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Direito Penal – Prof. Paulo Furtado
Aula 01 – 12/02/2019
Conceito: 
Em linha geral o direito penal é um ramo do direito público que tem por objetivo proteger (tutelar) bens jurídicos através da criminalização de comportamentos humanos e das suas respectivas sanções.
Segundo Masson, é o conjunto de princípios e regras destinados a combater o crime e a contravenção penal, mediante a imposição da sanção penal.
Aspecto Sociológico:
É um instrumento (ferramenta), ao lado dos outros ramos do direito, de controle social que visa assegurar a necessária disciplina social, bem como a convivência entre os membros de um grupo.
Aspecto Objetivo:
É um conjunto de normas jurídicas destinadas a combater a criminalidade através da criação de crimes e imposição de sanções.
“É o código, é a norma criada pelo Estado.”
Aspecto Subjetivo:
É o dever-poder (ius puniendi) do Estado em punir o transgressor da norma penal.
O ius puniendi sofre as seguintes limitações:
Limite temporal: os crimes têm prazo para serem julgados sob pena de prescrição.
Obs: nos termos do Art5º, XLII da CF, os crimes de racismo e de ações de grupos armados contra a ordem constitucional são imprescritíveis. Só existem esses dois crimes imprescritíveis.
Limite espacial: se relaciona aos aspectos territoriais da aplicação do direito penal.
Limite modal: a atuação punitiva do Estado deve estar limitada às garantias individuais do criminoso, obedecendo à dignidade da pessoa humana.
Funções:
Função de proteção de bens jurídicos:
Uma das funções mais destacadas do direito penal é a de tutelar os bens jurídicos de maior relevância, objetivando o convívio harmônico da sociedade.
Função de controle social:
Busca a preservação da paz e da ordem pública, sendo dirigida a todas as pessoas da sociedade.
Função garantista:
Busca, primeiramente, garantir os direitos individuais do criminoso contra os abusos estatais, bem como garantir o direito da coletividade.
Velocidades do Direito Penal
Primeira velocidade:
Representada pelo direito penal da “prisão”, na qual se devem manter rigidamente os princípios de políticas criminais. Apesar da rigidez, essa velocidade preserva as garantias do criminoso.
Segunda velocidade:
Deixa de lado as penas mais severas e abre espaço para penas restritivas de direitos. Essa velocidade flexibiliza as garantias individuais. Ex: lei 9099/95.
Terceira velocidade:
Surge diante da macro criminalidade relacionada ao terrorismo e às organizações criminosas tendo o objetivo de reduzir as garantias individuais através da imposição de penas mais severas. Ex: lei de terrorismo, RDD – regime disciplinar diferenciado.
Quarta velocidade:
É o direito penal que deve ser aplicado pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) àquelas pessoas que ocupam posição de chefes de Estado os quais violaram gravemente tratados internacionais de direitos humanos em especial através da utilização do direito penal de 3ª velocidade. Ex: Sadam Russem.
Aula 02 – 19/02/2019
Fontes do Direito Penal: (de onde surge o direito penal)
Materiais:
A União é o órgão constitucionalmente encarregado de legislar sobre matéria de direito penal. Nos termos do Art 22, I da CF, a União é o órgão PRIVATIVO, COMPETENTE, para elaborar as leis penais.
Compete privativamente à União tratar sobre a norma penal.
OBS: apesar de ser competência privativa da União esta poderá autorizar por meio de lei complementar, os estados membros a legislar sobre matéria penal (MUNICÍPIO NÃO PODERÁ LEGISLAR SOBRE DIR. PENAL).
“quando a CF diz que é privativo, pode ser delegado, mas quando diz que é exclusivo NÃO se pode delegar.”
 Formais:
É como o direito penal se revela (se manifesta).
Imediata – Lei, somente ela pode criar crimes e cominar penas (princípio da estrita legalidade: CF, art. 5º, XXXIX, e CP, art. 1º).
Mediata
Costumes:
São comportamentos humanos uniformes e constantes (requisito objetivo) realizados em virtude de uma convicção acerca da sua obrigatoriedade e necessidade jurídica (requisito subjetivo).
Ou seja, para ser costume tem que ter 2 requisitos: objetivo e subjetivo. Objetivo: uniformidade e constância. Subjetivo: Obrigatoriedade e Necessidade.
OBS: os costumes não são fontes de normas incriminadoras, mas por outro lado, são utilizados para colaborar com a interpretação de uma norma penal incriminadora.
Princípios gerais do direito:
São valores fundamentais que inspiram a elaboração e a preservação do ordenamento jurídico.
OBS: não podem servir como fonte incriminadora.
Atos administrativos (complementa uma normal penal incriminadora)
São atos emitidos pela administração pública (portarias, decretos, etc) que têm por objetivo complementar normas penais.
- NORMAS PENAIS EM BRANCO – ex: não cumprir as normas da Estácio é crime. (essa é uma norma penal em branco pois necessita de outra (norma) citando as normas da Estácio para que possam identificar de fato se a pessoa cumpriu ou não as normas)
Princípios norteadores 
São princípios que limitam o poder punitivo do Estado, funcionam como uma barreira para o Estado não agir de forma abusiva.
Princípio da legalidade estrita (reserva legal) – Art 5º, XXXIX da CF.
Pelo princípio da legalidade só haverá crime se existir uma lei em sentido estrito prevendo determinado comportamento humano como criminoso. Só haverá pena se existir, também, lei em sentido estrito prevendo-a.
Lei em sentido estrito = lei ordinária ou lei complementar.
OBS1: Medidas provisórias não podem versar/tratar sobre matéria de direito penal (Art 62, S1, I, b da CF). O STF entendeu em dois julgados que medidas provisórias podem tratar sobre matéria de direito penal não incriminador, ou seja, para beneficiar o réu. 
Princípio da anterioridade:
Por este princípio, nos termos do Art 5, XXXIX da CF, a lei penal deverá estar em vigor antes da prática do fato criminoso.
Princípio da irretroatividade da lei penal:
Art 5, XL da CF – Pelo princípio da irretroatividade a lei penal não poderá retroagir (voltar) para abarcar fatos anteriores a sua vigência, exceto para beneficiar o agente (réu).
Princípio da taxatividade:
Trata-se de um desdobramento do princípio da legalidade, exigindo do legislador que os comportamentos humanos merecedores de punição sejam definidos de maneira suficientemente claros e precisos de modo a não deixar lacunas. (por isso não pode usar a analogia no direito penal).
Princípio da intervenção mínima: 
O direito penal deverá intervir minimamente nos comportamentos sociais os quais só serão criminalizados quando a intervenção penal constituir um meio indispensável (necessário) para proteção de determinados bens jurídicos.
OBS: modernamente o referido princípio pode ser chamado de princípio da necessidade do direito penal.
Princípio da subsidiariedade / ultima ratio (decorre da intervenção mínima)
Para este princípio, o direito penal deve ser visto como ultimo recurso de defesa no controle social, pois os seus métodos são mais lesivos à liberdade individual.
Princípio da fragmentariedade (decorre da intervenção mínima)
O direito penal só poderá tutelar bens jurídicos de maior relevância social, deixando os bens jurídicos menos relevantes para serem tutelados pelos outros ramos do direito.
Nesse sentido, nem todo fato ilícito configura um ilícito penal. PROVA questão aberta. Só será ilícito penal quando o bem jurídico for de grande relevância, quando não, será tutelado por outro ramo do direito.
Princípio lesividade/ofensividade
Parte da premissa que não haverá crime sem ofensa a bem jurídico. Nesse sentido o direito penal NÃO poderá criminalizar comportamentos humanos que não provoquem dano ou ao menos perigo de dano ao bem jurídico protegido.
Princípio da insignificância ou bagatela (supralegal – não está na lei.)
Trata-se de um princípio que não possui respaldo legal no nosso País, porém, possui respaldo doutrinário e jurisprudencial. Para este princípio não deverão ser merecedoras de punição as condutas humanas que provocarem lesões insignificantes (ínfimas) ao bem jurídico
tutelado pelo direito penal.
OBS: o princípio da insignificância afasta a tipicidade material (não há relevância jurídico material) do fato, ou seja, torna o fato materialmente atípico. 
Requisitos do princípio da insignificância:
Objetivos:
 Tem que haver mínima ofensividade (lesividade) da conduta do indivíduo;
Nenhuma periculosidade social da ação (conduta): a conduta não foi perigosa para a sociedade, ele praticou a conduta isoladamente.
Reduzíssimo grau de reprovabilidade do comportamento
Inexpressividade da lesão jurídica provocada: a lesão provocada foi inexpressiva, pequena, ínfima. 
Subjetivos:
Condições da vítima: se a conduta será ou não significante para ela
Condições do agente (pessoa que cometeu o fato): a reiteração delitiva e a reincidência constituem, em regra (há exceções), condições impeditivas para aplicação do princípio da insignificância. O STF decidiu que a aplicação do princípio da insignificância aos reincidentes deve ser analisada no caso concreto. Após a referida decisão tanto o STJ quanto os tribunais estaduais vêm aplicando em alguns casos restritos o referido princípio.
Obs: não se aplica tal princípio nos crimes complexos, em especial no crime de roubo (com violência). 
-Encontra-se em jurisprudências. Não há necessidade de o direito penal atuar em casos insignificantes, ou seja, em fatos que não causem danos significantes à bem jurídico protegido.
Não tem previsão legal do principio da insignificância no Brasil.
Se uma pessoa tiver atitudes insignificantes reiteradas não poderá se valer deste princípio.
Princípio da adequação social (supralegal)
Não serão merecedoras de punição as condutas humanas que embora tipificadas (previstas como crime) em leis penais não afrontam o sentimento social de justiça, pois a sociedade as considera adequadas, normais. Ex: “carrinhos no futebol”, trote quando se passa em vestibular.
Princípio da culpabilidade
Este princípio possui 3 vertentes (sentidos):
Culpabilidade como elemento formador do conceito de crime;
Culpabilidade como responsabilização subjetiva – ninguém será considerado culpado se não tiver agido com dolo (intenção) ou culpa (imprudência, negligência ou imperícia);
Culpabilidade como mensuração para fixação da pena inicial do agente (Art 59 do CP)
Aula 03 – 26/02
Norma Penal (Lei penal)
Estrutura: 
 Nomem juris (nome jurídico do crime):
É opcional, não é obrigado ter nomenclatura. Ex: homicídio
 Preceito primário: 
É a descrição do fato humano considerado crime. Ex: matar alguém 
Preceito secundário: 
Previsão da pena aplicada ao fato. Ex: 6 a 20 anos
Espécies
 Incriminadoras: 
São aquelas que criminalizam comportamentos humanos e definem penas.
Não incriminadoras:
São aquelas que não criminalizam condutas humanas nem preveem penas. Podendo ser classificadas das seguintes formas:
Permissivas ou justificantes: 
São aquelas que afastam a ilicitude do fato típico praticado pelo agente. EX: estado de necessidade, legítima defesa - Art 23 do CP
Exculpante: 
São aquelas que afastam a culpabilidade do agente, o agente não será responsabilizado penalmente pelo fato. Ex: um agente com doença mental - Art 26 do CP
Explicativas:
São aquelas que versam sobre explicações conceituais de relevância penal. Ex: ela explica algo, detalhadamente, que já está escrito em lei - Art 327 do CP, Art 150, §4.
Extensivas:
São aquelas que completam de forma geral outra norma penal para satisfazer a tipicidade do fato. Ex: Art 14, II, do CP, complementa o Art 121.
Completas:
São aquelas autônomas e que não precisam de outra norma para complementar o conteúdo do seu preceito primário.
Em branco:
São aquelas que necessitam de outra norma que complemente algum conteúdo do seu preceito primário. Ou seja, são normas incompletas que só possuirão essência se houver o referido complemento. Ex: Art 312, precisa do Art 327 para informar o que é considerado funcionário público.
Homogênea:
Quando a complementação da norma em branco ocorre através de lei (penal ou não). Se a referida lei for da mesma fonte jurídica (direito penal + direito penal) chama-se de homóloga ou homo vitelina (Ex. Art 312 complementada pelo Art 327 do CP). Se for de fonte jurídica diversa (direito penal + outra fonte do direito) chama-se heteróloga ou hetero vitelina. Ex: Bigamia (direito penal + direito civil)
Heterogênea:
Também chamada de norma penal em branco própria. É aquela complementada por fonte diversa de lei. Ex: portarias, decretos, etc. Ex: lei de drogas (complementada pela portaria 344 da anvisa), estatuto do desarmamento complementada pela R105.
Constitucionalidade das leis penais em branco homogênea (tema interessante tCC)
Aula 4 – 12/03
Interpretação da Norma Penal:
Interpretar significa descobrir o real sentido e o verdadeiro alcance da norma penal.
Quanto ao sujeito:
Legislativa (autêntica):
Trata-se de uma interpretação de natureza cogente (obrigatória), dada pela própria lei no interior do seu texto legislativo. Ex: Art 327 do CP (complemento de uma norma penal em branco).
Doutrinária (científica):
Feita pelos estudiosos possuindo relevância penal. Não possui natureza cogente (obrigatória). Ex: exposição de motivos do CP. 
Judicial (jurisprudencial):
É aquela fornecida pelos juízes ou tribunais nos julgamentos de casos concretos. (Questão de prova: tem natureza cogente ou não? Em regra não tem natureza cogente, exceto na hipótese de sumula vinculante [só o STF cria súmula vinculante]). Ex: decisões em casos concretos
Olhar a súmula 512 do STJ.
Quanto ao modo:
Gramatical (literal):
Feita por meio da busca do emprego literal das palavras. É a literalidade da lei, a lei fria.
Lógica 
Busca o sentido da lei através de um raciocínio dedutivo. 
Lógico-sistemática:
Busca a coerência entre a lei a ser interpretada e as demais leis que compõe o sistema jurídico. Ex: quando se pega a CF que fala sobre a violação do domicílio e o CP também fala sobre a violação do domicílio.
Teleológica:
Busca a real finalidade social pretendida pela lei. Ex: princípio da insignificância. Buscar a essência social da lei.
Histórica:
Busca as condições e os fundamentos que originaram a lei. Ex: discussões parlamentares da época, condições da sociedade e as justificativas da apresentação do projeto, etc.
Todas essas interpretações podem ser cumulativas, ou seja, você pode interpretar utilizando todas/algumas dessas.
Quanto ao resultado: *Deu ênfase em aula
Declarativa (estrita):
A letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador quis externar não sendo necessário restringir ou ampliar o seu alcance. Ex: matar alguém.
Extensiva:
A letra da lei encontra-se a quem (deixou a desejar) da vontade do legislador, sendo preciso ampliar o alcance da palavra para corresponder à realidade. Ex: arma, o que é arma? Arma de fogo apenas ou qualquer tipo de arma?
Restritiva.
A letra da lei encontra-se além da vontade do legislador, sendo preciso restringir o alcance da palavra para corresponder à realidade.
Interpretação analógica X analogia (parte mais importante da interpretação)
Analogia:
É um método de auto integração de lacuna, ou seja, é a aplicação de uma lei penal lacunosa (omissa, obscura, etc.) à um fato análogo (similar) ao previsto na referida lei. Ex: proibido entrada de cachorro, aplica-se essa norma à entrada de qualquer tipo de animal e não só ao cachorro, ou seja, faz-se analogia de todos os animais ao cachorro.
No direito penal não se admite a analogia criminalizadora (“in malam partem”), porém admite-se para beneficiar o réu (“in bonam partem”). 
Interpretação analógica:
É a real interpretação da lei através de uma fórmula específica seguida de uma formulação genérica que abrange fatos análogos àquela. Possui ampla utilização pelo direito penal (pode ser utilizada em qualquer hipótese). Ex: é proibida a entrada de cachorro (fórmula específica). Bem como a entrada de qualquer animal que oferte risco à integridade física de qualquer pessoa (fórmula genérica).
Aula 5 – 19/03
Conflito aparente das normas (assunto de extrema importância no direito penal)
Conceito:
O conflito ocorre quando duas ou mais normas penais instituídas por leis de igual hierarquia as quais encontram-se em vigor na época do fato, se revelam passíveis de serem aplicadas a uma única conduta praticada pelo agente. (se uma pessoa cometer um crime que abarca vários artigos do CP, responderá por apenas um deles, em regra o de maior pena, mas existem exceções).
Requisitos (importantíssimos)
Único fato, pluralidade de leis, vigência simultânea.
Princípios 
Princípio da especialidade:
No conflito entre uma norma penal geral e uma norma penal especial, esta (ultima) deve prevalecer sobre aquela. Ex: o homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor afasta a aplicação da norma geral prevista no CP. (se vc mata alguém culposamente, vc responde por homicídio culposo mas matei alguém culposamente conduzindo veículo automotor, logo prevalecerá a norma da lei de trânsito (norma especial)).
Princípio da consunção (princípio mais importante)
A norma que prevê um fato mais amplo e em regra mais grave deve absorver os demais fatos criminosos menos amplos, quando estes forem um caminho necessário (precisa passar por esse caminho para execução do crime mais amplo) para execução ou preparação de outro crime ou quando forem um mero exaurimento (esgotamento), consequências necessárias. (Os crimes decorrentes de um crime principal, serão absorvidos por este, pois este último já abrange os riscos daquele). (a receptação é consequência necessária do roubo, ou seja, não pode responder por receptação quem faz parte do roubo).
Obs: nos termos da Súmula 17 do STJ, quando um crime de falsificação documental é praticado, exclusivamente, para o cometimento de um crime de estelionato, este absolverá àquele (falsificação que é o crime mais grave).
Princípio da subsidiariedade:
No conflito entre uma norma penal primária e uma norma penal subsidiária (secundária), aquela deverá prevalecer afastando esta. 
Princípio da alternatividade
Se aplica aos tipos penais mistos alternativos. Nesse caso, havendo a violação conjunta de duas ou mais condutas previstas na norma não ensejará multiplicidade de crimes. Ex: art 33 da lei de drogas (aqueles que preveem várias condutas em única norma). No crime de tráfico de entorpecentes (múltiplo/misto alternativo) se o agente é capturado no exato momento em que guardava e vendia o entorpecente deverá responder por um único crime.
		
Norma Penal no Tempo
Regra geral:
A regra geral das normas penais se refere à atividade, ou seja, a norma penal passa a valer quando da sua entrada em vigor (tempus regit actum). 
Exceção:
Como exceção temos a extra atividade da lei penal que é a possibilidade desta ser utilizada ainda que revogada (caso seja mais benéfica).
Conflito de normas no tempo 
Lex Gravior (lei mais grave) – não retroage
Novatios legis incriminadora
É uma nova lei que surge para incriminar um fato que outrora não era considerado crime. Ex: lei 13772
Novatio Legis “In Pejus”
É uma nova lei que surge para prejudicar, de qualquer modo, o réu.
Lex Mitior (lei mais branda) – retroage
Novatio legis “in mellius”
É uma nova lei que surge para beneficiar, de qualquer modo, o réu.
“Abolitio criminis” – alcança qualquer fase, inclusive a sentença transitada em julgado.
É uma nova lei que surge para não mais incriminar um fato que outrora era considerado crime. Lei 11.106/05 – revogou crime de adultério, sedução.
Obs: Abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais decorrentes da sentença condenatória, alcançando sobre tudo fatos já transitados em julgados, constituindo neste caso uma causa de extinção da punibilidade nos termos do Art. 107 do CP. ATENÇÃO: os efeitos civis decorrentes da prática do fato permanecem. (deu bastante ênfase e disse que poderia cair em prova)
Norma Intermediária
A lei intermediária quando mais benéfica possui dupla extra atividade, ou seja, hora é retroativa, hora é ultra ativa. 
Normas excepcionais e temporárias
As leis temporárias vigoram por um prazo pré-definido (tem data de início e fim), já as leis excepcionais estarão vinculadas à duração de circunstâncias excepcionais (Ex: uma lei criada em circunstância de intervenção federal). Tanto a lei temporária quanto a lei excepcional, embora haja decorrido o prazo de sua vigência, ou cessadas as circunstâncias que a determinaram respectivamente, aplicam-se aos fatos praticados durante a vigência, se previstos. 
As duas possuem o mesmo efeito penal.
Retroatividade nos crimes permanentes
Em casos de crime permanente, surgindo uma lei nova durante a permanência delitiva esta deverá ser aplicada ainda que mais grave. ATENÇÂO!! Para ser aplicada, o surgimento da lei deverá ser anterior à cessação da permanência (Súmula 711, STF).
Crime permanente – É aquele cujo momento da consumação se prolonga no tempo por vontade do agente, como acontece no crime de sequestro, previsto no artigo 148 do Código Penal, que se consuma com a retirada da liberdade da vítima, mas o delito continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do agente.
Tempo do crime
Teoria
Em relação ao tempo do crime, o direito penal adotou a teoria da atividade pela qual considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Aula 6 – 26/03
Norma Penal no Espaço
Territorialidade
A lei penal brasileira deve ser aplicada, sem prejuízo de convenções, tratados, ou regras de direito internacional, aos crimes praticados em território nacional. Todos os crimes praticados em território nacional deverão ser aplicados a lei penal brasileira, exceto quando houver convenção, tratado ou regra de direito internacional tratando de maneira diferente.
Conceito de Território
É toda extensão territorial onde o Brasil exerce sua soberania política, compreendendo solo, subsolo, rios, mar territorial ou marginal e o espaço aéreo correspondente.
OBS: considera-se extensão do território nacional as embarcações ou aeronaves públicas ou a serviço do governo, onde quer que elas se encontrem. (pegadinha de prova, cai em prova a extensão do território nacional, mas afirmando que é por motivo de extraterritorialidade, ERRADO).
OBS: o Brasil adotou a teoria (princípio) da reciprocidade em relação à extensão do território nacional. Ex: se tem uma embarcação pública americana no Brasil e ocorre um crime, a lei penal que será aplicada será a americanada pelo princípio da reciprocidade).
Extraterritorialidade
É a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos fora do território nacional. 
Incondicionada
A lei penal brasileira deverá ser aplicada independentemente de qualquer fator condicionante.
Princípio
Da defesa ou proteção nacional. Art 7, I, a,b,c,d.
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:        
 I - Os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Condicionada
Para a aplicação da lei penal brasileira deverão estar presentes as condições previstas no §2 do Art 7 do CP.
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
 II - Os crimes:  
que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
praticados por brasileiro; 
praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:  
entrar o agente no território nacional; 
ser o fato punível
também no país em que foi praticado;  
estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável
Princípios:
Nacionalidade ou personalidade – Art 7, II, b, CP.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - Os crimes:  
b) praticados por brasileiro; 
Universalidade ou cosmopolita – Art 7, II, a, CP.
 	Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - Os crimes:  
que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
Representação ou bandeira – Art 7, II, c, CP.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
II - Os crimes:  
c)praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Lugar do Crime
Teoria
Em relação ao lugar do crime o Brasil adotou a teoria da ubiquidade também chamada de teoria mista pela qual considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde ocorreu ou deveria ocorrer o resultado.
Aula 07 – 02/04
Crime ou Infração penal ou Delito
Conceito
Formal
É todo fato humano previsto no tipo penal incriminador sob ameaça de uma sanção penal.
(formalismo, está previsto abstratamente na lei penal, está escrito).
Material
É toda conduta humana materializada que causa um dano ou perigo de dano ao bem jurídico tutelado.
(é a ação em si).
Analítico (mais importante)
É um fato típico (ação ou omissão), ilícito praticado por agente culpável.
(culpável é o agente e não o fato)
	PARA HAVER FATO TÍPICO DEVERÁ PASSAR POR TODOS OS REQUISITOS ABAIXO:
	ILÍCITO OU ANTI JURÍDICO, OCORRERÁ QUANDO NÃO ESTIVER PRESENTE O QUE ESTÁ NO ART 23, CP:
(Estando presente qualquer um desses, não haverá crime)
	AGENTE CULPÁVEL, TEM QUE TER 3 ELEMENTOS:
	CONDUTA (DOLOSA OU CULPOSA – TEM QUE ESTÁ PREVISTA EM LEI)
	ESTADO DE NECESSIDADE 
	IMPUTABILIDADE
	RESULTADO
	LEGITIMA DEFESA
	CONSCIÊNCIA POTENCIAL DA ILICITUDE
	NEXO
	ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
	EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA (O ESTADO NÃO TINHA COMO EXIGIR OUTRO COMPORTOMANTO. EX: BANDIDO COAGINDO UMA PESSOA.) Art 22.
	TIPICIDADE
	EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.
	
OBS: FATO TÍPICO + ILÍCITO = INJUSTO PENAL OU ILÍCITO PENAL.
INJUSTO PENAL – fato típico, ilícito, praticado por agente não culpável.
Sujeitos
Sujeito ativo:
É qualquer pessoa física capaz e com idade ou superior a 18 anos que, direta ou indiretamente, pratica o fato previsto do tipo penal incriminador.
OBS: Excepcionalmente a pessoa jurídica poderá ser sujeito ativo de crime, nos casos de crimes contra o meio ambiente (crime contra a fauna e contra a flora), nos termos do Art. 225, §3, CF. A lei 9605/98 prevê os crimes ambientais.
Sujeito passivo:
É o titular do bem jurídico protegido pelo direito penal. (pessoa física ou pessoa jurídica)
Animal é sujeito passivo de crime?
Animais não são sujeitos passivos de crimes, pois não são titulares de bem jurídico. No entanto, são considerados objetos materiais de crimes ambientais que tem como sujeito passivo a coletividade.
Objetos
Objeto Jurídico:
É o interesse ou valor tutelado pelo direito penal. Exs: vida, patrimônio, administração pública, etc.
É o bem maior, abstrato, não é individualizado a uma pessoa.
Objeto Material:
É a pessoa ou coisa na qual recai a conduta criminosa praticada pelo sujeito ativo.
Ex1: furto de celular: objeto jurídico – patrimônio; objeto material – o celular. 
Ex2: Roubo de um carro com uma coronhada no proprietário do carro: objeto jurídico – patrimônio e integridade física; objeto material – carro e o dono do carro.
Crime X Contravenção Penal = crimes anões (liliputianos)
Não existe uma diferença ontológica (essência) entre crime e contravenção, mas apenas algumas características diferentes, em especial, no que se refere à pena. No crime temos reclusão ou detenção mais multa cumulativa (pode não existir a multa). Na contravenção temos prisão simples e/ou multa.
Contravenção pode ser só multa e crime não.
Crime e contravenção são espécies do gênero infração penal.
(Contravenção – decreto 3688/41)
Classificação
 Quanto ao sujeito ativo:
Comum:
É aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Próprio:
É aquele em que o tipo penal exige uma condição especial do sujeito ativo, ou seja, apenas determinadas pessoas possuidoras da referida condição poderá praticar o fato. Ex: crime de peculato só pode ser praticado por servidor público; infanticídio, etc.
Pergunta de prova:
Eu, delegado de polícia, funcionário público estadual, convido dois alunos não funcionários públicos para juntos praticarmos o crime de corrupção passiva. Os alunos praticam que tipo de crime?
OBS: Se um sujeito comum participa de um crime próprio praticado na companhia de um sujeito próprio, sabendo da condição deste, deverá responder pelo mesmo crime, ou seja, próprio. Caso o sujeito comum não saiba da condição especial do outro, deverá responder por crime comum, se existir.
Mão própria:
É aquele em que o tipo penal exige que o sujeito ativo pratique o fato diretamente (com suas próprias mãos).
Ex: Art. 124 – auto aborto. 
OBS: tal modalidade de crime não admite coautoria, mas admite participação.
Coautoria – praticar o ato junto.
Participação – induzir, instigar ou auxiliar.
Aula 08 – 09/04
 Quanto à consumação
Instantâneos:
São aqueles que se consumam em um único instante (momento). Ex: furto, roubo, etc. (a maioria dos crimes são instantâneos).
Permanentes:
São aqueles que a sua consumação se prolonga no tempo. Ex: sequestro, receptação, etc.
Instantâneos de efeitos permanentes:
São aqueles em que se consumam em um único instante, porém os seus efeitos lesivos permanecem no tempo. Ex: Art. 129, §2, III - Lesão corporal gravíssima pela perda ou inutilização de um membro, sentido ou função.
 Quanto ao resultado (bem importante)
Resultado (aquilo que o agente deseja com a pratica do crime) ≠ de consumação (quando o crime se considera praticado com ou sem resultado). A essência do crime é que define se ele é formal ou material. (os crimes formais dificilmente aceitarão a tentativa)
Material:
É aquele que para consumar-se necessita do resultado material (naturalístico).
No crime material eu tenho conduta + resultado (indispensável), ou seja, é necessário que SEMPRE tenha o resultado.
Formal ou crime de consumação antecipada:
É aquele que embora preveja um resultado, o dispensa para haver a consumação do crime, ou seja, consuma independentemente da ocorrência do resultado. Ex: extorsão, corrupção passiva, etc.
No crime formal eu tenho conduta + resultado (dispensável), ou seja, não é necessário o resultado para consumação do crime.
Mera conduta:
É aquele que se consuma com a mera pratica da conduta e não prevê resultado. Ex: art 150 – violação de domicílio
Só tenho a conduta.
Quanto à intenção:
Doloso, culposo ou preterdoloso.
Crime Doloso:
É aquele que exige intenção do agente ou assunção de risco.
Crime Culposo:
O agente atua sem intenção, mas com imprudência, negligência ou imperícia. 
Preterdoloso:
É aquele em que o agente atua com dolo no comportamento antecedente e culpa no resultado consequente. Ex: Art 129 – lesão corporal seguida de morte.
 Outras classificações:
Crime uni subjetivo (concurso eventual) e pluri subjetivo (concurso necessário)
Uni subjetivo ou concurso eventual:
Não se exige a participação de várias pessoas, podendo ser praticado por uma única pessoa. (mas pode ser praticado por várias pessoas).
Pluri subjetivo ou concurso necessário:
É exigida a participação de mais de uma pessoa, a depender do crime. (não poderá ser praticado por uma única
pessoa). Ex: Art288 – 3 pessoas
 Crime uni subsistente e pluri subsistente
Uni subsistente:
A consumação ocorre com a prática de um único ato. Ex: injúria
Em regra, ele não admite tentativa.
Pluri subsistente:
A consumação ocorre com a prática de pluralidade de atos. Ex: homicídio (preciso de várias etapas para chegar a consumação do crime).
 Crime habitual (importante)
É aquele que para consumar-se necessita de uma intenção por parte do agente, de praticar de forma reiterada e uniforme a conduta criminosa como uma profissão ou meio de vida. Ex: exercício ilegal da medicina, rufianismo (cafetão), curandeirismo. 
Dica: se eu me perguntar: se eu praticar a conduta uma única vez, configura crime? Sim, então não será habitual. (Quando a resposta for sim, não será habitual).
Crime habitual é diferente de habitualidade criminosa.
Aula 09 – 16/04 
Fato Típico
Conduta (Núcleo do tipo)
É o elemento principal do tipo penal. Em regra, é o primeiro verbo que aparece no tipo penal: Ex: conduta do homicídio: matar; conduta do furto: subtrair; conduta do roubo: subtrair; conduta da extorsão: constranger, etc.
Teorias:
Teoria Causalista: 
Para esta teoria, conduta é toda ação ou omissão humana voluntária (ausente de dolo ou culpa) produtora do resultado. (Teoria não adotada atualmente pelo Direito Penal brasileiro).
Ainda que o ato seja praticado sem dolo ou culpa, é considerado fato típico pq agiu voluntariamente.
Vontade – desejo de praticar aquela conduta ≠ voluntariedade – por seus próprios movimentos com vontade própria.
Ato involuntário – a pessoa é forçada a fazer isso, por força física de outra pessoa.
Teoria Finalista: (teoria de maior importância para resolver as questões de direito penal)
Para esta teoria, conduta é toda ação ou omissão humana voluntária e consciente, movida a uma finalidade dolosa ou culposa, lícita ou ilícita. (é utilizada no direito penal brasileiro). Ou seja, uma conduta pode existir o fato típico, mas lícito. Ex: matar uma pessoa em legítima defesa – é uma conduta dolosa, mas não há fato ilícito, pois agiu em legítima defesa.
OBS: de acordo com a referida teoria, o dolo e a culpa são elementos formadores da conduta.
O que vai definir se é crime ou não e o tipo de crime será a intenção do agente.
Única exceção da teoria finalista: crime impossível
Elementos
Aspectos essenciais para existência do instituto tratado.
Ser praticada (conduta) por humano, exceto por crimes ambientais (que pode ser por empresa);
Ser praticada voluntariamente;
Ser praticada de forma consciente.
Para haver conduta tem que ter sempre esses 3 elementos, ou seja, havendo ausência de qualquer um desses elementos não existirá conduta.
Espécies (1 questão na prova, aberta, valendo dois pontos)
Comissiva
É aquela praticada por meio de uma ação que se encontra expressa no tipo penal.
(a grande maioria dos crimes são comissivos)
Omissiva
Própria
Praticada por meio de uma omissão expressa no tipo penal (qualquer pessoa).
Ex: art 269 CP, Art 135 do CP, Art 244 CP.
Imprópria (Impura ou Comissiva por omissão)
É aquela praticada pela figura do garantidor ou garante, o qual por meio de uma omissão descrita em uma cláusula geral que lhe impõe o dever de agir. Configura garantidor: 1. Quem por lei tem dever de cuidado, proteção ou vigilância (Ex: médico, policial, bombeiro, pai, professor, babá, etc); 2. Quem de outro modo assumiu a responsabilidade do cuidado, proteção ou vigilância (Ex: salva vida que deixa de socorrer uma criança que está se afogando, responde pelo resultado doloso) qualquer pessoa que tenha se prontificado a cuidar); 3. Quem com o seu comportamento anterior causou um risco do resultado (Ex: Eu visando praticar um trote, empurro uma pessoa que não saber nadar na piscina, ou seja, eu passo a ser garantidor e devo prestar socorro, mas se eu não socorrer responderei pelo resultado da omissão (se a pessoa morrer, responderei por homicídio doloso).
OBS: Para que o garantidor responda pelo resultado, além do dever de agir tem que estar presente a possibilidade de agir. Não confundir agir (ter alguma atitude que possa evitar a conclusão do fato) com evitar.
OBS: para que o agente responda pelo resultado deve se omitir, ao menos, culposamente. Nesse sentido se o agente praticou uma omissão dolosa, deverá responder por crime doloso. Por outro lado, se a omissão for culposa responderá por crime culposo.
Se o agente por negligência deixa de evitar um roubo, ele não responderá por nada, pois não existe roubo culposo (apenas doloso). Mas se o agente deixar de evitar por vontade, porque realmente não quer, responderá pelo roubo.
Excludentes
Fatos que excluem a conduta e, por isso também exclui o fato típico, ou seja, afasta a possibilidade do crime.
Coação física “vis absoluta”
Quando o agente é forçado fisicamente a praticar uma conduta, sendo esta involuntária. Ex: alguém me pega a força para abrir um cofre e coloca meu dedo forçadamente no leitor digital para conseguir abrir, ou seja, o cofre foi aberto de forma involuntária por mim.
Atos reflexos (involuntários)
Qualquer ato que não seja por movimento voluntário, ou seja, você agiu involuntariamente, por reflexo.
Sonambulismo
Exclui porque o agente não está consciente.
Hipnotismo
Outros atos de inconsciência e/ou voluntariedade
Sumula 711 (prova)
Aula 10 – 23/04
Nexo Causal = nexo causalidade = relação causal = relação causalidade
Antes de analisar o nexo, atente para a conduta, pois caso não tenha conduta não há de se falar de nexo.
Conceito
É a relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o resultado. 
Nexo = elo = ligação 
(Conduta não causou o resultado relevante)
OBS: Resultado:
1.1. o resultado pode ser naturalístico, configurado pela efetiva alteração física do objeto do crime, decorrente da conduta (é o utilizado no Brasil) (algo perceptível) para teoria naturalística: nem todo crime tem resultado. 
1.2. O resultado pode ser jurídico que consiste no abstrato dano ou perigo ao bem jurídico (é abstrato) para teoria do resultado jurídico todo crime tem resultado.
Teorias 
Teoria da Equivalência das Condições = Teoria da Equivalência dos antecedentes = “Conditio Sine Quo Nom”
Para esta teoria, considera-se causa do resultado toda conduta sem a qual aquele (resultado) não teria ocorrido quando e como ocorreu.
OBS: essa teoria é adotada como regra no direito penal.
Teoria da Causalidade Adequada = Teoria da Causalidade Qualificada
Para esta teoria, considera-se causa do resultado toda conduta antecedente não só necessária, mas adequada àquele (resultado).
Concausas (Pluralidade de causas)
BIZU: Quando falo em “Com” ou “Co” no direito penal sempre deverá ter apenas 2 situações. (concausas: 2 causas, pelo menos, concorrente: 2 pessoas, pelo menos, etc)
Causas absolutamente independentes
São causas que concorrem com a conduta do agente as quais tem a finalidade de excluir (romper) o nexo de causalidade, nesse sentido o agente que pratica conduta não responderá pelo resultado, mas por tentativa deste se havia pretensão (intenção). 
Estas causas podem ser: 
Preexistentes – quando vem antes da conduta do agente. Ex: um indivíduo que ingere veneno minutos antes de outro indivíduo atirar contra o mesmo, restando constatado que a morte se deu por envenenamento e não pelo tiro. (Eu tinha intenção de matar uma pessoa com um tiro, então fui lá e atirei, mas no IML foi detectado que a causa da morte foi um envenenamento, ou seja, a minha conduta não foi a causa da morte. Neste caso, responderei por tentativa de homicídio.).
Concomitantes – quando vem ao lado da conduta do agente. Ex: um indivíduo que se encontra caminhando na rua e no momento em que está sendo alvejado por disparos é atingido por um fio de alta tensão na mesma hora, ocasionando sua morte.
Supervenientes – quando vem após a conduta principal. Ex: um indivíduo que se encontrava em casa dormindo é atingido por facadas deferidas por sua companheira, após as facadas quando
vai se levantar da cama é atingido por um lustre de bronze que lhe atinge causando a morte.
Causas relativamente independentes
Em regra, não rompem o nexo, pois colaboram para o resultado. 
Estas podem ser:
Preexistentes
Ex: o indivíduo que é hemofílico (ausência de fibrina) é atingido por um golpe de faca em região não fatal, mas morre por colaboração do fato preexistente.
Concomitantes
Ex: um indivíduo que se encontra caminhando na rua e no momento em que está sendo alvejado por disparos ele corre e por isso é atropelado por um carro, ocasionando sua morte.
Supervenientes
OBS: nessa modalidade de causa que é uma exceção, adota-se a teoria da causalidade adequada fazendo romper o nexo de causalidade quando a referida causa, superveniente, por si só provocou o resultado.
Ex: uma vítima é atingida por disparos de arma de fogo efetuados pelo agente, é socorrida por ambulância posteriormente esta se envolve em um acidente e a vítima que se encontrava no seu interior morre por traumatismo craniano em virtude do impacto. Nesse caso, o agente NÃO RESPONDE PELO RESULTADO.
OBS TOP: se a causa superveniente for um desdobramento natural da conduta do agente, este DEVERÁ RESPONDER PELO RESULTADO.

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