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Gestao estoque armazenagem

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Gestão de Estoques e 
Armazenagem
1ª edição
2017
Gestão de Estoques e 
Armazenagem
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Fernando Ressetti Pinheiro Marques Vianna
Sérgio Rafacho
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
44
Sumário
Unidade 1
Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis .........5
Unidade 2
Armazenagem de Produtos ........................................21
Unidade 3
Atividades de Manuseio e Acondicionamento de 
Materiais .......................................................................38
Unidade 4
Controle de Estoques ..................................................56
Unidade 5
Custos Relacionados a Estoque ..................................77
Unidade 6
Planejamento das necessidades de materiais........103
Unidade 7
Inventário e Estoque de Segurança .........................126
Unidade 8
Sistema Lean e a gestão de estoques ......................144
1
5
Unidade 1
Estoques: fundamentos e 
princípios aplicáveis
Para iniciar seus estudos
A Gestão de Estoques é um tema de fundamental importância dentro 
da organização, sendo responsável pela manutenção de grande parte 
dos recursos organizacionais. O estudo desta disciplina permite ao aluno 
identificar as atividades, na Gestão de Materiais e Logística, relacionadas à 
movimentação, armazenagem e compras, iniciando uma importante per-
cepção da gestão de recursos materiais.
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar ao aluno a origem do conceito de Estoques;
• Definir as razões para manutenção de estoques;
• Apresentar o papel do estoque dentro da cadeia de suprimentos;
• Viabilizar a classificação e características dos materiais (matéria-
prima, componente, produtos em processo, produtos acabados).
6
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
1.1 Origem e Conceito de Estoques
A Gestão de Estoques tem sua origem na relação entre itens demandados por um determinado processo ou 
por clientes e aquilo que é necessário ser produzido. Quando uma determinada organização opta por adquirir 
matéria-prima ou componentes, com o intuito de produzir um bem ou um produto, isso raramente acontece 
em uma sequência imediata, com um fluxo contínuo, desde a aquisição do material, até a execução do processo 
produtivo. Para isso, as organizações costumam manter estoques, que funcionam como uma espécie de garantia 
de que o material estará disponível no momento exato em que a produção for executada.
1.1.1 Estoque e a estratégia organizacional
Toda organização executa suas atividades, assim como desenvolve suas operações, a partir de um planejamento 
pré-estabelecido. Isso ocorre devido aos objetivos das organizações, que podem variar, sendo o objetivo princi-
pal o lucro, no caso de uma indústria; o melhor atendimento a pacientes, no caso de um hospital; e, até mesmo, 
garantir o desenvolvimento adequado da família, no caso de uma simples organização familiar. 
Nesse último caso, podemos imaginar uma família, composta por dois adultos, com dois filhos de no máximo 
10 anos de idade. Os adultos dessa família, assim como a gerência de uma organização industrial, sabem que os 
processos a serem executados no dia a dia demandam matéria-prima e materiais, por isso, adquirem aquilo que 
é necessário, armazenando-os em locais adequados, buscando facilitar a execução das operações. 
Figura 1.1: Despensa com gêneros alimentícios.
Legenda: Despensa para armazenagem de gêneros alimentícios.
Disponível em: <http://br.123rf.com/photo_21645202_prateleiras-de-armazenamento-em-despensa-com-caseiros-frutas-
e-vegetais-enlatados-em-conserva.html?term=food%2Bpantry&vti=ngcp38qdgkl5p2680f>. Acesso em: 14 abr. 2017.
7
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
No caso da indústria, sempre que é emitido um pedido pelo departamento de vendas, o estoque será acionado 
e deverá disponibilizar à linha de produção os materiais necessários para o atendimento do pedido emitido. Em 
uma residência, no momento em que os filhos demandam recursos, como refeições, por exemplo, os adultos 
responsáveis buscarão em sua despensa (estoque) os materiais necessários para a produção daquela refeição. 
Note que o cuidado que os adultos terão com os alimentos são os mesmos cuidados que uma indústria terá com 
seus materiais, mas em escalas menores, pois a armazenagem, em ambos os casos, deverá obedecer padrões 
pré-estabelecidos pelo fornecedor, assim como a gestão de estoque deverá ser precisa. Caso contrário, tanto o 
cliente, na indústria, quanto os filhos, na família, não terão suas demandas atendidas, gerando problemas para 
as organizações. 
Muitas vezes observamos situações como a aquisição excessiva de materiais ou a incor-
reta armazenagem de produtos e materiais dentro das organizações ou indústrias, mas não 
observamos a mesma situação nas residências. Qual seria o comportamento adequado a ser 
transferido de uma realidade para a outra?
1.1.2 Origem dos estoques
Os estoques se originam de diferentes prioridades dentro das organizações, caracterizando-se, principalmente, 
pelos fatores que influenciam suas operações. As diversas razões que fazem com que as organizações optem por 
possuir estoques podem variar e partir desde questões operacionais e econômicas, passando por questões con-
tingenciais, até meramente especulativas. 
Razões operacionais e econômicas
Trata-se dos estoques que as organizações mantêm para não correrem o risco de perderem uma venda, atrasa-
rem uma determinada entrega ou, ainda, não se depararem com paradas de produção. Os problemas gerados 
são operacionais, por comprometerem o correto fluxo das operações dentro das organizações, e econômicos, 
devido a situações como: 
• Perda de venda: a perda de venda impacta fortemente nas operações da organização, pois, além de não 
obter a receita, a organização pode se deparar com uma situação de desconfiança do mercado, tendo 
em vista que, atualmente, a comunicação entre as organizações é muito rápida e dinâmica. Muitas vezes 
o atraso ou não atendimento a um determinado cliente pode gerar uma reação em cadeia nas vendas 
daquela organização.
• Ociosidade da linha de produção: ao buscar a redução de estoque, sem a devida análise das demandas 
e dos níveis de segurança do estoque, a organização pode se ver obrigada a arcar com os custos de 
uma linha de produção completa e disponível para o funcionamento, mas sem o material necessário 
para a produção dos bens demandados pelos clientes. Uma prática comum entre grandes indústrias, 
8
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
como montadoras de veículos, é a formalização, por meio de uma cláusula contratual, de consequências 
financeiras, como multas pesadas, no caso do fornecedor não cumprir os prazos firmados em contrato.
• Aquisição de materiais no varejo ou fornecedores desconhecidos: a falta de material em estoque, 
muitas vezes, pode trazer como consequências à organização uma elevação dos custosde produção devido 
à aquisição de material em fornecedores próximos, ou em estabelecimentos varejistas, com o intuito de 
atender a uma demanda específica, evitando o atraso, mas não permitindo a negociação de preços de 
compra, pois a prioridade, nesse caso, passa a ser a velocidade de aquisição. Essa situação é bastante 
comum nas organizações que não planejam adequadamente seus estoques, o que traz consequências 
em cadeia muito negativas. Por exemplo, a organização vende o produto por um determinado preço, 
que leva em conta o custo de produção baseado no fornecedor X; no entanto, o prazo de entrega desse 
fornecedor não permite à organização esperar o próximo lote, e seu estoque já está escasso, obrigando, 
dessa forma, a organização adquirir os materiais em um fornecedor Y, o que que terá um custo mais 
elevado, reduzindo suas margens.
• Oportunidade de negócio: para organizações que dispõem de espaços físicos e estruturas que 
viabilizam a manutenção de estoques, algumas oportunidades de negócio devem ser observadas, uma 
vez que, muitas vezes, os fornecedores podem estar desejando reduzir seus estoques, pelos mais diversos 
motivos, como renovação de linha, redução, necessidade de capital de giro, entre outros. Nesses casos, 
é importante que a organização avalie se a aquisição pode ser uma oportunidade ou, apesar de parecer 
algo positivo, se os custos de armazenagem podem ser maiores que os descontos oriundos da compra 
promocional. 
Razões contingenciais
A formação de estoques por questões contingenciais tem uma relação com a preservação ou reserva, ou seja, em 
determinados cenários, tanto organizações como uma população inteira podem passar por situações nas quais 
percebem que os fornecedores de insumos podem reduzir suas produções, ou até mesmo parar de produzir por 
determinados períodos. Essas situações acontecem principalmente em dois cenários:
• Guerras: em caso de guerras ou conflitos em determinadas regiões, tanto a produção de bens pode ser 
comprometida quanto a distribuição e entrega de produtos. Não é uma situação incomum, nesses casos, 
a negociação de curtas tréguas entre os polos envolvidos em um conflito, para que Organizações não 
Governamentais (ONGs) possam chegar às regiões atingidas por conflitos, abastecendo as populações 
com suprimentos necessários à sobrevivência.
• Desastres naturais: situações como furacões, terremotos e grandes alagamentos acabam 
comprometendo a distribuição de materiais e itens de primeira necessidade, assim como comprometem 
a entrega de insumos necessários ao funcionamento das linhas de produção das organizações. Em ambos 
os casos, podemos observar famílias correndo a supermercados e lojas de materiais de construção, a 
fim de garantir suas próprias operações cotidianas, e organizações que buscam garantir materiais para o 
funcionamento de suas linhas de produção.
Razões especulativas
Questões relacionadas à especulação não são raras e acabam afetando tanto o custo de insumos e matérias 
quanto a sua disponibilidade no mercado. Essa especulação ocorre por variadas razões, podendo ser gerada por 
fatores econômicos, que impactam o custo, principalmente, das operações e fatores produtivos relacionados a 
um determinado insumo. No Brasil, algumas situações ilustram exatamente como esse fenômeno ocorre. No 
9
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
final da década de 1920 e início da década de 1930, com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, o governo 
brasileiro viu seus produtores de café com estoques enormes sem um destino de venda, o que o motivou a com-
prar as sacas e queimá-las. 
Outra situação que vale lembrarmos é a da inflação que o Brasil enfrentava na década de 1980, chegando aos 
235,13% em 1985. Essa situação fazia com que os preços fossem atualizados, nos supermercados, diariamente, 
o que desenvolveu nos brasileiros a prática da compra mensal de insumos, ou seja, no momento em que recebia 
o salário, muitas vezes no mesmo dia, o consumidor dirigia-se ao supermercado para efetuar uma compra que 
continha um estoque mensal de insumos para a família, considerando que o salário recebido no dia desvalori-
zava-se já no dia seguinte e os produtos teriam seus preços atualizados. 
O filme “Tempos Modernos” (1936), de Charles Chaplin, é um ícone da era pós-Revolução 
Industrial e nos permite refletir sobre as condições de trabalho. Agora que você está tendo 
contato com a disciplina de Gestão de Estoques, é interessante analisar a diferença entre 
os modelos de trabalho, a preocupação com desperdícios e a melhoria contínua na época 
representada pelo filme e os modelos fabris atuais. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=ieJ1_5y7fT8>. Acesso em 14 abr. 2017.
1.2 Manutenção de estoques
Após analisarmos os fatores responsáveis pela geração dos estoques dentro das organizações, podemos verifi-
car as razões que ensejam uma organização a manter estoques, principalmente quando estamos abordando a 
necessidade de competitividade da organização. 
Quando mencionamos competitividade e estoque, o que buscamos é a relação entre a manutenção do estoque 
dentro da organização e todo o investimento necessário para tal, e quais as vantagens competitivas que essa 
manutenção trará à organização, uma vez que, como iremos estudar adiante, o estoque é um importante gera-
dor de custos. Sendo assim, analisaremos as motivações das organizações para trabalharem com estoques.
• Nível de serviço: no momento em que existe a demanda, os estoques garantem o atendimento aos 
clientes, tanto internos quanto externos, mais rapidamente. Podemos imaginar um cliente que passa por 
uma loja do McDonald’s, por exemplo, em um dia de calor, dirige-se a ela e pede um sorvete. No entanto, 
por não ter um estoque adequado para garantir as vendas que aumentam em dias de calor, não efetuar 
a correta previsão e relacioná-la à cadeia de suprimentos, a loja não tem o sorvete e acaba perdendo a 
venda. Podemos dizer, nesse caso, que o nível de serviço foi comprometido, uma vez que, mesmo com 
promoções, qualidade de sabor, entre outros fatores, a necessidade do cliente não foi atendida. Outro 
exemplo interessante é o caso da Amazon.com, que vem desenvolvendo pequenos estoques em cidades 
norte-americanas, com o intuito de reduzir o tempo de entrega de seus produtos aos clientes. Dessa 
forma, com um serviço inovador, a Amazon cadastra pessoas que possam passar nesses estoques e 
entregar o produto em um local, sem, necessariamente, depender de serviços profissionais de entrega. 
Essa é uma situação na qual estoques estão incrementando os níveis de serviço da organização. Podemos 
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Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
perceber que, mesmo com um investimento em marketing, recursos humanos, entre outros, a correta 
Gestão de Estoque acaba impactando diretamente no nível de serviço da organização.
• Incentivo da melhoria contínua e acuracidade: a palavra acuracidade é muito aplicada na Gestão de 
Estoques e será muito vista por nós nesta disciplina. A acuracidade significa a precisão ou a exatidão das 
informações do estoque, relacionadas àquilo que o estoque contém fisicamente. Quando falamos em 
melhoria contínua e manutenção de estoque, estamos, na verdade, buscando o melhor equilíbrio dos 
fluxos dentro da organização. Ou seja, o gestor de estoques analisará constantemente a sua demanda, 
relacionando-a com sua capacidade de estocagem e tempo de ressuprimento, para que não sofra com 
paradas de linha, mas ao mesmo tempo não necessite de grandes volumes de produtos parados em 
estoque, o que significa custo de armazenagem e recursos parados.
• Proteção da organização: em muitos casos, a manutenção do estoque é a principal forma que a 
organização encontra para proteger-se de variações econômicas e contingênciasespecíficas. Em casos 
de organizações que importam determinados insumos, muitas vezes seus volumes de importação não 
viabilizam o transporte imediato, sendo necessário aguardar a consolidação das cargas, junto a outras 
cargas, para que sejam transportadas. No entanto, essa situação pode demorar mais tempo que o 
idealizado pela organização, fazendo com que a opção por formação de estoque acabe sendo uma opção. 
Outra situação que devemos analisar diz respeito às variações cambiais em casos de insumos ou produtos 
importados. Dependendo do ambiente organizacional e do cenário econômico, a organização pode ter 
na manutenção de estoque a garantia da sustentabilidade de seu negócio, pois variações cambiais e 
oscilações muito significativas podem comprometer as realizações da organização.
Ao mencionar clientes internos, devemos pensar no processo produtivo como uma sequ-
ência de atividades realizadas, em que seu produto é entregue à próxima atividade. Essa 
expressão denota a atenção que um processo deve ter com o posterior, garantindo que o 
processo seguinte receba o “produto” com uma qualidade satisfatória.
1.3 O que é cadeia de suprimentos
A cadeia de suprimentos da organização funciona como uma grande rede que conecta diversas organizações, de 
diferentes locais, interagindo em prol de um objetivo comum, nesse caso, a produção de bens, produtos e servi-
ços. Um importante aspecto a ser observado na cadeia de suprimentos diz respeito ao nível de interação entre as 
organizações que a compõem, considerando que a necessidade de troca constante de informações e confiança 
entre seus elementos garante a maior eficiência na sua gestão.
11
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
Figura 1.2: Cadeia de Suprimentos
Feedback
Entradas Processamento Saídas
Eficiência
Legenda: Visão sistêmica da empresa.
Fonte: Adaptado de Oliveira (2002).
Ao analisarmos o processo produtivo no quadro acima, podemos observar que tal processo é composto por diver-
sos elementos. A integração entre esses elementos é fundamental, pois a troca de informações é constante, em 
busca do melhor aproveitamento dos recursos e visando o atendimento das demandas organizacionais. Quando 
apresentamos as “entradas”, encontramos alguns itens que fazem parte fundamental do processo, como: 
• Recursos Humanos: operadores, vendedores, administradores, gestores, etc.;
• Recursos Financeiros: dinheiro, contas a pagar, contas a receber etc.;
• Recursos Patrimoniais: máquinas, prédio ou instalações, veículos etc.;
• Recursos Materiais: insumos, equipamentos de segurança, componentes etc.
Ainda podemos inserir outros recursos intangíveis, como tempo de trabalho, energia empenhada, entre outros. 
O importante é sabermos que todas essas entradas serão processadas e resultarão em bens e produtos que serão 
consumidos por clientes.
Nesse caso, podemos avaliar o estoque em três situações separadas, mas complementares:
• Estoque de matéria prima e insumos: ao receber o material que servirá como insumo para o 
abastecimento do processo produtivo, a organização deverá armazenar esses itens, assim como calcular 
corretamente, por meio de ferramentas de controle de estoque, quais os lotes mais adequados à 
demanda, como esses materiais deverão ser armazenados e a forma com que serão disponibilizados à 
linha de produção;
• Estoque de materiais em processo: ao dispensar o material ao longo do fluxo de produção, a organização 
irá se deparar com estoques formados por produtos que ainda estarão sendo beneficiados, ainda em 
transformação, devendo controlar o estoque desses materiais. O objetivo é reduzir os possíveis gargalos 
produtivos, ou seja, evitar que uma atividade mais lenta seja sobrecarregada pelo produto da atividade 
anterior, assim como evitar que o processo posterior tenha sua capacidade ociosa;
• Estoque de produtos acabados: ao final da linha de produção, os produtos acabados deverão ser 
armazenados de acordo com suas características e necessidades de preservação, assim como deverão 
estar aptos à movimentação necessária. Veremos as questões relacionadas à Armazenagem e Embalagens 
ao longo de nossa disciplina.
12
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
1.1.3 Evolução da Gestão de Estoques
Ao longo do tempo, a visão que os gestores possuíam do estoque passou por uma importante transformação. Se 
até o final dos anos 1920, o modelo T, da Ford, era produzido em larga escala, sem um controle de produção, os 
japoneses, na década de 1950, verificaram que, sem controle de estoque e dos processos, seria impossível com-
petirem com as indústrias ocidentais. Vamos verificar quais são as influências das fases da produção na Gestão de 
Estoques através da análise de importantes fatores e organizações industriais de cada período.
• Período pós-Revolução Industrial: após o início da utilização de motores a vapor, a inauguração da 
primeira ferrovia na Inglaterra e as operações baseadas em peças intercambiáveis viabilizada por Eli 
Withney, unida às teorias de Frederick Taylor e sua Administração Científica, pudemos observar uma busca 
incessante pela produção em escala. Grande admirador das teorias de Taylor, Henry Ford lançou, em 1908, 
seu modelo T, que era produzido em escalas impressionantes para a época. Nessa época, a preocupação 
que existia com os estoques era apenas uma: garantir a produção de volumes cada vez maiores. Assim, 
Ford desenvolveu uma fábrica na região metropolitana de Detroit, em uma localidade chamada Rouge, 
um colosso industrial com 93 prédios, sendo 23 de grande porte, 75 mil trabalhadores, sendo cinco mil 
apenas na limpeza, com siderúrgica e fábrica de vidros próprias. Nesse momento, o estoque funcionava 
única e exclusivamente como um armazenador de materiais, não havendo um controle de qualidade, de 
lotes ou de itens produzidos.
• Visão japonesa do estoque: no período pós-Segunda Guerra Mundial, devido à situação econômica por 
que passava, e características logísticas peculiares à região, a montadora japonesa Toyota foi obrigada 
a desenvolver um sistema que reduzisse ao máximo o desperdício em seus processos, para que, dessa 
forma, conseguisse consumir menos recursos, ter menores estoques, e melhorar seus resultados. Do 
controle de desperdícios originou-se o modelo Just in time, que estudaremos ao longo de nossa disciplina.
• Gestão de Estoques e a Tecnologia da Informação: na esteira da performance da Toyota, as indústrias 
perceberam que a manutenção de grandes estoques podem ser grandes focos de desperdícios, e, com a 
evolução dos modos de transportes e a constante redução de distâncias devido à globalização e às novas 
tecnologias, a troca de informações em tempo real permitiu a otimização nos tempos de reposição, assim 
como a troca de informações entre fornecedores e consumidores. Isso vem sendo aprimorado ao longo 
dos últimos anos. Veremos em nossa última unidade o que as novas tecnologias estão proporcionando 
em relação à melhoria da Gestão de Estoques.
1.4  Classificação  e  características  de  materiais  que 
compõem os estoques
Para podermos seguir com os próximos conteúdos relacionados aos estoques, precisamos, antes de mais nada, 
entender quais são os tipos de materiais que compõem os estoques, em quais situações eles são utilizados, e 
como os classificamos. Buscaremos contextualizar aqui a classificação de acordo com a utilização, apresentando 
também uma aplicação prática, facilitando, assim, a compreensão.
Os tipos de materiais utilizados pelas organizações que o gestor de estoques precisa ter pleno conhecimento, são:
• Matérias-primas;
• Componentes;
• Produtos ou materiais em processo;
13
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
• Produtos acabados;
• Materiaisem manutenção; e
• Materiais de expediente e limpeza.
Analisaremos a seguir cada um desses materiais.
1.4.1 Matérias-primas
As matérias-primas têm como principal característica o fato de que serão processadas e modificadas, com o 
intuito de tornar-se um produto acabado. As matérias-primas seriam a base do processo produtivo, levando-se 
em conta que todo o processo depende desses materiais para viabilizarem um produto final. 
A transformação e a incorporação das matérias-primas pode ser efetuada tanto de forma manual quanto por 
máquinas e equipamentos, a depender dos investimentos da organização, características do processo, caracte-
rísticas do material, dentre outras. 
As diferentes matérias-primas e as diferentes formas de transformação demandam cuidados específicos. Na 
Tabela 1.1, podemos observar alguns exemplos de matérias-primas e os processos nos quais podem estar inseri-
das, e quais as medidas a serem adotadas pela organização.
Tabela 1.1: Exemplos de matérias-primas.
Matéria-prima Processo Medidas de estocagem
Chapa de aço Fabricação de bens como veículos, 
eletrodomésticos, entre outros
Os cuidados relacionados à 
estocagem estão atribuídos à 
movimentação, devido ao volume.
Grãos (soja, arroz, 
café etc.)
Fabricação de produtos alimentícios, 
óleos, entre outros.
Os cuidados estão relacionados 
à sua perecibilidade, na 
movimentação, e ao desperdício.
Petróleo Produção de óleos, combustível, asfalto. Por se tratar de um produto 
altamente inflamável, os cuidados 
na estocagem devem atender a 
normas de segurança.
Legenda: Exemplos de matérias primas, suas aplicações e medidas adotadas no processo de estocagem. 
Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de Alvarenga e Novaes (2000).
Lembrando ainda que, ao classificar um item como matéria-prima, devemos sempre considerar a sua transfor-
mação – ao longo do processo, esse material é transformado, perdendo suas características iniciais. Caso contrá-
rio, estaremos nos deparando com um componente.
14
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
1.4.2 Componentes
Os componentes, assim como as matérias-primas, são incorporados a determinado bem ou produto. No entanto, 
mesmo fazendo parte desse bem ou produto, os componentes não perdem sua característica. Podemos dizer 
que, mesmo sendo peça fundamental naquele determinado produto, o componente mantém suas característi-
cas originais. 
Peguemos, por exemplo, o pedal de uma bicicleta, como na Figura 1.3, ou o zíper de uma mala de viagem, como 
na Figura 1.4. Mesmo sendo partes fundamentais no processo de montagem de um determinado produto, 
ambos os componentes não perdem sua forma quando incorporados ao produto. Ao serem adquiridos e estoca-
dos, estes itens serão adicionados ao produto final, exatamente da forma como chegaram ao estoque.
Figura 1.3: Pedal de uma bicicleta: componente.
Legenda: O pedal da bicicleta é um exemplo de componente, por não ter 
sua forma alterada ao longo do processo produtivo. 
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=27243493>. Acesso em: 14 abr. 2017.
15
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
Figura 1.4: Zíper: componente de malas e mochilas.
Legenda: O zíper utilizado em malas e mochilas é um exemplo de componente, 
por não ter sua forma alterada ao longo do processo produtivo. 
Disponível em: <https://pixabay.com/pt/zip-grey-saco-1557725/>. Acesso em: 14 abr. 2017.
1.4.3 Produtos ou materiais em processo 
Os produtos ou materiais em processo também são chamados de Work in Process (WIP), e sua principal caracte-
rística é o fato de, apesar de já terem sido transformados ou já fazerem parte de um produto, ainda não estarem 
acabados, precisando passar por algum processo ou atividade. 
Essa denominação é muito importante na cadeia produtiva, pois, ao saber exatamente o estoque de WIP exis-
tente em cada etapa do processo, o gestor logístico ou gestor da linha de produção poderá trabalhar a veloci-
dade dessa linha, evitando assim a ociosidade das etapas que já terminaram sua atividade, não sobrecarregando 
aquelas que ainda possuem demanda. 
Se analisarmos uma linha de montagem de sanduíches personalizados, cada funcionário é responsável por uma 
determinada fase ou processo. No entanto, de nada adianta o funcionário responsável pela primeira etapa ser 
extremamente veloz, se a etapa seguinte ou o funcionário responsável pelo caixa não tiver uma dinâmica seme-
lhante, pois o tempo ganho pelo primeiro processo será perdido na etapa final. Para isso, o gestor logístico ou de 
produção deverá balancear a linha, permitindo também a correta armazenagem dos sanduíches que já passaram 
pela etapa inicial, mas ainda não foram finalizados.
Na Tabela 1.2 temos o exemplo de matérias-primas que, no momento descrito, fazem parte do estoque de pro-
dutos em processo ou Work in Process: 
16
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
Tabela 1.2: Exemplos de matérias-primas de produtos em processo.
Matéria-prima Momento do processo Produto final
Chapa de aço Corte da chapa para beneficiamento 
e incorporação ao fogão.
Fogão
Grãos (soja, arroz, café etc.) Arroz já moído, transformado em 
farinha.
Utilizada em diversos alimentos, 
a farinha de arroz, no momento 
posterior à moagem, será 
incorporada a algum alimento, 
como bolo, massas, entre outros. 
Petróleo Refinamento do petróleo através de 
aquecimento.
Gasolina
Legenda: Exemplos de matérias-primas de produtos em processo.
Fonte: Ballou (2012).
1.4.4 Produtos acabados
Os produtos acabados fazem parte do estoque final da organização. Em muitos casos, as organizações preferem 
trabalhar com estoques de produtos acabados já prontos para entrega. Mesmo trabalhando com estoques que 
atendam a eventuais demandas não programadas, grande parte das organizações que trabalham com metodo-
logias como Just in Time e Lean Manufacturing buscam reduzir seus tempos de processos e Lead Times, entregando 
mais rapidamente os produtos, evitando a formação de estoques. 
Lead Time é o tempo de processo, do início ao fim de uma determinada atividade, ou seja, do 
momento em que chega o pedido ou a demanda até o executor da atividade ou do processo, 
até o momento em que é entregue a quem requisitou. 
Glossário
A formação de estoques de produtos acabados tem uma relação estreita com a previsão de demanda das orga-
nizações. Uma organização que possua uma previsão de demanda consistente e um produto que não sofra com 
as incertezas de mercado, poderá trabalhar com estoques reduzidos e atender às demandas. Já uma organização 
que sofra impactos de incertezas de mercado pode acabar elevando seus custos de armazenagem com estoques 
volumosos, ou perder vendas, caso seus níveis de estoque não atendam a eventuais demandas.
17
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 1 - Estoques: fundamentos e princípios aplicáveis
1.4.5 Materiais em manutenção
Os materiais em manutenção são os materiais adquiridos pela organização com o intuito de reparar suas máqui-
nas e efetuar as manutenções em seus equipamentos. Conhecidos também pela sigla MRO (Manutenção, Repa-
ros e Operações), exigem do gestor de estoques uma atenção especial, pois, muitas vezes, no caso de uma orga-
nização que trabalhe com manutenções produtivas, sem a necessidade de muitas paradas, o estoque desses 
itens pode acabar atingindo importantes volumes. Os exemplos mais comuns que nos permitem ilustrar, e apa-
recem nas Figuras 1.5 e 1.6, respectivamente, são fusíveis e lâmpadas.
Figura 1.5: Fusível.
Legenda: Exemplo de produto para manutenção e reparo. 
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=124710>. Acesso em 14 abr. 2017.
Figura 1.6: Lâmpada deLED.
Legenda: Exemplo de produto para manutenção e reparo. 
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=41887069>. Acesso em 14 abr. 2017.
1.4.6 Materiais de expediente e de limpeza
São materiais destinados, principalmente, ao atendimento de demandas de expediente dentro das organizações, 
não interferindo diretamente no processo produtivo. No entanto, é importante o seu controle, a fim de garantir 
o nível de serviço. De acordo com a filosofia japonesa de redução de desperdícios, todos os processos devem ser 
encarados com seriedade e controlados para serem melhorados.
18
Considerações finais
Nesta unidade, foram apresentados os conceitos iniciais da Gestão de 
Estoques, devendo ser entendidos os seguintes pontos:
• O conceito de estoque está presente no cotidiano das pessoas e 
das organizações, sendo importante analisarmos os aspectos que 
envolvem a gestão do estoque da organização da qual fazemos parte;
• A classificação dos materiais encontrados dentro dos estoques 
e suas principais características, assim como exemplos de cada 
material, permitem ao aluno perceber as diferenças na prática;
• A evolução da Gestão de Estoques deixa de ser simplesmente uma 
atividade de armazenagem para agregar valor ao processo produtivo;
• As razões que motivam as organizações a empenharem maior 
atenção aos estoques garantem o atendimento das demandas e 
elevados níveis de serviços.
Referências bibliográficas
19
ALVARENGA, A. C.; NOVAES, A. G. N. Logística Aplicada: Suprimento e 
Distribuição Física, 3.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística 
Empresarial. Tradução: Hugo T. Y. Yoshizaki, 1.ed., 26.reimp., São Paulo: 
Atlas, 2012.
OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas. Organização & Métodos: O&M – uma abor-
dagem gerencial. 13.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
21
2Unidade 2
Armazenagem de Produtos
Para iniciar seus estudos
Dentro da Gestão dos Estoques, acabamos nos deparando com algumas 
atividades que impactam no ganho de competitividade da organização e, 
entre essas atividades, a armazenagem dos materiais é de suma impor-
tância. A noção de armazenagem é um requisito fundamental ao gestor 
Logístico e ao Gestor de Estoques, tendo em vista que sua correta execu-
ção acarreta importantes ganhos para os processos da organização. 
Objetivos de Aprendizagem
• identificar as necessidades de espaços físicos;
• apresentar as funções de armazenagem; 
• identificar os tipos de depósitos;
• definir as possibilidades de arranjo dos produtos no armazém.
22
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
2.1 Necessidades de Espaços Físicos e Histórico da 
Evolução da Utilização e Otimização dos Espaços dentro das 
Organizações 
A armazenagem e o manuseio dos materiais têm grande relevância na atividade de estocagem dos produtos. 
Se até o momento classificamos os materiais que fazem parte do estoque, nesta unidade abordaremos uma das 
atividades principais da Gestão de Estoques, que é a Armazenagem.
Entre as funções agregadas ao processo produtivo pela armazenagem, temos, entre as principais, a sua capaci-
dade de informar corretamente ao gestor o posicionamento dos materiais, seu endereçamento e a condição no 
momento em que é requisitado. 
Conforme a relação entre as entradas que eram processadas e as saídas, que observamos na Unidade 1, a arma-
zenagem passa por um processo semelhante, uma vez que, após o recebimento dos materiais pelo setor de logís-
tica, estes deverão ser armazenados de forma que sejam facilmente encontrados, aumentando a eficiência dos 
estoques e do processo produtivo.
Uma importante característica que pode ser observada na atividade de armazenagem e que a diferencia de forma 
pontual da atividade de transporte encontra-se na distância percorrida, considerando que, dentro de um arma-
zém, as distâncias e os espaços são reduzidos. Cabe ao gestor de estoques aproveitar todos os espaços, inclusive 
para a movimentação dos materiais, assunto que abordaremos na próxima unidade.
É importante ainda mencionarmos a evolução dos armazéns com o advento das novas tecnologias, como pode-
mos observar nas figuras 2.1 e 2.2. Até o final do século XX, a entrega expressa, ou de um dia para o outro, era 
muito difícil, devido à velocidade da transmissão de informações. No entanto, com os meios de comunicação 
mais velozes a cada dia, a ideia de entregas rápidas acaba sendo um requisito das organizações, e o papel atribu-
ído aos armazéns nessa função é vital.
Figura 2.1 - Armazéns antigos.
Legenda: Os armazéns eram vistos como simples espaços para estocagem de materiais ou produtos. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49837570
23
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Figura 2.2 - Armazéns modernos.
Legenda: Os armazéns vêm agregando valor ao processo produtivo, com 
a aplicação de novos conceitos e novas tecnologias. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=16207789
2.2 As Funções da Armazenagem
Quando abordamos o tema armazenagem, devemos entender que a relação entre o tema apresentado e os cus-
tos de produção têm uma relação direta, uma vez que, quanto mais coordenada for a armazenagem e precisas as 
informações produzidas, menores serão os estoques e os tempos de processos dentro deles. 
O espaço físico de um estoque, voltado para a atividade de armazenagem, tem um custo financeiro para a orga-
nização. Por isso, o estudo da relação entre os tamanhos de estoques e as características de armazenagem devem 
ser muito bem avaliados.
Algumas organizações optam por dispersar sua produção em pequenos centros de distribuição, que servem 
como pontos de armazenagem e distribuição de mercadorias. É importante que o gestor logístico tenha as infor-
mações corretas das demandas de cada região ou local onde pretende instalar seus armazéns. 
Com o alto custo dos espaços, as decisões acabam recaindo, muitas vezes, sobre a questão custo, mas devemos 
nos lembrar de que o gestor é responsável pelas decisões como um todo, relacionando os recursos disponíveis 
às demandas existentes. Em muitos casos, não é benéfico para a organização optar pela operacionalização mais 
barata em detrimento de um posicionamento vantajoso.
Em um país de dimensões continentais, como o Brasil, e características estruturais de transporte ainda em desen-
volvimento, a definição de espaços físicos é um desafio muito importante para os gestores. 
24
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Figura 2.3 - Mapa do Brasil.
Legenda: Em um país de dimensões continentais, as decisões sobre armazenagem são ainda mais difíceis. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1255597
Entre as funções que a armazenagem desempenha dentro da Gestão de Estoques, Ballou (2012) considera qua-
tro como sendo as principais: abrigo, consolidação, transferência/transbordo e agrupamento ou composição. 
Iremos abordar cada uma das funções da armazenagem, apresentando situações reais para uma compreensão 
mais aplicada. Acompanhe!
• Abrigo: quando o tema armazenagem é abordado, a principal função que conhecemos é a de guardar 
materiais. No entanto, essa visão é um tanto quanto retrógrada, pois com o passar do tempo novas 
funções foram agregadas, e como já dissemos, com as novas tecnologias aliadas ao pensamento enxuto, 
a armazenagem passou a ter funções que aumentam a competitividade das organizações. Assim, com 
uma visão voltada para a dinâmica do processo produtivo e maior giro de estoque, a função de abrigo se 
tornou cada vez mais transitória, de modo que as organizações buscam muito mais as demais funções do 
que propriamente o abrigo de materiais. 
• Consolidação: a consolidação consiste em um importante fator de reduçãode custos de transporte. Uma 
organização que possui uma planta em um determinado local e depende de transporte para distribuição 
de seus produtos, muitas vezes, necessita de um espaço físico para a consolidação de suas mercadorias. 
Isso se deve aos custos com transportes, que são mais vantajosos no caso de um frete chamado de 
consolidado, ou cheio. O frete consolidado consiste em uma organização para ocupar toda a capacidade 
de transporte de um determinado modal, como o rodoviário, para que a carga seja transportada até 
o destino final. O outro modelo de frete, que leva em conta peso e distância percorrida e costuma ser 
menos vantajoso, é denominado fracionado.
• Transferência e Transbordo: entre as funções dos armazéns, está a função do centro de distribuição, que 
recebem lotes de mercadorias e fraciona-os para que sejam distribuídos a clientes ou centros menores. 
Quando mencionamos a consolidação, sua função repousava em agrupar pequenas quantidades, 
viabilizando uma carga maior. Já a transferência ou transbordo consiste exatamente na operação inversa, 
com o recebimento de uma carga consolidada, seu desmembramento e envio até os clientes, por meio 
de cargas menores. 
25
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Quadro 2.1 
 
 
 
40.000 kg 
10.000 kg 
20.000 kg 
20.000 kg 
Fábrica
Fábrica
Fábrica
DepósitoFábrica
Legenda: Transferência e transbordo.
Fonte: Adaptado de Ballou (2012, p. 161). 
• Agrupamento: consiste na compilação dos bens produzidos pelas linhas dentro de uma fábrica. Assim 
como temos linhas complexas, que podem possuir atividades diversas em diferentes fábricas (uma linha 
de geladeiras que, após processar o corte de chapas metálicas, envia-as para outra planta para serem 
beneficiadas ou pintadas, por exemplo), é possível, por uma questão de redução de custos logísticos, que 
uma empresa opte por executar todas as atividades ou uma série delas em apenas um local. A importância 
da função armazenagem dessa escolha repousa sobre a necessidade de agrupar corretamente os itens, 
otimizando, assim, o fluxo dos materiais.
As funções atribuídas ao armazém, muitas vezes, dependem de outros setores de uma orga-
nização, como a frota ou transportadora responsável pelo atendimento, departamento de 
compras e logística. Sendo assim, esteja sempre muito atento a todo o fluxo organizacional, 
desenvolvendo cada vez mais sua visão sistêmica da organização.
2.3 Tipos de Depósitos
As decisões de um gestor de estoques passam pela fase de aplicação de recursos com base nos objetivos defini-
dos pelo nível estratégico. Dessa forma, a primeira análise que o gestor deve processar é se a organização tem ou 
não o espaço físico necessário, se aquele espaço que a organização dispõe oferece as condições adequadas para 
a armazenagem daquilo que é produzido e se será necessário ou não terceirizar seu estoque.
26
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Com os custos dos espaços físicos sendo elevados a cada dia devido ao aumento populacional, restrições rela-
cionadas à construção e um importante movimento de urbanização que vivemos a partir da segunda metade do 
século XX, com um processo de migração em massa da população que vivia no campo e acabou se dirigindo às 
cidades em busca de oportunidades, a decisão de aplicar ou não recursos na aquisição de imóveis e terrenos para 
armazéns é muito delicada.
De acordo com Ballou (2012), as decisões relacionadas aos depósitos passam pelas seguintes opções: espaço 
físico próprio, locação de espaço físico, locação de depósito pronto e estocagem em trânsito.
Veremos, a seguir, como a organização se comporta em cada uma das decisões e quais são os fatores que influen-
ciam essa decisão. Trabalharemos também com exemplos aplicados, voltados para a melhor compreensão.
2.3.1 Espaço Físico Próprio
Como já observamos, os armazéns vêm sofrendo grandes transformações ao longo dos últimos anos por meio da 
aplicação de ferramentas tecnológicas que permitem o aumento da eficiência desses espaços e ganhos relacio-
nados à competitividade da organização.
Dessa forma, muitas organizações optam por trabalharem com seus espaços físicos próprios, visando a um ganho 
estratégico. Podemos, novamente, utilizar o exemplo de uma residência familiar, em que os materiais a serem 
consumidos ao longo de um determinado período são armazenados na própria residência. Isso faz com que além 
de obter vantagens logísticas, como facilidade de movimentação e possibilidade de customização do layout do 
espaço, a fim de atender às suas necessidades da melhor forma possível, esse espaço ainda seja um ativo, com 
possibilidade de valorização. Da mesma forma pode ser analisado o espaço físico próprio de uma organização, 
que, ao adquirir seu próprio espaço, atende exatamente às suas necessidades, podendo se aproveitar ainda de 
possíveis valorizações de capital.
Na prática, sabemos que grande parte das organizações opta por espaços próprios para armazenagem de mate-
riais, e mesmo em escalas menores o aproveitamento desses espaços otimiza os processos organizacionais. Um 
simples escritório de contabilidade terá, necessariamente, um espaço voltado para o arquivamento dos docu-
mentos fiscais de seus clientes, assim como deverá dispor de um espaço dedicado à armazenagem de materiais 
de expediente, materiais de escritório e materiais de limpeza. Afinal, o asseio é um fator de extrema importância 
na motivação dos membros de uma organização.
As oportunidades oriundas de um espaço físico próprio são extensas, e podemos apresentar alguns exemplos, como:
• o espaço pode ser modificado de acordo com a demanda da organização, não havendo necessidade de 
autorizações de locatários, obras de reestruturação em caso de alteração de local da organização, entre 
outras;
• ao possuir liberdade para executar as alterações que achar pertinente de um espaço pertencente à 
organização, a preocupação estará focada na busca pela eficiência nos processos, e não em possíveis 
transtornos advindos de uma locação;
• produtos especiais podem ser armazenados separadamente;
• o espaço próprio pode ser utilizado para aplicações diversas da organização, caso seja necessário;
• sendo o espaço da própria organização, trata-se de um importante ativo.
27
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
2.3.2 Locação de Espaço Físico
A locação dos espaços físicos é bastante utilizada no Brasil por meio do modelo built-to-suit. Esse modelo funciona 
como uma customização do espaço ao locador a partir da garantia de contratação da locação por um determinado 
período. Isso significa que, ao tomar a decisão de locar o espaço físico, serão disponibilizadas opções de layouts à 
organização, e o próprio locatário será responsável pela construção, de acordo com a escolha do locador. 
Alguns exemplos interessantes do modelo built-to-suit são espaços que necessitam de especificações legais ou 
peculiaridades demandadas pelo locador, como agências bancárias ou centros de distribuição. No caso das agências 
bancárias, existem necessidades relacionadas à privacidade de clientes, assim como uma sala de autoatendimento 
e uma tesouraria ou cofre. Já no caso de centros de distribuição, a demanda específica é a de docas que comportem 
o volume de caminhões que estarão transitando naquele espaço, carregando e descarregando mercadorias.
Figura 2.4 - Centro de Distribuição.
Legenda: Entre os modelos de built-to-suit, podemos citar tanto os centros de distribuição quanto agências bancárias. 
Fonte: ID da imagem : 21767167
2.3.3 Locação de Depósitos
Existem diversos modelos de locação de depósitos que funcionam como espaços que possuem as caracterís-
ticas necessárias ao atendimento da demanda específica das organizações e que são contratados por períodode tempo de utilização ou por demanda de espaço. A seguir, veremos alguns modelos de locação de depósitos 
bastante utilizados no Brasil.
Armazém de grãos e commodities: no Brasil, é usual o modelo de locação de armazéns próximos aos portos e 
estações ferroviárias, geralmente devido à morosidade dos processos de carregamento nesses locais. A fim de 
evitar desperdícios com trânsito de suas cargas e perecibilidade de produtos, esse modelo acaba sendo uma 
opção viável. No entanto, em períodos de grandes safras e escoamento da produção agrícola, principalmente, é 
perceptível a falta de espaços diante de um volume importante de materiais. 
É comum esse tipo de locação ser efetuado por cooperativas agrícolas, que acabam utilizando esses espaços para 
a consolidação de produtos de seus cooperados.
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Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Commodities são produtos utilizados como matéria-prima que usualmente são produzidos 
em larga escala. Ao estudarmos matéria-prima, na Unidade 1, verificamos que são itens que 
sofrem transformação ao longo do processo produtivo e que fazem parte de determinados 
bens e produtos acabados.
Glossário
Armazéns frigoríficos: os armazéns frigoríficos são utilizados por organizações produtoras de itens perecíveis, 
por isso necessitam de espaços refrigerados para a manutenção de sua condição. Desde carnes até chocolates 
são alocados nesses modelos de armazéns. 
Devido à sua característica específica, o investimento para a estruturação de um espaço próprio acaba sendo 
muito elevado, o que motiva as organizações a buscarem alternativas terceirizadas. 
Armazéns gerais e domésticos: apesar de estarem se estabelecendo recentemente no Brasil, os depósitos con-
tratados são muito comuns, principalmente nos Estados Unidos e em países da Europa. Devido à redução dos espa-
ços residenciais e também dos escritórios, a necessidade de um espaço externo que sirva como estoque de itens 
que não são utilizados nas residências e escritórios vem aumentando a cada dia. É comum transportadoras oferece-
rem o serviço, também conhecido como self storage ou depósito próprio (em tradução livre), pois ao transportarem 
mudanças, muitas vezes, as novas locações dos clientes não oferecem o espaço adequado aos seus materiais e 
acabam sendo armazenados nesses locais. Na Figura 2.5, podemos observar um modelo desses locais.
Figura 2.5 - Self storage.
Legenda: Self storage – esse modelo de depósito é cada vez mais comum, 
devido aos reduzidos espaços residenciais e comerciais. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5633573
29
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Cada vez mais nos deparamos com organizações que não necessitam de espaços, ou que estão reduzindo dras-
ticamente sua demanda por espaços amplos, com muito espaço sem qualquer utilização.
A onda dos escritórios voltados para coworking, ou trabalho em comunidade – que consiste 
em diferentes pessoas, físicas ou jurídicas, trabalhando cada uma em busca de seu objetivo 
particular, mas dividindo ambientes comuns, estrutura e serviços, em prol do rateio de cus-
tos e possibilidade de formação de redes de contatos – representa uma nova era dos espaços 
corporativos e nos faz refletir sobre até que ponto os espaços serão reduzidos.
2.3.4 Estoque em Trânsito
O estoque em trânsito é um importante componente do processo logístico, tendo em vista que, em muitos casos, 
as mercadorias acabam permanecendo por longos períodos em deslocamento entre o produtor ou vendedor e 
seu cliente. A figura 2.6 nos mostra um navio petroleiro que pode passar longos períodos transportando material 
entre continentes. Esse modelo de armazenagem é bastante complexo, pois envolve uma cadeia logística, desde 
o operador modal até o cliente final, sendo muito importante, principalmente, a coordenação do fluxo.
Se observarmos o exemplo de um produtor de frutas e legumes, o trânsito é extremamente delicado, devido à 
perecibilidade de seus produtos. É fundamental que essa atividade seja executada com a aplicação dos recursos 
e materiais adequados.
Também é importante mencionarmos que, ao optar por um determinado modal de transporte, a organização 
está optando, também, pelo atendimento de determinadas prioridades competitivas, ou seja, quanto mais rápido 
necessitar que sua entrega chegue ao destino mais poderá se ver obrigada a arcar com custos mais elevados.
Figura 2.6 - Navio petroleiro.
Legenda: Navio petroleiro – os modais devem estar adequados ao tempo de trânsito e carga transportada. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=55142
30
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
2.4 Possibilidades de Arranjo dos Produtos no Armazém 
O arranjo dos produtos dentro do armazém depende das prioridades da operação e também de estudos rela-
cionados às demandas da organização. Ao optar por qualquer uma das opções apresentadas no tópico 2 desta 
unidade, o gestor estará definindo as suas ações futuras, uma vez que, após a escolha do modelo de depósito, 
deverá ser processada a análise de arranjo e disposição dos produtos nesse depósito.
Entre as decisões a serem tomadas, estão decisões relacionadas aos equipamentos que farão parte da operação, 
tanto para armazenagem quanto para movimentação dos materiais e também da disposição desses equipamen-
tos nos depósitos.
A busca pela redução dos tempos de processo exige da organização um fluxo bem definido, com instruções de 
trabalho e atividades em cadeia. Não é incomum observarmos organizações que trabalham de maneira desorga-
nizada, sem um controle rigoroso de seus processos dentro dos estoques, e que acabam arcando com prejuízos 
e inúmeros desperdícios ao longo de suas operações. 
As diferentes possibilidades de arranjos físicos dentro dos armazéns ocorrem por meio da análise das prioridades 
da organização. De acordo com essa análise, temos como possibilidades de adoção os modelos apresentados a 
seguir, conforme mostra a figura 2.7.
Figura 2.7 - Armazém de Estocagem e Armazém de Distribuição. 
Entrada / Saída Saída 
Entrada 
Legenda: A diferença vai além da localização da entrada e saída, atingindo a maior eficiência do modelo de armazenagem.
Fonte: Adaptada de Paletta e Silva (2009). 
a. Armazém de Estocagem: trata-se de um modelo de armazém que comporta apenas um local destinado 
tanto para a entrada quanto para a saída, permitindo que a movimentação ocorra apenas para a função 
de estocagem.
b. Armazém de Distribuição: trata-se de um modelo mais complexo e mais eficiente, tendo em vista que a 
entrada do armazém está localizada em local oposto à saída, permitindo, assim, a entrada e a distribuição 
dos itens da melhor forma possível (ou mais eficiente) e otimizando o tempo para a saída. Também 
permite uma melhor distribuição dos itens armazenados.
31
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
2.5 Conceito 5S e a Redução dos Desperdícios nos Estoques
Uma importante ferramenta na gestão de estoques é o 5S, ou os 5 Sensos, uma ferramenta desenvolvida no 
Japão pós-guerra. Ela está ligada a um conjunto de valores japoneses, denominado Bushido, que tem como pila-
res a disciplina, a harmonia e a dedicação. 
O quadro a seguir nos mostra os termos e o significado de cada um deles, dentro da aplicação da ferramenta 5S.
Quadro 2.2 - Os cinco sensos da ferramenta 5S.
Senso Significado
Seiri Separação, organização ou utilização
Seiton Arrumação, classificação ou ordenação
Seiso Inspeção ou limpeza
Seiketsu Padronização ou saúde
Shitsuke Autodisciplina
Legenda: A ferramenta 5S permite que problemas de armazenagem sejam visualizados e solucionados continuamente. 
Fonte: Adaptado de Dennis (2008).
2.5.1 Seiri (Separar)
É um princípio básico que consiste emseparar aquilo que não é necessário. Dentro de estoques, a armazenagem 
e a movimentação dos materiais são comprometidas por itens que nem sempre são necessários, mas são arma-
zenados apenas por uma sensação de futura necessidade. A ideia do primeiro senso é organizar para permitir que 
seja feita uma classificação dos itens remanescentes posteriormente.
32
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Figura 2.8- Separação de materiais.
Legenda: A separação de materiais pode ser auxiliada por ferramentas de gestão visual que auxiliam os colaboradores. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=19068368
2.5.2 Seiton (Classificar)
O objetivo principal do segundo senso é o de organizar os materiais que restaram do primeiro senso, otimizando 
os espaços e reduzindo a necessidade de movimentos desnecessários. A ideia de racionalização do local de tra-
balho só é viável dentro de um ambiente organizado. Essa etapa permite a interação entre os colaboradores, 
buscando a participação produtiva de todos nos processos de melhoria. As perguntas cruciais desse senso são: 
onde deve ser armazenado o material? O que deve ser armazenado? Quantos itens devem ser armazenados?
Essas perguntas permitem a apresentação dos locais onde os materiais devem ser expostos, de preferência com 
a aplicação de ferramentas da gestão visual.
33
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
2.5.3 Seiso (Limpar e inspecionar) 
A equipe de trabalho, nesse momento, deve definir as prioridades e as rotinas de limpeza do estoque. O que lim-
par, como limpar, quem será responsável pela limpeza e qual é o padrão de limpeza são as perguntas que devem 
permear essa etapa do trabalho. A limpeza é extremamente importante, pois o asseio faz parte dos fatores moti-
vacionais dentro das organizações. Nem sempre iremos perceber ou exaltar um ambiente limpo e organizado, no 
entanto, a falta de asseio, desorganização e sujeira são fatores que desmotivam os colaboradores.
Figura 2.9 - Melhoria contínua e 5S.
Legenda: A ferramenta 5S deve ser sempre lembrada e melhorada, tornando-se um pilar dentro da gestão de estoques. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=2816241
2.5.4 Seiketsu (Padronização) 
A única forma de manter uma situação excelente, é estabelecendo padrões de manutenção desse estado ideal. 
A grande vantagem do estabelecimento de padrões repousa sobre a facilidade com que identificamos falhas 
diante de um ambiente ou processo padronizado. São diversos os exemplos de padrões que evidenciam situ-
ações anômalas, como uma simples caixa de ferramentas que ao ser aberta, devido ao seu modelo com local 
específico para cada peça, permite a identificação imediata da falta de alguma peça. Um quadro kanban (estuda-
remos o sistema kanban na Unidade 8) também auxilia na verificação de situações fora de padrão. 
34
Gestão de Estoques e Armazenagem | Unidade 2 - Armazenagem de Produtos
Figura 2.10 - Caixa de ferramentas.
Legenda: A padronização dos locais de armazenagem em uma caixa de ferramentas evidencia o que está fora do lugar. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=19068362
2.5.5 Shitsuke (Autodisciplina): 
A autodisciplina possibilita à organização manter os resultados conquistados com a aplicação dos sensos ante-
riores. Dessa forma, a organização será capaz de não mais agir de forma reativa aos problemas de armazenagem, 
mas sim de forma preventiva e sempre melhorando seus processos. Muitas organizações nomeiam ou elegem 
membros de uma equipe multidisciplinar, responsável pelo fomento da filosofia do 5S dentro da organização. 
A ferramenta 5S é fundamental nas organizações que buscam trabalhar de maneira enxuta. 
Em seu livro “Produção Lean Simplificada”, citado na bibliografia desta unidade, o enge-
nheiro Pascal Dennis utiliza sua experiência dentro da Toyota para passar ao leitor uma visão 
acessível e modular desse sistema produtivo.
35
Considerações finais
Nesta unidade, foram apresentados os conceitos relacionados à função 
armazenagem, permitindo ao aluno ter uma percepção tanto teórica 
quanto aplicada por meio dos seguintes pontos:
• a função armazenagem permite ao gestor identificar suas 
oportunidades de melhoria dentro do depósito, ter informações 
a respeito dos materiais armazenados e tomar decisões alinhadas 
aos objetivos da organização;
• foram apresentados os tipos de depósitos, com suas classificações 
e características, assim como explicações de casos aplicados;
• o conceito de 5S foi apresentado com o intuito de compreendermos 
o funcionamento de uma ferramenta utilizada nas principais e 
mais bem-sucedidas organizações do mundo.
Referências bibliográficas
36
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística 
Empresarial. Tradução: Hugo T. Y. Yoshizaki, 1. ed., 26 reimp. São Paulo: 
Atlas, 2012.
DENNIS, P. Produção Lean Simplificada: um guia para entender o sis-
tema de produção mais poderoso do mundo. 2. ed. São Paulo: Bookman, 
2008.
PALETTA, M. A.; SILVA, A. G. Otimizando o layout do armazém através 
da movimentação eficiente de materiais. Jundiaí: Centro Universitário 
Padre Anchieta, 2009. 
38
3Unidade 3
Atividades de Manuseio e 
Acondicionamento de Materiais
Para iniciar seus estudos
Desde o momento em que a Gestão de Estoques e Armazenagem pas-
saram a agregar valor aos processos produtivos, deixando de ser funções 
estáticas, cada etapa é planejada para a redução de desperdícios e melho-
ria contínua dos processos. Nesta unidade estudaremos duas importan-
tes atividades: manuseio e acondicionamento de materiais, considerando 
esta nova perspectiva da Gestão de Estoques.
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar formas de classificação e codificação para armazenagem;
• Conhecer formas de manuseio de materiais e movimentação;
• Identificar e classificar os equipamentos aplicados às funções 
armazenagem e manuseio; e,
• Definir conceitos e classificação de embalagens. 
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3.1  Histórico e aplicações dos modelos de classificação e 
codificação para armazenagem
Tendo em vista que já abordamos as classificações e considerações a respeito das decisões relacionadas ao 
espaço físico a ser utilizado pela organização, e também já estamos familiarizados com os tipos de materiais que 
se encontram em nosso estoque, vamos passar à outra etapa da gestão de estoques. 
Como vimos ao final da Unidade 2, com a apresentação da ferramenta 5S, faz-se necessária a organização per-
manente de nosso espaço de trabalho, em busca de um ambiente voltado para a melhoria contínua e a redução 
de desperdícios. Sendo assim, a classificação e codificação dos materiais são peças fundamentais para evitarmos 
o desperdício, principalmente, de recursos financeiros, espaço e tempo. 
Recursos financeiros são desperdiçados quando a organização não possui um controle adequado dos materiais que 
constam em seus estoques. Podem acontecer paradas de linha, por se acreditar que o material estava em estoque, 
quando não estava, ou ao requisitar ao departamento de compras ou suprimentos um determinado material que a 
organização ainda possui em estoque, mas não localiza ou não sabe onde está por falta de controle. 
Espaço é, nos dias de hoje, um recurso muito oneroso, como já vimos na Unidade 2, e, ao requisitar materiais 
desnecessários, como mencionado em uma das situações do parágrafo anterior, a organização estará arcando 
com importantes custos de armazenagem, como custo de oportunidade por capital parado, custo de locação de 
espaço, entre outros.
Tempo é um recurso que, mesmo a organização não monetizando este recurso, tem um elevado impacto no caso 
de linhas paradas ou movimentaçãodesnecessária dentro do estoque. No caso da movimentação desnecessária, 
é comum observarmos organizações que possuem volumosos estoques – e consideram isto uma importante 
demonstração de poderio –, no entanto, sabemos que estoques elevados, normalmente, estão relacionados à 
falta de controle e gestão.
3.2  Histórico e evolução da codificação de materiais
 A classificação e codificação de materiais podem ser feitas de diferentes maneiras, com diferentes critérios e 
metodologias. Em muitas organizações, os critérios são estabelecidos pelos próprios gestores ou encarrega-
dos, de acordo com as prioridades da organização. Contudo, já podemos observar que a tecnologia vem sendo 
um importante aliado na classificação e codificação de materiais, permitindo, sobretudo, precisar a localização, 
quantidades em estoque, emissão de pedidos automatizados e, até mesmo, manusear os materiais de acordo 
com suas saídas.
Em seguida, veremos alguns modelos de codificação e classificação de materiais, seus conceitos e aplicações:
• Sistema Alfabético
• Sistema Alfanumérico
• Sistema Decimal
• Códigos de barras
• QR Code
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3.2.1 Sistema Alfabético
Dentre os mais simples, pode ser adaptado de acordo com critérios próprios do gestor ou dos encarregados, 
desde que facilite seus trabalhos. Podemos citar como exemplo a utilização de siglas, acompanhadas por uma 
ordenação alfabética, como na tabela 3.1:
Tabela 3.1: Classificação e codificação de materiais
ITEM CÓDIGO
Chapas de Aço
Chapa de Aço 15 cm CAA
Chapa de Aço 30 cm CAB
Chapa de Aço 45 cm CAC
Parafuso Sextavado
Parafuso sextavado 1/4 PSA
Parafuso sextavado 1/8 PSB
Legenda: Classificação e codificação de materiais com base no Sistema Alfabético. 
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Ballou (2012, p. 182).
Podemos perceber que se trata de uma classificação bastante simples, e que normalmente é utilizado com eficá-
cia em estoques pequenos, com número reduzido de itens.
3.2.2 Sistema Alfanumérico
O sistema alfanumérico consiste em uma combinação entre letras e números, também dependendo do seu 
desenvolvimento, das prioridades e características do processo de armazenagem. É possível encontrarmos 
diferentes formas de classificação alfanumérica, com diferentes disposições. Na tabela 3.2, apresentamos um 
modelo aplicado a uma loja de roupas:
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Tabela 3.2: Codificação de materiais
ITEM CÓDIGO
Calça Jeans nº 40 Azul CJ 40 A
Calça Jeans nº 38 Preta CJ 38 P
Calça Caqui nº 42 Marrom CC 42 M
Camisa Social Tamanho 3 Branca CS 3 B
Legenda: Codificação de materiais com base no Sistema Alfanumérico
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Ballou (2012, p. 182).
Em organizações nas quais é necessário descrever códigos e ao mesmo tempo atribuir marcas, como o caso de 
uma loja de celular, por exemplo, esta forma de codificação se faz bastante eficaz.
3.2.3 Sistema Decimal
Dentre os sistemas, este é o mais utilizado pelas organizações, devido à sua facilidade, e também pela possibi-
lidade de desmembramento infinito de sua codificação. Porém, apesar de sua versatilidade, devemos sempre 
lembrar que a coerência é fundamental quando abordamos o tema codificação. O gestor ou o encarregado deve 
evitar sistemas demasiadamente complexos ou de difícil compreensão, tendo em vista que a continuidade orga-
nizacional e os dinâmicos ambientes sugerem que esta atividade poderá ser executada por outro profissional em 
algum momento, que deverá compreender a codificação. A tabela 3.3 nos traz um exemplo de codificação em 
uma loja de bebidas:
Tabela 3.3: Sistema de codificação
Código Item
01 Refrigerantes
02 Polpas de Sucos Naturais
03 Água
04 Vinhos
Legenda: Sistema de codificação decimal. 
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Ballou (2012, p. 182).
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A partir de uma classificação inicial, é possível o desmembramento dos códigos, ampliando os itens classificados 
a partir de sua codificação raiz, como observamos na tabela 3.4:
Tabela 3.4: Sistema de codificação
Código Item
01 Refrigerantes
01 Sabor Laranja
02 Sabor Limão
03 Sabor Guaraná
Legenda: Desmembramento de codificação com base em Sistema Decimal. 
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Ballou (2012, p. 182).
Da forma como é apresentada a Tabela 3.4, teríamos, por exemplo, o código do refrigerante sabor guaraná como 
sendo 01-03.
Seria possível ainda, desmembrar mais uma vez, caso a loja possua categorias diferentes para um mesmo sabor, 
como apresentamos na Tabela 3.5:
Tabela 3.5: Sistema de codificação
Código Item
01-03 Refrigerantes Sabor Guaraná
01 Dietético
02 Light
03 Regular
Legenda: Desmembramento de codificação com base em Sistema Decimal. 
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Ballou (2012, p. 182).
Da forma apresentada na Tabela 3.5, o refrigerante sabor guaraná dietético, teria como código: 01-03-01.
3.2.4 Códigos de Barras
O código de barras é um sistema de decodificação, ou seja, a codificação é acessada pela interpretação ou leitura 
de um código. Projetado para funcionar globalmente, adotado pela European Article Numbering Association 
(EAN), entidade que possui representatividade no Brasil por meio da EAN Brasil, o código de barras possibilita 
uma universalização e compartilhamento de formas positivas e colaborativas. No Brasil, este sistema começou a 
ser utilizado em novembro de 1984. 
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Fazendo-se valer da tecnologia e das inovações computacionais, o código de barras acumula em um código de 
barras lineares relativamente pequeno, uma grande quantidade de informações, que estão atribuídas a um deter-
minado produto por meio de números em forma de barras, como é possível observarmos na Figura 3.1, a seguir. 
Figura 3.1: Código de barras
Legenda: O código de barras permite que sejam agrupadas diversas 
informações, por meio de números, em um pequeno código. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1688165
O código de barras pode ser numérico ou alfanumérico, como podemos observar na Figura 3.2, a seguir, formado 
por até 13 dígitos, e comportar informações como: 
• País de origem do produto;
• Empresa ou organização fabricante ou fornecedora;
• Código do produto;
• Dígito de controle.
Figura 3.2: Código de barras alfanumérico.
Legenda: O código de barras aceita tanto classificação numérica, quanto a classificação alfanumérica. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Codebar.svg
Os códigos de barras são lidos por um scanner e, por meio de um software, transforma os dados contidos nas bar-
ras alfanuméricas, em informações que irão contribuir com os sistemas de informações das organizações. Estes 
sistemas são amplamente utilizados em comércios atacadistas e varejistas, mas também são utilizados em esto-
ques e armazéns, criando um rápido fluxo de informações. Seu uso permite às organizações, inclusive, repassar 
em tempo real, de acordo com a entrada e saída de produtos, informações de ressuprimento aos fornecedores, e 
também alimentar sistemas para que clientes estejam cientes do status de seus pedidos.
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3.2.5 QR Code
 A sigla QR, em inglês significa Quick Response ou Resposta Rápida, em tradução livre. O QR Code também consiste 
em um sistema de decodificação, e teve seu início de utilização justamente na catalogação de peças de veículos,sendo amplamente difundido nos estoques e processos das montadoras de veículos. Trata-se de um código de 
barras bidimensional, e que pode ser convertido em informações, de acordo com o desejo de quem o utiliza, 
como é possível observar na Figura 3.3, a seguir.
Figura 3.3: QR Code
Legenda: O QR Code permite à organização atribuir uma ampla gama de informações a um determinado produto. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=204136
Atualmente este modelo de codificação já está inserida no cotidiano das pessoas, sendo utilizado como uma 
forma de interação entre organizações e clientes ou parceiros. É possível direcionar o cliente a uma página da 
Internet promocional ou desenvolver um cartão de visitas com uma série de recursos de mídia por meio de um 
simples código QR. O QR Code permite inúmeras aplicações, podendo ser considerada uma importante inovação 
na gestão de estoques e armazenagem.
Considerando os dispositivos móveis como sendo equipamentos com memória (ou estoque) 
finito e a troca de informações entre tais dispositivos como uma atividade cada vez mais 
rápida, o aplicativo WhatsApp desenvolveu uma ferramenta que permite ao usuário, por meio 
de um QR Code, armazenar todas as suas conversas em seu computador ou notebook e, pos-
teriormente, na nuvem. 
 
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3.3 Melhoria na movimentação de materiais e aplicação de 
conceito de redução de desperdício de espaços e movimentos;
Em busca de eficiência e melhores fluxos dentro do processo produtivo, as atividades relacionadas ao manuseio 
e movimentação dos materiais dentro do estoque vêm ganhando importância. 
Se imaginarmos uma residência familiar, para cada compra efetuada de uma quantidade média de itens em um 
supermercado, o manuseio dos materiais e a correta armazenagem acabam gerando um tempo tão significativo 
quanto o próprio tempo de compra. Isto se deve ao fato de termos espaços predefinidos para todos os itens, de 
acordo com uma classificação empírica, mas baseados em uma racionalização do espaço e da movimentação. 
Para confirmarmos o exemplo exposto acima, basta imaginarmos uma cozinha onde os materiais não possuem 
locais definidos, sendo armazenados em diferentes lugares a cada compra, sem um fluxo interno que permita 
uma movimentação livre. Sem dúvida, no cenário mencionado, os tempos desperdiçados na busca e na movi-
mentação seriam bastante significativos.
Sabendo que dentro das residências, os espaços estão mais reduzidos, com apartamentos 
de três quartos, atualmente medindo dois terços dos apartamentos de três quartos cons-
truídos há trinta anos, as pessoas adaptam seus sistemas de compras e estocagem. É possí-
vel transportarmos o mesmo pensamento para dentro das organizações em que atuamos, 
adaptando os processos e utilizando melhor os espaços e demais recursos?
Apesar das movimentações dentro das organizações serem relativamente pequenas e repetidas, a melhoria con-
tínua e a constante análise de possíveis melhorias podem agregar importantes resultados aos processos. Nos 
quadros 3.1 e 3.2, a seguir, temos duas situações hipotéticas, nas quais a primeira figura apresenta um fluxo sem 
uma organização adequada, e o segundo já com melhorias e organizado, aumentando a eficiência do processo 
e reduzindo seu tempo.
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Quadro 3.1: Movimentação dentro dos estoques
OPÇÃO 1 
Entrada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OPÇÃO 2 
SAÍDA 
 
 
 
 
 
 
 Prateleira 1 Prateleira 2 Prateleira 3
Bancada de separação de materiais
Legenda: Fluxo de movimentação dentro dos estoques, com obstáculos.
Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de Alvarenga e Novaes (2000, p. 160).
Quadro 3.2: Movimentação dentro dos estoques
 
OPÇÃO 2 
Entrada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÍDA 
 
 
 
 
 
 
 
 Prateleira 1 Prateleira 2 Prateleira 3
Legenda: Fluxo de movimentação dentro dos estoques, sem obstáculo.
Fonte: Adaptado de Alvarenga e Novaes (2000, pág. 160)
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A Opção 1 nos apresenta uma disposição restrita, devido à bancada de separação de materiais e sua disposição 
inadequada, dentro de um estoque. A Opção 2, sem a bancada de separação, apresenta uma possibilidade de 
fluxo mais adequada e mais eficiente. Se avaliarmos a movimentação de cada seta, como sendo equivalente a 30 
segundos, temos a seguinte situação apresentada na Tabela 3.6, a seguir:
Tabela 3.6: Movimentação interna
Opção 1 Opção 2
9 setas ou movimentações 5 setas ou movimentações
Tempo total de movimentação:
4’30’’ (4 minutos e 30 segundos)
Tempo total de movimentação:
2’30’’ (2 minutos e 30 segundos)
Tempo total diário: 
6 x 4’30’’ = 27’’ (27 minutos/dia)
Tempo total diário: 
6 x 2’30’’ = 15’’ (15 minutos/dia)
Tempo total ao mês (22 dias úteis):
22 x 27’’ = 594’’ minutos/mês (≈ 10h)
Tempo total ao mês (22 dias úteis):
22 x 15’’ = 330’’ minutos/mês
(≈ 5h30 – 5 horas e trinta minutos)
Legenda: A tabela mostra a significativa diferença, ao retirarmos apenas uma bancada, desobstruindo o espaço. 
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Ballou (2012, p. 172).
Na situação apresentada na Tabela 3.6, caso os encarregados pela movimentação interna, efetuem este fluxo 
seis vezes ao dia, em um mês composto por 22 dias úteis, teremos um ganho de aproximadamente cinco horas 
e meia ao mês, ou seja, quase 50% de tempo eliminado em uma atividade que nada agregava ao processo. Em 
casos aplicados dentro das organizações, é possível utilizar este dado, relacionando-o ao custo de mão de obra 
de um encarregado pela movimentação, calculando o valor financeiro atribuído à atividade descartada, podendo 
ser considerado um desperdício à organização. 
3.4 Equipamentos de auxílio às funções de manuseio e 
armazenagem
A familiaridade com os equipamentos utilizados na função armazenagem e manuseio, depende, muitas vezes, 
da convivência no meio fabril. Estaremos apresentando aqui os equipamentos mais utilizados na função arma-
zenagem, mas de forma exemplificativa, mas não taxativa, tendo em vista que existem diversos equipamentos. 
Equipamentos para movimentação: Os equipamentos para movimentação são utilizados tanto para a alocação, 
quanto para a retirada dos materiais. Dentre os exemplos mais comuns, temos os paletes, as empilhadeiras, as 
paleteiras, as pontes rolantes e as pontes rolantes leves:
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3.4.1 Empilhadeiras
A Figura 3.4 nos apresenta a empilhadeira, equipamento comum em grandes estoques, que é utilizado na movi-
mentação de paletes, em operações com muitas movimentações diárias, volumes importantes e alturas elevadas.
Figura 3.4: Empilhadeira
Legenda: A empilhadeira é um importante equipamento de movimentação, 
principalmente em processos com grande volume de movimentações. 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=16259000
3.4.2 Paleteira
A paleteira, apresentada na Figura 3.5, é utilizada no transporte de cargas paletizadas, facilitando a movimen-
tação de cargas dentro do ambiente interno da organização. As paleteiras podem possuir sistemas de pesagem, 
permitindo, além da movimentação, a pesagem dos volumes. Também temos o modelo de paleteira elétrica, na 
qual o operador manuseia do solo, acompanhando a empilhadeira ao lado, sendo capaz de substituir a paleteira 
manual e elevar a carga a alturas maiores. 
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