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LINGUA PORTUGUES - UNIDADE IV

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Prévia do material em texto

Direito Ambiental
Responsabilidade Ambiental
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Solange Aparecida Guimarães
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lidia de Sá
5
•	Introdução
•	Responsabilidade Civil e Dano Ambiental
•	Responsabilidade Objetiva
Nesta Unidade, vamos estudar a responsabilidade ambiental em suas três esferas: civil, penal e 
administrativa. A Constituição Federal prevê, no artigo 225, que os danos ambientais devem ser 
integralmente ressarcidos e que os responsáveis pelos danos responderão administrativa, penal e 
civilmente, e ainda, de forma solidária. Cada uma das esferas de responsabilização tem as suas 
peculiaridades, e é disso que trataremos, além das questões processuais em cada situação.
As atividades da unidade são compostas pela leitura do material teórico e complementar, pela atividade de 
aprofundamento, que consiste na elaboração de um texto sobre responsabilidade penal e administrativa, 
e pela atividade de sistematização do conhecimento, composta por seis questões de autocorreção.
 · O objetivo desta unidade é estudar e conhecer melhor 
a responsabilidade ambiental nas esferas civil, penal e 
administrativa. Também veremos a importância da legislação 
pertinente e a ação do poder público para dar efetividade à 
legislação vigente sobre as responsabilidades ambientais. É 
uma unidade que requer muita atenção, pois, novamente, 
vamos analisar muitas leis.
Responsabilidade Ambiental
•	Responsabilidade do Particular
•	Ação de Responsabilidade Civil Ambiental
•	Responsabilidade Administrativa
•	Responsabilidade Criminal por Danos Ambientais
•	Termo de Compromisso e Termo de 
Ajustamento de Conduta
6
Unidade: Responsabilidade Ambiental
Utilização de energias limpas: um caminho para atingir a responsabilidade socioambiental
Uma forma de aplicar a sustentabilidade é a utilização de energias limpas, como a eólica. 
Essa utilização também evita os riscos de danos ambientais, o que acarreta, para empresas e 
pessoas físicas, a responsabilidade civil, penal e administrativa. A energia eólica é produzida a 
partir do movimento dos ventos.
Crimes Ambientais
Existem muitos tipos de crimes ambientais, os quais devem ser punidos para evitar novas 
ocorrências e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente. 
Veja estas imagens que representam crimes ambientais:
 – Poluição de rios e nascentes e descarte de resíduos fora das especificações legais. 
Contextualização
 
 Atenção
É imprescindível a leitura de todas as leis mencionadas no texto! Essa leitura faz parte da apreensão 
do conhecimento sobre a matéria.
Não se esqueça de acompanhar os prazos para entrega das atividades. Programe-se para a leitura e 
anote suas eventuais dúvidas para levá-las ao professor tutor.
7
Isso prejudica não apenas o meio ambiente, mas também as pessoas, porque contamina a 
água e os peixes.
 Fonte: Taylor and Ayumi - Flickr.com.
 Fonte: sxc.hu.
 – Queimadas em florestas e matas: o desmatamento é uma das maiores causas de 
poluição no Brasil.
 Fonte: Vinoth Chandar - Flickr.com.
- Crueldade contra animais e caça predatória. Ambos são crimes graves contra a fauna.
Na esfera administrativa, o maior desestímulo à poluição ambiental é financeiro: as multas 
aplicadas para as infrações administrativas têm sido bastante elevadas, apesar de muitos, ainda, 
considerarem insuficientes.
8
Unidade: Responsabilidade Ambiental
 
 Fonte: Rogério Santana - Imprensa RJ
O caso da Empresa Chevron, que explora petróleo na Bacia de Campos, RJ, ficou bastante 
conhecido. Houve um grande vazamento de óleo, como se vê na imagem acima, acarretando 
grandes danos ambientais para a flora e a fauna marinha e, é claro, para as águas. A Chevron 
foi multada em R$50.000.000,00 pelo IBAMA. Recentemente, a empresa celebrou com o 
Ministério Público um Termo de Ajustamento de conduta. 
Evidentemente que o ideal mesmo seria não poluir, não desmatar, não ferir, não degradar. 
Mas as políticas que impõem reparações para os danos causados já são um bom começo.
Fonte: http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=5&evento=1
9
O art. 225 da CF, em seu § 3º, estabelece a responsabilização do poluidor (pessoa física ou 
jurídica de direito público ou privado) na esfera civil, administrativa e penal, independentemente 
da obrigação de reparar os danos. Assim, juridicamente, a infração ambiental pode ter repercussão 
em três esferas distintas e independentes, embora uma possa, a princípio, repercutir em outra.
A apuração das três modalidades de responsabilidade não é realizada pelo mesmo órgão, 
tem consequências jurídicas diversas e está submetida a regime jurídico específico, embora 
existam alguns pontos em comum. Uma vez constatada a existência de uma infração às normas 
ambientais, deverá ter início uma série de procedimentos de ordem legal e administrativa, os 
quais, invariavelmente, materializam-se em atos ligados em um rito procedimental.
Como a Constituição Federal assegura ampla defesa e contraditório, tanto no processo 
administrativo como no judicial, já se verifica que a observância desses aspectos é fundamental 
em qualquer das hipóteses. Da mesma forma, a apuração da responsabilidade em uma esfera 
pode ter reflexos em outra eventualmente. É o caso da condenação criminal, que torna certa a 
obrigação de reparar o dano. A natureza difusa dos direitos atingida pelo dano ambiental não é 
impedimento para a aplicação desta regra.
1.1. O DANO NO DIREITO PRIVADO
Juridicamente, a palavra dano é utilizada no sentido de prejuízo diante de outra pessoa 
que venha a causar uma diminuição patrimonial. No âmbito civil, o dano patrimonial ou 
extrapatrimonial decorre de conduta ilícita do agente; presume-se, assim, a transgressão da 
esfera jurídica de outrem.
O ato ilícito que dá origem ao dano no direito privado consiste em qualquer manifestação 
de vontade (ou omissão) contrária ao direito, ao ordenamento jurídico; dessa forma, a vítima 
deverá provar quem é o autor da conduta ou da omissão, o nexo causal, o prejuízo, seja moral 
ou material, a culpa (negligência, imprudência e imperícia), ou, se for o caso, o dolo.
Existe, assim, a responsabilidade subjetiva, em que a vítima demonstra a culpa ou o dolo do 
agente causador do prejuízo. Essa responsabilidade fundamenta-se, basicamente, nos arts. 186 
e 927 do CC:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito.
Introdução
1. Responsabilidade Civil e Dano Ambiental
10
Unidade: Responsabilidade Ambiental
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente 
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os 
direitos de outrem.
A consequência jurídica do ato ilícito, praticado por alguém, é a reparação do dano à vítima. 
Porém, pelo que se lê no parágrafo único do art. 927, nos casos especificados em lei, a reparação 
poderá ocorrer sem que haja culpa do autor do dano; assim, fica adotada a responsabilidade 
objetiva no campo do Direito Privado.
O mesmo dispositivo do Código Civil faz referência à responsabilidade civil sem culpa, quando 
a atividade desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para o direito de 
terceiros. É a Teoria do Risco, em que a atividade, mesmo lícita, pode dar origem à reparação.
1.2 DANO RELATIVO AO MEIO AMBIENTE 
O dano ambiental ou ecológico é, em princípio, um dano sofrido pelo conjunto do meio natural 
ou por um de seus componentes, levado em conta como patrimônio coletivoindependente de 
suas repercussões sobre pessoas e bens.
Nem sempre a conduta lesiva acarreta danos às pessoas e aos seus bens; é possível que haja 
apenas dano ecológico, causado na natureza, sem repercutir, de forma aparente e imediata, 
nas atividades humanas. Um exemplo pode ser o caso de derramamento de óleo em alto-mar, 
sem que tenha havido, num primeiro momento, danos a pessoas ou bens. Mas o dano ao meio 
ambiente sempre atingirá o homem, ainda que a longo prazo, direta ou indiretamente.
Para que haja dano ambiental, é essencial a ação ou omissão perigosa para o ambiente. Os 
pressupostos da responsabilidade ambiental, que é objetiva, como veremos, estão assentados numa 
ação ou omissão perigosa para o ambiente, na ocorrência de uma lesão em pessoas, bens ou de 
forma significativa ao ambiente e no nexo de causalidade entre a ação e o dano. Diversas formas de 
lesão podem ensejar a responsabilidade civil do infrator. O fundamento legal da responsabilidade civil 
ambiental está no art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/1981, e no art. 225, § 3º, da CF.
A responsabilidade no âmbito do Direito Ambiental é diferente daquela fixada no Direito 
Privado. Enquanto no Direito Privado a responsabilidade é subjetiva, no Direito Ambiental ela 
é objetiva. A Constituição Federal e o sistema normativo ambiental estabelecem as regras para 
a fixação da responsabilidade ambiental.
2. Responsabilidade Objetiva
11
Diz o art. 225, § 3º, da CF:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para 
as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
A Lei nº 6.938/1981 já havia previsto regras para proteger o ambiente, inclusive a 
responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente, ou seja, não há a necessidade 
de verificação da culpa pelo autor do dano:
Art. 14. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o 
poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou 
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para 
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio 
ambiente (grifos nossos).
A responsabilidade ambiental estende-se a qualquer pessoa, seja física ou jurídica.
Como no dano ao meio ambiente aplica-se a teoria da responsabilidade objetiva, em que 
não se indaga a culpa ou dolo do autor do fato, há inversão do ônus da prova. O que é 
isso? A inversão do ônus da prova consiste em deixar a prova de um determinado fato sob a 
responsabilidade do outro. Como regra, a prova de um fato cabe a quem alega esse fato. Mas 
em casos de fragilidade de uma das partes, em situações previstas em lei, essa inversão do 
ônus da prova pode ser deferida pelo juiz. No caso dos danos ambientais, ocorre essa inversão, 
cabendo ao autor do dano ambiental provar que não foi o agente causador, ou que os fatos 
ocorreram por motivos de força maior ou outras razões previstas em lei. 
2.1 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
A responsabilidade civil por danos ao ambiente é objetiva e solidária de todos os que 
concorreram para o resultado, ressalvada, entre eles, a via regressiva. A interpretação do § 3º do 
art. 225 da CF permite esse entendimento. A responsabilidade é de todos os infratores, ou seja, 
de todos os que cometeram danos ao meio ambiente.
Como o meio ambiente ecologicamente equilibrado é bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo, é uma conclusão lógica a responsabilização solidária. As pessoas que, 
de algum modo, concorrerem para o resultado lesivo ao ambiente respondem solidariamente 
pelos prejuízos causados.
12
Unidade: Responsabilidade Ambiental
Com relação à responsabilidade civil do Estado, dispõe o art. 37, § 6º, da CF:
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, 
ao seguinte:
(...)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa.
O jurista Hely Lopes Meirelles1 ensina três teorias sobre a responsabilidade civil da 
administração:
a) A teoria da culpa administrativa, em que se leva em conta a falta de serviço, nas 
modalidades inexistência, mau funcionamento ou retardamento do serviço;
b) A teoria do risco administrativo, perante a qual surge a obrigação de indenizar o dano 
pela existência simples do fato do serviço;
c) A teoria do risco integral, em que a administração fica obrigada a indenizar todo e qualquer 
dano suportado por terceiro, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima.
O Brasil adota a teoria do risco integral, fato é que se fundamenta no risco que a atividade 
pública gera para a sociedade, podendo acarretar danos a alguns em detrimento de outros. Pelo 
princípio da igualdade, todos devem suportar o ônus, por intermédio do Estado, que é mantido 
pelo pagamento de tributos. Acolhe-se a responsabilidade objetiva do Estado: não se discute a 
culpa ou dolo do agente causador do dano; basta a existência do nexo de causalidade entre o 
ato praticado e o dano.
3.1 PRESTADORES DE SERVIÇOS PÚBLICOS
O art. 37, § 6º, da CF determina a responsabilidade objetiva também de pessoas jurídicas 
privadas que prestem serviços públicos, como as concessionárias e permissionárias (art. 175 da 
CF).
Assim, não apenas o Estado, mas também entidades privadas, prestadoras de serviços 
públicos respondem objetivamente pelos danos ambientais por atos comissivos. A esses entes, 
cuja atividade é regida por normas de Direito Público, aplica-se tudo o que já foi dito sobre a 
responsabilidade civil do Estado.
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
3. Responsabilidade do Estado
13
Quanto às pessoas de Direito Privado, mais especificamente as estatais que atuam na atividade 
econômica, a responsabilidade civil por danos ao meio ambiente também é objetiva, porém o 
fundamento não é o art. 37 da CF, mas outras normas aplicáveis aos particulares, como se verá.
3.2 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO ESTADO COM O PARTICULAR
A responsabilidade civil é solidária de todos os que causarem dano ambiental. Mas o 
Estado responde, solidariamente, ao particular nas situações em que tenha ocorrido a culpa 
por omissão. Isso vem ao encontro do princípio da responsabilidade do Estado nos casos de 
omissão do agente público: se o agente falhar na vigilância ou fiscalização do serviço, haverá 
responsabilidade subjetiva do Estado. Ou seja, para que haja a responsabilidade solidária do 
estado com o particular, é preciso que tenha havido a culpa in vigilando ou in omittendo da 
administração. 
Havendo, portanto, mais de um responsável pelos prejuízos ao meio ambiente, todos serão solidários, 
podendo a reparação ser feita por qualquer deles, com direito de regresso contra os demais.
O fundamento jurídico da responsabilidade dos particulares está baseado no art. 225, § 3º, da 
CF e no art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/1981. Toda e qualquer pessoa, pública ou privada, física ou 
jurídica, responde pelos danos causados ao meio ambiente. Assim, não importase o particular 
afirma ter cumprido determinações legais e regulamentares para eximir-se de responder pelos 
danos causados. A responsabilidade ocorre também por comportamentos lícitos do particular.
Assim, a responsabilidade civil ambiental do particular também é objetiva, ainda que 
devidamente licenciado pelo Poder Público; e ainda que o ato lesivo tenha sido lícito. Deve 
haver apenas a prova do dano e a relação de causalidade entre o particular e o ato praticado.
4.1 PESSOA JURÍDICA 
A Constituição Federal faz previsão da responsabilidade das pessoas jurídicas:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração 
direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em lei.
(...)
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da 
pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às 
punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem 
econômica e financeira e contra a economia popular.
4. Responsabilidade do Particular
14
Unidade: Responsabilidade Ambiental
O art. 170, VI, também da CF estabelece a defesa do meio ambiente como um dos princípios 
da atividade econômica, o que coloca a violação ao meio ambiente no âmbito do art. 173:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos 
de elaboração e prestação.
Já o art. 3º da Lei nº 9.605/1998 tem a seguinte redação:
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das 
pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
A Lei nº 9.605/1998 refere-se às sanções penais e administrativas em virtude de condutas lesivas 
ao meio ambiente. Apesar dessa peculiaridade, o art. 3º menciona também a responsabilidade 
civil por danos ao meio ambiente.
O CC, no art. 932, III, estabelece a responsabilidade civil do empregador ou comitente por 
atos de seus empregados, serviçais e prepostos no exercício do trabalho que lhes competir, 
ou em razão dele. Trata-se de responsabilidade objetiva, ou seja, a culpa do autor do dano 
acarretará na responsabilidade sob cuja direção se encontrar, não importando se houve ou não 
infração ao dever de vigilância.
A ação de responsabilidade civil por dano ambiental, como já dissemos, é baseada na 
responsabilidade objetiva e na teoria do risco integral. Basta que se prove o nexo de causalidade 
entre o ato do agente e o dano provocado ao meio ambiente, sendo irrelevante a aferição da 
culpa do poluidor ou da licitude ou ilicitude do ato. O objetivo dessa ação é a recomposição do 
dano ou a plena recuperação do meio ambiente colocado em situação de vulnerabilidade ou já 
lesado, por meio da interrupção do fato que lhe deu causa, nos termos do art. 225, § 2º, da CF, 
e do art. 14, § 1º, da Lei nº 6.938/1981. 
5. Ação de Responsabilidade Civil Ambiental
15
Se a recomposição for inviável, como normalmente acontece quando se trata de bem 
ambiental, em função da complexidade que envolve esse bem, é possível pleitear a indenização 
por dano moral e patrimonial, com o objetivo de satisfazer a vítima e evitar que comportamentos 
futuros venham prejudicar novamente o meio ambiente. 
Como já mencionamos em tópicos anteriores, é possível que o Poder Público figure como 
responsável solidário nesse processo, até mesmo por omissão, juntamente com todos os demais 
causadores do dano, que responderão pela integralidade da indenização, mesmo que não 
tenham provocado o dano por inteiro. É irrelevante o percentual de participação no dano de 
cada poluidor, de acordo com as disposições sobre a solidariedade dispostas no art. 942 do CC.
O Ministério Público da União e o dos Estados têm legitimidade para propor ação de 
responsabilidade civil e também criminal, como veremos em tópico próprio. A modalidade de 
responsabilidade objetiva é a do risco integral, ou seja, as causas excludentes de responsabilidade 
em geral, como o caso fortuito e a força maior, não são levadas em consideração quando o caso 
é de responsabilidade em matéria ambiental.
Como já dissemos, as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções administrativas.2 
Sanções administrativas são as penalidades impostas por órgãos vinculados de forma direta 
ou indireta aos entes estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), nos limites de 
competência estabelecida em lei, com o objetivo de impor regras de conduta aos que também são 
ligados à Administração, no âmbito do Estado Democrático de Direito. As sanções administrativas 
estão ligadas ao chamado Poder de Polícia3 enquanto atividade da Administração Pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de um ato ou 
sua abstenção em função de interesse público vinculado à segurança, à higiene, à ordem, aos 
costumes etc. O poder de polícia em matéria ambiental tem por objetivo a defesa de bens 
ambientais para as presentes e futuras gerações, conforme estabelecido na Constituição Federal.
A responsabilidade administrativa está prevista no art. 225, § 3º, da CF e está regulamentada 
pela Lei nº 9.605/1998, com previsão das infrações administrativas ambientais e as condutas 
lesivas ao meio ambiente discriminadas no Decreto nº 6.514/2008, bem como na Instrução 
Normativa nº 14, de 15 de maio de 2009 (com alterações dadas pela IN nº 27, de 08 de 
outubro de 2009) editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA. 
2 Art. 225, § 3º, da CF.
3 O exercício do poder de polícia ambiental, na definição de Paulo Affonso Leme Machado, corresponde à atividade da administração 
pública que limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato em razão de interesse público 
concernente à saúde da população, à conservação dos ecossistemas, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas ou de outras atividades dependentes de concessão, autorização, permissão ou licença do Poder Público de cujas atividades possam 
decorrer poluição ou agressão à natureza. O conceito legal de poder de polícia é previsto no art. 78 do CTN, como atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão do interesse 
público concernente aos direitos individuais e coletivos. A acepção é ampla, de forma a abarcar vários instrumentos da política ambiental, como 
o licenciamento, a atividade de fiscalização, monitoramento e realização de auditorias ambientais.
6. Responsabilidade Administrativa
16
Unidade: Responsabilidade Ambiental
Constitui infrações administrativas ambientais toda ação ou omissão que viole regras jurídicas 
de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente; as mencionadas infrações 
são apuradas por meio de processo administrativo próprio, assegurados o direito de ampla 
defesa e o contraditório.
A regulamentação da Lei nº 9.605/1998, com relação às infrações e sanções administrativas, 
foi reformulada pelo Decreto nº 6.514/2008, que revogou os Decretos nos 3.179/1999, 
3.919/2001,4.592/2003 e 5.523/2005. Além disso, o Decreto nº 6.514/2008 foi alterado pelo 
Decreto nº 6.686/2008. 
O Decreto nº 6.514/2008, em seu art. 2º, define infração administrativa como toda ação ou 
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente.
A multa administrativa é imposta pelo agente julgador competente e a multa por ilícito penal 
na esfera ambiental é fixada pelo juiz.
A lei utiliza a expressão autoridade competente para designar o funcionário responsável pelo 
trâmite dos processos administrativos. De acordo com a Lei nº 9.605/1998:
São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e 
instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais 
integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, designados 
para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos 
Portos, do Ministério da Marinha. 
O Decreto nº 6.514/2008 dispôs de forma clara sobre o processo administrativo federal de 
apuração de infração ambiental. O art. 95 do referido Decreto determina o seguinte:
O processo será orientado pelos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, 
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência, bem como 
pelos critérios mencionados no parágrafo único do art. 2º da Lei nº 9.784, 
de 29 de janeiro de 1999.
Com essa regra, os órgãos e entidades federais do SISNAMA, principalmente aqueles que 
têm atribuição de fiscalizar e aplicar sanções, devem observar o estrito cumprimento das 
normas federais aplicáveis aos processos administrativos. No âmbito dos Estados, vigoram suas 
respectivas normas, já que a Lei nº 9.784/1999 regula apenas o processo administrativo no 
âmbito da Administração Pública Federal.
6.1 O AUTO DE INFRAÇÃO
O processo administrativo para apuração de infração ambiental deverá observar 
subsidiariamente as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal (artigo 79), 
bem como a Instrução Normativa nº 14, de 15 de maio de 2009 (com alterações dadas pela 
IN nº 27, de 08 de outubro de 2009) editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, observando os seguintes prazos máximos:
17
a) Vinte dias, contados da ciência da autuação, para o infrator oferecer defesa ou impugnação 
contra o auto de infração (artigo 71, inciso I); 
b) Trinta dias, contados da data da lavratura do auto de infração, apresentada ou não defesa 
ou impugnação, para a autoridade competente julgar o auto (artigo 71, inciso II);
c) Vinte dias, de acordo com o tipo de autuação, para o infrator recorrer da decisão 
condenatória à instância superior do SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do 
Ministério da Marinha (artigo 71, inciso III), e
d) Cinco dias, contados da data da notificação, para o pagamento de multa.
As sanções administrativas às infrações ambientais estão reguladas nos artigos 72 a 76 da 
Lei nº 9.605/98, observando o disposto no artigo 6º, incisos I a III, dessa mesma norma, que, 
em resumo, dispõe que a autoridade competente para avaliar a penalidade deve considerar a 
gravidade do fato e os seus efeitos sobre a saúde pública e para o meio ambiente, além dos 
antecedentes do infrator e sua situação econômica, em caso de multa.
Os valores das multas ambientais serão fixados pelo decreto que regulamenta essa lei e 
corrigidos periodicamente de acordo com os índices estabelecidos pela legislação pertinente, 
sendo, atualmente, no mínimo de R$50,00 (cinquenta reais) e no máximo de R$50.000.000,00 
(cinquenta milhões de reais), conforme artigo 75 da Lei de Crimes Ambientais e artigo 9° do 
Decreto n° 6.514/2008.
No âmbito administrativo, não se poderá exigir do infrator o depósito prévio da multa ou 
arrolamento de bens para que ele possa recorrer, sob pena de afronta aos direitos e garantias 
fundamentais. O Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante n° 21 que se tornou 
entendimento obrigatório a todos os outros tribunais e juízes, bem como a Administração Pública, 
Direta e Indireta, nesse sentido: “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento 
prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
Com relação ao pagamento da multa, imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou 
Territórios, será substituída a multa federal na hipótese de incidência, sendo essa a determinação 
do artigo 76 da Lei de Crimes Ambientais. 
A Lei nº 9.605/1998, em seu artigo 73, também dispõe sobre a forma de distribuição da 
receita proveniente da arrecadação das multas impostas pela infração ao meio ambiente. Estas 
serão revertidas em prol do Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 
10 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto n° 3.524, de 26 de junho de 2000, Fundo 
Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais 
de meio ambiente, ou correlatos, tudo conforme determinar o órgão arrecadador.
A lei 9605/98 ainda prevê as sanções restritivas de direito, que são aquelas que implicam 
em diminuição de um bem jurídico do infrator pela conduta lesiva ao meio ambiente, nos 
termos do artigo 72, inciso XI, § 8º, incisos de I a V, que são: suspensão ou cancelamento de 
registro, licença ou autorização, perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais, perda ou 
suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito 
ou a proibição de contratar com a Administração Pública por até três anos.
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Unidade: Responsabilidade Ambiental
A responsabilidade penal por danos ambientais ganhou novos contornos com a edição da 
Lei nº 9.605/1998. Essa é a Lei conhecida como “Lei dos Crimes Ambientais” e estabelece 
sanções penais e administrativas por danos ambientais. A seguir, estudaremos os principais 
aspectos da Lei nº 9.605/1998 e da responsabilidade criminal por danos ambientais.
7.1 RESPONSABILIDADE PENAL E CRIME AMBIENTAL
Até a entrada em vigor da Lei nº 9.605/1998, a responsabilidade por crimes ambientais era 
prevista em legislações isoladas e esparsas, que dificultavam a caracterização de uma tutela 
penal do meio ambiente.
A Lei dos Crimes Ambientais é dividida em várias seções e prevê crimes contra a flora, a fauna, 
o ordenamento urbano, o patrimônio cultural, difusão da poluição e crimes internacionais.
A responsabilidade penal ambiental é direcionada às pessoas físicas ou jurídicas, sendo que 
a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou 
partícipes do mesmo fato. 
7.2 RESPONSABILIZAÇÃO CRIMINAL DA PESSOA JURÍDICA 
As pessoas jurídicas respondem administrativa, civil e penalmente quando a infração for 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no 
interesse ou benefício da sua entidade, nos termos do art. 3º da Lei nº 9.605/1998. 
A responsabilização criminal da pessoa jurídica é uma grande polêmica no meio jurídico. 
Muitos juristas entendem ser impossível criminalizar a pessoa jurídica. Os que defendem essa 
corrente entendem que a pessoa jurídica não pode praticar crimes ou contravenções penais, 
já que lhes falta capacidade de conduta e de culpabilidade. O conceito analítico de delito 
mais aceito entre os criminalistas é o chamado quadrimembrado (porque vê quatro elementos 
genéricos e indeclináveis em toda a infração penal) e se resume no seguinte enunciado: o delito 
é uma conduta (1) típica (2), antijurídica (3) e culpável (4). A conduta, para ser típica, tem que 
ser dolosa ou culposa (tipo subjetivo). As pessoas coletivas (entidades abstratas) são incapazes 
de atuar, por si mesmas, com dolo ou culpa, de modo que não podem praticar conduta, no 
sentido penal do termo. Também não possuem consciência própria, não havendo, assim, comolhes atribuir um juízo de culpabilidade.4 
Apesar de essa corrente ser muito forte e ser inclusive majoritária, o fato é que a criminalização 
da pessoa jurídica não foi declarada inconstitucional e está em pleno vigor. Outros sistemas 
jurídicos internacionais adotaram a responsabilidade penal das pessoas jurídicas, como 
Venezuela, Canadá, Austrália, Estados Unidos e França.
4 CONSTANTINO, Carlos Ernani. Delitos ecológicos. São Paulo: Lemos e Cruz, 2008.
7. Responsabilidade Criminal por Danos Ambientais
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Haverá a desconsideração da pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
7.3 CARACTERÍSTICAS DA LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
O legislador considerou as diferenças entre pessoa física e jurídica estabelecendo penas 
diferenciadas para cada tipo de personalidade. As pessoas físicas estarão adstritas às penas privativa 
de liberdade, restritiva de direitos ou multa. Já as pessoas jurídicas poderão ser sancionadas por 
meio de penas restritivas de direitos, prestação de serviços à comunidade e multa.
Os crimes ambientais foram previstos como dolosos, sendo considerados culposos apenas 
os artigos 38, 40, 41, 49, 54, 56, 62, 67 e 68 da Lei 9.605/98. Todos, dolosos e culposos, são 
crimes de Ação Penal incondicionada, em função do interesse difuso que encerram.
O sujeito ativo do crime ambiental pode ser qualquer pessoa física ou jurídica imputável e, 
no caso das pessoas jurídicas, a conduta deve ser praticada no interesse da entidade. O sujeito 
passivo do crime ambiental pode ser direto ou indireto. O sujeito passivo direto é constituído 
pela União, Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios, dependendo do ente que o bem 
integra. Já o sujeito passivo indireto é formado por toda a coletividade, que possui interesse na 
proteção da sadia qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.
O art. 16 da Lei nº 9.605/1998 dispõe sobre a aplicação subsidiária do Código Penal, 
permitindo-se, assim, a aplicação das excludentes de ilicitude (estado de necessidade, estrito 
cumprimento do dever legal).
A competência para processar e julgar os crimes ambientais segue as regras previstas no 
Código de Processo Penal, nos termos do art. 79 da Lei nº 9.605/1998.
São atenuantes para a prática de crime ambiental, nos termos da Lei nº 9.605/1998, art. 14:
a) baixo grau de instrução;
b) o arrependimento seguido da reparação ou da atenuação espontânea do dano;
c) comunicação prévia do perigo iminente de dano ambiental;
d) cooperação com os agentes de vigilância.
O art. 15 da Lei nº 9.605/1998 elenca as circunstâncias agravantes em matéria de crime ambiental:
a) reincidência;
b) obtenção de vantagem pecuniária;
c) coação a outrem para a execução da infração;
d) expor gravemente a perigo a saúde e o meio ambiente;
e) causar danos a propriedades alheias;
f) atingir unidades de conservação;
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Unidade: Responsabilidade Ambiental
g) atingir áreas urbanas;
h) praticar o ato em período de reprodução da fauna;
i) praticar o ato à noite;
j) praticar o ato em domingos e feriados;
k) se o ato causar secas ou inundações.
Em função da Medida Provisória nº 2163-41/01, os órgãos que integram o SISNAMA poderão 
firmar com o infrator Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta, apenas como forma 
de reparação das correções necessárias da atividade ou do dano ambiental causado. Esse termo 
não exclui a responsabilidade penal superveniente do enquadramento de tipo penal definido na 
Lei nº 9.605/1998, pois o afastamento da responsabilidade constitui uma prerrogativa do juiz e 
não uma determinação legal.
Se a multa penal for ineficaz, mesmo sendo aplicada em seu valor máximo, poderá ser 
majorada em até três vezes com base em seu valor original, levando-se em conta a vantagem 
econômica percebida com a conduta infracional.
Os produtos e instrumentos utilizados na prática dos crimes ambientais serão destinados 
conforme o disposto no art. 25 da Lei nº 9.605/1998:
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, 
lavrando-se os respectivos autos.
§ 1º Os animais serão l iber tados em seu habi tat ou entregues a 
jardins zoológicos, fundações ou ent idades assemelhadas, desde 
que f iquem sob a responsabi l idade de técnicos habi l i tados.
§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e 
doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.
§ 3° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos 
ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais.
§ 4º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão 
vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem.
O Termo de Ajustamento de Conduta constitui um acordo extrajudicial que tem por finalidade 
a composição de um dano coletivo, especificamente na esfera ambiental. O TAC pretende 
acordar com o poluidor uma alternativa para tentar reverter a degradação ambiental por meio 
da recuperação dos prejuízos causados ao meio ambiente.
8. Termo de Compromisso e Termo de Ajustamento de Conduta
21
O TAC está previsto na Lei nº 7.347/1985, em seu art. 5º, § 6º, e não constitui uma transação 
acerca da infração cometida, mas uma alternativa apresentada ao infrator, realizada por meio de um 
acordo, que valoriza a proteção do meio ambiente e, por conseguinte, o interesse da coletividade.
A concretização do TAC não é obstáculo para que os lesados, individualmente, procurem a 
jurisdição. Os indivíduos continuam com seu direito de propor as ações coletivas ou individuais 
para a tutela do meio ambiente ou de interesses privados lesados em função da conduta de 
degradação ambiental causada pelo poluidor. Via de regra, quando o TAC é proposto, as 
ações coletivas são suspensas até a verificação do integral cumprimento do acordo, não sendo, 
portanto, causa de extinção imediata da obrigação.
Somente os órgãos públicos estão legitimados a celebrar o termo, no caso o Ministério Público 
e pessoas jurídicas de direito público interno.
Não há a necessidade de homologação judicial para o TAC. Mas, se a transação se referir a 
interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos que estejam sendo objeto de discussão 
em juízo, será necessária a homologação judicial para que o acordo possa produzir o efeito de 
extinguir o processo. O TAC, atualmente, está regulado pelo Decreto 6514/2008 e pelo novo 
Código Florestal, Lei 12.651/2012.
8.1. DIFERENÇAS ENTRE TERMO DE COMPROMISSO (TCA) 
E TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC)
O Termo de Ajustamento de Conduta constitui um acordo extrajudicial que tem por finalidade 
a composição de um dano coletivo, especificamente na esfera ambiental. O TAC pretende 
acordar com o poluidor uma alternativa para tentar reverter a degradação ambiental por meio 
da recuperação dos prejuízos causados ao meio ambiente.
 O TAC (Termo de ajustamento de conduta) ou o TCA (Termo de compromisso ambiental) 
podem ser celebrados em fase anterior ou durante um processo judicial. Constitui um verdadeiro 
título executivo extrajudicial e não precisa ser homologado judicialmente se o termo for realizado 
nos autos de inquérito civil; somente será necessária a sua homologação se o acordo for 
realizado nos autos de processo judicial. Admite-se, antes da propositura da ação civil pública, 
que o causador da lesão ao meio ambiente, por exemplo, comprometa-se a reparar os danos 
ou paralisar a conduta ou atividade que continua a causar a lesão ambiental, estabelecendo, 
inclusive, prazo para o cumprimento do acordo. Nada impede, porém, que esse acordo possa 
ser realizado após a propositura da ação civil pública. No caso, o causador da lesão deverá 
assumir a obrigação de fazer ou não fazer, adequando-se às exigências legais, cujo acordo seráhomologado pelo juiz. 
É bom esclarecer que a celebração do TAC não significa a admissão de culpa por parte 
do obrigado, pois, embora existam mecanismos que levam à transação em que se prevê a 
admissão de culpa, no direito brasileiro, isso não ocorre. No âmbito da responsabilidade civil, 
uma vez assinado o TAC (termo de ajustamento de conduta) entre o órgão público legitimado e 
o interessado, fica proibido a qualquer outro legitimado concluir novo acordo.
22
Unidade: Responsabilidade Ambiental
Todavia, na hipótese de serem celebrados vários compromissos de ajustamento a respeito do 
mesmo fato, deve prevalecer o que for mais benéfico à sociedade.
O débito do devedor é, geralmente, satisfeito pelo cumprimento voluntário da obrigação. 
Porém, diante do não pagamento no prazo estatuído no TAC, deverá o órgão público legitimado 
iniciar a execução forçada, a fim de permitir a expropriação do devedor de uma quantidade de 
bens correspondentes à obrigação que ele inadimpliu, tendo o compromisso eficácia de título 
executivo extrajudicial. Desse modo, como na maioria das vezes, as obrigações fixadas são de 
fazer ou de não fazer, sob pena de pagamento de multa cominatória, o descumprimento do 
ajuste acarretará o ajuizamento de ação de execução.
Cabe citar que um TAC que admita o descumprimento expresso ou implícito das obrigações 
legais é nulo, não tendo eficácia.
Nosso ordenamento jurídico não impede a celebração de compromissos de ajustamento 
envolvendo apenas partes das questões objeto das investigações.
A existência de um termo de ajustamento de conduta (TAC ou TCA), devidamente 
assinado pelo órgão público legitimado ativo e o causador do dano, afasta a possibilidade de 
processamento da ação civil pública que tenha o mesmo objeto do compromisso ajustado. Isso 
porque o TAC é um título executivo extrajudicial, por meio do qual um órgão público legitimado 
toma do causador do dano o compromisso de adequar sua conduta às exigências da lei. Agora, 
a assinatura do TAC ou TCA não impedirá a propositura da ação civil pública, caso o acordo 
celebrado tenha sido parcial, bem como quando houver algum vício no ajustamento acordado.
23
A responsabilidade ambiental é um tema de grande importância no Direito Ambiental. Com 
a responsabilização administrativa, civil e penal, procura-se evitar a ocorrência de novos danos 
ambientais, uma vez que o agente causador do dano sabe que suas ações serão punidas com 
ressarcimento financeiro e até com penas privativas de liberdade. O material listado abaixo 
mostra os vários aspectos da importância da responsabilidade ambiental em todas as esferas. 
Procure ler os textos indicados e assistir aos vídeos. Será muito importante, inclusive para auxiliar 
na atividade a ser realizada nesta unidade.
1. “A ERA DA ESTUPIDEZ” - A diretora deste filme é a ex-baterista de rock e cineasta 
Franny Armstrong. Misto de documentário, ficção e animação, o filme conta uma história 
estarrecedora: a da destruição da Terra, causada pela insensatez da humanidade. Veja 
como ainda é possível, através de ações da sociedade e do poder público, evitar o caos 
ambiental em escala global, e também o que poderá acontecer se nada for feito. http://
www.youtube.com/watch?v=_d4YDLK0jP0.
2. Lei de Crimes ambientais – Reportagem da Rede Nazaré de Televisão, sobre os Decretos 
6.514 e 6.515/08 – Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=5XBHT6bgv9k.
3. Acidente Ambiental em Siderúrgica no Rio de Janeiro – Reportagem do RJTV – 
Rede Globo - Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=AXxnKiBlcOw.
4. Flagrantes de Crimes ambientais com o uso de tecnologia – Reportagem 
do Jornal Nacional – Rede Globo – Disponível em: http://www.youtube.com/
watch?v=vMVnjDaeLOQ.
5. A responsabilidade do órgão ambiental frente ao dano ao meio ambiente – 
NASCIMENTO, Vivianne M. Alves do. A responsabilidade do órgão ambiental frente ao 
dano ao meio ambiente. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 107, dez 2012. Disponível 
em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=12584. Acesso em set. 2013.
6. Responsabilidade Civil em Matéria Ambiental - Os Danos Materiais, os Danos 
Morais e o Meio Ambiente. Talden Farias – Especialista em Direito Ambiental. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_44/Artigos/Art_Talden.htm.
Material Complementar
24
Unidade: Responsabilidade Ambiental
AMADO, Frederico Augusto Di Trindade. Direito Ambiental Esquematizado. São Paulo: 
Editora Gen- Método, 2011. p.11. 
CONSTANTINO, Carlos Ernani. Delitos ecológicos. São Paulo: Lemos e Cruz, 2008.
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. 2ª Ed. São Paulo: Atlas,2011.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 34. ed. São Paulo: Malheiros, 2008
MILARE, E. Direito do Ambiente: Doutrina, Jurisprudência, Glossário. 6. ed. São 
Paulo: Revistas dos Tribunais, 2009.
SILVA, J. A. Direito Ambiental Constitucional. 8. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.
SIRVINSKAS, L. P. Manual de Direito Ambiental. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
Referências
25
Anotações
26
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000