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Anestesiologia Animal – 05/02/2018 Professor Sérgio Anestesia Dissociativa (injetável): o metabólito é extremamente nefrotóxico e neurotóxico. Não é possível utilizar em cirurgias longas pois se for reinjetando o animal convulsiona (a partir de 3 - 4 aplicações). Avaliação Pré-Anestésica Quando se fala em anestesia obrigatoriamente deve-se atingir os 3 requisitos abaixo: ✓ Não pode sentir dor; ✓ A musculatura está relaxada; ✓ O paciente está inconsciente; Se o paciente não atingir os três pontos não consideramos que ele está anestesiado. Quando se fala em anestesia epidural é considerado anestesia porque onde ela está “pegando” ocorre analgesia, relaxamento da musculatura e perda da consciência local, por isso chamamos de anestesia local. Se só ocorre relaxamento da musculatura chamamos de: relaxante muscular; Se só perde a consciência chamamos de hipnótico ou neuroléptico; Se só causa analgesia chamamos de analgésico; Não tem nenhuma substância que consiga fazer as três coisas de forma simultânea e de maneira segura, por isso anestesia é uma mistura de drogas visando diminuir os efeitos colaterais ao paciente. Ex.: um cardiopata: usar um hipnótico que cause menos prejuízo ao coração. Monta-se um protocolo anestésico combinando várias substâncias para atingir os 3 pontos da melhor maneira possível. Nem o melhor anestésico inalatório (sevofluorano) pode ser utilizado sozinho, pois quando chega ao ponto de não causar dor ao paciente ele estará tão profundo que resultará em óbito. O anestesista é obrigado a conhecer a anamnese do paciente antes de anestesiar. O anestesista é obrigado a fazer uma anamnese direcionada (jejum, remédio prévio – antiarrítmico, etc). O anestesista não pode se negar a falar com o tutor. É importante fazer exame físico pré-operatório do paciente para ter parâmetros de referência. (estado geral, lesões superficiais, presença de ectoparasitas, mucosa, sinais e sintomas, auscultação cardiopulmonar, palpação pulso periférico, hidratação, etc) - Paciente desidratado não entra em cirurgia sem hidratação prévia. O proprietário tem que ter contato com a equipe cirúrgica nas primeiras 24 horas (isso é exigido por lei) É obrigatório uma ficha anestésica que contenha tudo o que aconteceu antes, durante e depois porque o anestesista pode ser auditado a qualquer momento. Deve conter nome, espécie, RA, raça, idade, peso, sexo. Cuidado ao estimar peso pois a margem de erro é sempre enorme. Risco Anestésico (American Society of Anesthesiology) • ASA I – animais sadios sem doença detectável (cirurgia eletiva). • ASA II – doença sistêmica leve a moderada completamente controlada (anemia discreta, diabético controlado) • ASA III – doença sistêmica moderada a grave, porém não incapacitante (hipertenso, doente renal não insuficiente) • ASA IV – doença incapacitante que oferece risco constante a vida (insuficiência renal) • ASA V – associação de doenças incapacitantes, onde está certo o óbito sem cirurgia e tem pequenas chances com a cirurgia (piometra com choque séptico) • E – emergência, onde não é possível avaliar adequadamente o paciente, pois está correndo o risco eminente de vida (atropelado sangrando muito). Não é urgência Posso usar o ASA III E mas não posso ter um ASA II E pois não faz sentido o animal estar com a doença controlada e estar na emergência, sendo assim usamos a partir do ASA III. Não existe procedimento anestésico sem risco! ✓ Hipersensibilidade; (Extremamente RARO!) ✓ Idiossincrasia (resposta anormal a um medicamento); ✓ Erro humano (imprudência, imperícia, negligência) – mais comum; ✓ Alterações no preparo do paciente; ✓ Alterações no procedimento cirúrgico; ✓ Contraindicação do procedimento cirúrgico; Animal com ht menor do que 12 não pode ser anestesiado de jeito nenhum pois é certeza de óbito. Nestes casos sempre transfundir antes. Jejum é obrigatório devido aos riscos de pneumonia aspirativa, diminuição de motilidade intestinal, anestésico ama gordura e quando está em jejum o anestésico vai para o cérebro, se o paciente comer o anestésico vai para a gordura do alimento. Filhotes não podem ficar de 8 a 12 horas sem comer devido ao risco de hipoglicemia. Não se pode corrigir a glicemia (ex.: glicose IV) porque se for feita de maneira abrupta causa lesão na bainha de mielina . Um paciente hipoglicêmico tem pouco açúcar no sangue e esconde água no tecido (principalmente no cérebro). A dor de cabeça causada pela hipoglicemia é devido ao edema cerebral. Quando se corrige a água vai de maneira muito rápida “atrás” do açúcar causando lesão na bainha de mielina Anestesiologia Animal – 19/02/2018 Professor Sérgio 3 principais causas de anemia: - infecciosa (principalmente por hemoparasitas) - Insuficiência renal - hemorragia Obs.: Num paciente com policitemia investigar doença cardiorrespiratória. Principais motivos para aumento de PT plasma: - Desidratação; - Doença infecciosa; Principais motivos para diminuição de PT plasma: - Doença Renal; - Diagnóstico Diferencial de Deficiência Quando não acho o motivo pelo qual algo está baixo no organismo. Precursor: Não produz: Perde: No organismo a gente sempre sempre tem: da onde tira, se ele produz aquela substância ou se ele está perdendo. No caso da proteína: Pensando em precursor (de onde vem) temos a alimentação, ou seja, será que o animal está desnutrido? Se animal comeu ele pode está com problema de má absorção. Será que o animal está produzindo? (não produz) logo pensamos numa hepatopatia. Animal está perdendo? Nefropatia, hemorragia, êmese, diarreia. Então: Precursor: desnutrição ? Má absorção? (coprofuncional) Não produz: hepatopatia? (perfil hepático) Perde: Perdendo na urina? (relação PU:CU), êmese, diarreia , hemorragia? Exemplo 2: Hematócrito Precursor: desnutrição/deficiência nutricional? Má absorção? Não produz: mielopatia? Deficiência de eritropoietina? Perde: hemorragia? Hemólise? Animal pode estar com anemia por verminose que causa uma hemorragia no TGI. Plaquetas O animal com um pouco mais 150.000 plaquetas coagula com a mesma eficiência que um animal 600.000 plaquetas. Acima disso corre um maior risco de trombose. Um animal entre 100.000 e 150.000 plaquetas já coagula um pouco pior, só se torna muito muito pior se o animal tiver hipotermia. (nesses casos controlar a temperatura no transcirúrgico) Entre 50.000 e 100.000 já sangra bastante, só entrar com o paciente em cirurgia em casos de extrema necessidade. Nestes casos pensar numa bolsa de plaqueta. Entre 10.000 e 50.0000 plaquetas o paciente pode iniciar um quadro hemorrágico a qualquer momento. Entre 0 e 10.000 plaquetas só entra em cirurgia em caso de emergência, se não tiver outro jeito. Leucograma: É o aumento do número das células de defesa devido a um processo inflamatório. Principais causas de aumento: infecção, trauma, doenças imunomediadas, neoplasias. Se eu falar das causas de infecção bacteriana, a primeira célula que aumenta é neutrófilo, se tornar crônica quem aumenta depois é monócito. Se a gente pegar infeção bacteriana logo que ela acontece terá uma rápida leucopenia que é a migração, em seguida vem uma pequena monocitose (que quase não se pega, porque ninguém faz exame nessa fase inicial). Se a gente pegar as doenças parasitárias vemos aumento de eosinófilo, basófilo. Achou basófilo em lâmina, tem verme. Normalmente nunca se vê basófilo. Se a gente tem um paciente com doença parasitária deu eosinofilia, além de doenças parasitárias, entrará no diagnóstico diferencial doença alérgica e doenças eosinofílicas (exemplo neoplasias).Em doenças virais, veremos uma diminuição de linfócitos, ele primeiro diminui e depois aumenta. Os linfócitos são as principais células que sofrem alteração. Em doenças fúngicas vemos um padrão no exame de monocitose. Neoplasias: ocorre aumento de neutrófilo de forma bem importante e monócitos. Trauma: normalmente vê neutrofilia com granulação tóxica. Doenças imunomediadas: no hemograma vemos bastante esferócitos e monocitose. Leucopenia: Corticoide não causa leucopenia, ele causa leucocitose porque causa uma descarga de células de defesa da medula na circulação. Ele diminui a atividade das células mas aumentam o número delas na circulação. Bioquímico: Quando temos azotemia basicamente se dá por 3 origens: Pré-renal: desidratação Renal: doenças/alterações renais; Pós renal: obstruções/rupturas de vias urinárias; No doente renal temos azotemia aparece quando tem lesão superior a 75% dos néfrons. Quando faz urinálise sempre conseguimos um diagnóstico precoce e definir melhor o prognóstico. Célula caudada: célula da pelve renal, se encontrar na urinálise, significa que tem uma doença renal numa progressão importante. A descamação indica uma lesão superficial, pode indicar fase de resolução de doença. E células transicionais que pertence a via urinária inferior, não indica lesão renal. Cilindros: Hialinos: acontece por uma diminuição de velocidade de fluxo, não indica lesão. Granulomatosos: tem resto celular grudando no cilindro hialino e ele vem cheio de proteína, ele indica uma lesão renal. Fígado: Principais exames solicitados: ALT, FA, Albumina, GGT (gato) e AST (grandes animais) FA indica colestase, ou seja, fluxo dificultado da bile...mas não obrigatoriamente indica lesão. Se eu tiver só FA aumentada sei que o processo está muito mais em vias biliares ou se dá por indução medicamentosa. Um aumento exclusivo de FA não indica uma lesão hepática, indica afecção de vias biliares e não aumenta o risco anestésico e com a anestesia não ocorre piora deste quadro. Aumento de LT: indica mote de hepatócito, porque essa enzima está no citoplasma e para ser liberado na circulação o hepatócito tem que ter rompido. Ou seja, indica lesão hepática ativa. GGT: substitui a FA para gato. Não precisa ficar pedindo FA pra gato. AST: substitui ALT para grandes animais. Essa enzima se encontra no núcleo. Albumina: ocorre muitos erros na interpretação. Exemplo: animal com ALT e FA aumentadas e albumina normal. Ele tem uma hepatopatia que ainda não compromete o funcionamento do fígado. Este animal pode ser anestesiado, ocorrerá uma piora mas a função ainda está ok Exemplo 2: ALT e FA aumentadas e albumina baixa. Este animal já tem uma perda de função, mas não considero que ele tem cirrose, Na cirrose há substituição dos hepatócitos por fibroblasto. Se ainda há aumento de ALT e FA significa que ainda há célula viva morrendo. Essa albumina baixa não indica um quadro de cirrose, indica um problema águdo. Exemplo: ALT e FA normal e Albumina baixa, pode indicar cirrose... Mas sempre fazer diagnóstico diferencial. Animal está com proteinúria? Está perdendo por algum lugar (êmese, diarreia?) Pensando em anestesia quase sempre atendemos pacientes cardiopata. Quando devemos pensar em medicar antes de um procedimento cirúrgico? Sempre que o paciente tiver sintomatologia deve ter aval de um cardiologista! Exemplo: animal tosse, cansaço fácil o ideal é passar com o especialista, estabilizar e depois passar por procedimento cirúrgico. Agora se pego um animal que ausculto um sopro, mas sem repercussão hemodinâmica no eco eu não preciso encaminhar para o cardio antes de anestesiar. Tranquilizante: Medicação pré-anestesica que utilizamos para melhorar a condição de anestesia do paciente. Exemplo: um paciente bradicardico, anestesiar é arriscado. É ideal subir um pouco a FC antes de anestesiar e a função de subir a FC será de uma MPA. Se eu pego um paciente completamente acordado e faço um anestésico geral para ele dormir de uma vez, isso não é fisiológico. Se eu fizer um medicamento que deixa ele mais sonolento, perto de um sono fisiológico antes de entrar com um anestésico geral isso será muito melhor. MPA: São medicações que vão melhorar a condição de anestesia para um paciente repercutindo num melhor trans-operatório e pós. Também tira efeitos adversos dos anestésicos. Exemplo a quetamina que causa rigidez muscular. Não dá pra operar um paciente assim, então uso um mpa que relaxe a musculatura para melhorar este paciente. MPA: 6 grupos principais: Anticolinérgico Tranquilizantes (ex.: acepromazina, clorpromazina, levomepromazina) Benzodiazepínicos Alfa 2 agonistas Opióides Miorrelaxantes de ação central Cada um tem uma indicação diferente da outra. Exemplo: paciente com intussuscepção posso dar um buscopan (anticolinérgico). Alfa 2 agonista é um excelente sedativo, utilizado bastante para relaxamento muscular, utilizamos na anestesia geral. Os opióides são os derivados da morfina, analgésicos. Os miorrelaxantes de ação central são usados para equinos e um pouco em ruminantes. Tranquilizantes São medicamentos que chegam no cérebro e bloqueiam os receptores de um monte de neurotransmissores. É um depressor inespecífico da atividade cerebral. Efeitos Desejáveis Efeitos Indesejáveis - Tranquilização; - Antiemético; - Antialérgico; - Hipotensão; - Hipotermia; - Diminuição limiar convulsivo; - Diminui hematócrito; - Esplenomegalia; - Priaprismo; Um animal com trauma craniano não pode usar um tranquilizante porque diminuir o limiar convulsivo. Um cardiopata grave não pode porque diminui a pressão. Um hepatopata grave não pode usar não pode usar porque tem deficiência de proteína e logo não segura a pressão de maneira adequada. Neonato não pode devido hipotermia e porque não consegue controlar direito a pressão. Um diabético pode usar sem problema. Exemplo: um paciente com linfoma que é bem agitado e palpando parece que o baço está meio aumentado. Se eu tranquilizar o baço pode ficar aumentado devido a esplenomegalia. Isso acontece mediado pelo receptor alfa 1 adrenérgico que faz vaso constrição. Se eu bloquear faz vasodilatação. No baço tem bastante receptor alfa 1, se eu bloquear faz tanta vasodilatação que as hemácias correm pra lá. Então numa esplenectomia nunca fazer tranquilizante. Como escolher o tranquilizante? Pelo critério dos itens desejados. Se eu quiser tranquilizar: uso acepromazina; Se eu quiser antiemético: clorpromazina; Se eu quiser antialérgico @ atópico: levomepromazina; Esses 3 também são chamados de fenotiazínicos. Existem outro grupo de tranquilizantes (tirofenona) que não são usados na vet porque a duração é de 8 horas. (as vezes faz em selvagens e porcos) Anestesiologia Animal – 26/02/2018 Professor Sérgio Anticolinérgicos: Os mais importantes: atropina e escopolamina (tem glicopirrolato mas não tem no Brasil) Eles agem bloqueando o acetilcolina nos receptores muscarínicos, ou seja, é um antagonista competitivo de receptor muscarínico. Os receptores muscarínicos fazem parte do SN Parassimpático, se eu bloqueio esses receptores o parassimpático não funciona. Lembrando que o parassimpático atua nas vísceras e toda vez que eu tiver numa víscera excesso de parassimpático é interessante eu bloqueá-la. Ex.: @ com coração batendo muito lento, excesso de parassimpático. Se eu aplicar atropina a FC aumenta e fica mais fácil anestesiar esse animal. Ex.: @ com cólica devido intussuscepção, não é fácil anestesiar. Pode utilizar um buscopan para relaxar essa musculatura. Quandose fala de efeito colinérgico não é muito fácil determinar os efeitos desejáveis ou não. Usar Não Usar Bradarritmia; Hipermotilidade; Reduzidr secreção (salivação/secreção respiratória) Taquiarritmia; Atonia/hipomotilidade; Secreções viscosas; Infecções respiratórias; Exemplo: se eu tiver sialorréia e aplicar atropina, seca na hora... tornando-a mais viscosa. O problema é se eu tornar uma secreção pulmonar viscosa, pois assim o animal não consegue expectorar. Quando usar atropina ou escopolamina? - Grandes Animais: só usa escopolamina como mpa (tanto vaca quanto equino) - Pequenos Animais: no abdômen escopolamina, fora dele atropina. Opióides: A grande utilização é para diminuir dor. É importante na anestesia porque determina quanto de anestésico eu vou utilizar. Se eu fizer um anestésico direto a primeira coisa que acontece é agitação e depois perda de consciência, mas se eu mexer nele ele ainda mexe a pata, ou seja, ele está inconsciência mas não tem relaxamento muscular e nem analgesia. Nunca a dose será determinada por hipnose porque ela acontece primeiro do que todo mundo. Para chegar no ponto de que atinjo esse 3 itens com um anestésico geral a dose é tão alta que a maioria dos pacientes morrem devido a grande depressão do sistema cardiovascular. Para não dar tanto anestésico geral se utiliza analgésico antes para tornar a anestesia segura. Não existe anestesia sem opióide!!!! Os opióides são produzidos naturalmente no nosso organismo para controlar dor daquilo que é fisiológico (exemplo andar). Na veterinária há dois receptores opiáceos importantes: o µ (mi ou mu) ou o k (kappa) pois são os que têm no organismo em maior quantidade. O mi representa mais ou menos 70% do todos os receptores de opióide e o kappa 20%, então se eu somar 90% da dor é controlada por estes 2 receptores. Então é através dele que faremos o manejo da dor deste paciente. Se o paciente tem dor ele se apresenta, se não tem ele se esconde. Exemplo: Chegou uma paciente para osh eletiva, essa paciente não tem dor. Se eu injetar morfina ela vai vomitar porque os receptores que produziriam analgesia estão escondidos.. estão presentes aqueles outros que não são bom em segurar dor mas são bons em dar efeitos colaterais. Agora se eu pegar um animal que já está com dor os receptores mu e kappa estarão presentes, ou seja, se eu fizer um opióide em paciente que já tem dor eu terei um excelente efeito analgésico e pouco efeitos colaterais. Tem duas características que a gente olha nos opióides: - Potência; - Tempo de duração; Fármaco Potência Período Hábil Butorfanol 0,05 3 horas Antagonista e Antagonista Petidina 0,1 2 horas Agonista Tramadol 0,2 8 – 12 horas Agonista Morfina 1 4 horas Agonista Metadona 2 8 horas Agonista Fentanil 80-100 40 minutos Agonista Naloxona - Dose Dependente ANTAGONISTA Obs.: A morfina é o padrão (então é o 1) e a classificação se da por ela. Você atribui a potência analgésica comparada com ela. Butorfanol: 20 vezes mais fraco que a morfina. Petidina: 10x mais fraca que a morfina Tramal: 5x mais fraco que a morfina Todo mundo que é menos que 1 é chamado de opióide fraco, todo mundo que é maior do que 1 é chamado de opióide forte. Ex.: mastectomia doi muito, se usar um opióide fraco o animal vai continuar sentindo muita dor. Se for tirar uma verruga não compensa utilizar metadona porque a dor não é significante então se liga nos receptores de efeitos adversos. Se eu pegar um paciente que vou remover cálculo dentário, sem extração de dente, a dor é pequena. Não faz sentido usar de morfina pra baixo. A cirurgia é rápida ou demorada? É rápida, então posso usar petidina. Mastectomia dói muito, vou usar de morfina pra baixo. Se eu quiser usar fentanil ou vou aplicar várias vezes ou vou colocar em infusão contínua para que dure o procedimento todo. Ainda na masctectomia, posso usar também metadona pois é mais forte que a morfina e dura o procedimento todo. Nem todo opióide estimula os dois receptores ao mesmo tempo. Existem os opióides agonistas (que são aqueles que estimulam os receptores). Tem aqueles que chamamos de agonistas opióides que estimulam os dois, ou mu agonista que estimula só o mu e kappa agonista que só estimula o kappa. Agonistas Antagonistas Eles estimulam um e bloqueiam o outro. Exemplo o butorfanol, ele é um agonista kappa e antagonista mu. Lembrando que temos mais receptores mu do que kappa, se eu estimular mais o kappa e bloquear o mu eu não tenho uma boa ação analgésica e é por isso que o butorfanol é tão fraco. Tão fraco que é comparado comparado a anti- inflamatório. Potência opióide: afinidade pelo receptor kappa. O butorfanol tem potência opióide 8. Não confundir potência opióide com potência analgésica. Tramadol é mu agonista não faz sentido misturar butorfanol com tramadol porque os receptores mu estão bloqueados, fazendo com que o tramal não funcione. O butorfanol é um opióide fraco que faz com que os opíoides fortes não funcionem. Só vou usar butorfanol em paciente ambulatorial que não tem perigo de ter que passar por um procedimento mais doloroso. Quando usar a petidina? Cirurgia que dói pouco e de pouca duração. ELA NÃO PODE SER REAPLICADA pois gera um metabólito tóxico chamado norpetidina que é nefrotóxica e neurotóxica. Numa única aplicação não tem problema, o problema acontece quando ocorre a reaplicação. É a norpetidina que causa dependência. Petidina além de não poder reaplicar ela libera muito histamina. Se o animal for atópico não toma. Animal com bronquite não pode porque piora. Qualquer doença alérgica não utilizar bulldog e pug. É o que mais causa reação alérgica. Tramadol: seu principal mecanismo de ação é aumentar a serotonina no corpo que tem um bom poder analgésico. Está querendo sofrer uma nova classificação como opióide atípico ou analgésico atípico. Na pratica está querendo classificar porque se tirar do grupo de opióide deixa de ser um remédio controlado. Ele é mais forte no ser humano do que nos animais. Não funciona aplicado subcutâneo porque não absorve de maneira que atinja concentração plasmática (em humano funciona). Ele é o menos alergeno de todos os opióides NUNCA DEVO ASSOCIAR EM DOSE ALTA EM ANIMAIS QUE TOMEM ANTIDEPRESSIVO!!!! Antidepressivo aumenta serotonina, tramal aumenta serotonina e se subir serotonina demais pela associação dos dois pode dar uma síndrome serotoninérgica que pode dar colapso cardiovascular levando a morte. É um excelente opióide pós operatório. É bastante utilizado em trans operatório para cirurgias que dói pouco e em pacientes que tem contraindicação no uso da petidina. Morfina: tem uma potência analgésica bastante forte mas é um dos que tem ampla liberação de histamina. (deve evitar nos quadros de alergia) e costuma dar um pouco de hipotensão e é um dos que mais causa quadro eméticos. Metadona: é um opióide extremamente potente, quase não induz vômito e tem como característica ser um dos melhores opióides para dor crônica ou oncológica porque bloqueiam o canal de cálcio. Fentanil: é o mais potente mas provoca bradicardia importante. Exigindo a administração muito lenta. É também hipotensor. Para manter a concentração plasmática utiliza-se muito como infusão contínua. Obs.: Sinais de que o animal está sentindo dor são através do controle hemodinâmico como por exemplo aumento FC. Aplicabilidades dos Opióides OSH Há momentos de dor muito forte e momentos que não dói quase nada Se eu usar um opióide muito forte eu terei excesso de opióide em algum momento e se usar muito fraco terei deficiência durante a cirurgia. Para resolver esse problemaposso utilizar um opióide um pouco mais fraco e na hora de tracionar o pedículo uso fentanil que dura pouco tempo. Fratura no Fêmur A hora que mais causa dor é na redução da fratura, neste momento pode usar fentanil. Numa cirurgia longa de dor intensa pode aplicar de novo (o que não é muito bom) ou pode manter em infusão continua . Intussuscepção: É uma cirurgia que costuma doer muito, como MPA posso usar morfina ou metadona. Principalmente metadona porque não induz o vômito. Efeitos Desejados e Indesejados dos Opióides: Desejados Indesejados - analgesia; - sedação; - estabilidade hemodinâmica; - Depressão respiratória (quanto mais potente > depressão) - Liberação de histamina; (morfina e petidina) - Bradicardia; (fentanil) - Êmese; (morfina) - Constipação; O opióide é o grupo que menos afeta a circulação, embora, temos o fentanil que causa hipotensão e bradicardia e a morfina que causa bradicardia; Num paciente que não vou oxigenar não utilizar fentanil ou dose alta de opióide. Um paciente com mastocitoma não pode tomar petidina e morfina porque pode causar degranulação de mastócito levando a hipotensão; A naloxona é um opióide antagonista que desliga os receptores opióides, ou seja, é um antídoto. Ele corta todos os efeitos colaterais só que também corta os efeitos analgésicos. Só deve ser utilizado em ultimo caso. Utiliza em caso de intoxicação por opióide. Atividade: montar 4 protocolos anestésico. Montar um caso clínico onde eu use os três grupos (tranquilizante, opióide e anticolinérgico). 1 Usar os 3; 1 SÓ usa opióide e anticolinérgico; 1 Só usa opióide e tranquilizante; 1 Só usa opióide; Protocolo 1 – Uso de tranquilizante, opióide e anticolinérgico Piometra - Usaria escopolamina, acepromazina e metadona. Protocolo 2 – Uso de opióide e anticolinérgico Paciente que irá passar por uma intussuscepção. Utilizaria como opióide: fentanil e anticolinérgico: escopolamina. Protocolo 3 – Opióide e Tranquilizante Citologia no baço não pode porque tranquilizante faz esplenomegalia. Citologia no fígado poderia usar desde que o animal não tivesse contraindicação. Orquiectomia (opióide: petidina) + tranquilizante (desde que não tenha contraindicação) Remoção de corpo estranho através de endoscopia: opióide – tramadol ou petidina e clorpromazina para evitar vômito. Protocolo 4 – Só opióide Paciente que vai passar por toracocentese de um paciente cardiopata, paciente que vai para o RX Num caso de remoção de miíase o ideal seria utilizar um tranquilizante junto. Idependente do que vai fazer vê se tem indicação ou não de utilizar um tranquilizante. Se esse paciente for um cardiopata, por exemplo, não pode utilizar tranquilizante e aí para tirar a usaria só opióide. Casos Clínicos: Paciente com 16 anos, com hérnia de disco, SRD, cardiopata. Ele tem um problema visceral? Não! Então anticolinérgico cai fora, não tem porque usar. Tranquilizante não vai utilizar porque cardiopata não pode. Opióide utilizado: metadona. Anestesiologia Animal – 05/03/2018 Professor Sérgio Benzodiazepínicos Diazepam Midazolam Zolazepam Gaba: intimamente ligado a relaxamento muscular. Se eu usar um benzodiazepinico um dos efeitos é relaxamento muscular (um dos melhores que temos). Se aumentar a dose o medicamento vira sedativos. Se é sedação o animal fica inconsciente. (se tomar dose alta de dormonid (midazolam) ou clonazepam o paciente dorme). O receptor Gaba está intimamente relacionado a relaxamento muscular. Se for estimulado ocorrerá bom relaxamento muscular porque já função que exerce naturalmente. Hoje na pratica não se usa benzodiazepínico isolado em cirurgia, usa associado com outras mediações normalmente administrado na mesma seringa de outros anestésico geral ou dissociativo (aquele que o animal vai “dormir”) Ex.: Diazepam + propofol (ao mesmo tempo) porque se o diazepam for excitar o propofol segura. Desejáveis Indesejáveis Miorrelaxante (um dos melhores) Efeito Paradoxal Anticonvulsivante Depressão Respiratória* Ausência Metabólitos Ativos (midazolam) Metabólitos Ativos (Diazepam, Zelazepam Pode usar como sedativo mas é pouquíssimo utilizado. O efeito paradoxal é bem intenso, em gatos isso pode ser um problema. *Depressão Respiratória (dose e idade dependente) Em dose baixa não preciso me preocupar, em dose alta pode deprimir muito. Em filhotes deprime MUITO mais. NÃO USAR DIAZEPAM EM HEPATOPATA! Quando for usar benzodiazepínico perguntar: preciso de um miorrelaxante e um anticonvulsivante? Se a resposta for sim escolhe entre diazepam e midazolam. O período hábil do midazolan é bem pequeno (15-20 minutos) o diazepam tende a durar perto de uma hora.. O diazepam é melhor anticonvulsivante e o midazolam é mais seguro e potente. Em casos de doenças concomitantes usar midazolam. NUNCA usar Diazepam em hepatopata para anestesiar, em caso de animal que chega convulsivando usa o diazepam porque não tem nenhum que não seja hepatotóxico. Na veterinária não se usa benzodiazepínico em todas as cirurgias (na medicina humana sim). Ex.: vou anestesiar e preciso de um medicamento anticonvulsivante. A escolha será a seguinte: se ele for hepatopata e ele for pra anestesia eu escolho o midazolam, se não for hepatopata a escolha é sempre diazepam. Agora se vou anestesiar o propofol eu não preciso usar nenhum dos dois porque o propofol é um bom relaxante muscular e ainda é anticonvulsivante e por isso o uso de benzodoazepínicos na veterinária tem caído por terra. Há trabalhos em que mostram que não tem benefício associar benzodiazepínico com propofol e por isso não usa. Agora quetamina com diazepam é bom porque quetamina deixa o músculo rígido e o diazepam relaxa. Flumazenil é um antagonista: aplica o paciente acorda na hora, utilizado quando paciente deprime demais. Na veterinária não é tão utilizado porque junto com o benzodiazepínico é utilizado junto com algum anestésico, logo não adianta. Na vet utilizamos quando paciente toma por acidente diazepam, quando houve erro na administração, etc... para acordar não usa muito justamente por causa da associação com outro anestésico. Miorrelaxante de Ação Central EGG/Guaifenesina É uma única molécula que tem dois nomes. Esse grupo é utilizado pra relaxamento de musculatura e embora não seja proibido usar em cães na prática não se utiliza em pequenos animais. É utilizado em grandes onde o relaxamento muscular faz toda diferença na anestesia. Se anestesiar um cavalo sem relaxamento muscular, quando o animal cair corre um grande risco de fratura. Utilizado para melhorar a anestesia de grandes animais (equino) fazendo com que ele caia de maneira mais segura. Efeitos Desejáveis Efeitos Indesejáveis Relaxamento Muscular Depressão respiratória Leve efeito sedativo Hemólise aguda Analgesia (muscular) Flebite Para usar EGG a diluição tem que ser até 15% no máximo, caso seja acima disso pode causar hemólise aguda. Por uma questão de segurança se dilui em 5% ou 10% A flebite também é bem importante, principalmente se for feita fora da veia. Não tem antagonista!!!! Alfa 2 – Agonistas Normalmente tem uma quantidade constante basal de noradrenalina na fenda sináptica que funciona como uma “sopa” e conforme essa água vai mexendo e a medida em que algumas moléculas de noradrenalina vão encostando no receptor 1 ele vai sendo estimulado. Se na solução tiver pouca noradrenalina isso acontece poucas vezes, agora se tiver muita acontece com uma frequência maior. Se tiver pouco estímulo 1 a FC será mais baixa, a força de contração será mais baixa. Se liberar mais noradrenalinaterá mais estímulo no receptor a FC sobe e o coração bate mais forte. Em praticamente todas as sinapses temos receptor 2 adrenérgico (pré-sináptico) cuja função é fazer feedback negativo. A partir de uma determinada concentração de noradrenalina ela acaba ligando no 2 fazendo feedback negativo, ou seja, inibindo a liberação de noradrenalina. Os medicamentos 2 adrenérgicos são substâncias que se ligam de cara nos receptores 2 fazendo com que a liberação de noradrenalina pare, não seja metabolizada. Enquanto o medicamento tiver agindo não volta a liberação de noradrenalina, logo a quantidade de estímulo do receptor cai fazendo com que diminua a FC, a força de contração. Quando ele libera menos noradrenalina tambem atrapalha a liberação de outras substâncias e gera 3 efeitos ótimos Efeitos Desejáveis Efeitos Indesejáveis Melhor sedativo das MPA Bradicardia, Inotropismo - , PUPD Melhor relaxante muscular (fora EGG) Hipotensão, inibe ADH, reduzi insulina Analgesia Visceral Discreta Broncoconstrição Analgesia visceral é a mais difícil conseguir e esse medicamento controla parcialmente. Lembrando que o paciente para estar anestesiado precisa estar sem consciência (hipnose), sem dor e com a musculatura relaxada e esse medicamento faz tudo isso. Para ele ser chamado de anestésico falta só mais um pouco de potência. Isso faz com que em algumas situações ela seja obrigatória, exemplo em cirurgias com anestesia injetável se usa 2 agonistas. Exemplo: se eu utilizar opióide potente posso deprimir a respiração e em pacientes em que vou usar anestesia injetável não posso usar opióide forte... se não posso usr opióide forte a capacidade de tirar dor é reduzida. Se eu for castrar uma cadela e usar quetamina, diazepam e petidina o animal fica acordando toda hora, a cada 10 minutos levantará a cabeça e nesse momento os 2 agonistas ajudam muito. A grande utilização de 2 agonistas é para anestesia injetável !!!! Quando vai usar quetamina para operar precisa de um 2 agonista. Se estou diminuindo a noradrenalina estou reduzindo ação do simpático e logo parassimpático ganha (efeito parassimpatomimético), ou seja, simula ação do simpático no corpo do paciente fazendo bradicardia, depressão respiratória, inotropismo negativo, hipotensão, inibição de ADH que gera PUPD e levando a desidratação, reduz liberação de insulina gerando hiperglicemia Não pode usar em diabéticos!!! Medicamentos 2 agonistas: ✓ Xilazina; (grandes e pequenos) ✓ Detomidina; (grandes) ✓ Dexmedetomidina; (pequenos) Esses medicamentos tem uma grande diferença entre eles que é sua seletividade. Toda vez que eu usar um medicamento para se ligar num receptor 2 primeiro ele se liga num receptor 1 porque eles não tem ação pura. A hora que ligará no 1 ocorrerá vasoconstrição e a pressão vai subir (primeiro sobe e depois desaba). A seletividade da Xilazina é 1:160 (liga um no 1 pra 160 ligando no 2) A seletividade da Dexmedetomidina é 1: 1620 Ou seja, vamos supor que vou aplicar 16.200 unidades de volume 2 agonista. Se eu aplicar 16.200 de xilazina se liga 100 no 1 e 16.099 no 2 Se eu aplicar 16.200 de dexmedetomidina se liga 10 no 1 10 e 16.190 no 2 Ou seja dexmedetomidina é mais seletivo de 2. Aplicando xilazina liga bastante no 1 que faz a pressão subir bastante, o corpo por si só já tente diminuir essa pressão, só que ai liga no 2 e a pressão despenca. A dexmedetomidina liga pouco no 1 e a pressão sobe só um pouco e o organismo não faz esforço para diminuir e quando ligar no 2 não vai fazer a pressão desepencar. A dexmedotomidina também se liga em subtipos de 2, a dexmedetomidina gosta do 2ª que faz vasocontrição, não deixa fazer vasodilatação e a pressão automaticamente não cai. Quanto mais seletiva for a substância menos alteração pressólica vai ter e logo é mais seguro. A dexmedetomidina custa muito caro (aproximadamente R$800,00) Usa xilazina em cavalo quando o priprietário não tiver condições de pagar detomidina. A Xilazina é proibida na Inglaterra. Normalmente para se tornar mais seguro usa subdose porém automaticamente diminui a analgesia e o animal acaba sentindo dor. No dia a dia eu tenho 3 escolhas a fazer: Usar dose alta de xilazina pra não sentir dor mas alto risco de óbito; Anestesiar com dose baixa de xilazina mas deixar sentir dor em troca da segurança; Anestesiar com algo melhor mas que custará mais caro; Antagonista Xilazina → ioimbina; Antagonista detomidina e dexmedetomidina → atipamazole $$$$ Anestesiologia Animal – 12/03/2018 Professor Sérgio Anestesia Dissociativa É uma modalidade de anestesia que muitas vezes é confundida com anestesia geral. Anestesia Parenteral: Anestesia Geral IV Não faz pela via inalatória Quais são as anestesias parenterais que existem? Anestesia Geral IV e Anestesia dissociativa. Esse grupo é de anestesia geral, causa depressão generalizada do SNC. Aplica e diminui atividade cerebral até relaxar musculatura, hipnose e se aumentar a dose ocorre analgesia. ✓ Tiopental; ✓ Propofol; ✓ Etomidato; São péssimos analgésicos!!! São pouco utilizadas como único anestésico em procedimentos cirúrgicos. Para conseguir efeito anestésico a dose tem que ser tão alta que provavelmente o animal morrerá. Anestesia dissociativa Não deprime o cérebro como um todo e como não faz depressão generalizada cerebral não pode ser chamada de anestesia geral e por isso é chamada de dissociativa. Tem propriedade analgésica e não necessariamente precisa ser feito IV. Mantem os reflexos e potencializa o SNS (coração bate mais forte e mais rápido) É um anestésico de baixa mortalidade ✓ Quetamina (cetamina); ✓ Tiletamina (zolazepam); - junto dela tem um benzodiazepínico zolazepam Coterx cerebral controla interação com ambiente, consciência; Tronco cerebral controla “vida”, lá está o centro respiratório, centros hemodinâmicos, liberação de hormônios tireoidianos; Se uma pessoa tiver um corte no dedo, passa pelos nervos do braço, entra na medula e sobe até o tronco cerebral, vai dar taquicardia, taquipneia e por reflexo vai triar a mão, até aqui é nocicepção (chega no cérebro mas não é interpretada) Se você pegar e interpretar essa situação passa a se chamar dor. Os anestésicos dissociativos cortam a comunicação que passam do tronco cerebral pro córtex, desconecta duas áreas cerebrais, ou seja, dissocia. Medicamentos pré-anestésicos (MPA) são responsáveis por diminuírem a nocicepção. Ex.: xilazina diminui nocicepção e quetamina não deixa interpretar o que chegou. O grande problema é que temos dificuldade de interpretar até quando está funcionando. A anestesia dissociativa da um efeito muito interessante chamado catalepsia que é ficar parado independente de estar dissociado ou não... então as vezes o paciente está com dor mas continua parado. Efeitos: Catalepsia; Analgesia somática discreta; (osso, músculo, pele, não tem efeito em vísceras) Rigidez muscular (hipertonia); (por isso associa com relaxante muscular) Manter reflexos protetores (piscar e deglutir); - difícil entubar Aumenta a atividade cerebral (aumenta PIC); Hepatotóxico; (difícil metabolizar) Nefrotóxico; Neurotóxico; Depressor sobre fetos e filhotes; (nunca usar em cesárea – mas usa muita quetamina no Brasil e por isso ocorre muita morte dos filhotes). Aumenta a pressão intraocular; (perigo em glaucoma e ulcera de córnea que pode romper) Ativa SNS (efeito simpatomimético); Anestesia Geral IV Anestesia Dissociativa - Tiopental; - Propofol; - Etomidato; - Quetamina; - Tiletamina; Animal que toma só quetamina as vezes pode picar e mesmo assim estar anestesiadode maneira dissociativa. Não usar de maneira nenhuma em animais epiléticos ou com qualquer doença de sistema nervoso porque aumenta a atividade cerebral aumentando até a PIC ↓PAM - ↑ PIC ↓IPC = PAM - PIC Se eu tomar uma paulada na cabeça aumenta PIC e a oxigenação cai. Uma pessoa que desmaia por pressão baixa, isso ocorre porque a perfusão cerebral caiu e logo o cérebro parou de funcionar. É uma boa anestesia para procedimentos que não têm grande dor e são de curta duração. Se precisar estimular dor precisa fazer anestesia local. A informação chega no cérebro e não vai pro córtex mas o corpo reage guardando um monte de neurotransmissor, então fica cheio de noradrenalina, serotonina, domamina e outras substâncias estimulantes do córtex cerebral, quando o animal volta isso faz com que o animal não volte bem... ele volta chorando, se debatendo, agressivo, etc Pra melhorar isso faz um bom MPA Se usar um sedativo ocorre depressão cerebral ... se usar xilazina, diazepam que são sedativos a atividade cerebral diminui, se usar tranquilizante também logo o retorno não será tão ruim assim. Se quiser melhorar mais ainda pode usar opióide. É Comum ver nesses casos ver usar quetaminza, xilazina, diazepam e tramadol. A quetamina está dissociando; A xilazina está sedando, relaxando musculatura e trazendo analgesia visceral; O tramadol melhora a analgesia; O Diazepam melhora sedação e relaxamento muscular; Por isso associa várias medicações MPA com quetamina. Diferença entre Quetamina e Tiletamina. Tiletamina é muito mais forte, potente o que representa uma analgesia melhor porém mais predisposição a convulsão e por isso já vem com benzodiazepínico junto... vem junto com zolazepam que absorve extremamente rápido, antes mesmo da tiletamina absorver. É um dos anestésicos mais práticos que tem porém o paciente se recupera muito pior. É um anestésico que tem dose pra qualquer espécie. No cão a Tiletamina dura 70 minutos e o Zelazepam 60 minutos, quando o paciente acorda só tem Tiletamina agindo, o que aumenta atividade cerebral no final da anestesia fazendo com que ele acorde muito mal. Alguns vets aplicam diazepam ou xilazina quando o animal está perto de acordar. No gato dura mais ou menos 1 hora e o zolazepam dura um pouco mais e por isso ele acorda um pouco mais calmo... mas como tem efeito paradoxal pode ser que o animal acorde muito agitado... não adianta fazer outro benzodiazepínico e então da tranquilizante que normalmente é xilazina ou acepromazina. A quetamina tem um efeito extremamente importante que é fechar canais de cálcio, ou seja, é ótimo para tratar dor crônica ou evitar que dor aguda se torne crônica. Uma vez que esses canais ativados pelo gene da dor são ativados isso se torna irreversível...então para evitar fecha os canais de cálcio. Para dor aguda normalmente usa os canais de sódio chamado de AMPA, esses canais aines, dipirona, opioide fecham bem. Para dor crônica usa um outro receptor chamado NMDA (N-metill-D-aspartato) que é irreversível. Quando os canais de cálcio são fechados os que fecham os canais de sódio respondem muito melhor... a quetamina é o melhor fármaco para tratar dor crônica e a dose que precisa para isso é muito menor (para anestesiar 5mg/Kg para controlar dor 0,25 mg/Kg) Para pacientes que sentem dores por tempo prolongado (exemplo uma fratura que demora para operar) pode entrar com medicamento (Gabapetina) Na hora do atendimento pode aplicar um pouco de quetamina, como não pode passar quetamina pra casa pode entrar com Gabapentina e isso fará que a dor crônica seja evitada. A Gabapetina começa a funcionar a partir de 4 horas, mas tem um efeito bem bacana após alguns dias. Anestesiologia Animal – 26/03/2018 Professor Sérgio Anestesia Geral Intravenosa ✓ Tiopental; ✓ Propofol; ✓ Etomidato; Tiopental Também chamada de anestesia barbitúrica (família dos Barbitúricos), vem de uma família que foi muito utilizada no passado. Só pode ser utilizado IV pois se fizer fora causa necrose de tecido e dependendo do caso levando a amputação do membro. É o melhor para deprimir sistema nervoso central. Utilizado em caso de convulsão onde o animal não para de convulsionar com mais nada. Nenhum animal convulsiona com tiopental. Sua grande utilização é para caso de convulsão refrataria a qualquer outro tratamento. É metabolizado pelo fígado numa velocidade de 5% por hora. O animal dorme muito rápido mas acorda após 10-15 minutos. Esse anestésico é o mais lipofílico e normalmente o tecido gorduroso é pouco vascularizado, mas o cérebro é extremamente gorduroso e vascularizado Quando aplicado na veia caminha quase que imediatamente pro cérebro que é extremamente vascularizado e também tem gordura... como a quantidade de gordura em relação a volume é pouco devido ao tamanho do cérebro após ir pro cérebro ele é redistribuído por toda gordura do corpo e sobra apenas uma pequena quantidade no cérebro e por isso dura pouco. Se for aplicado novamente ele será novamente redistribuído porém como já terá na gordura do corpo o animal dorme um pouco mais e assim por diante... a redistribuição irá se tornando mais lenta. A cada administração o tempo de duração aumenta → efeito acumulativo. Não pode ser feito por infusão contínua porque o animal pode morrer devido esse efeito acumulativo. Tem excelente ação relaxante muscular. Efeitos Colaterais Cardiovascular (diminui débito cardíaco, despenca PAS, predispõe arritmia) Nefrotóxico Não pode utilizar no hepatopata; (devido metabolização hepática) Não pode para cesariana e neonato (depressão que leva a óbito); Depressor respiratório; É um excelente relaxante muscular e depressor cerebral. Se usa bastante em eutanásia. E essa é a ideia na hora da eutanásia, o animal dorme rápido e sem a excitação/tremor que ocorre com o propofol. Propofol Utilizado na grande maioria das vezes. Lembrando que anestésico em geral não tem ação analgésica é utilizado normalmente para levar para inalatória (faz MPA, propofol, entuba e coloca na inalatória ) mas dá pra usar para procedimentos ambulatoriais rápidos que não são tão dolorosos (tirar ponto, posicionar para RX, limpar ferida, sondar gato). Também tem que ser feito IV mas não causa necrose apenas dor. Metabolização: fígado, rim, pulmão, intestino, proteína plasmática. É o mais indicado para hepatopata A metabolização é rápida e não acumula no corpo e por isso pode fazer várias vezes. Bastante utilizado em pacientes que precisam ficar por grande tempo na ventilação mecânica. Obs.: Pacientes que estão respirando com ajuda de aparelho utiliza o trio: fentanil, midazolam e propofol O propofol tem 2 tipos: oleoso (branquinho) e o aquoso (transparente) Deve ter cautela ao usar o aquoso porque em vários usos pode causar dislipidemia devido ser oleoso. (cautela somente se for usar por vários dias seguidos) Ele não é nefrotóxico e é o menos hepatotóxico. Tem a melhor qualidade de indução anestésica (dorme calmo) e a melhor para recuperação (acorda calmo). O propofol tem como característica ser depressor respiratório. Ele deprime de forma dose dependente e principalmente velocidade dependente. Feito rápido demais deprime rápido demais e causa apneia. A literatura preconiza aplicação em 90 segundos (indução lenta). Ideal é uma sonda do lado caso precise entubar animal numa emergência ao usar propofol. Grande depressor cardiovascular, deprime débito cardíaco, cai a PAS, predispõe a arritmia. Não pode utilizar em Cardiopata. Animal com sopro sem manifestação clínica pode utilizar. Animal com arritmia, com cardiomiopatia dilatadaa tbm não pode. Existe uma anestesia com a sigla TIVA (anestesia intravenosa total) que funciona fazendoum pouquinho de propofol e usa um opióide muito forte (mais forte que fentanil) mas faz apneia em 100% dos casos e por isso precisa fazer ventilação mecânica. É o principal anestésico de indução. @ dorme tranquilo, acorda tranquilo e é pouco depressor para a maioria dos órgãos. Oleoso: Tem na sua formulação gordura e proteína (lecitina) e por isso cresce bactéria de maneira muito fácil. Recomendação: Frasco ampola – puxar numa única seringa e jogar o restante no lixo. (na pratica não faz isso) Não pode guardar propofol depois de aberto na geladeira Tempo de meia vida: [ ] plasmática 4 horas aproximadamente. Tempo de Anestesia 10 minutos. Etomidato Também tem que ser feito IV mas dói sendo feito dentro ou fora dela. É comum na medicina humana ter um enfermeiro para segurar. Em animal dificilmente vê isso porque normalmente o opióide é feito antes. Não acontece nada se for feito fora da veia, animal apenas não dorme Metabolização: fígado e proteína plasmática Não é bom para hepatopata Não é nefrotóxico, deprime pouco a respiração e não deprime em nada sistema cardiovascular. É muito ruim para relaxamento muscular, a maioria dos animais tem tremor muscular e péssima indução. Não tira o refexo laringotraqueal direito e por isso é difícil entubar o animal. Serve para levar para inalatória sem piorar o coração; Junto com etomidato normalmente faz benzodiazepínico (normalmente midazolam) para ação relaxante muscular e também deprime reflexo laringotraqueal Não tem efeito acumulativo Etomidato gera hipoadrenocorticismo por até 6 horas após administração. Não pode fazer infusão contínua porque gera hipoadreno com risco de óbito. Não usar animais com hipoadreno!!!! Se for obrigatório fazer hidrocortisona antes. Por que não faz infusão contínua de tiopental? Porque tem efeito acumulativo Por que não faz infusão contínua de Etomidato? Porque tem risco de hipoadreno Caso clínico de um animal cardiopata que fará redução de fratura de fêmur. Se ele é cardiopata não pode tranquilizante Não pode Alfa2 agonista Não tem necessidade de usar anticolinérgico MPA: Metadona ou morfina; Etomidato com midazolam para indução; Animal epilético com histórico de intussuscepção: Não pode tranquilizante Alfa2 agonista não faz quando é anestesia inalatória Não faz egg para pequenos MPA: Escopolamina Metadona ou morfina Indução: Propofol E coloca na anestesia inalatória. Anestesiologia Animal – 16/04/2018 Professor Sérgio Anestesia Inalatória É aquela obtida através da absorção de um anestésico inalatório pela via respiratória, passando para a corrente circulatória e atingindo o SNC, produzindo anestesia geral. Faz um sistema de compartimento: via respiratória → circulação → SNC que significa que sempre terá transferência do anestésico caminhando do mais concentrado pro menos concentrado. Aparelho → vias respiratórias → circulação → SNC O controle do SNC é indireto onde se controla o quanto será dado e o que chegar no cérebro será consequência. Exemplo: coloquei no vaporizador 2%, cada vez que o animal respira troca aproximadamente 60% do ar do pulmão. Quando eu inalar 60% e trocar na via respiratória vai dar aproximadamente 1,2%, para passar na circulação que tem zero ele tenta achar um equilíbrio, vamos supor que passe 0,6% e assim vai indo até chegar no cérebro. O animal na expiração respira de novo 2% mas como sobrou um pouco vai aumentando, vai buscando equilíbrio até chegar na concentração no SNC em que é possível chegar no que chamamos de indução inalatória. Pressão baixa sinal de que o animal está aprofundando muito e é necessário diminuir o anestésico inalatório. Obs.: o isofluorano é metabolizado 99,8% pela via respiratória, somente 0,2% vai metabolizar. O anestésico inalatório obrigatoriamente é administrado com oxigênio o que torna mais seguro o aumento da dose de opióide. Vantagens: ✓ Tempo não é limitante; ✓ Via de adm. e eliminação; ✓ Pouco metabolizado; ✓ Manutenção da anestesia no plano desejado; ✓ Facilidade no controle da anestesia; ✓ Obrigatoriedade do fornecimento de oxigênio; ✓ Rápida indução e recuperação; Características Desejáveis: ✓ Pouco metabolizado; ✓ Não irritante a mucosa; (isofluorano na máscara animal tosse, arde olho) ✓ Não inflamável (éter) ou explosivo (clorofórmio); ✓ Baixo coeficiente de solubilidade no sangue e gordura; ✓ Não nefrotóxico ou hepatotóxico; ✓ Não sensibilizar o miocárdio a ação das catecolaminas; ✓ Odor agradável; Fórmulas Químicas: Existiram vários anestésicos inalatórios na história. Halotano está caindo em desuso na veterinária devido os efeitos colaterais. O mais utilizado é o isofluorano e também tem sevofluorano. Farmacocinética Fatores que Controlam a Concentração dos Anestésicos Inalatórios no SNC Existem anestésicos que são muito solúveis e anestésicos que são pouco solúveis Imagine como se fossem dois copos de água, pego um e jogo sal. Se eu pegar um copo de água e jogar sal eu não enxergo o sal que estiver lá dentro porém se continuar jogando vai chegar uma hora que vai depositar no fundo. Quando isso acontecer falamos que extrapolou sua capacidade de solubilidade, ou seja, saturou a solução. Quando o anestésico inalatório cai no sangue ele faz a mesma coisa, dissolve mas pode extrapolar a sua capacidade de solubilidade formando microbolhas no sangue que conseguem chegar até o cérebro. Aquilo que dissolve no sangue não vai para o cérebro. Agora imagine que no outro copo eu jogo bolinhas de chumbo, elas não serão diluídas, logo irão direto para o fundo. Se não dissolve no sangue ele vai formar direto bolha e o paciente dorme bem rápido. Anestésicos Muito Solúveis: paciente dorme mais lento e acorda mais lento Anestésicos Pouco Solúvel: paciente dorme rápido e acorda rápido Se eu vejo que o cirurgião está terminando de ligar o pedículo, se estou usando um anestésico que é muito solúvel eu já vou desligando porque demora um pouco para acordar. Se for num pouco solúvel eu só desligo quando acabar porque ele acorda na hora. Se eu estiver anestesiando com halotano, animal está dormindo bem e eu vou lá e dobro a dose, o paciente vai dormir somente um pouco a mais, agora se eu usar o sevofluorano animal aprofunda tão rápido que morre, portanto a solubilidade está ligada a velocidade de aprofundamento. Aquele que oscila rápido é melhor porque se eu perceber que aprofundou muito eu diminuo, se o paciente quer acordar eu aumento. Isso é ótimo porque consigo a resposta muito rápida porém exige habilidade. O sevofluorano não é indicado para quem não sabe anestesiar direito ou para quem está aprendendo. Coeficiente de solubilidade sangue/gás ✓ Traduz a pressão parcial deste quando há equilíbrio entre o anestésico dissolvido no sangue e no ar alveolar. ✓ Logo, quanto maior o coeficiente de solubilidade de sangue/gás, mais tempo levará para o fármaco atingir a [ ] anestésica no SNC. ✓ Assim, demorada mais a indução e a recuperação anestésica. Alta solubilidade sangue/gás Ar Alveolar Sangue Alta solubilidade sangue/gás Ar Alveolar Sangue 0,42 0,47 0,63-0,69 1,43 1,91 2,5 desfluorano óxido nitroso sevofluorano isofluorano enfluorano halotano Co efi cie nte de pa rtil ha sa ng ue :gá s ( a 3 7º C) Solubilidade sangue/ gás mais baixa: captação e eliminação mais rápidas Entre halotano, sevofluorano e isofluorano o sevofluorano é o mais rápido de todos porque é o menos solúvel.Halotano é o mais lento de todos porque é o mais solúvel e o isofluorano está no meio do caminho. Para quem opera e anestesia ao mesmo tempo gosta muito de halotano porque dá tempo de fazer intervenções caso necessário. Concentração Alveolar Mínima (CAM) É a concentração anestésica necessária para 50% dos animais não responderem a uma incisão cirúrgica. Exemplo: pego 10 cachorros, coloco 0,1% de halotano e faço um corte pequeno de pele onde os 10 gritaram. Coloco 0,2% e todo mundo reclamou, faço 0,4% e 9 reclamaram, 0,5% 8 reclamaram, 0,8% só 5 reclamaram, 5 é a metade então descobri a CAM. Na CAM eles vão testando qual a concentração que eu preciso para metade dos pacientes reclamaram quando sofrerem algum estímulo. Esse valor serve para acertar a maioria dos pacientes. Se eu pegar o valor da CAM e multiplicar por 1,5 foi descoberto que há um acerto em 95% dos pacientes. Exemplo: a CAM do isofluorano é 1,2 (arredondando), pego esse valor e multiplico por 1,5 que da 1,8% se eu colocar esse valor num ser humano 95% deles estarão anestesiados. Estimulei, se ele reclamar eu aumento somente um pouco, se a PAS cair eu posso diminuir. A CAM dá como se fosse uma dose boa para a grande maioria. Ou seja a CAM x 1,5 é igual a uma “dose” boa para a grande maioria. A CAM está correlacionada com a potência do anestésico, a CAM do halotano para humanos é 0,76 a do SEVO é 2,05 e do ISO é 1,15. Desses o mais potente é o halotano porque precisa de menos. É como veneno, aquele que mata na menor concentração é mais potente. O erro das pessoas está em achar que anestésico potente faz dormir rápido e isso não é verdade. O halotano tem CAM baixa (potente) só que é muito solúvel (lento). O sevo é fraco e rápido O iso tem potência moderada e velocidade moderada, fica no meio termo. Fatores que diminuem a CAM: - Hipotermia < 36º C no cão; - Acidose Metabólica; - Hipotensão (PA < 50mmHg) - Gestação; - Idade avançada; - PaCO2 > 95mmHg; - Fármacos que deprimem o SNC (MPA, anestésicos injetáveis); - Uso de opioides no transoperatório; Fatores que aumentam a CAM: - Hipertermia; - Estimulante do SNC (anfetaminas) Anestesia Geral Inalatória - Riscos da exposição aos anestésicos inalatórios: o Cefaleia, náusea, fadiga e irritabilidade o Prevalência de abortos, anomalias congênitas, tumores, doenças hepáticas – em estudo. - Cuidados para reduzir a poluição: o Cuff; o Uso mínimo de máscaras e sistemas abertos; o Evitar vazamentos; o Sistemas antipoluentes; Anestesia Geral Inalatória CAM% Espécie Halotano Isofluorano Sevofluorano Homem 0,77 1,15 1,70 Cão 0,87 1,41 2,10 Felino 0,82 1,63 - Equino 0,90 1,55 2,31 Suíno 1,25 1,45 - Variável Observação Informações Auscultação Cardíaca Ritmo, frequência, Amplitude dos sons, comparar com a palpação do pulso BRNF sem sopro Auscultação Pulmonar Frequência, ritmo, som dos campos pulmonares CPNF com boa frequência e ritmo Metabolização dos Anestésicos Inalatórios Dos que iremos estudar o halotano é o mais metabolizado pelo fígado. Apesar de boa parte sair pela respiração boa parte é metabolizado pelo fígado. O halotano gera um metabolito extremamente ruim chamado ácido trifluoracético. Esse ácido é neurotóxico, hepatotóxico, cardiotóxico, deprime filhotes, o que limita o uso do halotano. Além disso a equipe cirúrgica é a maior vítima deste anestésico porque trabalha recebendo resquício o que a longo prazo leva problemas de saúde como predisposição a doenças imunomediadas, câncer, teratogênico, etc. Apesar de mostrar no gráfico que o isofluorano é o menos metabolizado o sevo é o mais indicado para hepatopata pois o isofluorano produz um pouquinho de ácido trifluoracético o que faz com que ele seja mais tóxico do que o sevo, pois ele não produz o ácido. Tanto o halotano quanto o iso produzem esse ácido. Hoje a grande indicação para hepatopata é o sevofluorano e não o iso, mesmo o iso sendo menos metabolizado. Hoje em dia a diferença de valor do halotano e isofluorano é praticamente o mesmo e por isso os grandes lugares não usam mais o halotano. O sevofluorano ainda é muito caro o que torna o procedimento mais oneroso. Vai cobrar na prova solubilidade, CAM, efeitos anestésico (tabela) Halotano: Sistema cardiovascular: péssimo, deprime tudo (bradicardia, hipotensão, diminui débito, deprime miocárdio e aumenta chance de arritmia. Não usar em cardiopata!!!! O ISO faz tudo isso só que numa intensidade bem menor e ele não é arritmogênico. O cardiopata pode com cautela pois ele é muito vasodilatador (por isso cai um pouco a pressão) SEVO: Não é vasodilatador O que determina entre Iso e Sevo é se é uma cardiopatia que precisa de vasodilatação ou não. Exemplo insuficiência de mitral vai vasodilatador, então eu vou usar isofluorano. Cardiomiopatia hipertrófica não pode vasodiltar então eu vou usar o sevofluorano. No SNC o halotano aumenta a PIC e por isso a oxigenação cai, logo não pode usar em trauma. O ISO mantem a PIC e o Sevo aumenta bem pouco, então para neuropatia eu uso o ISO. O sevo até pode ser, mas não é o ideal. No sistema respiratório o halotano deprime absurdamente, ou seja, piora muito a respiração. É um mal em que um paciente saudável suporta, então não usar em pacientes com alterações respiratórias, exceto se o animal estiver na respiração mecânica. O iso deprime a respiração mas muito menos, o problema é que o odor é muito forte e causa irritação da mucosa. Por isso não pode induzir na mascara. Tambem pode gerar tosse no pós operatório (Não usar em cirurgia de laringe, traqueia, etc) O sevo deprime muito pouco e o odor é muito agradável. É pouco solúvel e tem odor agradável e por isso é o melhor para indução na máscara. Pro fígado o halotano é extremamente tóxico. O iso tem menor hepatotoxidade mas tem e o sevo é o menos de todos. Pro rim o halotano é muito nefrotóxico e o iso é o menos nefrotóxico de todos. O sevo também é bem pouco embora seja um pouco mais do que o iso. Pro nefropata o melhor é o isofluorano mas pode o sevo. Pro sistema reprodutivo o halotano induz aborto e teratogenese. O iso e o sevo tendem a não dar problema nisso embora os trabalhos não sejam 100% confiáveis. Variáveis Halotano Isofluorano Sevofluorano SNC Aumenta a PIC PIC estável Pequeno aumento PIC Sistema Cardiovascular Bradicardia, hipotensão, ↓ débito e PAS Sistema Respiratório Hepatotoxicidade Nefrotoxicidade Teratogênese Velocidade Indução/ Recuperação O sevo leva vantagem sobre o isofluorano no hepatopata. No cardiopata onde não posso vasodilatar e na indução na máscara. Tirando isso tanto faz qual será utilizado ou melhor iso porque é mais em conta. Hoje na rotina uso o sevofluorano em pacientes hepatopatas graves, pacientes que quero induzir na máscara ou para aqueles que têm problema hemodinâmicos em que não posso vasodilatar Riscos da exposição aos anestésicos inalatórios: - Cefaleia, náusea, fadiga, irritabilidade; - Prevalência de abortos, anomalias congênitas, tumores, doenças hepáticas – em estudo; Cuidados para reduzir a poluição: - Cuff; - Uso mínimo de máscaras e sistemas abertos; - Evitar vazamentos; - Sistemas antipoluentes; Estágios e Planos Anestésicos A anestesia é dividida no seguinte modo: 4 estágios sendo que o primeiro e o segundo são de excitação. Essa primeira excitação é consciente principalmente quando não usa MPA No primeiro estágio todos os reflexos estão presentes, não da pra operar. A diferença é que ele tem a pupila dilatada. Segundo estágio está excitado mas perde a consciência. Animal podeuivar, pedalar, ele vai fazer movimentos mas vai se arrastar. Perde a consciência mas continua agitado. Todos os reflexos estão presentes. O terceiro estágio é quando o animal acalma. O estagio 3 é divido em 4 planos. Quando a gente olha anestesia não pergunta em qual estágio ele está e sim em qual plano o animal está. O 4 estágio o animal com certeza vai morrer, então ninguém nem pensa muito nele. Choque total, perde totalmente a atividade cerebral. Quando a pessoa bebe fica alegre, se bebe um pouco a mais começa a ficar alegre, perde a consciência do que tá fazendo (2º estágio), No primeiro plano o que vai acontecer com o cachorro: o único reflexo que ele pode perder é o pedal/podal/interdigital, se apertar entre os dedos e puxar a pata ele está no primeiro plano. Se ele não perdeu esse reflexo não pode considerar que ele saiu do primeiro plano. O animal só fica quieto no primeiro plano (usar para RX) Quando está no 2º plano o olho rotacional, começa a perder o reflexo palpebral e laringotraqueal. Se ele for pro 3º plano o olho centraliza, a pupila fica pequena e ele não pisca. Se for pro 4º plano a pupila dilata e perde todos os reflexos e a chance de morrer é grande. Exemplo: animal com olho centralizado, eu toquei e piscou ele está no primeiro plano. Porque no segundo é rotacionado e no terceiro ele não pisca. Animal com olho centralizado, pupila dilatada e não pisca ele está no 4º plano. Vou dar ponto num cachorro, começo a fazer propofol e o animal da uma acalmada. Eu não preciso do animal num plano muito profundo, seguro ele no primeiro ou no segundo. Pra ciru o primeiro plano é sempre insuficiente. O ideal é no terceiro plano. O grande problema é que se eu errar e for pro quarto plano o risco de óbito é muito grande. Para isso nós utilizamos os opioides fortes (fantanil) ou anestesia locorregional para manter ele no segundo plano. Entao se eu fizer epidural eu posso operar o animal rotacionado. Se eu fizer fentanil ele pode ficar rotacionado Se eu errar no 2º plano ele vai pro 3º plano e tudo bem. Se eu errar muito ele vai pro 4º plano e a grande maioria ainda sobrevive. Classificação da profundidade anestésica por meio de observação clínica: 1 2 3 4 Planos 1 2 3 4 Reflexo pedal + + ± - - - - Reflexo palpebral + + + ± - - - Reflexo laringotraqueal + + + ± - - - Reflexo corneal + + + X ± - - Reflexo pupilar + + + X ± - - Posicionamento do globo CE CE CE RO CE CE CE Pupila MD MD MO MO MO MD MD Padrão respiratório TA TA TA TA AC AC/AP AP Se a temperatura desabar perde todos os reflexos e você perde a noção de profundidade anestésica (tudo fica negativo) Pro gato é só ir um pro lado. Gato no primeiro estágio não acontece nada, só fica calmo e não perde nenhum reflexo. No segundo plano ele é igual ao primeiro do cão, só diminui o interdigital pedal. planos estágios O terceiro do gato é igual ao segundo do cão: perde o laringotraqueal, rotaciona e pisca menos. Logo cachorro rotacionado é segundo, gato é terceiro. O gato só vai perder o reflexo laringotraqueal no terceiro plano, sabemos que não é o mais seguro e por isso normalmente joga lidocaína para entubar o gato para anestesiar no segundo. Quando o gato ameaça rotacionar joga lidocaína e entuba, ou seja, na transição do segundo pro terceiro. Não se entuba gato no centralizado sem piscar .... porque isso já seria o quarto plano no gato. Cachorro centralizado sem piscar pode estar no terceiro plano, gato não!!! Aula Prática: Valvula que marca a pressão de oxigênio dentro do cilindro Se a pressão ta alta ele ta cheio Essa válvula reduz a pressão do oxigênio que vem la dentro ate uma pressão que o aparelho consiga usar com segurança. Anestesiologia Animal – 07/05/2018 Professor Sérgio Anestesia de Grandes Animais A primeira coisa a se fazer é estabilizar o paciente através da hidratação Hidratação Cristalóide – 1ª escolha - Hidratação lenta; - Edema; - Hemodiluição; Colóides Coloides são moléculas grandes que seguram soro dentro da veia, porém trabalhos recentes mostram que isso aumenta a mortalidade. Então para hidratação não se usa mais colídes. - Caros; - Reações imunomediadas; Hipertônica (dose 4ml/Kg) Plano B para casos de hidratação. É uma solução com 9x mais sal do que a solução fisiológica e o sal atrai a água (principalmente interstício e intracelular) recuperando a pressão praticamente imediata. - Expansor plasmático; - Desidratação extravascular; Preparo pré-anestésico: Ideal jejum de 24 horas (sólido) e 6 horas (hídrico) Jejum mínimo 4 a 8 horas – sólido Lavagem estomacal O halo toxemico acontece porque falta oxigênio e tem excesso de gás carbônico. Faz um shunt onde o sangue é desviado da arteríola direto para a vênula sem passar pelo capilar. Arteríola não faz troca gasosa, logo o tecido fica isquêmico na circulação periférica. Enquanto tem halo toxêmico significa que vilosidades intestinais estão morrendo. Intensidade da Dor e Resposta aos Analgésicos Dor tem relação direta com o prognóstico. Quanto mais dói o caso de cólica maior a chance dele morrer Quanto pior a resposta é pior o prognóstico. Sempre começa com a escopolamina se for excesso de motilidade, depois faz um anti- inflamatório se não responder faz alfa2 agonista e se não responder faz opióide. 90% dos casos que precisa usar morfina pra chegar de dor o animal vai a óbito. Uma vez que determinou que é cirúrgico deve fazer tricotomia e lavar o animal antes de ser colocado na mesa pra evitar que fique muito tempo de barriga pra cima distendendo. Protocolos Anestésicos Anticolinérgicos Não usa atropina em grandes animais, somente escopolamina. A escopolamina será usada em bradiarritmia ou cólicas espasmódicas. POR ATONIA NÃO FAZ!!!!! Tranquilizantes Equinos não usam nem clorpromazina e nem levomepromazina porque cavalo não vomita e levomepromazina dá muito efeito extrapiramidal (tipo labirintite) por bloqueio da dopamina. As contraindicações são as mesmas de pequenos animais + priaprismo. Sergio não gosta de usar acepram em cavalo mas o Foz gosta e usa muito α2-agonistas Usa quase sempre Só não usa quando o equino já estiver caído ou se for um potrinho em que consegue deitar na mão. O mais importante na anestesia de equino é o relaxamento muscular. É obrigatório usar muito relaxante muscular em equino e um dos melhores é alfa2 agonista que além de relaxar, seda bem. No cavalo caído não usa porque ele já está caído. Fármaco: xilazina ou detomidina Proporciona: relaxamento muscular, sedação, analgesia visceral e ataxia. Indesejados: bradicardia, redução do débito cardíaco, depressão respiratória, hipertensão seguida d hipotensão. Opióides Sempre usar, sem exceção. Para dor fraca: petidina e tramadol Para dor moderada a forte: morfina e metadona Transoperatório: fentanil (usa pouco em cavalo) Benzodiazepínicos Sempre usa benzodiazepínico na anestesia de equinos Hepatopatas ou animais que não tem bom funcionamento do fíago fazer diazepam. EGG O ideal é usar sempre. Melhora o relaxamento muscular melhorando a segurança da indução. Facilita intubação orotraqueal Pessoas menos experientes gostam muito de EGG porque sentem mais segurança em fazer. Dose 50 a 100 mg/Kg por infusão exclusivamente IV Em resumo: Sempre fazer opióide, benzodiazepínico e EGG Alfa 2 agonista se não for animal caído e potrinho também. Quem vai variar bastante: tranquilizante e anticolinérgico. Para um equino ser considerado bem sedado a cabeça deve estar baixo,os membros devem estar abertos (não faz troca de apoio) e expõe o pênis (flácido) Se ainda estiver levantando a cabeça, trocando apoio aumenta a sedação e relaxamento muscular antes da indução. Para a indução anestésica o cavalo precisa dormir rápido então obrigatoriamente deve ser IV. O local deve ser silencioso e acolchoado, fofo. Na hora de cair deve encostar o cavalo na parede, sem apoiar para que ele não jogue o peso de volta. Na hora de cair o cavalo não pode fazer movimento de rotação por risco de fratura. Antes de deitar o cavalo deve sentar para isso levantar a cabeça que automaticamente ele jogara o corpo pra trás. Nunca induz um cavalo na máscara. Na pratica a indução faz: quetamina, propofol e tiopental A escolha do medicamento de indução não influencia na escolha do medicamento de MPA O principal na indução é a quetamina pois como usa alfa2 agonista eu preciso de alguém para minimizar os efeitos deste fármaco na hemodinâmica. O tiopental será usado no epilético e no trauma crânio encefálico porque a quetamina aumenta a PIC e predispõe a convulsão. É grande depressor cardiovascular porém é o mais indicado nessas situações por uma questão de necessidade. Como o tiopental deprime muito o cérebro e relaxa muito a musculatura o animal cai de maneira muito abrupta. O propofol teoricamente deveria ser usado nos hepatopatas e nefropatas graves o grande problema é que nessas situações normalmente o equino é eutanasiado. O propofol deve ser administrado de maneira lenta devido ao risco de apneia. Equino não pode ser anestesiado de forma lenta, então faz rápido e é uma corrida contra o tempo para anestesiar. O etomidato não é utilizado para equino porque a indução é feia e o anima acaba se machucand ou machucando quem anestesiou. No primeiro plano o cavalo faz nistagmo Quando para o nistagmo e começa a piscar mais lento está no segundo plano e nesse momento já tem perda parcial do reflexo laringotraqueal e da pra entubar. No terceiro plano não pisca sozinho, tem leve reflexo palpebral ou ausente e miose. Se dilatar pupila e não tiver reflexo é o quarto plano e normalmente animal morre. Em equinos não deixar os membros paralelos porque o peso pode causar isquemia nos membros. Para manutenção em equino usa o isofluorano Se o animal estiver com dor no transoperatório deve aumentar o anestésico inalatório. Trabalhos dizem que é melhor do que fazer fentanil ou doses maiores de anestésico. /; Como alternativa pode fazer lidocaína IV em infusão contínua ao invés de fentanil. Trabalhos mostram que diminui um pouco o anestésico e faz o fentanil melhora muito o prognostico. Mais de 90% dos equinos terão hipotensão no transoperatório. Regrinha: se o animal não foi hidratado direito vai usar só solução hipertônica para dar volume Se o animal está hidratado escolhe entre dobutamina e efedrina para medicar o animal para estabilizar pressão. Sempre monitorar eletro, oximetria e pressão arterial A pressão arterial media ideal é de 60 a 90mmhg. Na oximetria precisa tentar manter o valor perto de 95% , se não fazer ventilação mecânica. Existem 3 outras monitorações que são facultativas: capnografia que mede a quantidade de gás carbônico (ideal 35 e 45%) menos do que isso ou tá acordado e hiperventilando ou a pressão desabou e ele não ta trocando dirento co2 por 02 e se passar de 45 significa que ele está hipoventilando. Alguns lugares também fazem hemogasometria. Só fazer bicarbonato em equino com hemogasometria, sem ela há comprovações de que aumenta a mortalidade. E dosagem de eletrólito (também facultativo) para fazer suporte de potássio. Dos eletrólitos o único que posso fazer de forma empírica é o cálcio. O potássio não. Cuidados na Recuperação: Não pode ser um piso liso Ambiente mais tranquilo possível Se possível ajudar animal a levantar
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