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Audiência de instrução e julgamento Introdução 1. Audiência de instrução e julgamento e ato processual complexo, no qual variadas atividades são praticadas pelo juiz, serventuários da justiça, partes, advogados, terceiros e membros do Ministério Publico. Como ato processual que é, realiza-se em dias úteis, das seis às vinte horas, podendo prosseguir além do horário quando iniciada antes (art. 212, §1º) 2. É na audiência de instrução de julgamento que se confina toda atividade oral, bem como a discussão sobre os demais meios de prova do processo. 3. Na audiência de instrução e julgamento vige os princípios da oralidade (os depoimentos das partes e testemunhas serão tomados oralmente) e da imediatidade (o juiz tem contato direto com a prova). Características 1. Facultatividade: a audiência de instrução e julgamento não é obrigatória. Restando incontroverso os fatos alegados no processo, não havendo necessidade de produção de outras provas não há que se falar em audiência de instrução e julgamento. Só será indispensável quando houver necessidade de prova oral ou esclarecimentos de perito e assistente técnico. Quando se fizer necessária a audiência de instrução e julgamento, o momento adequado à sua designação pelo Juiz é o despacho saneador (art. 357, V). 2. Publicidade: De acordo com o art. 368 do novo CPC a audiência de instrução e julgamento é pública, ressalvadas as exceções legais. O art. 11, §1º e 189 do novo CPC todavia limitam, em casos de segredo de justiça, isto é, quando o interesse público e social ou exija, que verse sobre direito de família, sejam protegidos pela intimidade, que o ato seja praticado apenas na presença das partes, seus advogados, defensores e membros do MP. 3. Condução judicial: é o Magistrado que preside a audiência. De acordo com o Art. 360 do novo CPC ele exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: I - manter a ordem e o decoro na audiência; II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; III - requisitar, quando necessário, força policial; IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. Atos preparatórios É necessária a intimação dos advogados para a audiência de instrução e julgamento. A intimação da parte é necessária porque sem a intimação não há se falar em confissão ficta caso não compareça. Caso a parte tenha determinado a produção de prova testemunhal o advogado deverá efetivar o depósito do rol de testemunhas e efetivar a intimação destas por carta com aviso de recebimento, cumprindo juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 03 (três) dias da data de audiência, a cópia da correspondência de intimação e do aviso de recebimento (Art. 455, §1º) ou se comprometer a levar a testemunha independentemente de intimação. (Importante: princípio da instrumentalidade das formas). Fases da audiência 1. abertura: preconiza o Art. 358 do novo CPC que “no dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar”. 2. Tentativa de conciliação: O art. 359 determina que instalada, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. 3. Fase de instrução: Não havendo conciliação o Art. 361 determina que as provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. Cuidado: Na fase de instrução, ou seja, de colheita de provas a audiência seguirá, preferencialmente, a ordem prevista no Art. 361. Portanto, o Magistrado deverá: 1 – pedir esclarecimentos do perito e assistente técnico. 2 – tomar o depoimento das partes. 3 – tomar o depoimento das testemunhas, sendo: do autor. do réu 4. Fase dos debates: Com o fim da instrução inicia-se a fase de debates. É o que prega o art. 364 do Novo CPC ao expor que “finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz”. Porém, quando a causa apresentar questões complexas de fato e de direito o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 5. Fase decisória: Encerrado os debates ou oferecidas a razões finais, o Magistrado preferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias. IMPORTANTE: Caso o Magistrado sentencie o feito em audiência o advogado ou a sociedade de advogados consideram-se intimados para interpor eventual recurso. Adiamento da audiência: Conforme o art. 362 do CPC a audiência poderá ser adiada nos seguintes casos: I - por convenção das partes; II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. De acordo com o Art. 363 do novo CPC: “havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação”. Importante: a audiência poderá ser adiada por convenção das partes ou em razão do não comparecimento justificado das pessoas que dela deveriam necessariamente participar (art. 362, inciso I e II). CUIDADO: A falta de justificativa da ausência das partes, dos advogados e das testemunhas acarreta consequências diversas, vejamos: a) Ausência das partes: a parte que deveria prestar depoimento pessoal, desde que pessoalmente intimada em razão de requerimento da parte contrária, o juiz aplicará a pena de confissão (art. 385, §1º). b) Ausência do advogado ou defensor público: Ausente o advogado ou defensor, sem justificativa, a audiência será realizada normalmente, porém, o juiz pode dispensar a prova requerida pela parte cujo advogado não compareceu. c) Ausência da testemunha: em regra, não acarreta o adiamento, mas esta pode ser cindida (art. 365, paragrafo único). É que, havendo a intimação a testemunha poderá ser conduzida coercitivamente. Termo de audiência O termo de audiência será lavrado pelo servidor, sob ditado do Juiz, devendo conter, em resumo o corrido na audiência, bem como por extenso os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato (art. 367 do Novo CPC). Não sendo registrada em meio eletrônico, o Juiz, os advogados, o membro do MP e o chefe de secretaria subscreverão o termo. A parte só subscreverá quando houver ato de disposição para o qual o advogado não tenha poderes. (art. 367, §1º e 2º do Novo CPC) Tratando-se de autos eletrônicos a audiência poderá ser integralmente gravada em áudio e vídeo, em meio digital ou analógico, desde que assegure a acesso das partes e dos órgãos julgadores. A gravação também pode ser realizada diretamente pela parte, independentemente de autorização judicial. (art. 367, §5º e 6º)
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