Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Matemática PROBLEMAS COM CIRCUNFERÊNCIA 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivo......................................................................................................................................... 2 1. Problemas de tangência ...................................................................................................... 2 1.1. Recordando detalhes ....................................................................................................... 2 1.2. Problemas envolvendo tangência ................................................................................... 4 1.3. Determinação do centro e do raio de uma circunferência ............................................. 8 Exercícios ...................................................................................................................................... 9 Gabarito ........................................................................................................................................ 9 Resumo ....................................................................................................................................... 13 2 Introdução Vimos na apostila anterior sobre Circunferência, as equações normal e reduzida da circunferência, fizemos o reconhecimento de uma circunferência, ponto e circunferência, reta e circunferência e duas circunferências. No conteúdo de hoje, dando andamento aos nossos estudos, veremos problemas com a circunferência. Objetivo • Conhecer os problemas envolvendo retas tangentes à circunferência; • Resolver problemas envolvendo retas tangentes à circunferência. 1. Problemas de tangência 1.1. Recordando detalhes Para que possamos solucionar problemas que envolvem retas que tangenciam as circunferências, vamos recordar alguns conhecimentos que já adquirimos anteriormente: Se uma reta é tangente à circunferência, sabemos que a distância entre o centro da circunferência até a reta tangente é o raio. FIQUE ATENTO! Já vimos anteriormente que temos posições relativas de um ponto a uma circunferência que são: 1-Quando o ponto é interno à circunferência, não existe a possibilidade de traçar uma reta tangente por esse ponto. Outro fato importante é que a reta tangente sempre será perpendicular ao raio no ponto de tangência. 3 Representação de ponto interno 2-Quando temos um ponto que pertence à circunferência, com esse ponto é possível ter apenas uma reta tangente, já que é o ponto de tangência. Representação de ponto de tangência 3-Quando o ponto é externo à circunferência, ou seja, fora da circunferência, torna-se possível traçar duas retas que tangenciam a circunferência. P C P r C t 4 Representação de duas retas tangentes Assim, é possível concluir que a determinação de uma equação da reta tangente a circunferência por um ponto, deve ser através da posição relativa desse ponto, ou seja, depende da distância entre o centro da circunferência e o ponto. 1.2. Problemas envolvendo tangência Vamos agora resolver problemas envolvendo tangência. Considere o ponto P(5,2) pertencente à circunferência cuja equação é: 2 2 2 – 6 27 0x y x y+ + − = . A reta será chamada de t que é tangente a essa circunferência em P e vamos determinar sua equação. Sabemos que a reta t tangencia a circunferência cujo centro C e o raio r em P e assim t é perpendicular à reta-suporte de CP. Reta t tangenciando a circunferência C P 5 As coordenadas do centro C e o raio r podem ser assim determinadas: ( ) ( ) 2 2 2 2 2 2 2 2 2 – 6 27 0 2 – 6 27 2 1 6 – 9 27 1 9 1 – 3 37 x y x y x y x y x x y y x y + + − = + + = + + + − = + + + + = Logo, C(-1,3) e 37r = É preciso agora, determinar o coeficiente angular m1 da reta, que passa pelos pontos C(-1,3) e P(5,2): 1 y m x = 1 2 3 1 5 1 6 m − = = − + O coeficiente angular de m2 da reta t perpendicular à reta que passa pelos pontos C e P também precisa ser determinado. 2 1 1 1 6 1 6 m m −= − = = A partir daí podemos calcular a equação da reta t que passa pelo ponto P(5,2) e tem coeficiente angular igual a 6. Para isso, basta substituir na fórmula do coeficiente angular o ponto que conhecemos e um ponto genérico pertencente a reta na qual podemos chamar de P(x,y). 0 0 0 0 ( ) y y m y y m x x x x − = → − = − − y – 2 = 6(x-5) y – 2 = 6x – 30 6x – y -28 = 0 Assim concluímos que a equação pedida é 6x – y -28 = 0. Vejamos agora a reta de equação x – y + k = 0 é tangente à circunferência de equação 2 2 9x y+ = . Nosso objetivo aqui é saber qual é o valor de k. Sabemos que se a reta é tangente à circunferência, a distância do centro até a reta é igual ao raio. 1-Centro e raio da circunferência 6 ( ) ( ) 2 2 2 2 2 9 – 0 – 0 3 x y x y + = + = Logo, C(0,0) e r = 3 2-Distância do centro (0,0) à reta 1x – 1y + k = 0 2 2 1.0 1.0 21 1 k k d − + = = + 3-Calculando k sabendo que d = r 3 2 3 2 3 2 k k k = = = IMPORTANTE! Se existem dois valores para k, existem duas retas, ou seja, – 3 2 0x y + = e também – - 3 2 0x y = que satisfazem à condição imposta. Tenhamos em mente um ponto P(1,-2) que é externo à circunferência de equação ( ) ( ) 2 2 – 1 – 2 8x y+ = . Vamos determinar as equações das retas tangentes à circunferência e que passam pelo ponto P. De acordo com a equação dada, C(1,2) e 8r = . É importante lembrar que o módulo de um número real positivo é sempre o próprio número e se for negativo será o seu simétrico. Neste exemplo temos o módulo de k (|k|) ou seja k poderá ser negativo ou positivo. 7 Retas tangentes passando pelo ponto P Iremos considerar o coeficiente angular m da tangente e escreveremos a equação geral dessa reta, que passa pelo ponto P(1,-2). y + 2 = m(x – 1) y + 2 = mx – m mx – y – 2 – m = 0 A distância entre o centro C(1,2) e a reta de equação mx – y – 2 – m = 0 deve ser igual a = √8 ou seja, igual ao raio. 2 2 2 2 2 (1) 1(2) 2 8 1 2 2 8 1 4 8 1 4 8 1 m m m m m m m m − − − = + − − − = + − = + = + Para eliminar a raiz vamos elevar os dois membros ao quadrado: 2 2 2 8 – 8 0 1 1 ’ 1 ” 6 8 1 1 m m m m e m = = = = = − + Agora precisamos calcular as equações das retas 1t e 2t e substituindo m por m’ na equação geral mx – y – 2 – m = 0. Para m’ = 1, temos: y t1 C(1,2) √8 t2 O x P (1,-2) 8 (1)x – y -2 – 1 = 0 x – y – 3 = 0 Para m” = -1, temos: (-1)x – y – 2 –(- 1) = 0 -x – y – 1 = 0 vamos multiplicar tudo por -1 x + y + 1 = 0 Assim, as retas tangentes t1 e t2 são x – y – 3 = 0 e x + y + 1 = 0. 1.3. Determinação do centro e do raio de uma circunferência Para que possamos determinar o centro e o raio de uma circunferência,precisamos transformar a equação geral, através da fatoração de trinômio quadrado perfeito, em uma equação reduzida. A equação geral por sua vez, deve ter os coeficientes dos termos 2x e 2y iguais a um e não poderá existir o termo xy. Vamos considerar a equação geral 2 2– 8 6 9 0x x y y+ + + = e determinar o centro e o raio. Incialmente, vamos agrupar os termos x e y, isolando o termo independente, pois a equação está de acordo com as condições pré-estabelecidas. 2 2– 8 6 9x x y y+ + = − Agora é preciso determinar os termos que completam os quadrados perfeitos em x e y. É preciso somar nos dois membros as parcelas correspondentes, pois só assim não alteraremos a equação. Não podemos esquecer que, a equação tem o formato ( ) ( ) 2 2 2 1 2 – – x c y c R+ = e que o centro é ( )1 2, c c e o raio R. Ora, sabemos que o quadrado da diferença é ( ) 2 2 2 – 2 a b a ab b= − + e comparando com a equação concluímos que os termos de x são x e 4 e fazendo a mesma comparação com y os termos são y e 3. Vale lembrar que para o quadrado da diferença temos o quadrado do primeiro menos duas vezes o primeiro, vezes o segundo mais o quadrado do segundo e, portanto, temos ( ) 2 2 2 4 2. .4 4x x x− = − + . x2 – 8x + 42 + y2 + 6y + 32 = - 9 +42 + 32 9 Assim teremos ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 – 4 3 9 16 9 – 4 3 16x y x y+ + = − + + → + + = Agora temos a equação reduzida: ( ( ) 22 – 4 3 16)x y+ + = Daí deduzimos que pelo formato da equação que descrevemos acima, o centro (c1, c2) = (4,-3) e o raio 2 16R = e R = 4. Exercícios 1. (FUVEST-SP) Qual das equações abaixo representa a circunferência de centro (2,-1) tangente à reta de equação y=-x + 4? a) ( ) ( ) 2 2 9 – 2 9 1 2x y+ + = b) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 1 9x y+ + − = c) ( ) ( ) 2 2 2 – 2 2 1 9x y+ + = d) ( ) ( ) 2 2 4 – 2 4 1 9x y+ + = e) ( ) ( ) 2 2 4 – 2 4 – 1 9x y+ = 2. (UFV-MG) Determine a equação da reta que tangencia a circunferência cuja equação é 2 2 4 6 0x y x y+ − − = no ponto P(4,6). 3. (UFV-MG) Obtenha as equações das retas paralelas à reta s:x + y -7 =0 e que são tangentes à circunferência ( ) ( ) 2 2 : – 2 – 5 8x y + = Gabarito 1. A distância entre ponto e reta é dada pela fórmula 2 2 0 0ax by c d a b + + = + . Quando temos uma reta da forma ax0 + by0 + c = 0 e queremos encontrar a distância entre o ponto P e a reta, então vamos substituir o ponto P na reta dentro do módulo. 10 Na forma geral teremos s: x + y – 4 = 0 e sabemos que o centro tem coordenadas C(2,-1). Vamos agora encontrar a distância entre C e a reta, ou seja, o raio. s: x + y – 4 = 0 2 2 2 1 4 3 3 2 21 1 dCs − − − = = = + Logo o raio é 3 2 R = . A equação da circunferência é ( ) ( ) 2 2 2 – – x a y b R+ = e o centro é c(a, b) e o raio é R. Com as informações temos: ( ) ( ) 2 2 2 2 23 9 – 2 1 ( 2) ( 1) 22 x y x y + + = → − + + = Vamos multiplicar tudo por 2 para facilitar a resolução: ( ( )( ) ( ) ( )2 2 22 9) 2 – 2 1 2 2 – 2 2 1 9x y x y+ + → + + == . Portanto resposta correta letra c. s :a x + b y + c = 0 d P s P (X p , Y p ) 11 2. Como primeiro passo, precisamos encontrar a reta t que tangencia λ. Como temos o ponto (4,6) da reta, podemos substituir esse ponto equação ( )0 0 – – .y y m x x= Daí temos para reta t : y – 6 = m(x -4). Para obter o valor de m, vamos raciocinar o seguinte: Existe uma reta r que passa pelo centro de λ e pelo ponto P que é perpendicular à reta t que tangencia λ. Se t é perpendicular a r, então mt.mr = -1. 6 3 3 4 2 2 r y m x − = = = − e como . 1t rm m = − temos 3 . 1 2 mt = − logo 2 = 3 mt − Substituindo 2 3 m = − em y -6 = m(x – 4) concluímos que (t) 2x + 3y – 26 = 0. A reta (t) 2x + 3y -26 = 0 é a única que tangencia λ no ponto P(4,6). 3. Nosso objetivo é encontrar as retas t1 e t2 que são paralelas a reta s. Como t//s elas terão os mesmos coeficientes angulares. Assim podemos chamar a reta t de (t) y=mx + q onde mt = ms = -1 e t(y)= -x + q. r t1 P (4,6) λ C (2,3) O 12 Vimos que (t) y = -x + q, então podemos obter o valor de q utilizando a fórmula da distância do ponto à reta e para isso precisamos da equação geral da reta t: (t) x + y – q = 0. A seguir vamos calcular q pela fórmula da distâcia entre ponto e reta. Sabemos que tdC R= , onde C é o centro da circunferência e R é o raio da mesma. 8R = C(2,5) (t) 1.x + 1.y – q = 0 X0 Y0 a b c 2 2 1.2 1.5 8 1 1 q+ − = + 7 8 12 q− = 7 8 12 q− = 7 8 7 4 3 2 q q q − = → − = → = 7 8 7 4 11 2 q q q − = → − = − → = t1 λ C (2,5) t2 (s ) x + y -7 = 0 13 As retas (t) tangentes à λ são paralelas à reta são: (t1) x + y – 3 = 0 e (t2) x + y -11 = 0 ( )1 – 3 0t x y+ = e ( )2 11 0t x y+ − = Resumo Nesta aula, aprendemos os problemas com circunferência, problemas de tangência e determinação de circunferência e para isso, utilizamos vários conceitos aprendidos anteriormente, como o conceito que diz que quando a reta é tangente à circunferência, a distância do centro da circunferência à reta tangente é o raio e que a tangente é sempre perpendicular ao raio no ponto de tangência. Outro fato importante é que para determinar o centro e o raio de uma circunferência, precisamos transformar a equação geral, em uma equação reduzida. A equação geral deve ter os coeficientes dos termos 2x e 2y iguais a um e não poderá existir o termo xy. 14 Referências bibliográficas DANTE, L.R. Matemática: volume único.1ª.ed.São Paulo, Ática, 2005. PAIVA, M.Matemática:volume único.1.ed.São Paulo, Moderna, 1999
Compartilhar