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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 1 Descrição CASO CONCRETO: Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes, tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética, pergunta-se: a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante? Não, pois as obrigações são autônomas. Não merece ser acolhida a defesa apresentada, tendo em vista que ao lançar sua assinatura no título o endossante vincula sua obrigação de pagar como garantidor, sendo que as obrigações são autônomas e independentes. b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela? Princípio da autonomia, em que cada obrigação é autônoma com relação às demais , independentemente da situação ( art. 7 e 17 LUG 57663/1966). QUESTÃO OBJETIVA 1: São princípios gerais dos títulos de crédito: a) literalidade, forma e causa. b) forma, causa e abstração. c) negociabilidade, anterioridade e literalidade. d) modelo, cártula e autonomia (correta) cartularidade, literalidade e autonomia QUESTÃO OBJETIVA 2: Quanto à classificação dos títulos de crédito, é incorreto afirmar: a) Quanto ao modelo, os títulos podem ser classificados como livres (letra de câmbio e nota promissória) e vinculados (cheque e duplicata). b) quanto à estrutura, os títulos se classificam como ordem de pagamento ou promessa de pagamento. c) como exemplo de ordem de pagamento, temos a letra de câmbio, e como promessa de pagamento a nota promissória. d) quanto às hipóteses de emissão, os títulos de créditos podem ser classificados em causais e não causais. e) (correta) todos os títulos de crédito existentes no Brasil podem ser considerados não causais, visto que não dependem de causa específica para serem emitidos. (Errado. Pois há vários títulos específicos que dependem de causas definidas para serem f) emitidos, por exemplo a nota promissória (oriunda muitas vezes de um negócio jurídico) DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 2 Descrição CASO CONCRETO: Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso em preto. Diante disso: a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título. São obrigados por serem endossantes: Vitor, João, Maria, Rebeca, Eduarda e Fernando sendo este o Sacador, e Luan, como sacado. b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor. O principal efeito do endosso realizado por Vitor, é a transferência do direito do título e a coobrigação pelo seu pagamento em relação a Miro. QUESTÃO OBJETIVA 1: No que se refere ao instituto do aval, assinale a alternativa correta: a) o aval tem exatamente os mesmos efeitos do endosso. b) em qualquer título de crédito, é vedado o aval parcial, conforme determina o artigo 897, parágrafo único do Código Civil. (correta) no caso das letras de câmbio, é permitido o aval parcial, por força de previsão em legislação especial. c) o aval corresponde a um tipo de fiança, tendo em vista que possui as mesmas características. d) assim como a fiança, o aval admite benefício de ordem, ou seja, primeiramente a cobrança deve recair sobre o avalizado, e depois sobre o avalista. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 3 Descrição CASO CONCRETO: (VIII Exame Unificado da OAB - 2a Fase - Empresarial - Prático-Profissional - 2012) Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido? Sim, é válido, haja vista tratar-se de uma obrigação autônoma e independente, não se constituindo, deste modo, qualquer vínculo pessoal ou formal com o título de crédito, tampouco com o avalista. Nesse sentido, já decidiu o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais: Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível : AC 0033292- 64.2010.8.13.0720 MG Restando configurado o vício de forma que apresenta a nota promissória que o apelante pretende executar, qual seja, a ausência de assinatura da emitente, em face da falsificação, requisito essencial, nos termos dos dispositivos legais supramencionados, esta não poderá produzir efeitos e embasar a ação executiva Disponível em: https://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/351110103/apelacao-civel-ac- 10720100033292001-mg?ref=serp Como nos ensina Ricardo Negrão: “não há que aplicar a expressão do art. 15 quanto ao “endossante garantir tanto a aceitação como pagamento da letra”, porque na nota promissória não há o mecanismo de aceite. A leitura fica reduzida ao texto que trata do pagamento da letra: “O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante do pagamento da nota promissória”.” Negrão, Ricardo - Curso de Direito Comercial e de Empresa 2 – 2018 P84 B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes. A nota promissória poderá ser cobrada do avalista, que assumira a obrigação como devedor principal do crédito, neste caso, Bianca. Também, de João, endossante do título, garantindo a existência e o pagamento do mesmo. Nesse sentido: Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada (LUG) QUESTÃO OBJETIVA : (MAGISTRATURA/MG - VUNESP - 2012) É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito: É ônus do credor (correta) é ônus do devedor a) é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício. b) dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme seja jurisdição voluntária ou contenciosa DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 4 Descrição CASO CONCRETO: (OAB - XIV Exme - Prático-Profissional - 2a Fase - 2014) Uma letra de câmbio foi sacada por Celso Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto, transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. O título recebeu três avais, todos antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário apresentou o título para pagamento ao aceitante no dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de pagamento, que foi lavrado nodia 18.09.2013. Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, responda aos seguintes itens. A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos ou sucessivos? Justifique. Celso Ramos com base no Art. 31do Dec 57663/66 (LUG). Os avais em branco, e superpostos são considerados simultâneos, Sumula 189 STF, assim cada avalista é responsável por uma cota parte e todos respondem pela integralidade perante o portador. B) Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em eventual ação cambial proposta pelo endossatário? Só poderá ser demandada contra o aceitante em virtude do titulo ter sido apresentado após o prazo para apresentação, de acordo com art 20 do Dec 2044/98 e também Art. 53 do Dec 57663/66 (LUG). QUESTÃO OBJETIVA: (TJMG - Juiz - 2014) Com relação à nota promissória, analise as afirmativas, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas. ( ) O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. ( ) A ação cambial contra o endossador e o avalista da nota promissória prescreve em trinta e seis meses contados do dia em que ação pode ser proposta. ( ) O devedor somente poderá opor ao portador da nota promissória exceção fundada em direito pessoal, na nulidade de sua obrigação e na falta de requisito necessário ao exercício da ação cambial. ( ) Sendo a nota promissória rural, emitida por uma cooperativa em favor de seus cooperados, um título de crédito de natureza causal, a respectiva execução se encontra vinculada à eficácia do negócio jurídico subjacente. Assinale a alternativa que apresenta sequência CORRETA. a) FVVF (Correta) VFVV VVFF b) FFFV DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 5 Descrição CASO CONCRETO: Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o pagamento de um tratamento dentário da esposa, Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi surpreendido pela devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em vista que foi a usuária do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as seguintes questões: a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em face de Maria? Não. Segundo entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça, apenas o assinante da cártula ainda que pertencente a conta Conjunta, deve responder pela falta de fundos no pagamento do cheque e havendo assim uma ilegitimidade passiva da esposa no caso em tela (princípio da literalidade). Nesse sentido: TJ-RS - Apelação Cível AC 70061224341 RS (TJ -RS) Data de publicação: 17/09/ 2014 Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO CHEQUE. CONTA CONJUNTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO CO TITULAR QUE NÃO FIRMOU A CÁRTULA PARA O PROCESSO DE EXECUÇÃO. Conforme o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), adotado, inclusive, por esta corte, na hipótese da cártula em que se baseia execução ter emitida por apenas um dos co titulares, ainda que o cheque seja de conta corrente conjunta, apenas aquele que efetivamente assinou o título é possui legitimidade passiva. Por tais razões, deve ser integralmente mantida a sentença que reconheceu a ilegitimidade passiva do embargante e tornou efeito a penhora sobre os bens imóveis da parte. Apelo desprovido. Unânime. (Apelação Cível Nº 70 061224 341,Vigésima Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 10/09/2 014) b) Quais os requisitos legais que devem conter num cheque? O art. 1º da Lei n.º 7.357/85, expõe os requisitos essenciais que o cheque deve conter, a saber: I) a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido (literalidade); II) a ordem incondicional de pagar quantia determinada (autonomia); III) o nome do banco (sacado) ou da instituição financeira que deve pagar (cartularidade); IV) a indicação do lugar do pagamento; V) a indicação da data e do lugar de emissão; VI) a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário como poderes especiais (cartularidade). Sendo o cheque um título formal, está revestido de requisitos que a lei lhe impõe, e faltando qualquer um desses requisitos, descaracteriza-se o documento como cheque, salvo as ressalvas legais, deixando de ser um título cambiário, e, portanto insuscetível de ser transmitido por endosso, passando a ser um simples papel destituído da feição de cheque, uma simples prova de confissão de dívida, sujeitando-se à disciplina do direito comum. QUESTÃO OBJETIVA: (TJCE - Juiz - 2014) Antônio emitiu um cheque nominativo a José contra o Banco Brasileiro S.A. No mesmo dia, José endossou o cheque a Ricardo, fazendo constar do título que não garantiria o seu pagamento e que a eficácia do endosso estava subordinada à condição de que Maria, irmã de Ricardo, lhe pagasse uma dívida que venceria dali a dez (10) dias. Vinte (20) dias depois da emissão do título e sem que Maria tivesse honrado a dívida para com José, Ricardo apresentou o cheque para pagamento, mas o título lhe foi devolvido porque João não mantinha fundos disponíveis em poder do sacado. Nesse caso, a) Ricardo não poderá endossar o cheque a terceiro, pois o cheque só admite um único endosso. b) o endosso em preto de cheque nominativo exonera o emitente do título de responsabilidade pelo seu pagamento. c) por força de lei, o emitente do cheque deve ter fundos disponíveis em poder do sacado, e a infração desse preceito prejudica a validade do título como cheque. d) (correta) José responderá perante Ricardo pelo pagamento do cheque, porque se reputa não escrita cláusula que isente o endossante de responsabilidade pelo pagamento do título. (correta) a despeito do inadimplemento de Maria, Ricardo ostenta legitimidade para cobrar o pagamento do título porque se reputa não escrita qualquer condição a que o endosso seja subordinado. (consoante redação do art. .18, da Le i 7.3 57/85,não se admite 'Endosso Condicionado ', reputando-se não escrita qualquer condição a que tenha sido subordinado. Corroborando; Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não -escrita qualquer condição a que seja subordinado). DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 6 Descrição CASO CONCRETO: (TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou "duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168 que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida. Duplicata virtual, dá-se o seu saque quando o sacador (prestador de serviços) emite dados referentes ao negócio jurídico realizado e/ou concretizado, podendo ser uma compra de produto, ou venda de serviço pelo sistema virtual e informa o teor (dados) da negociação a uma instituição financeira competente que gerará um boleto e assim cobrará a devedor/comprador ou tomado de serviço, para que efetue o pagamento (sacado). Acrescente-se que tal boleto não é um título de crédito, mas possui as características de uma duplicatana forma virtual. Nesse sentido são expressões das seguintes leis: Art. 8º Lei 9.492/97. Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidade e qualidade. Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas. Art. 889 do CC. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. (...) § 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. Com base estritamente nos dispositivos da lei 5.474/68, haveria impossibilidade de se emitir uma duplicata virtual por decorrência do não colhimento da assinatura do emitente, a qual é requisito formal do título, expresso no artigo 2º da referida lei. Além disso, não estaria sendo atendido o requisito da cartularidade da duplicata, obstando assim uma possível execução cambial do crédito. Pois não se teria o título em mãos e tão menos os demais documentos que são necessários a propositura da ação executória dependendo do aceite que foi dado. Bem como não seriam obedecidos todos os requisitos expostos no artigo 2º da lei nº 5.474/68. Veja-se: "a) Se for uma execução de duplicata com aceite ordinário (resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado da duplicata. Art. 7º, caput da lei nº 5.474/68 ), basta a juntada do título. O protesto apenas será necessário quando for para executar um coobrigado, e facultativo quanto ao devedor principal. b) Se for uma execução de duplicata com aceite por comunicação (resulta da comunicação, por escrito, ao vendedor, de seu aceite, quando da retenção da duplicata pelo comprador, devidamente autorizado pela instituição bancária cobradora), deve ser juntada aos autos a comunicação que foi enviada ao comprador, relativa ao aceite. c) Se for uma execução de duplicata com aceite por presunção (resulta do recebimento da mercadoria, com ou sem devolução do título ao vendedor, sem qualquer recusa formal), terá que ser juntado o instrumento de protesto e também o comprovante da entrega da mercadoria. Esses requisitos são condições da ação. Se faltar essa documentação na execução, ela será anulada." Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. § 1º A duplicata conterá: I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem; II - o número da fatura; III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; IV - o nome e domicílio do ven dedor e do comprador; V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso; VI - a praça de pagamento; VII - a cláusula à ordem; VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial; IX - a assinatura do emitente. § 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura. § 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração a que se refere o item I do § 1º deste artigo, pelo acréscimo de letra do alfabeto, em sequência. QUESTÃO OBJETIVA: (Magistratura PE - FCC/2011) No que tange à duplicata: a) o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, exclusivamente. b) é lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não antes do vencimento. c) trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento. d) (correta) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou ainda por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. e) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 7 Descrição CASO CONCRETO: (TJRJ - XLIV Concurso - Magistratura - 2a fase - adaptada) A Representações de Papéis Ltda, com sede nesta cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da extinção do contrato firmado entre as partes, em maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi esclarecido que a partir do recebimento da referida notificação, novos negócios em nome da notificante, não poderiam ser realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A propõe ação em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no interesse desta última, não deu causa à extinção do contrato, cujos negócios dele oriundos representavam 80% do seu faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos materiais e morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal a ser adotada, bem como explique as peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização. Além disso, nos termos do código civil vigente, não há como se conceber a extinção do contrato de forma unilateral na espécie, visto a grandeza dos investimentos aplicados pela empresa notificada e que ainda, pelo curto espaço de tempo entre a aplicação dos valores e a extinção contratual, não restou possibilidade de a mesma ter retorno dos recursos aplicados, devendo sim, caso não haja a prorrogação do contrato até o que se dê o tempo razoável a fim de mitigar os prejuízos , a parte prejudicada ser indenizada pelos danos materiais decorrentes dos investimentos que fez ainda na vigência da avença e que serão certa mente perdidos , em razão da forma repentina em que se dera a quebra contratual. QUESTÃO OBJETIVA: (ADVOGADO PETROBRÁS - CESGRANRIO/2011) Quando um empresário licencia o uso de sua marca a outro, prestando-lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de produtos, mediante remuneração direta ou indireta, sem que fique caracterizado vínculo empregatício, tem-se um contrato de: a) compra e venda mercantil. b) comodato. (correta) franquia. c) corretagem. d) comissão mercantil. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 8 Descrição CASO CONCRETO: (XIII Exame OAB - 2014.1 (FGV - MAR/14) Direito Empresarial Banco Colares S/A, com fundamento no inadimplemento de contrato de alienação fiduciária em garantia celebrado nos termos do artigo 66-B, da Lei n° 4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com pedido de liminar. Previamente ao pedido, o fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto Corrêa, fiduciante, das quatro últimas parcelas do financiamento. O pedido foi deferido e a liminar executada. O fiduciante não apresentou resposta no prazo legal, porém, dois dias após executada a liminar,pagou a integralidade da dívida pendente, em conformidade com os valores apresentados pelo fiduciário na inicial. Diante do pagamento comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega do bem livre de ônus, mas este já havia sido alienado pelo fiduciário durante o prazo legal para o pagamento da dívida. O fiduciário justificou sua conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao pedido de busca e apreensão. a) Poderá ser aplicada alguma penalidade ao fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em exercício regular do direito? Justifique Sim, é possível a aplicação de penalidade de multa em favor do fiduciante, uma vez que o fiduciário realizou a alienação antes da consolidação da propriedade e posse plena do bem no seu patrimônio. Com o pagamento integral da divida dois após a execução da liminar, o fiduciante tem direito à restituição do bem, com base no § 2° e no §6° do artigo 3 do decreto lei 911/69. b) Comprovado pelo fiduciante que a alienac,a~o do bem lhe causou danos emergentes e lucros cessantes, que medida podera' propor seu advogado em face do fiducia'rio? O advogado poderá pleitear em juízo, através de ação própria, o pagamento de indenização pelo fiduciário, diante de ilicitude de sua conduta pois a imposição de multa pelo juiz não exclui a responsabilidade por perdas e danos, com base no artigo 3º, §7º do decreto-lei nº911/69. QUESTÃO OBJETIVA: (MAGISTRATURA/DF - 2011) Espécie de leasing em que o bem arrendado já pertence à empresa arrendadora é: A) leasing financeiro; B) leasing de retorno; (correta) leasing operacional; C) nenhuma das alternativas anteriores é correta. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 9 Descrição CASO CONCRETO: (XXII Exame de Ordem Unificado - 2017.1) Na recuperação judicial de Têxtil Sonora S/A, o Banco Japurá S/A, titular de 58% dos créditos com garantia real, indicou ao juiz os representantes e suplentes de sua classe no Comitê de Credores. Xinguara Participações S/A, credora da mesma classe, impugnou a referida indicação, alegando descumprimento do Art. 35, inciso I, alínea b, da Lei n° 11.101/2005, porque a assembleia-geral de credores tem por atribuições deliberar sobre a constituição do Comitê de Credores, assim como escolher seus membros e sua substituição, não tendo havido deliberação nesse sentido. Ademais, aduz a impugnante que não houve manifestação do Comitê de Credores, já constituído apenas com representantes dos credores trabalhistas e quirografários, sobre a proposta do devedor de alienação de unidade produtiva isolada não prevista no plano de recuperação. Ouvido o administrador judicial, este não se manifestou sobre a primeira impugnação e, em relação à segunda, opinou pela sua improcedência em razão de não constar do rol de atribuições legais do Comitê manifestar-se sobre a proposta do devedor. Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. a) Deveria ter sido convocada assembleia de credores para eleição dos representantes da classe dos credores com garantia real, como sustenta a credora Xinguara Participações S/A? Não, uma vez que é o Banco Japurá titular da maioria das ações da recuperanda, e assim, conforme exposição do artigo 26, parágrafo 2º da lei de falências (Lei nº 11.101/05), o juiz pode determinar, mediante prévio requerimento dos credores que representem a maioria dos créditos de uma classe, como assim se vê no caso em tela, independente de realização de assembleia, a nomeação do representante e de seus suplentes da classe ainda não representada no comitê. No caso em questão, não se tem a informação de representante da classe com garantia real já estabelecido, portanto, é válida a eleição, vez que não é obrigatória a convocação da assembleia de credores. Vejamos: Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia-geral e terá a seguinte composição: I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes; II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes; III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes; IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 1º A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudicará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número inferior ao previsto no caput deste artigo. § 2º O juiz determinará, mediante requerimento subscrito por credores que representem a maioria dos créditos de uma classe, independentemente da realização de assembleia: I – a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda não representada no Comitê; ou II – a substituição do representante ou dos suplentes da respectiva classe. § 3º Caberá aos próprios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá presidi-lo. b) Deve ser acatada a opinião do administrador judicial sobre a dispensa de oitiva do Comitê de Credores por falta de previsão legal? Não deve ser acatada a opinião do administrador. Apesar de não constar no rol de atribuições, de modo específico, a atribuição do comitê ter ciência antecedente a possível alienação de bem pelo devedor, cumpre ressaltar que o artigo 27, alínea “f”, da lei nº 11.101/05, permite a manifestação do comitê de credores nas hipóteses previstas na lei aludida, e assim é previsto no artigo 66 do mesmo regramento a ciência obrigatória da comissão de credores quando já distribuída a recuperação judicial, não podendo o devedor alienar ou onerar seus bens sem ter ouvido antes de tudo o comitê. Veja-se: Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei: I – na recuperação judicial e na falência: a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial; b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei; c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores; d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados; e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de c redores ; f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei; II – na recuperação judicial: a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação; b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial; c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial. § 1º As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas em livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador judicial, dos credores e do devedor. § 2º Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Comitê, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz. Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceçãodaqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial. (Lei nº 11.101/05) QUESTÃO OBJETIVA: (Ministério Público/SP - 2011) A atual Lei de Falências, que regula a Recuperação Judicial, a Extrajudicial e a Falência do empresário e da sociedade empresária, instituída por meio da Lei n.° 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, trouxe uma profunda reforma no direito falimentar brasileiro. Das alternativas a seguir, a única correta é: a) a suspensão das ações de execução contra o devedor, na Recuperação Judicial, não excederá o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados do deferimento do processamento da Recuperação, prorrogáveis uma única vez por 60 (sessenta) dias, a critério do Juiz. b) a remuneração do administrador judicial não pode exceder a 10% (dez por cento) do valor devido aos credores submetidos à Recuperação Judicial. c) a constituição do Comitê de Credores é obrigatória, na Falência e na Recuperação Judicial, e, dentre suas responsabilidades, estão a fiscalização e o exame das contas do administrador judicial. d) havendo objeção ao Plano de Recuperação Judicial, o Juiz deverá deliberar sobre o assunto, após parecer do Comitê de Credores, administrador judicial e Ministério Público. e) (correta) a intimação do Ministério Público será realizada, no processo de Recuperação Judicial, após o deferimento do processamento da Recuperação Judicial. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 10 Descrição CASO CONCRETO: (FGV - OAB - VIII Exame - Prova Prático-Profissional - 2014 - adaptada) Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1a Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta- feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro (“DJE-RJ”) a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande circulação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o quadro-geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Diante da situação narrada no enunciado da questão, qual seria a medida processual cabível e o respectivo fundamento legal para que a sociedade XYZ Cadeiras Ltda. possa ser incluída no quadro de credores da referida recuperação judicial? (i) o devedor não relacionou o crédito para os fins do art. 51, III, da Lei n. 11.101/05, do contrário ele teria sido mantido ou excluído da relação do administrador judicial; (ii) (ii) o credor não habilitou tempestivamente seu crédito e contrata o advogado para que realize sua cobrança no processo de recuperação judicial pela via cabível; (iii) (iii) a impropriedade de impugnação à relação de credores com fundamento no art. 8º, seja pelo escoamento do prazo de 10 dias, seja pela ausência do crédito tanto na relação apresentada pelo devedor quanto naquela elaborada pelo administrador judicial; (iv) (iv) a inadequação da AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DO QUADRO-GERAL DE CREDORES, prevista no parágrafo 6º do art. 10 da Lei n. 11.101/05; (v) o descabimento da AÇÃO REVISIONAL DO QUADRO GERAL DE CREDORES, prevista no art. 19 da Lei n. 11.101/05. Assim sendo, a peça cabível é “HABILITAÇÃO DE CRÉDITO RETARDATÁRIA”, com fundamento no art. 10, caput, da Lei n. 11.101/05 (“Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias”). Alternativamente, admite-se a propositura de “IMPUGNAÇÃO À RELAÇÃO DE CREDORES” ou “IMPUGNAÇÃO”, com base no parágrafo 5º do art. 10, sob o fundamento de que as habilitações serão recebidas e autuadas como impugnação à relação de credores (arts. 13 a 15). Sem embargo, é fundamental precisar que já foi exaurido o prazo do art. 7º, § 1º da Lei n. 11.101/05 OU foi exaurido o prazo de 15 dias da publicação do edital, mas ainda não foi homologado o quadro geral de credores pelo juiz. A petição deve ser endereçada ao Juízo onde se processa a recuperação judicial (art. 3º da Lei n. 11.101/05), que é a 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro (dado contido no enunciado). QUESTÕES OBJETIVAS: 1. (CESPE - OAB/SP - 2007) No tocante à habilitação de crédito e impugnação previstas na Lei n.° 11.101/05, é correto afirmar que: (correta) na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, com exceção daqueles derivados da relação de trabalho, não terão direito a voto nas deliberações da assembléia geral de credores, ressalvada a hipótese de homologação do quadro geral de credores contendo tais créditos. a) na falência, os credores retardatários farão jus aos rateios extras eventualmente realizados, mas ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. b) após a homologação do quadro geral de credores, é vedado qualquer pedido de retificação para inclusão de créditos retardatários. c) da decisão judicial sobre a impugnação caberá recurso de apelação. (EJEF - Juiz Estadual/MG - 2008) Quanto à falência e à recuperação judicial, é INCORRETO afirmar que: a) Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. b) Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito. (correta) Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários têm direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores. c) As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação. Sociedade XYZ deve primeiro habilitar-se, deverá impugnar a relação de credores. Obj Letra A Letra C DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 11 Descrição CASO CONCRETO: (BNDES - Advocacia - 2010) Uma empresa propôs aos seus credores recuperação extrajudicial em 15 de janeiro de 2014, solicitando a homologação judicial 2 (dois) meses depois, com a assinatura de 2/3 (dois terços) das dívidas com credores trabalhistas e 3/5 (três quintos) das dívidas com credores quirografários. Esse pedido foi acompanhado do respectivo plano de recuperação, nos mesmos moldes do que havia sido concedido em dezembro de 2012 pelo mesmo Juízo. O procedimento adotado pela empresa teve como principal finalidade afastar qualquer possibilidade de pedido de falência, bem como priorizar o recebimento dos créditos que estavam vencidosem detrimento dos vincendos, caso afalência fosse decretada. Considerando esses dados, emita sua opinião legal, de maneira fundamentada, com base no pedido formulado pela empresa, à luz do ordenamento jurídico em vigor. O pedido de homologação da recuperação extrajudicial deve ser indeferido, vez que, primeiro a empresa no caso em tela já obteve uma recuperação extrajudicial há menos de cinco anos (em dezembro de 2012), em confronto com ao que fala o artigo 48, II, lei de falências (lei 11.101/05). Nesse sentido: Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. § 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013) § 2º Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. (...) § 3º O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos. (lei 11.101/05) Segundo, os créditos de natureza trabalhista não estão sujeitos a recuperação extrajudicial, nos termos do artigo 161, parágrafo 1º da mesma lei. Vejamos: Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. § 1º Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3º, e 86, inciso II do caput, desta Lei. Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. § 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrev ogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. Além disso, cumpre informar que o pedido de recuperação extrajudicial não obsta o deferimento do pedido da decretação da falência. Veja: Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. (...) § 4o O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. § 5o Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários. § 6o A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III do caput, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Por fim, cabe mencionar que, no processo de liquidação da sociedade, não deve a referida empresa distinguir os créditos vencidos e vincendos, conforme disposição do artigo 1.106 da lei nº 10.406/02 (CC). Veja-se: Art. 1.106. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o liquidante as dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto. Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, pode o liquidante, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas. (CC) QUESTÃO OBJETIVA: (MPT - Procurador do Trabalho - 2008) A respeito da recuperação extrajudicial assinale a alternativa CORRETA: (correta) os credores trabalhistas, tributários, titulares de posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóveis cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, e de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio e o credor decorrente de adiantamento de contrato de câmbio para exportação, não serão atingidos pelo plano de recuperação extrajudicial; a) para simplesmente procurar seus credores e tentar encontrar, junto com eles, uma saída negociada para a crise, o empresário ou sociedade empresária precisará atender aos requisitosda Lei para a recuperação extrajudicial; b) não haverá qualquer requisito a ser preenchido pelo empresário e a sociedade empresária para requerer a homologação do acordo de recuperação extrajudicial; c) a desistência da adesão ao plano por parte do credor poderá ocorrer a qualquer momento, independentemente da distribuição do pedido de homologação; DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 12 Descrição CASO CONCRETO: (TJRJ - Juiz - 2013) Determinada empresa ingressa com pedido de recuperação judicial perante uma das Varas Empresarias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tendo o juiz deferido seu processamento. a) Discorra sobre a possibilidade, ou não, da prorrogação do prazo de 180 dias previsto no art. 6°, parágrafo 4° da Lei n° 11.101/2005. Apesar de ser expressão nítida no parágrafo 4º do artigo 6º da lei 11.101/05 acerca da impossibilidade de extensão do prazo de 180 dias de suspensão das ações executivas contra o devedor, é pacífico o entendimento no Superior Tribunal de Justiça sobre a possibilidade prorrogação do prazo aludido, vez que favorece a continuação da empresa e assim também que consiga honrar todos os seus compromissos. Veja nesse sentido: Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio s olidário. § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. § 3o O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1o e 2o deste artigo poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe própria. § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial. § 5o Aplica-se o disposto no § 2o deste artigo à recuperação judicial durante o período de suspensão de que trata o § 4o deste artigo, mas, após o fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente concluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores. § 6o Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial: Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. (...) § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. (Lei nº 11.101/05) RECUPERAÇÃO JUDICIAL. EMPRESA. SUSPENSÃO. EXECUÇÃO ANTERIOR. Trata-se de ação de indenização em que, na origem, foi interposto agravo de instrumento contra decisão de juiz que deferiu o levantamento de valores depositados, em fase de execução de carta de sentença, sob a alegação de a empresa encontrar-se em recuperação judicial. O tribunal a quo reformou a decisão de primeiro grau, argumentando que, embora os créditos fossem anteriores à recuperação judicial, nos termos do art. 59 da Lei n. 11.101/2005, o plano de recuperação judicial implica novação. Para o Min. Relator, o REsp não pode ser provido, pois este Superior Tribunal entende que, salvo as exceções legais, o deferimento da recuperação judicial suspende as execuções, ainda que elas sejam iniciadas anteriormente ao pedido de recuperação, em homenagem ao princípio que privilegia a continuidade da sociedade empresária. Ressalta, também, que, no STJ, em razão do citado princípio, a jurisprudência tem interpretado a Lei n. 11.101/2005 sistematicamente, e não pela mera literalidade da norma invocada, por entender que, no estágio de recuperação judicial, não é razoável a retomada das execuções individuais após o simples decurso do prazo legal de 180 dias, conforme previsto no art. 6º, § 4º, da citada lei, sobretudo se a empresa em recuperação não tem qualquer culpa na demora da aprovação do referido plano. Por fim, assevera que não procede a alegação dos recorrentes credores de que a empresa em recuperação judicial não teria comprovado se o crédito deles faria parte do plano da recuperação, visto que os recorrentes poderão requerer a habilitação de seu crédito em juízo, nos termos dos arts. 7º, § 1º, e 52, § 1º, da Lei n. 11.101/2005. Diante do exposto, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: CC 79.170-SP, DJe 19/9/2008; CC 68.173-SP, DJe 4/12/2008, e AgRg no CC 110.287-SP, DJe 29/3/2010. REsp 1.193.480- SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 5/10/2010. COMPETÊNCIA. RECUPERAÇÃO. EXECUÇÃO TRABALHIST A. Cuida-se de conflito positivo de competência entre o juízo trabalhista e o da recuperação judicial diante do ofício expedido pelo último para determinar a transferência de importância pertencente à sociedade empresária recuperanda bloqueada por decisão do juízo laboral exarada em ação cautelar para a garantia das verbas trabalhistas. Note-se que já foi deferido o processamento do pedido de recuperação judicial e foi apresentado o respectivo plano. Quanto a isso, vê-se que, deferido o processamento da recuperação, cabe ao juízo trabalhista julgar apenas a matéria referente à relação de trabalho, não lhe competindo a alienação ou disponibilização de bens em ação cautelar ou reclamação trabalhista, salvo se diante de hasta já aprazada, caso em que o produto apurado deverá ser revertido ao juízo da recuperação. Assim, mantém-se o julgamento das ações trabalhistas na Justiça laboral até a apuração do crédito, cujo valor deverá constar da sentença e, posteriormente, ser inscrito no quadro geral de credores, isso no intuito de concentrar, no juízo da recuperação judicial, todas as decisões que cuidem do patrimônio da sociedade empresária em recuperação a ponto de não comprometer a tentativa de mantê-la funcionando. Dessarte, deferido o processamento da recuperação, quanto mais se aprovado o plano de recuperação judicial, não há como dar prosseguimento automático às execuções individuais, mesmo que decorrido o prazo do art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005, de suspensão das ações e execuções (180 dias). Anote-se que esse prazo tem sua razão de ser no fato de a sociedade necessitar de um período de defesa para reorganizar-se sem ataques a seu patrimônio com o fim de apresentar o plano derecuperação, nada vedando sua ampliação pelo juízo diante das especificidades de cada caso. Dessarte, reiterando esse entendimento, a Seção declarou competente o juízo da recuperação. Precedentes citados do STF: CC 7.116-SP, DJ 23/8/2002; do STJ: CC 19.431- PE, DJ 9/1/1998; CC 73.80-SP, DJe 21/11/2008; CC 61.272-RJ, DJ 25/6/2007; AgRg no CC 111.614-DF, DJe 19/11/2010; CC 98.264-SP, DJe 6/4/2009; CC 90.504-SP, DJe 1º/7/2008; REsp 1.193.480-SP, DJe 18/10/2010; AgRg no CC 110.287-SP, DJe 29/3/2010; CC 88.661-SP, DJe 3/6/2008; CC 92.005-SP, DJe 21/8/2008; CC 68.173-SP, DJe 4/12/2008; CC 79.170-SP, DJe 19/9/2008, e CC 90.160-RJ, DJe 5/6/2009. CC 112.799-DF , Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/3/2011. b) Responda, de forma fundamentada, se o crédito decorrente de adiantamento de contrato de câmbio se sujeita à recuperação judicial. Conforme Inteligência que se extrai do artigo 49, parágrafo 4º da lei de falências, o credor de bens móveis (no caso dinheiro), por se tratar de contrato de natureza jurídica de mútuo, não se sujeitando assim a importância do empréstimo aos efeitos da recuperação judicial, devendo assim ocorrer a restituição dos valores, a teor do artigo 86, II da mesma lei. Vejamo-los: Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. (...) § 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. § 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de ar rendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. § 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. § 5o Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4o do art. 6o desta Lei. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade com petente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. (lei nº 11.101/05) QUESTÕES OBJETIVAS: 1. (TJDFT - Juiz Substituto/2005) Assinale a alternativa incorreta. Nos termos da Lei n° 11.101/2005, na hipótese de recuperação judicial, pode-se afirmar que: a) não tem legitimidade para obter o benefício quem já o obteve há menos de 5 anos; b) se o sócio controlador tiver sido condenado por crime falimentar. c) pode ser requerida pelos herdeiros do devedor. (correta) que são legitimados para o pedido apenas as sociedades empresárias e não o empresário individual. 2. 3. (FCC - TRT 6a Região/PE - Juiz do Trabalho - 2013) O plano de recuperação judicial poderá prever, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros meios de recuperação, a) a ineficácia dos contratos de alienação fiduciária. b) a alienação de bem objeto de garantia real, com a supressão da garantia, independente de aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. c) nos créditos em moeda estrangeira, o afastamento da variação cambial, independentemente de aprovação expressa do credor titular do respectivo crédito. d) (correta) a redução salarial e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva e) o parcelamento dos créditos tributários no prazo máximo de quinze anos. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 13 Descrição CASO CONCRETO: (OAB - XI Exame de Ordem - Prático Profissional - 2013) José, empresário individual que teve sua falência decretada em 20.10.2011, vendeu um sítio de sua propriedade para Antônio, em agosto de 2011. Antônio prenotou a escritura de compra e venda do sítio em 18.10.2011, mas o registro da transferência imobiliária só foi efetuado em 05.11.2011, 15 (quinze) dias após a decretação da falência. Isto posto, responda aos itens a seguir. A) É válida e eficaz a compra e venda acima referida? Em razão de ter ocorrido prenotação antes da decretação da falência, a venda é válida e eficaz em conformidade ao inciso VII do artigo 129 da 11.101/05. B) A referida compra e venda poderia eventualmente vir a ser revogada? Poderá ingressar com Ação Revocatória se ficar demonstrado a intenção de fraudar credores na forma do artigo 130 da LRF. QUESTÃO OBJETIVA: 1. (TJDFT - Juiz Substituto/DF - 2007) Assinale a assertiva correta: a) A falência cessa os efeitos do mandato, cabendo ao mandatário, de imediato, prestar contas de sua gestão ao juízo falimentar. (correta) Os juros bancários posteriores à decretação da falência, debitados da conta do falido, devem ser creditados de novo, a não ser que o banco depositário desconhecesse a falência de seu cliente quando apurou o lançamento. b) O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decretadas tem o direito de concorrer em apenas uma delas, pela totalidade de seu crédito. c) A decretação da falência não suspende o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação. 2. 3. (VUNESP - Procurador do Município/Ribeirão Preto-SP - 2007) O prazo de contestação na ação de falência será de: a) 24 horas b) 48 horas c) 5 dias (correta) 10 dias d) 15 dias DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 14 Descrição CASO CONCRETO: (FGV - OAB - XV Exame de Ordem Unificado - 2014 - Adaptada) João Lima Artigos Esportivos Ltda. celebrou contrato de locação de imóvel comercial, localizado na Galeria Madureira, para a instalação do estabelecimento comercial da sociedade. Atingida por forte crise setorial, a sociedade acumulou dívidas vultosas e não conseguiu honrá-las. Com a decretação da falência, como ficaria a situação do contrato de locaçãocomercial celebrado pelo locatário? O contrato de locação poderá ser mantido, podendo ser denunciado, a qualquer tempo, pelo administrador judicial da massa falida. observe o que determina o art. 119, VII: Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras: (…) VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato. QUESTÃO OBJETIVA: (OAB/MG - 2007) São efeitos da sentença declaratória da falência, exceto: a) a perda da administração dos bens do falido, que passam a ser guardados e conservados pelo administrador judicial nomeado pelo juiz. b) a sujeição dos credores ao concurso universal da falência. (correta) o encerramento dos contratos bilaterais do falido. c) o encerramento das contas correntes do falido. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 15 Descrição CASO CONCRETO: (FGV - OAB - XIII Exame de Ordem Unificado - 2014 - Adaptada) A assembleia geral de credores da sociedade falida “Concessionária de Veículos Pereira Ltda.” aprovou, com o voto favorável de credores que representam 3/4 (três quartos) dos créditos presentes à assembleia, a constituição de sociedade formada pelos empregados do próprio devedor. Sobre esta modalidade de realização do ativo, determinado credor que votou contrariamente, questiona sobre a legalidade desse procedimento. Responda ao questionamento do credor, fundamentando sua resposta. Sim, é cabível essa modalidade de constituição conforme prevê o Art. 145. O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do ativo, desde que aprovada pela assembleia-geral de credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com a participação, se necessária, dos atuais sócios ou de terceiros. § 1o Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o disposto no art. 141 desta Lei. § 2o No caso de constituição de sociedade formada por empregados do próprio devedor, estes poderão utilizar créditos derivados da legislação do trabalho para a aquisição ou arrendamento da empresa. § 3o Não sendo aprovada pela assembléia-geral a proposta alternativa para a realização do ativo, caberá ao juiz decidir a forma que será adotada, levando em conta a manifestação do administrador judicial e do Comitê. A constituição da sociedade formada pelos empregados do devedor depende da apresentação, pela massa falida, das certidões negativas de débitos tributários. QUESTÃO OBJETIVA: 1. (OAB/MG - 2008) Na falência, o crédito trabalhista habilitado conta com posição de destaque na hierarquia da classificação dos credores até o valor de 150 salários mínimos. Em relação ao credor trabalhista cujo crédito superar esse limite, é verdade afirmar: (correta) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos quirografários. a) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos subordinados. b) os saldos excedentes do seu crédito serão incluídos na classe dos créditos com privilégio especial. c) os saldos excedentes do seu crédito não poderão ser reclamados na falência. 2. 3. (OAB/MG - 2008) A preferência do crédito com garantia real na falência: a) é limitada a 150 (cento e cinquenta) salários mínimos. (correta) é limitada a ao valor do bem gravado. b) é limitada a 50% da avaliação dos bens arrecadados. c) é ilimitada. DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II - CCJ0134 Título Caso Concreto 16 Descrição CASO CONCRETO: (FGV - OAB - XIV Exame de Ordem Unificado - 2014 - Adaptada) Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio de 30% (trinta por cento). Diante do caso em tela, a companhia questiona sobre a possibilidade e a licitude do plano de recuperação judicial apresentado. Responda ao questionamento da companhia, fundamentando sua resposta. A possibilidade do plano ser homologado é total, uma vez que o devedor conseguiu 4/5 dos créditos e só precisava de 3/5, logo, atendeu ao requisito do artigo 163 da 11.101/05. Quanto a licitude, inobstante o artigo 165 informe que os efeitos do plano só valer após a homologação judicial, o devedor pode produzir efeitos anteriores a sua homologação por expressa previsão do §1º do artigo 165, todos da 11.101/05, logo, é lícito. QUESTÃO OBJETIVA: 1. (TJGO - Juiz - 2007) Assinale a alternativa que especifica um dos requisitos objetivos para a homologação do plano de recuperação extrajudicial: a) Existência de plano de reestruturação do capital, propiciando o ingresso de recursos. (correta) Não pode ser previsto no plano o pagamento antecipado de nenhuma dívida. b) Previsão de realização parcial do ativo para obtenção de recursos necessários ao plano de recuperação da empresa. c) Previsão de equalização de encargos financeiros, com redução de direitos creditórios dos credores da empresa. 2. 3. (VUNESP - TJ/SP - 2013) Submetem-se aos efeitos da recuperação os seguintes créditos: a) Garantidos por propriedade fiduciária de bens móveis ou imóveis e de arrendamento mercantil,. b) Fiscais e parafiscais. c) (correta) Debêntures com garantia real. d) Importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação (ACC). C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 1.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 2.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 3.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 4.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 5.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 6.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 7.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 8.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 9.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 10.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 11.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 12.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 13.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 14.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\DireitoEmpresarial Aplicado II - caso concreto 15.docx C:\Users\Quemel\Documents\estacio\p7\casos concretos respondidos\empresarial II\Direito Empresarial Aplicado II - caso concreto 16.docx
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