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Antropologia - Resumo

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Roque de Barros Laraia - Cultura: um conceito antropológico
“A natureza dos homens é a mesma, são seus atos que os mantém separados.” Confúncio
Em outras palavras, se pertencemos todos a mesma raça (humana), qual é a razão para a diversidade cultural?
Em geral, ao se depararem com a diversidade cultural a postura dos pensadores e analistas da cultura variavam entre um olhar etnocêntrico, ou um pioneirismo relativismo cultural. 
“Etnocentrismo é uma visão de mundo onde nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.” (ROCHA, 1984)
Montaigne comentou a antropofagia dos Tupinambás:
“Não me parece excessivo julgar bárbaro tais atos de crueldade, mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que comer depois de morto;...”
Ritual tradicional entre os Tupinambás. Devorar o inimigo fazia parte do ciclo de vida dessa comunidade. Haviam outros ritos. Relativiza a suposta barbárie dos Tupinambás, visto como um povo primitivo. Ao encontrar exemplos de crueldade entre os europeus, supostamente civilizados, uma sociedade avançada. 
Relativismo Cultural
- É resultado do reconhecimento da incapacidade de mensurar a cultura de um grupo;
- É uma crítica as abordagens evolucionistas, segundo as quais sociedades e cultural podiam ser classificadas das primitivas às avançadas;
- Foi desenvolvida no seio da antropologia social e,
- Buscava romper com as comparações e a utilização de critérios independentes para emitir juízo de valor.
Assim a cultura só pode ser considerada dentro de seu próprio contexto cultural.
Determinismo biológico
São teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou grupos humanos. Entretanto, os antropólogos estão convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.
Laraia (2001) comenta que: “Muita gente ainda acredita que os nórdicos são mais inteligentes que os negros; que os judeus são mais avarentos e negociantes; que os norte-americanos são mais empreendedores e interesseiros; que os ciganos são nômades por instinto, e, finalmente, que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros, a imprevidência dos índios e a luxuria dos portugueses”.
Segundo Félix Keesing: “Não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado”.
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De acordo com Felix Keesing não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição de comportamentos culturais. Qualquer criança pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado. O antropólogo estava se opondo a uma determinada teoria que considerava velha e atribuía capacidades específicas a raças ou grupos humanos.
Assim, é o aprendizado sistemático que determina as atribuições e não o determinismo biológico. 
Laraia (2001) diz que: “Se transportarmos uma criança sueca para o Brasil logo após seu nascimento e a colocarmos sob os cuidados de uma família sertaneja, ela crescerá como tal e não se diferenciará mentalmente em nada de seus irmãos de criação.”
Endoculturação
A antropologia tem demonstrado que muitas atividades atribuídas às mulheres em uma determinada cultura podem ser atribuídas aos homens em outra.
De modo que, o comportamento do indivíduo depende do aprendizado, adquirido desde a infância até a idade adulta, a que chamamos de endoculturação.
Laraia (2001) diz em seu livro que: “O transporte de água para a aldeia é uma atividade feminina no Xingu (como nas favelas cariocas). Carregar cerca de vinte litros de água sobre a cabeça implica, na verdade, um esforço físico considerável, muito maior do eu o necessário para o manejo de um arco, arma de uso exclusivo dos homens”. 
“O exército de Israel demonstrou que sua eficiência continua intacta,mesmo depois da maciça admissão de mulheres soldados.” (LARAIA, 2001, p.10)
Determinismo Geográfico
Considera que as diferenças ambientais condicionam a diversidade cultural.
Teoria que surgiu no final do século XIX e ganhou notoriedade no início do século XX.
Em 1920, os antropólogos Franz Boas e Wissler Kroeber refutaram esse determinismo, demonstrando eu é possível coexistir diversidade cultural num mesmo ambiente físico.
Como visto anteriormente, as limitações biológicas e ambientais não conseguem explicar a diversidade cultural entre os homens. O grande mérito dos homens foi romper com as suas limitações biológicas. Por ser o único animal que possui cultura. 
“(...) sem asas, dominou os ares; (...) sem membranas próprias, dominou os mares.”
CONCEITO DE CULTURA
Tylor foi o pioneiro em propor o conceito de cultura como:
“(...) em amplo sentido etnográfico é este todo complexo eu inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.” (Tylor apud Laraia, 2001)
- A cultura determina o comportamento dos homens e justifica suas ações.
- O homem age conforme seus padrões culturais.
- A cultura é um processo acumulativo eu limita ou estimula a ação criativa do homem;
- O homem é resultado do meio cultural no qual foi socializado.
IPC:
- As diferenças físicas (genéticas) e geográficas não conseguem explicar a diversidade cultural entre os povos.
- É o processo de internalização da cultura, a endoculturação, de educação, que atribui as capacidades e os papeis de homens e mulheres na sociedade.
- O homem é o único animal que possui cultura. A cultura não é estática, ela é dinâmica, um processo em permanente construção. 
“Em 1871, Tylor definiu cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética, como diríamos hoje. Em 1917, Kroeber acabou de romper todos os laços entre o cultural e o biológico, postulando a supremacia do primeiro em detrimento do segundo em seu artigo, hoje clássico, "O Superorgânico" (in American Anthropologist, vol.XIX, n° 2, 1917).”
“O "anjo caído" foi diferenciado dos demais animais por ter a seu dispor duas notáveis propriedades: a possibilidade da comunicação oral e a capacidade de fabricação de instrumentos, capazes de tornar mais eficiente o seu aparato biológico. Mas, estas duas propriedades permitem uma afirmação mais ampla: o homem é o único ser possuidor de cultura. Em suma, a nossa espécie tinha conseguido, no decorrer de sua evolução, estabelecer uma distinção de gênero e não apenas de grau em relação aos demais seres vivos.”

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