num futuro próximo: Chegam amanhã os primeiros pilotos da Fórmula 1. c) um fato passado como se fosse atual. É o chamado presente histórico ou narrativo: Em mil e quinhentos, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. d) um fato rotineiro, habitual, frequente. É o chamado presente frequentativo, ou habitual, ou interativo: Como muito. * Não há presença de desinência modo-temporal neste tempo; 53 * O presente do indicativo é o único tempo verbal em que a desinência de primeira pessoa do singular é –O. São poucos os verbos que não apresentam essa desinência: DAR – dou ESTAR – estou HAVER - hei IR - vou SABER - sei SER – sou RADICAL VT TEMA DMT DNP ESPER ESPER ESPER ESPER ESPER ESPER A A A A A ESPERA ESPERA ESPERA ESPERAESPERA O S MOS IS M VALH VAL VAL VAL VAL VAL E E E E E VALE VALE VALE VALE VALE O S MOS IS M DISTING DISTINGU DISTINGU DISTINGU E E DISTINGUE DISTINGUE O S 54 DISTINGU DISTINGU I E DISTINGUI DISTINGUE MOS IS M 12.4.2. PRESENTE DO SUBJUNTIVO * Emprega-se o presente do subjuntivo para exprimir: a) possibilidade, dúvida ou incerteza: “Mesmo que os cantores sejam falsos como eu Serão bonitas, não importa São bonitas as canções”. (Chico Buarque/ Edu Lobo) b) desejo, expectativa: Tomara que o cafezinho esteja quente. * O presente do indicativo é formador do presente do subjuntivo. O processo de formação ocorre da seguinte forma: Retira-se a desinência número-pessoal da primeira pessoa (eu) do presente do indicativo e acrescenta-se a desinência modo- temporal do presente do subjuntivo: se o verbo for de primeira conjugação, essa desinência será –E; se o verbo for de segunda ou de terceira conjugação, essa desinência será –A. * Não existe vogal temática no presente do subjuntivo. Repare que a vogal que aparece está situando o verbo no tempo presente do modo subjuntivo, sendo, portanto, desinência modo-temporal. RADICAL VT TEMA DMT DNP ESPER ESPER E E S 55 ESPER ESPER ESPER ESPER E E E E MOS IS M VALH VALH VALH VALH VALH VALH A A A A A A S MOS IS M DISTINGU DISTINGU DISTINGU DISTINGU DISTINGU DISTINGU A A A A A A S MOS IS M * Por ser formado a partir da primeira pessoa do presente do indicativo, é que aparece o ―LH‖ no radical do verbo valer em toda a conjugação do presente do subjuntivo. O mesmo ocorre com o ―Ç‖ no verbo fazer, o ―NH‖ no verbo pôr, com o ―G‖ no verbo dizer, etc. Repare: EU FAÇO – que eu faça / que tu faças / que ele faça / que nós façamos / que vós façais / que eles façam. EU PONHO – que eu ponha / que tu ponhas / que ele ponha / que nós ponhamos / que vós ponhais / que eles ponham. EU DIGO – que eu diga / que tu digas/ que ele 56 diga / que nós digamos/ que vós digais / que eles digam. 12.4.3. IMPERATIVO AFIRMATIVO: Dois tempos o formam: presente do indicativo e presente do subjuntivo. As segundas pessoas do discurso vêm do presente do indicativo sem o ―s‖. As demais pessoas são retiradas do presente do subjuntivo. PRES. DO IND. IMPE R. AFIR M. PRES. DO SUBJ. IMPER. AFIRM. REFLITO REFLETE S REFLETE REFLETI MOS REFLETI S REFLETE M ----- REFLE TE ----- ----- REFLE TI ----- REFLITA REFLITA S REFLITA REFLITA MOS REFLITAI S REFLITA M ----- ----- REFLITA REFLITA MOS ----- REFLITA M 12.4.4. IMPERATIVO NEGATIVO: É formado a partir do presente do subjuntivo. Na conjugação, esses tempos se diferem apenas na primeira pessoa do singular (eu), que não existe no imperativo negativo. PRESENTE DO SUBJ. IMPERATIVO NEGATIVO OUÇA OUÇAS OUÇA ----- NÃO OUÇAS TU NÃO OUÇA VOCÊ NÃO OUÇAMOS 57 OUÇAMOS OUÇAIS OUÇAM NÓS NÃO OUÇAIS VÓS NÃO OUÇAM 12.4.5. PRETÉRITO PERFEITO: * Representa ação começada e terminada no passado, o chamado passado pontual. * É o tempo característico das narrativas: Ele começou a achar que estava sendo seguido. Decidiu correr e, já cansado, finalmente encontrou um lugar para se esconder. * Possui uma característica marcante que o difere dos demais: a desinência –STE, presente na segunda pessoa do singular (tu). * Não é marcado por desinências modo-temporais, apenas desinências número-pessoais. RADICAL VT TEMA DMT DNP ESTUD ESTUD ESTUD ESTUD ESTUD ESTUD E A O A A A ESTUDE ESTUDA ESTUDO ESTUDA ESTUDA ESTUDA I STE U MOS STES RAM BEB BEB BEB BEB BEB BEB E E E E E BEBE BEBE BEBE BEBE BEBE I STE U MOS STES RAM SENT I 58 SENT SENT SENT SENT SENT I I I I I SENTI SENTI SENTI SENTI SENTI STE U MOS STES RAM O pretérito perfeito do indicativo é um dos tempos verbais mais importantes da língua portuguesa, pois dá origem a três outros tempos que costumam gerar confusão em sua conjugação: Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Futuro do subjuntivo 12.4.6. TEMPOS DERIVADOS DO PRETÉRITO PERFEITO: A formação dos tempos derivados do pretérito perfeito ocorre da seguinte forma: Retira-se a desinência da segunda pessoa (tu), –STE, e acrescentam-se as desinências modo-temporais dos respectivos tempos: RA (PRET. MAIS-QUE-PERFEITO) - FIZERA FIZESTE SSE (PRET. IMPERFEITO DO SUBJ.) – FIZESSE R (FUTURO DO SUBJUNTIVO) – FIZER * Note que, em verbos regulares, não há alteração no radical: RA (PRET. MAIS-QUE-PERFEITO) - AMARA AMASTE SSE (PRET. IMPERFEITO DO SUBJ.) – AMASSE R (FUTURO DO SUBJUNTIVO) – AMAR 59 RA (PRET. MAIS-QUE-PERFEITO) - VENDERA VENDESTE SSE (PRET. IMPERFEITO DO SUBJ.) – VENDESSE R (FUTURO DO SUBJUNTIVO) – VENDER A mudança ocorre em verbos irregulares e, sem o conhecimento da formação dos verbos derivados do pretérito perfeito, frequentemente ocorrem equívocos, tais como: FAZERA, FAZESSE e FAZER, ou DIZERA, DIZESSE e DIZER, quando o correto seria DISSERA, DISSESSE e DISSER, pois esses tempos vêm de DISSESTE, segunda pessoa do singular do pretérito perfeito, e não do infinitivo impessoal DIZER. 12.4.6.1. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO DO INDICATIVO: * Indica um passado anterior a outro passado: Voltei para casa, porque a festa tornara-se monótona. * Tem como característica diferenciadora dos demais tempos a sua desinência modo-temporal, –RA. * É derivado do pretérito perfeito do indicativo. ESTIVESTE ESTIVE + RA ABASTECESTE ABASTECE + RA VIESTE VIE + RA 60 RADICAL VT TEMA DMT DNP ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV E E E É É E ESTIVE ESTIVE ESTIVE ESTIVÉ ESTIVÉ ESTIVE RA RA RA RA RE RA S MOS IS M ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC E E E Ê Ê E ABASTECE ABASTECE ABASTECE ABASTECÊ ABASTECÊ ABASTECE RA RA RA RA RE RA S MOS IS MVI VI VI VI VI VI E E E E E E VIE VIE VIÉ VIÉ VIE RA RA RA RA RE RA S MOS IS M 12.4.6.2. PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO: * Remete-nos a uma condição. Se não reclamasse tanto, talvez conseguisse a promoção. * Costuma ser conjugado com a conjunção condicional ―SE‖. 61 * Em se tratando de correlação verbal, geralmente está associado ao futuro do pretérito. Se ele se esforçasse, passaria no concurso. * Tem como marca a desinência –SSE, que o diferencia dos demais tempos. * É derivado do pretérito perfeito do indicativo. ESTIVESTE ESTIVE + SSE ABASTECESTE ABASTECE + SSE VIESTE VIE + SSE RADICAL VT TEMA DMT DNP ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV E E E É É E ESTIVE ESTIVE ESTIVE ESTIVÉ ESTIVÉ ESTIVE SSE SSE SSE SSE SSE SSE S MOS IS M ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC E E E Ê Ê E ABASTECE ABASTECE ABASTECE ABASTECÊ ABASTECÊ ABASTECE SSE SSE SSE SSE SSE SSE S MOS IS M VI VI E E VIE SSE SSE S 62 VI VI VI VI E É É E VIE VIÉ VIÉ VIE SSE SSE SSE SSE MOS IS M 12.4.7. Futuro do Subjuntivo: * É um futuro hipotético, duvidoso, incerto. * Sua marca é a desinência –R, porém é necessário que se tenha cuidado, pois esta desinência aparece também no infinitivo pessoal. * É derivado do pretérito perfeito do indicativo. ESTIVESTE ESTIVE + R ABASTECESTE ABASTECE + R VIESTE VIE + R RADICAL VT TEMA DMT DNP ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV ESTIV E E E E E E ESTIVE ESTIVE ESTIVE ESTIVE ESTIVE ESTIVE R R R R R R ES MOS DES EM ABASTEC ABASTEC E E ABASTECE ABASTECE R R ES 63 ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC E E E E ABASTECE ABASTECÊ ABASTECÊ ABASTECE R R R R MOS DES EM VI VI VI VI VI VI E E E E E E VIE VIE VIE VIE VIE R R R R R R ES MOS DES EM 12.4.8. INFINITIVO IMPESSOAL: * Também chamado de infinitivo não-flexionado é empregado, geralmente, na comunicação de uma ideia que não se refere a um sujeito específico, em particular: ―Viajar é trotar pelos poeirais, nas secas”. (Darcy Ribeiro) Dormir é quase sempre saudável. * É formador do futuro do presente, do futuro do pretérito, do pretérito imperfeito do indicativo e das formas nominais do verbo: infinitivo pessoal, particípio e gerúndio. 12.4.9 INFINITIVO PESSOAL: *É chamado também de infinitivo flexionado e é empregado, geralmente, quando o sujeito está claro na oração, mesmo que não venha expresso: 64 Seria interessante vocês acordarem mais cedo. Que tal irmos a pé daqui até lá? * É derivado do infinitivo impessoal. * Seu emprego costuma ser confundido com o do futuro do subjuntivo, por ambos terem a mesma desinência modo-temporal, – R, e as mesmas desinências número-pessoais: , –ES, , –MOS, – DES, –EM. RADICAL VT TEMA DMT DNP EST EST EST EST EST EST A A A A A A ESTA ESTA ESTA ESTA ESTA ESTA R R R R R R ES MOS DES EM ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC ABASTEC E E E E E E ABASTECE ABASTECE ABASTECE ABASTECÊ ABASTECÊ ABASTECE R R R R R R ES MOS DES EM VI VI VI VI VI VI R R R R R R ES MOS DES EM 65 12.4.10. INFINITIVO PESSOAL X FUTURO DO SUBJUNTIVO * Apesar de terem as mesmas desinências, não provêm dos mesmos tempos verbais: o infinitivo pessoal é derivado do infinitivo impessoal, enquanto o futuro do subjuntivo vem do pretérito perfeito do indicativo, sendo necessário, portanto, saber como se formam os tempos verbais para solucionar as questões de concurso. * Outra característica que os diferencia é a presença de conjunção no futuro do subjuntivo e ausência da mesma no infinitivo pessoal, que pode aparecer acompanhado de preposição, não de conjunção. * É preciso ter atenção com verbos regulares, pois a conjugação do infinitivo pessoal e do futuro do subjuntivo é semelhante quando se trata desses verbos. * Dica: para saber se a questão da prova está lidando com o infinitivo pessoal ou com o futuro do subjuntivo, o mais aconselhável é substituir o verbo regular da questão por um verbo irregular, pois os irregulares distinguem-se dos regulares nesses tempos. * Outra dica seria reparar na presença ou na ausência de conjunção, porém esse não é um método sempre eficiente, já que, no texto, a conjunção e o verbo podem estar separados por elementos intercalados, dificultando a visualização necessária e induzindo o candidato a erro. FUTURO DO SUBJUNTIVO Quando… INFINITIVO PESSOAL FIZER FIZERES FIZER FIZERMOS FIZERDES FIZEREM FAZER FAZERES FAZER FAZERMOS FAZERDES FAZEREM ESTUDAR ESTUDAR 66 ESTUDARES ESTUDAR ESTUDARMOS ESTUDARDES ESTUDAREM ESTUDARES ESTUDAR ESTUDARMOS ESTUDARDES ESTUDAREM 12.4.11. FUTURO DO PRESENTE * Geralmente, é utilizado para exprimir um fato que, no momento em que se fala, ainda não se realizou, mas que, possivelmente, deverá realizar-se: Gal Costa cantará amanhã no Canecão. * Forma-se pelo acréscimo das desinências modo-temporais –RE, – RÁ, –RÁ, –RE, –RE e –RA ao tema do infinitivo impessoal. RADICAL VT TEMA DMT DNP PAR PAR PAR PAR PAR PAR A A A A A A PARA PARA PARA PARA PARA PARA RE RÁ RÁ RE RE RA I S MOS IS ~ O ESTRISTEC ESTRISTEC ESTRISTEC ESTRISTEC ESTRISTEC ESTRISTEC E E E E E E ENTRISTECE ENTRISTECE ENTRISTECE ENTRISTECE ENTRISTECE ENTRISTECE RE RÁ RÁ RE RE RA I S MOS IS ~ O 67 SORR SORR SORR SORR SORR SORR I I I I I I SORRI SORRI SORRI SORRI SORRI SORRI RE RÁ RÁ RE RE RA I S MOS IS ~ O * Tal sistema não funciona para os verbos DIZER, FAZER e TRAZER, que fazem direi, farei e trarei. 12.4.12. FUTURO DO PRETÉRITO: * É empregado, geralmente, para: a) exprimir um futuro hipotético, dependente de certo acontecimento, que talvez nem venha a ocorrer: “Mundo mundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo Seria uma rima, não seria uma solução”. (Carlos Drummond de Andrade) b) exprimir