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1/34 Prof. Dr. WALDEMIRO DE AQUINO PEREIRA NETO ESTUDO DA SUPERELEVAÇÃO Universidade Federal do Ceará Departamento de Engenharia de Transportes Considere as forças que atuam no veículo numa curva sem superelevação lateral • Se M . ac > Fyi + Fye , isto é, se a força lateral for menor que a força centrífuga, o caminhão escorrega para fora da pista antes de tombar. • Se M . ac < Fyi + Fye , isto é, se o coeficiente de atrito lateral for tal que a força centrífuga seja menor que a força de atrito lateral, a roda interna do caminhão pode levantar-se da pista (Fzi = 0 e Fze = G ). Se isso ocorre, o caminhão tomba. ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS – DETERMINAÇÃO DO RAIO Escorregamento fg M fG M FF aFFaM yeyi cyeyic . . 0. O uso de uma superelevação lateral , reduz o efeito da força centrífuga sobre o escorregamento, pois surge uma componente do peso (G sen ) que atua junto com as forças de atrito lateral para contrabalançar o efeito da força centrífuga, como ilustrado na figura ao lado. ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS Logo, M . ac . cos - G . sen - Fyi - Fye = 0 cos cos.sen cos. cos..sen. f g M fGG ac )(tan fgac Chamando a superelevação lateral e = tan , a máxima aceleração centrífuga admissível é: ac = g (e + f ) ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS Pode-se determinar o raio mínimo da curva a partir da velocidade de projeto, do coeficiente de atrito lateral e da superelevação lateral, pois sabe-se que ac = (v 2 / R ) )( )( 2 min 2 feg v Rfeg R v )(127 maxmax 2 min fe V R Rmin : raio mínimo da curva horizontal [m]; V : velocidade de projeto [km/h]; emax : superelevação lateral [m/m]; e f max: coeficiente de atrito lateral. ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS RAIO MÍNIMO 6/34 • Superelevação máxima – condições climáticas: chuva, gelo – região: urbana ou rural – freqüência de tráfego lento • [emáx (AASHTO) = 0,12] • [emáx (DNER) = 0,10] • Coeficiente de atrito máximo • [ftmáx (AASHTO) = 0,19 - V / 1600] (V em km/h) Valores máximos de Superelevação (%) ATENÇÃO!!!! – Existe também a possibilidade de ocorrência do Tombamento dos veículos: Considere as forças que atuam no tombamento numa curva sem superelevação lateral. M.ac G C.G. R t Fzi Fyi Fye Fze h M : massa do caminhão [kg]; ac: aceleração centrífuga [m/s 2]; h : altura do centro de gravidade [m]; G : peso do caminhão [N]; t : bitola do caminhão [m]; e Fzi : normal na roda interna do caminhão [N]. ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS O momento de tombamento que atua no ponto de contato da roda externa é: 0. 2 . tF t GhaM zic t G Ft h g a GtF t GhaM zi c zic 2 )(. 2 .. Num movimento circular uniforme, a situação limite para o tombamento é quando Fzi = 0. Logo a aceleração centrífuga passa a ser: g h t h tg ac 2.2 . max ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS Considere o esquema de forças que atuam no tombamento numa curva com superelevação lateral. O momento vai sofrer ação de duas novas forças que atuam na perpendicular à pista (G cos ) e paralelamente à pista (G sen). M . ac . h cos - G sen . h + Fzi . t cos - G cos (t/2) = 0 ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS Como os ângulos de superelevação lateral são normalmente pequenos, pode-se admitir que (sen = tan =e ; cos = 1). M . ac . h - G. e . h + Fzi . t - G . (t/2) = 0 Para limiar de tombamento Fzi = 0 então: M . ac . h - G. e . h - G . (t/2) = 0 ou h tehg ac 2 )2( h gt geac 2 ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS Seção Transversal Plana: Seção Transversal com Superelevação: Escorregamento: Tombamento: ) 2 ( h t egac ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS g h t ac 2 ac = g (e + f ) ac = g (e + t/2h ) Tombamento: Acmáx ESTABILIDADE LATERAL EM CURVAS HORIZONTAIS É A INCLINAÇÃO TRANSVERSAL NECESSÁRIA NAS CURVAS A FIM DE COMBATER A FORÇA CENTRÍFUGA DESENVOLVIDA NOS VEÍCULOS E DIFICULTAR A DERRAPAGEM/TOMBAMENTO. R V fe 127 2 R: RAIO DA CURVA, EM METROS; V: VELOCIDADE DE PROJETO EM km/h; e: TAXA DE SUPERELEVAÇÃO; f: COEFICIENTE DE ATRITO TRANSVERSAL PNEU/PAVIMENTO Superelevação A segurança e o conforto nas rodovias sofrem a influência direta da superelevação. A principal característica a ser estabelecida é a taxa máxima de superelevação, determinada em função de fatores como: • Condições climáticas • Condições topográficas do local • Localização (área rural ou urbana) • Velocidade média de tráfego Superelevação VALORES DOS RAIOS ACIMA DOS QUAIS A SUPERELEVAÇÃO É DISPENSÁVEL 5000 5000 4050 3200 2450 1800 1250 800 450 R (m) >100 100 90 80 70 60 50 40 30 VDIRETRIZ (km/h) FONTE: DNER Superelevação Superelevação Superelevação VALORES ADMISSÍVEIS PARA AS TAXAS MÁXIMAS DE SUPERELEVAÇÃO emax CASOS DE UTILIZAÇÃO 12% Máximo absoluto em circunstâncias específicas 10% Máximo normal. Adequado para fluxo ininterrupto. Adotar para as rodovias Classe 0 e Classe I em regiões planas e onduladas. 8% Valor superior normal. Adotar para rodovias Classe I em regiões montanhosas e rodovias das demais classes de projeto. 6% Valor inferior normal. Adotar para projetos em áreas urbanizadas ou em geral sujeitando o tráfego a reduções de velocidades de parada. 4% Mínimo. Somente em situações extremas. Atenção: Evitar utilizar o raio mínimo para curvas com deflexão de até 5°, evitando assim a obtenção de Desenvolvimento muito curtos. )(127 maxmax 2 min fe V R D = . Rc . AC / 180 Segundo as normas de Projeto de Estradas do DNIT para a extensão do desenvolvimento da curva: D = 30 . (10 – AC) Escolha da Superelevação Escolha da Superelevação PARALELOGRAMO DE VALORES ACEITÁVEIS Escolha da Superelevação A melhor superelevação para cada curva deve levar em conta o fator conforto. Assim definir a curva de conforto máximo dentro do paralelogramo. Métodos: 1) f = 0, considerando o veículo na velocidade de projeto. 2) f = 0, considerando o veículo na velocidade média (Método de Barnett). 3) Utiliza a Diagonal Maior do Paralelogramo – A superelevação e o coeficiente de atrito variam sempre na mesma proporção. 4) Método AASTHO, valores intermediários entre os critérios 2 e 3 Escolha da Superelevação MÉTODO DE OBTENÇÃO DA SUPERELEVAÇÃO VARIAÇÃO DO ATRITO Escolha da Superelevação VALORES DA SUPERELEVAÇÃO – AASHTO emáx = 4% VALORES DA SUPERELEVAÇÃO – AASHTO emáx = 6% Escolha da Superelevação VALORES DA SUPERELEVAÇÃO – AASHTO emáx = 8% Escolha da Superelevação VALORES DA SUPERELEVAÇÃO – AASHTO emáx = 10% Escolha da Superelevação VALORES DA SUPERELEVAÇÃO – AASHTO emáx = 12% SUPERELEVAÇÃO O processo da distribuição é dividido em duas etapas: 1) Eliminação da superelevação negativa. 2) Obtenção da superelevação e% dentro do trecho circular. DISTRIBUIÇÃO DA SUPERELEVAÇÃO Os processosde distribuição da superelevação são baseados na posição do centro de giro dos pavimentos e são os seguintes: • Giro em torno do eixo da pista (1). • Giro em torno da borda interna da pista (2). • Giro em torno da borda externa da pista (3).