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Anestesiologia Data Anestesia dissociativa = caracterizada pela dissociação dos sistemas tálamo cortical e límbico, causando alteração na consciência. Alguns centros do SNC são estimulados e outros deprimidos • Usados junto com anestésicos gerais • Difere da anestesia geral em que há depressão generalizada do SNC, com inconsciência → Produzem analgesia somática, musculo esquelética • Anest gerais = predominantemente hipnóticos e baixos analgésicos → Manutenção dos reflexos protetores: depressão desses reflexos; exemplos: • Reflexo palpebral/óculos palpebrais (que protege o olho) • Reflexo laringo-traqueal (da glote, de deglutição; protege aspiração de corpos estranhos para as vias aéreas) • Reflexo de retirada: tirar partes do corpo após sensação de dor; protege contra injúria térmica, química, pressórica – testar na prega interdigital do animal → Hipertonia muscular: contrário ao miorelaxamento do anestésico geral; é um efeito indesejado e, por isso, é associado com fármacos que causam relaxamento muscular, como midazona (benzodiazepínico), xilasina (agonista alfa 2 adrenérgicos) • Liberação de catacolaminas → Catalepsia: hipertonia associada a perda do tônus postural Tálamo e córtex = áreas deprimidas Área límbica = estimulada • Controla funções como emoções, humor, comportamento, memórias sensoriais (olfativas, táteis), sono (ciclo cicardiano) → deprimem menos o sistema cardiorrespiratórios que antestesicos gerais Anestesia com fármaco dissociativo sem associação (final anos 70): protocolo não utilizado atualmente 1. Perde tônus postural 2. Mantém consciência (dissociado) 3. Lambendo nariz, deglutição 4. Sem reação a dor nas pregas interdigitais 5. Cataléptico definição Anestesia dissociativa efeitos característicos mecanismos de ação Anestesiologia Data → Antagonista receptores NMDA • N-metil D-Aspartato (NMDA): propagação das vias de dor Receptor NMDA ↓ • Glicina e glutamato são principais neurotransmissores excitatórios nos receptores NMDA, estimulam somente quando estão juntos • Ligam-se a sítios, produzindo abertura do canal, com influxo de cálcio e sódio (íons) e saída de potássio • Desequilíbrio de íons causa despolarização da membrana • Anestésicos dissociativos bloqueiam essa ação de troca de íons, ocupando sítio específico no interior do canal, impedindo a propagação do estímulo • Anestésicos dissociativos são antagonista de receptor NMDA → Outros receptores: • Monoaminérgicos: recaptação neurotransmissores – terminações simpáticas com neurotransmissores de dopamina, serotonina e nora- epinefrina; impedem recaptação desses neurotransmissores Ao impedir a recaptação desses neurotransmissores, o efeito cessa e potencializa a ação desses neurotransmissores • Muscarínicos: bloqueio; sistema autônomo parassimpático – bloquei desse sistema causa estimulação (aumento do tônus contrário) Fármacos: tropina (anticolinérgico) Efeitos: aumento da frequência cardíaca (taquicardia), redução do tônus vagal, • Opioides: anestésicos dissociativos também atuam nos receptores de dor associados com os receptores opioides Cetamina: endorfinas e encefalinas → Canais de cálcio: ocupação do canal de cálcio está relacionada com a recaptação dos neurotransmissores, aumentando sua concentração nas fendas sinápticas. Mais monoaminérgicos agindo nos efeitos estimulatórios Pertencem ao Grupo ciclohexilaminas • O estudo desses fármacos remete a um contexto no qual eram predominantes anestésicos inalatórios, que continha substancias instáveis, inflamáveis • Fármacos muito depressores cardiorrespiratórios Fenciclidina (1952) • Fármaco muito potente • Efeitos adversos: hipertonia e convulsões • Relacionado com alucinações, também em animais • Foi abolido cerca de 10 anos depois de sua instituição na medicina humana • Atualmente, não existe apresentação comercial para anestesiologia anestésicos dissociativos Anestesiologia Data • Por ser facilmente sintetizado, está presente no mercado ilegal como PCP (pó dos anjos) • Foi a base para cetamina e tilamina Cetamina (1962) • Um dos principais anestésicos dissociativos empregados • Cao, gato, equinos, espécies exóticas Tiletamina (1969) • Chegou no brasil no final dos anos 80 • Mais potente que a cetamina, porém é mais caro, por isso é menos usado Dextrocetamina (1997) • Isômero dextrógeno (mistura racêmica) da cetamina • Mais relacionada com analgesia • Sernyl – Parke Davis (1952) • Captura de megafauna selvagem • Efeitos adversos • Hipertonia, convulsões • Também no laboratório de Parke Davis • Apresentação em soluções de 5 e 10% • Associação de agonista alfa 2 (xilamina) com cetamina para anestesia geral, porem não fornece analgesia necessária para procedimentos cavitários e ortopédicos, produz bradicardia intensa (xilasina) • Por administração intra muscular: facilidade, absorção rápida e importante quando é necessário um tempo de ação curto, muito usado em contenção de selvagens e gatos ferais • pH ácido causa dor na administração • benzodiazepínico associado na seringa, principalmente midazelam – uma das principais técnicas de indução em equídeos • Selvagens e exóticos: captura, imobilização, contenção química – principalmente grandes felinos, cervídeos • Substância estável nas apresentações, com prazo de validade de 2 anos Nome comercial: quetamina Nenhum produto farmacêutico de uso humano ou veterinário comercializado no Brasil é nacional Cemtra: cetamina + midazolam + tramadol – não viabiliza aumento/diminuição dos compostos independentemente • Variabilidade de potência: marca, prazo de validade – relacionado com a origem do sal, processo industrial, pH da água, produção em multinacionais (diferentes componentes vindos de cada um dos países) • Outras formulações: → Dextrocetamina → Associação midazolam e tramadol fenciclidina cloridato de cetamina Anestesiologia Data Ação no sistema nervoso central • Aumenta fluxo sanguíneo • Pressões intracraniana e liquórica • Consumo de O2 • Trauma cranioencefálico, histórico de convulsões Ação no sistema cardiovascular • Indiretos: → secundários ao aumento do tônus simpático → taquicardia, elevação do débito cardíaco → aumento da pressão • Diretos: → depressão miocárdio (redução do débito cardíaco pacientes debilitados) Ação no sistema respiratório • Apneia transitória • Trocas gasosas • Resposta à hipóxia • Padrão respiratório apnêustico Contenção química de selvagens (captura e contenção) Indução anestésica • Associação: o Benzodiazepinas o Agonistas alfa 2 adrenérgicos Manutenção anestésica • Procedimentos ambulatoriais • Cirurgia simples/superficiais Doses (pequenos animais) em associações: • 5 a 7,5 mg/kg (IV) • 10 a 20 mg/kg (IM) É biotransformado no fígado, produzindo norcetamina • Tem efeito anestésico dissociativo, é um metabólico ativo com efeito residual do fármaco • Normalmente tem um tempo de ação curto • É eliminada pelos rins em felinos, sendo eliminada integralmente por via renal; no cão é biotransformada no fígado, sendo eliminada pelos rins • Deve ser evitado em felinos nefropatas Apresentação liofilizada em 0,5 e 1 grama • Variação na quantidade do sal, para que seja feita e diluição Associação com zolazepam, em proporção 1:1 Tiletamina e zolazepam não são encontrados isoladamente, sempre associados Efeitos semelhantes a cetamina Potencia e duração superiores Desvantagem: preço mais alto Recuperação anestésica: biotransformação diferente em cães e gatos Uso clinico: contenção química,manutenção anestésica farmacodinâmica da cetamina uso clínico da cetamina cloridato de tiletamina Anestesiologia Data Contenção química: é importante ser baixo volume pela questão do peso do dardo Manutenção anestésica: zolazepam associado (1:1) • 2 a 5 mg/kg (IV) • 7,5 a 10 mg/kg (IM) Cães: • Meia vida plasmática do zolazepam (1 hora) mais curta que a tiletamina (1,2 horas) • Efeitos da tiletamina mais prolongados que os do zolazepam causa excitação na recuperação Gatos: • Meia vida plasmática zolazepam (4,5 horas) mais longa que da tiletamina (2,5 horas) • Efeitos da zolazepam mais prolongados que os da tiletamina causa recuperação tardia • Poderia aplicar flumazenil (fármaco de uso elevado) para reverter o efeito do zolazepam, mas pode ser necessário mais de uma dose Importante: • Flumazenil é antagonista do zolazepam, podendo ajudar na recuperação do gato • Tiletamina não tem antagonista, então não é interessante. Para reverter esse efeito, o midazolam pode ajudar nesse caso, suplementando o relaxamento muscular do zolazepam • Recuperação tardia causa alterações nas funções vitais (respiratório, cardíaco, fisiológico) do animal, o que não é desejado – animal prostrado • O ideal é uma recuperação calma e sem dor, que o animal pode alimentar, se hidratar, desequilibrado, com hipotermia • é evitável principalmente em caso de animais selvagens de vida livre e em grandes animais, em casos de trabalho em campo também Selvagens: • Limitação do uso de tiletamina para felídeos, acredita-se que ocorra o mesmo efeito de gatos. Em felídeos de vida livre esse efeito não é tão relevante, diferentemente de felinos em cativeiro • Canídeos selvagens (cachorro vinagre, raposa) e quatis tem recuperação prolongada • Usa-se tiletamina, zolazepampara cervídeos Caso 1: Equino, cirurgia de castração, 535 kg Medicação pré anestésica: Detomidina 10 microgramas/kg (IV) de 10 mg/ml Anestésico dissociativo: Cetamina 2,2 mg/kg + Midazolam 0,15 mg/kg - usar seringas separadas devido ao preço e volume Cálculos: V = P x D / C • Detomidina 10 microgramas/kg a 1% 535 x 10 = 5350 10 mg = 1000 microgramas uso clínico da tiletamina biotransformação da tiletamina atividade de fixação Anestesiologia Data Portando, 5350 / 10000 = 0,535 ml IV (pode arredondar para 0,54) • Cetamina: concentração a 10% V = 1177/100= 11,77 ml IV (aproximar para 12 ml) • Midazolam 0,15mg/kg com concentração 0,5% 0,5% = 5 mg/kg 80,25/5= 16,05 ml IV (aproximar para 16 ml) → aplicar primeiro midazolam pois é relaxante muscular, enquanto a cetamina aumenta o tônus muscular Em um animal agitado: → Em um animal agitado, poderia usar 20 ou 30 microgramas/kg e intramuscular. A absorção é rápida, garantindo circulação rápida e efeito sedativo quase imediato. É necessário aguardar 10-15 minutos após aplicação para observar reação à Detomidina → não daria para substituir por xilazina pois, apesar de ser alfa 2 agonista, ela demora para ser absorvida e não promove sedação tão evidente → em anuar, especialmente, a aplicação é mais demorada ainda e a via intramuscular é menos eficaz Caso 2: Gato, feral, 4,5 kg → passar da caixa de transporte para gaiola de contenção → aplicados por via intramuscular ou via oral, já que o acesso venoso é impossibilitado pela ferocidade. Mesmo que nem todo fármaco seja absorvido, pode permitir dissociação suficiente para que ele seja contido e seja feito o exame clínico – essa técnica pode ser transferida para felídeos selvagens de pequeno porte → se o animal for muito feroz e for necessário procedimento cirúrgico, pode- se realizar anestesia inalatória em uma caixa de acrílico junto com oxigênio → cetamina isolada não é indicado Anestésicos dissociativos: Cetamina 15 mg/kg 5% + Midazolam 0,2 mg/kg • Como a via é IM, requer fase de absorção e deve-se optar por 0,2%, considerando também que o animal é agressivo Cálculos: • Midazolam (IM) 0,1% a 0,2 mg/g 0,1% = 1 mg/ml 4,5 x 0,2/1 = 0,9 ml • Midazolam (IM) 0,5% a 0,2 mg/g 0,9/5 = 0,2 • Cetamina (IM) 10% a 15 mg/kg 10% = 100 mg/ml 4,5 x 15 / 100 = 0,675 → aproximar para 0,7 ml • Volume total com midazolam 0,1%: 0,9 + 0,7 = 1,6 ml • Volume total com midazolam 0,5%=: 0,2 + 0,7 = 0,9 ml → Preferido a 0,5% pois o volume é menor e pode ser administrado com uma seringa de 1 ml
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