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Nome: Beatriz Teixeira Fonseca
Matrícula: 19216090054
Polo: Resende
A Relação entre História, Historiografia e Fonte Histórica. 
Este Trabalho tem como objetivo discutir a relação entre os conceitos de história, historiografia e fonte histórica. A priori para que se possa avançar nesta discussão, é preciso primeiramente compreender o significado dos termos citados anteriormente.
A palavra História, devido sua polissemia, possui maior complexidade para sua conceituação. Segundo Estevão Resende Martins, em seu texto “Conhecimento histórico e historiografia brasileira contemporânea”, a palavra história compreende quatro principais conceitos distintos entre si.  O primeiro a ser trabalhado, possui o entendimento mais genérico e impreciso, a compreensão da História como o conjunto de todos os acontecimentos no tempo e espaço desde o surgimento da raça humana até o seu findar, independentemente se são conhecidos os momentos o qual ocorreram estes eventos ou não. Comumente, se utiliza o termo “curso da história” para tratar deste conjunto de acontecimentos.
O segundo conceito apresentado por Estevão, é a História segundo as memórias consciente dos agentes e ações que contribuem para a construção da identidade pessoal e social dos membros de uma comunidade, ou seja, são os eventos que resultaram na construção daquela sociedade. O registro dos acontecimentos continua ocorrendo de forma ampla, ou seja, englobando todo o período da existência humana, porém através da ótica do grupo social o qual o faz. Desta forma, esta construção histórica está carregada de elementos políticos, resultando assim numa história patriótica.
A terceira conceituação, é a História com caráter, técnico, como saber científico, de modo que o conhecimento é produzido através de uma metodologia restrita e empírica. O objeto de estudo desta ciência, é o homem ao longo do tempo e seus feitos.
A quarta e última história, conceituada pelo texto, é a história como uma narrativa do desenrolar dos acontecimentos, sendo estes acontecimentos ficcionais ou não, possui uma essência de tradição, onde a divulgação dos acontecimentos é passada entre gerações, transmitindo esses saberes pelo espaço e tempo. Os exemplos mais corriqueiros desta forma de história seriam as lendas e a disciplina de História lecionada ao longo da formação escolar, ambas são narrativas construídas para a transmissão de conhecimentos de acontecimentos passados, porém uma possui um caráter ficcional e o outra é uma forma didática que apresentar fatos históricos.
Neste trabalho, o conceito de interesse é o terceiro apresentado por Estevão, o entendimento da História como ciência.
Historiografia, é junção das palavras “história” e “grafia” (escrita), logo se entende que historiografia é a escrita da História, o registro e interpretação dos eventos passados, com a utilização de uma metodologia científica. É o fazer científico da História realizado pelo historiador, em outras palavras, historiografia refere-se ao produto da pesquisa do historiador, como se origina a descoberta e o registro dos acontecimentos históricos. Podendo assim chamar a historiografia como o “fazer história”.
Por fim, o último conceito a ser trabalhado, será o de Fonte Histórica. Fontes históricas são todos os materiais (vestígios do passado) utilizados pelo historiador em seu trabalho de investigação, análise e interpretação dos acontecimentos históricos. Pode ser considerada fonte histórica, qualquer vestígio do passado que serve como fonte de informação e ou prova de algum evento que seja do interesse de pesquisa do historiador. As fontes históricas podem ser dos mais variados tipos, como por exemplo, registros escritos, orais, imagéticos, arquitetônicos, arqueológicos, performáticos, dentre muitos outros. De acordo com Lucien Febvre, tudo o que, pertencendo ao homem, vem do homem, serve ao homem, exprime a presença humana na ausência de documento escrito, serve como fonte histórica.
Após a delimitação do significado de História, Historiografia e Fonte história, discorrer sobre como estes conceitos se relacionam se tornou possível.
Entende-se História como uma ciência, cujo objeto de estudo é o Homem no Tempo. Esta ciência tem como resultado a historiografia, onde o historiador através do uso de práticas com rigor científico é capaz de validar ou não a existência, interpretação ou revisão de alguma hipótese pesquisada pelo historiador. É a pesquisa histórica como José Honório Rodrigues explica:
 	“é a descoberta cuidadosa, exaustiva e diligente de novos fatos históricos, a busca crítica da documentação que prove a existência dos mesmos, sua incorporação ao escrito ou narrativa histórica ou a revisão e interpretação nova da História.”
RODRIGUES, José Honório. A pesquisa histórica no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional / MEC, 1978 (a primeira edição é de 1952), p. 21.
 
        	O historiador, quando realiza sua pesquisa historiográfica, precisa ter a garantia de que os resultados não serão baseados em suas opiniões subjetivas, para tal é necessário a utilização das fontes históricas, elas são fontes de informações concretas e provas para o historiador em sua pesquisa. Segundo Mary Del Priore em seu texto “Fazer história, interrogar documentos e fundar a memória: a importância dos arquivos no cotidiano do historiador” a relação entre as fontes históricas e o historiador não possui um caráter rígido e imutável, na verdade ela varia de acordo com o período, a construção social e principalmente com as “perguntas” que o historiador faz às suas fontes. Quando um historiador faz uma pesquisa histórica, ele possui uma hipótese, ou seja, uma pergunta que deseja responder. Uma questão a responder através de sua pesquisa.
 
“A história não se define pelo seu objeto, nem pelos documentos que lhe permitem reencontrar o fato, mas pela pergunta, o problema que é colocado aos documentos. Podemos e fazemos a história de tudo: do amor à morte, da vida material, técnicas, arte, instituições, emoções, paisagem etc. Mas é a questão que ajuda a recortar um objeto original no universo sem limite dos fatos e dos documentos possíveis.”
PRIORE, Mary Del. Fazer história, interrogar documentos e fundar a memória: a importância dos arquivos no cotidiano do historiador* (Extraído de: Territórios e Fronteiras: Revista de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, v. 3, n. 1 jan – jun 2002.)
 
O Historiador ao analisar suas fontes, busca responder uma pergunta, uma questão o qual o levou a pesquisar, originada de sua curiosidade, para tal ele já intui respondê-la e planeja como o fará. Mary nos diz que “o documento sozinho, isolado, não existe se não houver intervenção da curiosidade do historiador”, assim sendo as perguntas feitas às fontes históricas, são mutáveis de acordo com o como ou quem pergunta, por isso uma fonte histórica pode servir para mais de uma interpretação e escrita da História, nunca um historiador esgota as informações oferecida por um documento, basta que existam novas perguntas a serem feitas. Só se torna fonte histórica, aquele vestígio capaz de fornecer informações a quem o pergunta.
As fontes históricas são o pilar para a historiografia, é o que difere o historiador de um romancista, afinal um historiador renega informações sem prova, a base para que a história seja vista como ciência é a existência de fatos históricos, não há história sem fatos, e não há fatos sem provas, Mary Del Priori define fatos históricos como: “resultado do raciocínio feito a partir de restos e indícios, segundo as regras da crítica.”, afinal se não há um meio de comprovação, a historiografia adentra no campo do achismo, o que vai de encontro com o fazer científico.
Em suma, não existe uma História pronta, acabada e engessada, na verdade existe o processo de criação da História. Este processo é vivo e constante, esta é a relação entre a história, historiografia e fatos históricos. Um historiador é um cientista que através dos métodos produz como resultado a historiografia,o registro da história humana, para que tal registro seja verossímil, ele se utiliza da pesquisa em fontes histórica, vestígios deixados, capazes de responder os questionamentos que o historiador tem sobre determinado acontecimento passado. E assim que vai construindo o nosso saber histórico, como um mosaico de pequenos conhecimentos de historiadores que se juntam em uma grande peça.

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