Buscar

UTILIZAÇÃO DA CAFEINA COMO ERGOGÊNICO NUTRICIONAL NO EXERCÍCIO FISICO


Continue navegando


Prévia do material em texto

59 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
UTILIZAÇÃO DA CAFEÍNA COMO ERGOGÊNICO NUTRICIONAL 
NO EXERCÍCIO FÍSICO 
 
 
Danielle Faria Silva 
Graduada em Nutrição pela Faculdade Atenas-Paracatu-MG 
Pós-graduanda em Fisiologia do exercício, Nutrição esportiva e Treinamento esportivo pela 
Master Educacional Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA) 
e-mail: daniellefaria.nutri@gmail.com 
Lucas Costa Guimarães 
Graduado em Nutrição pelo UNIFOR-MG 
Mestre em Ciências dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras 
Docente da Universidade Paulista – Campi Brasília-DF 
 
 
Recebido em: 24/09/2013 
Aprovado em: 22/11/2013 
 
 
RESUMO 
 
 
A cafeína é uma substância que não apresenta valor nutricional significativo, sendo 
classificada como uma trimetilxantina, alcaloide estimulante do sistema nervoso. É 
considerada um ergogênico nutricional por estar presente em vários alimentos e bebidas, 
como o chocolate, o café, chás e bebidas à base de guaraná. Seu uso tem sido bastante 
difundido no meio esportivo pela possibilidade de aumentar o desempenho durante o 
exercício físico. O consumo da substância pode provocar aumento do estado de vigília, 
diminuição da sonolência, alívio da fadiga, aumento da liberação de catecolaminas, aumento 
da respiração, da frequência cardíaca, do metabolismo e da diurese. No exercício, seu efeito 
ergogênico tem sido comprovado por diversos estudos, sendo a dose de 3 a 6 mg/kg de massa 
corporal, a mais efetiva. Entretanto, alguns fatores como uso habitual e combinação com 
outras substâncias podem afetar sua absorção. Inúmeros esportistas utilizam a substância sem 
os cuidados necessários podendo comprometer sua saúde e integridade física no exercício. 
 
Palavras-chave: Cafeína. Ergogênico nutricional. Exercício físico. 
 
USE OF CAFFEINE AS NUTRITIONAL ERGOGENIC IN EXERCISE 
 
ABSTRACT 
 
 
Caffeine is a substance that has no nutritional value, being classified as a methylxanthine, 
alkaloid nervous system stimulant. It is considered a nutritional ergogenic to be present in 
various foods and beverages such as chocolate, coffee, tea and soft drinks with guarana. Its 
use has been widespread in sports the possibility to increase the performance in physical 
activity. The consumption of the substance can cause increased alertness, decreased 
drowsiness, relieve fatigue, increased release of catecholamines, increased respiration, heart 
rate, metabolism and diuresis. In its ergogenic effect physical activity has been proven by 
several studies, the dose is 3-6 mg / kg body weight the most effective. However, some 
 
60 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
factors such as habitual use and combination with other substances can affect its absorption. 
Numerous athletes use the substance without due care may compromise their health and 
physical integrity in the exercise. 
 
Keywords: Caffeine. Ergogenic nutritional. Physical activity. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Recurso ergogênico é todo mecanismo que atua na melhora do desempenho no 
exercício físico (BARROS NETO, 2001). Neles, estão inclusos os ergogênicos nutricionais, 
alimentos e bebidas que contêm alguma substância ativa, como a cafeína, capaz de alterar o 
rendimento no exercício, prevenindo ou retardando a fadiga. 
A cafeína é utilizada desde o período paleolítico, inicialmente através de plantas e, 
tempos depois, através de infusão em bebidas (PAULA FILHO; RODRIGUES, 1985). Hoje, 
é uma das substâncias mais utilizadas no mundo que compõe inúmeros tipos de bebidas e 
alimentos. Está presente principalmente no café, chocolate, chás, bebidas energéticas, 
refrigerantes à base de cola e guaraná (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011). 
Esta substância induz a estimulação do Sistema Nervoso Central, mobiliza a utilização 
de gorduras e potencializa a contração muscular (ALTIMARI et al., 2001). Entretanto, sua 
atuação pode ser alterada por alguns fatores como a genética, a dieta, o uso de alguma droga, 
o sexo, o peso corporal, o estado de hidratação, o tipo de exercício físico praticado e o 
consumo habitual da cafeína podem afetar o metabolismo da substância (DUTHEL et al., 
1991; SINCLAIR; GEIGER, 2000; SPRIET, 1995). 
Atletas e desportistas têm buscado frequentemente o consumo desta substância com o 
objetivo de aumentar a potência física e mental (ALVES, 2002). Seu uso já chegou até 
mesmo a ser proibido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Contudo, devido à 
habituação e à dificuldade no controle de ingestão, a cafeína foi retirada da listagem do COI 
(MELLO; KUNZLER; FARAH, 2007). 
O uso indiscriminado da cafeína pode acarretar complicações refletidas principalmente 
pelo Sistema Nervoso. As individualidades devem sempre ser consideradas ao estabelecer a 
dosagem da substância. O nutricionista se faz necessário em qualquer exercício físico 
praticado por ser o profissional que está mais indicado a adequar fatores a que o indivíduo 
está sujeito visando à efetividade do uso da cafeína. 
 
 
 
 
61 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
 
2 HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO 
 
Alguns estudos, como de Paula Filho e Rodrigues (1985) e Rogers (1985), sustentam a 
ideia de que a cafeína foi descoberta pelo homem paleolítico por utilização das plantas e, 
posteriormente, passou a ingeri-la através de bebidas. Outros sustentam que os efeitos da 
cafeína no sistema nervoso foram identificados primeiramente no café no ano 800 d.C. por 
um monge da Etiópia ao cuidar do seu rebanho de cabras. Este observou que quando suas 
cabras comiam grãos de café permaneciam em um estado de alerta e inquietação. Assim, 
ordenou a preparação da infusão da substância a todos os monges da abadia onde morava para 
que pudessem permanecer acordados em suas orações. A bebida acabou por ser difundida em 
todo o continente e ganhou maior popularidade no século XVII (WAHYNE, 2009). 
Segundo Hullemann e Metz (1982), no mundo esportivo, a utilização da cafeína 
tornou-se evidente em 1879 por participantes da “corrida de seis dias”, que utilizaram 
diversos produtos estimulantes dentre eles a cafeína, objetivando suportar o grande esforço 
requerido. A substância foi incluída na lista de substâncias proibidas do Comitê Olímpico 
Internacional (COI) no início da década de 1980 com valor limítrofe de 15µg/mL de cafeína 
na urina para caso positivo de doping. Em 1984, membros da equipe de ciclismo dos Estados 
Unidos declararam fazer uso da substância para melhorar o desempenho atlético nos Jogos 
Olímpicos de Los Angeles (ROGER, 1985). Tal situação permitiu que o COI alterasse o valor 
limítrofe para 12µg/mL de cafeína na urina para caso positivo de doping, o que corresponde à 
ingestão de 5- 6 mg/kg ou 8 xícaras de chá de café 30 minutos antes do teste (ALVES, 2002). 
Em janeiro de 2004, a cafeína foi retirada da lista de substâncias proibidas e incluída junto a 
outras substâncias em um programa de monitoramento da Agência Mundial Antidoping 
(WADA) e mantém-se até os dias atuais (ALTIMARI, 2010; ANAD, 2013). 
 
3 DESCRIÇÃO DA SUBSTÂNCIA 
 
A cafeína é um composto químico lipossolúvel de fórmula C8H10N4O2, classificado 
como alcaloide designado quimicamente como 1,3,7-trimetilxantina pertencente ao grupo das 
xantinas, substâncias utilizadas com finalidade terapêutica e farmacológica. Deste grupo, 
também fazem parte a teofilina, a teína, o guaraná e a teobromina que se diferenciam pela 
açãono sistema nervoso (ALTERMANN et al., 2008; ALTIMARI et al., 2000). Afeta quase 
todos os sistemas no organismo e possui maior ação no Sistema Nervoso Central (AZEVEDO 
et al., 2004). 
 
62 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
A substância pode ser encontrada nos grãos de café, nas folhas de chá, em chocolate e 
achocolatados, sementes de cacau, nozes de cola, guaraná e acrescentadas a alguns tipos de 
bebidas e medicamentos (ALTERMANN et al., 2008). 
A TAB. 1 apresenta a concentração de cafeína em alguns alimentos e substâncias: 
 
Tabela 1 – Concentração de cafeína em alimentos e outras substâncias 
 
Fonte: Adaptado de FREDHOLM et al, 1999; REID, 2005. 
 
4 ADMINISTRAÇÃO E ABSORÇÃO 
 
A administração da cafeína não se limita à via oral, mas também pode ser introduzida 
através de via intraperitoneal, subcutânea, intramuscular e, ainda, mediante supositórios. A 
substância é distribuída ao organismo através da corrente sanguínea, o que permite que sua 
ação atinja todos os tecidos, sendo posteriormente degradada e excretada pela urina 
(NABHOLZ, 2007). 
A cafeína é uma substância bem absorvida por via oral, através do trato 
gastrointestinal, com 100% de biodisponibilidade (BRAGA; ALVES, 2000). Sua atuação em 
nível fisiológico é alcançada entre 15 a 45 minutos após sua ingestão com efeito máximo 
entre 30 a 60 minutos no Sistema Nervoso Central e pico plasmático máximo entre 30 a 120 
minutos (FERREIRA; GUERRA; GUERRA, 2006). 
Substância Quantidade de Cafeína Quantidade em 100 ml 
Café coado (xícara americana) 100 mg/180 ml 55,5 mg 
Cafezinho ou dose no Brasil 27,7mg/50 ml 55,5 mg 
Expresso 40 mg/30 ml 133,3 mg 
Café instantâneo 70 mg/80 ml 85 mg 
Café descafeinado 4 mg/180 ml 2,2 mg 
Chá coado 40 mg/180 ml 22,2 mg 
Chá instantâneo 30 mg/180 ml 16,6 mg 
Refrigerante com cafeína 40 mg/360 ml 11,1 mg 
Chocolate quente 7 mg/180 ml 3,8 mg 
Leite achocolatado 4 mg/180 ml 2,2 mg 
Chocolate amargo 30 mg/45 ml 66,6 mg 
Chocolate ao leite 20 mg/45 ml 44,4 mg 
Analgésico contendo cafeína 32–65 mg/comprimido 2 mg 
Estimulantes 100–200 mg/comprimido 2 mg 
Produtos de nutrição esportiva 100 mg/comprimido 2 mg 
Energéticos 80 mg/250 ml 32 mg 
 
63 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
Segundo Mumford et al. (1996), os níveis de absorção de cafeína são similares quando 
a ingestão ocorre por bebidas, cápsulas ou chocolate. Contudo, determinou-se possível 
variação de absorção devido à ocupação gástrica. 
 
5 METABOLIZAÇÃO 
 
A biotransformação da cafeína ocorre em maior proporção no fígado, local onde existe 
maior produção de citocromo P450 1A2, enzima responsável pela metabolização desta 
substância (KALOW; TANG, 1993). 
Inicialmente, ocorre a remoção dos grupos metil nas posições 1 e 7 através da 
catalisação pelo citocromo P450 1A2, o que possibilita a formação de três grupos 
metilxantinas conforme demonstra a figura 1. Através da mudança de posição do grupo metil 
1,3,7, cerca de 84% da substância é metabolizada em paraxantina (1,7-dimetilxantina), 12% 
em teobromina (3,7-dimetilxantina) e 4% em teofilina (1,3-dimetilxantina). Os três 
metabólitos apresentam-se biologicamente ativos (ALTIMARI et al., 2001; NABHOLZ, 
2007; SINCLAIR; GEIGER, 2000). Nabholz (2007) afirma ainda que o cérebro e o rim 
também participam desse processo atuando na produção do citocromo P450 1A2. 
 
6 EXCREÇÃO 
 
A excreção da cafeína é relativamente rápida, se comparada a outros estimulantes, 
como a metanfetamina, que seria em torno de 10 horas. Cerca de 3 a 6 horas as concentrações 
sanguíneas da cafeína já podem ser reduzidas à metade (MCARDLE; KATCH; KATCH, 
2011). 
Apenas uma pequena quantidade da substância pode ser excretada (0,5 a 3%), 
entretanto sua detecção na urina é relativamente fácil (MELLO; KUNZLER; FARAH, 2007). 
Além de estarem presentes na urina, seus metabólitos podem estar contidos também na saliva, 
no esperma, no leite materno (ALTERMANN et al., 2008). Segundo Duthel (1991), durante a 
execução de exercícios intensos, as mulheres apresentam uma maior eliminação de cafeína 
que os homens, seja pela transpiração ou diurese. 
 
 
 
 
 
 
 
64 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
Figura 1 – Metabolização da cafeína. Valores em percentuais. Os valores entre parênteses 
 representam as quantidades metabolizadas de cada composto (CYP 1A2- citocromo 
 P450; NAT2- N- acetiltransferase; XO- xantina oxidase; AFMU- 5- acetilamina- 6- 
 formilamina- 3-metiluracil) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: MELLO; KUNZLER; FARAH, 2007, p. 31. 
 
 
7 MECANISMO DE AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, MÚSCULO 
ESQUELÉTICO, SISTEMA RESPIRATÓRIO E CIRCULATÓRIO, MÚSCULO 
CARDÍACO E TECIDO ADIPOSO 
 
A cafeína é capaz de ultrapassar a barreira hemato-cefálica e afeta a percepção 
subjetiva de esforço e a propagação dos sinais neurais entre cérebro e junção neuromuscular 
(ALTIMARI et al., 2001 apud SPRIET, 1995)1. 
A substância age como receptor antagônico de adenosina. Mcardle, Katch e Katch 
(2011) consideram que a adenosina exerce normalmente um efeito calmante sobre os 
neurônios do cérebro e da medula espinhal. Bloqueando a ação da adenosina, a cafeína 
acelera as atividades em nível neural, aumentando os níveis de Adenosina Monofosfato 
 
1
 ALTIMARI, L. R. et al. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. Revista brasileira de ciência e 
movimento, Brasília, v. 9, n. 3, p. 57-64, 2001. 
 
 
 
65 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
Cíclica (AMPc) por inibição da enzima fosfodiesterase, provocando respostas como: 
liberação de catecolaminas, aumento da pressão sanguínea, aumentos das secreções gástricas, 
lipólise, aumento da diurese e ativação do sistema nervoso simpático (ALTERMANN, 2008; 
AZEVEDO, 2004; BRAGA; ALVES, 2000; CAPUTO et al., 2012). 
Kalmar e Cafarelli (2004) observaram um aumento em torno de 93% da excitabilidade 
cortical com o uso da cafeína. No entanto, o aumento constante da atividade neuronal não 
pode ser considerado como algo ideal, pois os neurônios necessitam descansar para trabalhar 
efetivamente. 
No músculo esquelético, a cafeína aumenta a permeabilidade do retículo 
sarcoplasmático aos íons de cálcio permitindo a redução do limiar de excitabilidade e maior 
duração do período ativo da contração muscular. Este efeito está relacionado a uma maior 
concentração de cálcio intracelular e maior sensibilidade das miofibrilas (actina e miosina) ao 
cálcio (BRAGA; ALVES, 2000). Pagala e Taylor (1998) afirmam que as fibras musculares de 
contração lenta (vermelhas - tipo I) são mais sensíveis à ação da cafeína que as fibras 
musculares de contração rápida (brancas – tipo II), o que permite também um melhor 
desempenho em exercícios resistidos não apenas em exercícios aeróbios. 
Para maior efetivação da contração muscular, a cafeína atua ainda na bomba de 
sódio/potássio (Na+/K+) mantendo as concentrações de potássio (K+) altas no meio 
intracelular e baixas no meio extracelular, contribuindo para o retardo da fadiga (BRAGA; 
ALVES, 2000). 
No sistema respiratório e circulatório, acafeína age como vasodilatador estimulando a 
broncodilatação dos alvéolos proporcionando discreto aumento da frequência e da intensidade 
da respiração (SOARES; FONSECA, 2004/2005; SÖKMEN et al., 2008). Sökmen et al. 
(2008) relatam também aumento da filtração sanguínea através da dilatação dos vasos 
sanguíneos provocada pela ação da substância. 
No músculo cardíaco, ocorre estimulação direta do miocárdio com aumento na força 
de contração e frequência cardíaca, aumento do rendimento cardíaco com modificações na 
frequência cardíaca (DÂMASO, 2001). Para usuários não habituais, o consumo de 250 mg de 
cafeína, equivalente a 2,5 xícaras de café, pode levar à taquicardia (SOARES; FONSECA, 
2004/2005). 
A cafeína atua sobre os tecidos adiposos vasculares e periféricos aumentando a 
oxidação de gorduras e reduzindo a oxidação de carboidratos através da mobilização de 
gorduras de seus depósitos, provocando assim a lipólise (ALTIMARI et al., 2001; 
SALDANHA, 2012). 
 
66 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
O processo ocorre por meio do aumento na produção de catecolaminas na circulação, 
principalmente epinefrina, antagonizando os receptores de adenosina que inibem a 
mobilização de ácidos graxos (processo já descrito anteriormente) e aumentam a utilização de 
gordura muscular e reduzem a oxidação de carboidratos, permitindo a conservação de 
glicogênio hepático e muscular. Por este meio, a prática de exercício de resistência torna-se 
mais favorável e facilitada (ALTIMARI et al., 2000; SALDANHA, 2012). 
 
8 EFEITOS SOBRE O DESEMPENHO 
 
Segundo Altimari et al. (2000, p. 141-158): 
 
as maiores dificuldades para interpretação dos resultados produzidos por esses 
estudos concentram-se nos diferentes delineamentos utilizados, nas diferentes doses 
de cafeína administradas, nas diferenças entre os protocolos experimentais que 
muitas vezes combinam exercícios predominantemente aeróbios e anaeróbios, na 
falta de uma maior rigidez metodológica no controle de variáveis supostamente 
envolvidas no processo, dentre outras. 
 
Os efeitos da substância têm sido mais notáveis em indivíduos submetidos a testes até 
a exaustão e em exercícios com características contínuas (ciclismo, natação, remo) e de curta 
duração (menor que 5 minutos) (PEREIRA et al., 2011). Altimari et al. (2006) corroboraram 
afirmando que a cafeína parece melhorar significativamente o desempenho em exercícios 
máximos de curta duração quando não precedidos por exercícios submáximos prolongados. O 
efeito é confirmado por Jackman et al (1996) que sustenta que a ingestão de cafeína pode 
resultar em aumento da resistência muscular durante exercícios físicos intensos que levem à 
fadiga em até cinco minutos. Contudo, Greer, MacLean e Graham (1998) não encontraram 
qualquer efeito ergogênico na potência máxima em exercício máximo de curta duração que 
pudesse ser atribuído ao uso de cafeína. 
Em exercício físico com duração de duas horas, Ivy et al. (1979) verificaram aumento 
de 20% da quantidade total de trabalho produzido. Similarmente, em exercício de duração de 
30 minutos com aumento progressivo de intensidade obteve-se um aumento de 12,6% da 
produção de trabalho total após a ingestão de cafeína (COLE et al., 1996). 
Em corrida prolongada de alta intensidade, Sasaky et al. (1987) constataram aumento 
de cerca de 35% no desempenho físico. Da mesma forma, Trice e Haymes (1995) observaram 
em corrida intermitente, também sobre alta intensidade, um aumento de 29% no tempo de 
exaustão após a ingestão de cafeína. 
Graham e Spriet (1995) notaram um aumento significante no tempo de corrida (cerca 
de 10 minutos) com a ingestão de doses de 3 e 6 mg/kg de peso corporal. Com a ingestão de 9 
 
67 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
mg, notaram um aumento no tempo de resistência de 44% na corrida e de 51% no ciclismo 
(GRAHAM; SPRIET, 1991). Também em ciclistas, Costill, Dalsky e Fink (1978) observaram 
um aumento de aproximadamente 21 minutos no tempo de desempenho até a exaustão. Já 
Collomp et al. (1990) não encontraram diferenças significantes no tempo de desempenho até a 
exaustão, após a administração de cafeína. 
Um estudo de Pereira et al. (2011) em teste de sprint repetidos à ingestão de cafeína 
não foi capaz de melhorar o desempenho de atletas. Entretanto, Glaister et al. (2008), em 
estudo similar, notaram redução no tempo para realização dos primeiros sprints e aumento na 
velocidade de indivíduos fisicamente ativos após a ingestão de cafeína. 
Wyss et al. (1986), após a administração de cafeína, notaram aumento significativo na 
potência (6,0%) e na capacidade anaeróbia (15,7%). Da mesma forma, após suplementação 
com a substância, Anselme et al. (1992) observaram melhora de 7% na potência anaeróbia 
máxima durante exercício supramáximo de carga progressiva. 
Pinto e Tarnopolsky (1997), após a ingestão de cafeína perceberam aumento 
significativo na força de contração máxima tanto em homens quanto em mulheres. Ressalta-se 
ainda que as mulheres apresentaram maior resistência à fadiga muscular nesse estudo. 
 
9 EFEITOS COLATERAIS 
 
Os consumidores que utilizam a substância em excesso e os que possuem maior 
sensibilidade, estão mais vulneráveis aos seus efeitos. Dentre estes, podem-se citar: insônia, 
nervosismo, irritabilidade, dependência, ansiedade, taquicardia, sensação de zumbido no 
ouvido, distúrbios visuais parecendo faíscas no ar, dores de cabeça, cansaço, incapacidade de 
concentração (causada também por interrupção repentina da substância), prejuízo na 
memória, tensão muscular crônica (tremor, trepidez e palpitações), náuseas e desconforto 
gastrintestinal, podendo este último ser agravado caso o indivíduo já apresente tendência para 
úlcera ou gastrite, devido ao aumento da secreção gástrica provocada pela substância. Em 
alguns casos, pode resultar até mesmo em sangramento gastrintestinal (ALTIMARI et al., 
2001; ALTIMARI et al., 2005; ALTERMANN et al., 2008; MAUGHAN; BURKE, 2004). 
A cafeína pode causar ainda outros efeitos como aumento da temperatura corporal por 
seu efeito termogênico. Ocorre um aumento da produção de calor em repouso vindo a 
prejudicar o desempenho de esportistas em exercícios realizados sobre alta temperatura 
(RYAN, 1999). Em razão da inibição do hormônio antidiurético (ADH), a cafeína aumenta a 
diurese resultando no balanço eletrolítico negativo com potencialização da excreção de cálcio 
e magnésio da urina (GRAHAM, 2001). Como consequência, pode ocorrer a desidratação 
 
68 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
durante uma competição prejudicando o desempenho do participante (TARNOPOLSKY, 
1993). Maughan e Burke (2004), Garrett e Kinkendall (2003) deduziram ainda maior 
propensão ao desenvolvimento de câncer de bexiga com a utilização excessiva da cafeína. 
 
10 DOSAGEM 
 
Há uma variação na sensibilidade de cada indivíduo à cafeína, o que pode variar de 1 a 
15 mg/kg de massa corporal. Entretanto, nem sempre uma maior dosagem produzirá maior 
efeito ergogênico. Doses de 3 a 6 mg/kg apresentaram resultados satisfatórios em diversos 
estudos e doses maiores podem não promover maior efeito no desempenho (RAGUSO et al., 
1996). Em um estudo de Graham e Spriet (1995), indivíduos ingeriram cápsulas de cafeína de 
3, 6 e 9 mg/kg antes de exercício de corrida feito até a exaustão voluntária. Observou-se que a 
concentração plasmática de cafeína aumentoua cada dose. No entanto, seu principal 
metabólito, a paraxantina, não aumentou entre as doses 6 a 9 mg/kg demonstrando que o 
metabolismo hepático da cafeína estava saturado. 
Com relação à fadiga muscular, Davis et al. (2003) afirmam que a ingestão de 3 a 9 
mg/kg de massa corporal aumenta em 20% a 50% o tempo para atingir a fadiga em exercícios 
de endurance. 
Para que a eficácia da cafeína seja acentuada, sugere-se abstinência da substância de 
quatro a sete dias, seguida da ingestão de 3 a 4 horas antes do exercício. Entretanto, 
indivíduos que fazem uso frequente da substância podem desenvolver sintomas como 
cefaleia, irritabilidade e letargia com a interrupção do uso (GOSTON, 2011; MAUGHAN, 
2004). 
A dose letal de cafeína para indivíduos de 70 quilos é de cerca de 10g, o equivalente a 
142 mg/kg de massa corporal (JAMES, 1997). 
 
11 INGESTÃO 
 
Diversas bibliografias consideram o melhor horário para ingestão para melhora da 
performance em torno de 60 minutos antes do exercício. O efeito ergogênico está relacionado 
diretamente com a concentração da substância no sangue. Apesar de a cafeína possuir meia-
vida de 4 a 6 horas permitindo que altas doses continuem presentes no sangue por mais de 3 
ou 4 horas após a ingestão, em 1 hora a droga atinge seu pico plasmático provocando melhor 
desempenho no exercício (FREDHOLM et al., 1999; YEO et al., 2005). 
 
69 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
Graham, Hibbert e Sathasivam (1998), em investigação em exercício de endurance, 
notaram que o consumo de cafeína em cápsulas (pura) exerce maior efeito ergogênico em 
comparação ao consumo no café. O motivo seria que a infusão da bebida pode apresentar 
substâncias que inibem os efeitos da cafeína. 
A associação de carboidrato e cafeína durante ou após o exercício aumenta a 
disponibilidade de glicose plasmática e de ressíntese de glicogênio muscular pós-exercício 
provocando melhora do desempenho e redução da percepção subjetiva de esforço (ROBERTS 
et al., 2010; YEO et al., 2005) em pesquisa em grupo que ingeriu durante o exercício apenas 
carboidrato e outro que ingeriu carboidrato junto à cafeína observaram aumento da taxa de 
oxidação de carboidrato exógeno devido à maior absorção intestinal de glicose pelo uso da 
cafeína. Como principal consequência, notou-se retardo da fadiga e aumento de performance. 
O consumo de creatina junto à cafeína atrapalha as concentrações de creatina no 
músculo anulando seu efeito ergogênico no aumento de força. Vandenberghe et al. (1996) 
realizou estudo na proporção de 0,5 mg/kg de creatina para 5 mg/kg de cafeína determinando 
que a ingestão de 400mg de cafeína (cerca de 3,5 xícaras de café) já permite a perda do efeito 
ergogênico da creatina. 
A habituação é atingida com o consumo diário superior a 100 mg da cafeína, ou seja, 
cerca de 2,5 xícaras de café, conforme a TAB. 2. Esta permite neutralizar as respostas 
metabólicas desencadeadas pela substância eliminando seu efeito ergogênico. Portanto, 
consumidores de cerca de 50 mg/dia de cafeína conseguem experimentar melhora do 
desempenho mais eficiente em exercícios físico. (GOSTON, 2011; SIMÕES; CAMPBELL, 
1998). 
 
 Tabela 2 – Classificação do usuário da cafeína em relação à ingestão de substância 
Quantidade de cafeína (mg/dia) Possibilidade de habituação Tipo de usuário 
> 720 Sim Usuário intencional 
450 - 720 Sim Usuário moderado 
120 - 150 Sim Usuário habitual 
30 - 100 Não Usuário não habitual 
< 20 Não Não usuário 
Fonte: Adaptado de DANIELS et al., 1998; GRAHAM; SPRIET, 1991; VAN SOEREN et al., 1993 apud 
ALTIMARI, 2001. 
 
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os registros de utilização da cafeína para melhora de performance no exercício físico 
iniciaram há cerca de três décadas. Conforme apresentado, a cafeína apresenta-se como um 
 
70 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
eficiente recurso ergogênico para melhora de desempenho e diminuição da sensação de 
fadiga, promovendo maior rendimento durante o exercício. Resultados que não comprovam 
melhora de desempenho podem estar relacionados à falta de padronização entre os estudos, 
como dieta, idade, sexo, habituação, alimentação pré-exercício, tipo e intensidade do 
exercício e condicionamento físico diferenciados. 
A ingestão de 3 a 6 mg/kg de massa corporal promove melhor efeito ergogênico, 
sendo que a ingestão de superdoses ou sensibilidade à substância pode produzir efeitos 
colaterais. A utilização combinada ao carboidrato durante e após o exercício permite sua 
melhor ação, entretanto associada à creatina esta última perde seu potencial. O consumo 
diário a partir de 100 mg atinge habituação à substância diminuindo seu efeito ergogênico. 
Para que esse quadro seja revertido, é necessário que o indivíduo abstenha-se de 4 a 7 dias da 
substância. 
Os principais mecanismos de ação para sua efetivação ocorrem por meio de vários 
mecanismos, dentre os quais: estimulação do sistema nervoso central; maior permeabilidade 
de íons Ca+ ao retículo sarcoplasmático; aumento das concentrações de K+ no meio 
intracelular; mobilização de ácidos graxos e consequente oxidação. 
Tendo em vista que em uma corrida a diferença entre o primeiro e o segundo colocado 
é menor que 1%, a utilização da cafeína como ergogênico nutricional pode definir o vencedor 
de uma competição (CAPUTO, 2012). Cabe ao nutricionista, no exercício de suas atribuições 
na área de nutrição em esportes, conhecer muito bem as propriedades provenientes dos 
suplementos alimentares usados como ergogênicos nutricionais, bem como as 
individualidades e premissas para a prescrição destes. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALTERMANN, A. M. et al. A influência da cafeína como recurso ergogênico no exercício 
físico: sua ação e efeitos colaterais. Revista brasileira de nutrição esportiva, São Paulo, v. 
2, n. 10, p. 225-239, jul./ago. 2008. 
 
ALTIMARI, L. R. et al. Cafeína e performance em exercícios anaeróbios. Revista brasileira 
de ciências farmacêuticas, São Paulo, v. 42, n. 1, jan./mar. 2006. 
 
ALTIMARI, L. R. et al. Cafeína: ergogênico nutricional no esporte. Revista brasileira de 
ciência e movimento, Brasília, v. 9, n. 3, p. 57-64, 2001. 
 
ALTIMARI, L. R. et al. Efeito ergogênico da cafeína na performance em exercícios de média 
e longa duração. Revista portuguesa de ciências do desporto, Portugal, v. 5, n. 1, p. 87-101, 
2005. 
 
 
71 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
ALTIMARI, L. R. Ingestão de cafeína como estratégia ergogênica no esporte: substância 
proibida ou permitida? “Carta ao Editor”. Revista brasileira de medicina do esporte, v. 16, 
n. 4, jul./ago. 2010. 
 
ALTIMARI, L. R. et al. Efeitos ergogênicos da cafeína sobre o desempenho físico. Physics 
education, v. 14, n. 2, p. 141-158, 2000. 
 
ALVES, L. A. Recursos ergogênicos nutricionais. Revista mineira de educação física, 
Viçosa, v. 10, n. 1, p. 23-50, 2002. 
 
ANAD - Agencia Anti-doping. Lista de substâncias e métodos proibidos. Disponível em: 
<http://www.cbat.org.br/conad/lista_proibida.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013. 
 
ANSELME, F. et al. Caffeine increases maximal anaerobic power and blood lactate 
concentration. European journal of applied physiology, v. 65, n. 2, p. 188- 191, 1992. 
 
AZEVEDO, R. F. et al. Efeitos ergogênicos da cafeína no teste de 3.200 metros. Fitness & 
performance journal, v. 3, n. 4, p. 225-230, 2004. 
 
BARROS NETO,T. L. A controvérsia dos agentes ergogênicos: estamos subestimando os 
efeitos naturais da atividade física? Arquivos brasileiros de endocrinologia & metabologia, 
v. 45, n. 2, p. 121-122, abr. 2001. 
 
BRAGA, L. C.; ALVES, M. P. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de 
endurance. Revista brasileira de ciência e movimento, Brasília, v. 8, n. 3, p. 33-37, jun. 
2000. 
 
CAPUTO, F. et al. Cafeína e desempenho anaeróbio. Revista brasileira de 
cineantropometria e desempenho humano, v. 14, n. 5, p. 602-614, abr. 2012. 
 
COLE, K. J. et al. Effects of caffeine ingestion on perception of effort and subsequent work 
production. International journal of sport nutrition, v. 6, n. 2, p. 14-23, 1996. 
 
COLLOMP, K. et al. Effect of acute or chronic administration of caffeine on performance and 
on catecholamines during maximal cycle ergometer exercise. Comptes rendus des seances 
de la societe de biologie et de ses filiales, v. 184, n. 1, p. 87-92, 1990. 
 
COSTILL, D. L.; DALSKY, G.; FINK, W. Effects of caffeine ingestion on metabolism and 
exercise performance. Medicine & science in sports and exercise, v. 10, n. 3, p. 155-158, 
1978. 
 
DAMASO, A. Nutrição e exercício na prevenção de doenças. Rio de Janeiro: Medsi, 2001. 
 
DAVIS, J. M. et al. Central nervous system effects of caffeine and adenosine on fatigue. 
American journal of physiology regulatory integrative and comparative physiology, v. 
284, p. 399-404, 2003. 
 
DUTHEL, J. M. et al. Caffeine and sport: role of physical exercise. Medicine & science in 
sports and exercise, v. 23, n. 8, p. 980-985, 1991. 
 
 
72 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
FERREIRA, G. M. H.; GUERRA, G. C. B.; GUERRA, R. O. Efeitos da cafeína na percepção 
do esforço, temperatura, peso corporal e frequência cardíaca de ciclistas sob condições de 
stress térmico. Revista brasileira de ciência do movimento, v. 14, n. 2, p. 33-40, 2006. 
 
FREDHOLM, B. B. et al. Actions of caffeine in the brain with special reference to factors that 
contribute to its widespread use. Pharmacological Reviews, v. 51, p. 83-133, 1999. 
 
GARRETT, J. R.; WILLIAM, E.; KIRKENDALL, D. T. A ciência do exercício e dos 
esportes. Porto Alegre: Artmed, 2003. 
 
GLAISTER M. et al. Caffeine supplementation and multiple sprint running performance. 
Medicine & science in sports and exercise, v. 40, n. 18, p. 35-40, 2008. 
 
GOSTON, J. L. Recursos ergogênicos nutricionais: atualização sobre a cafeína no esporte. 
Revista nutrição em pauta, Belo Horizonte, nov./dez. 2011. 
 
GRAHAM, T. E. Caffeine and exercise: metabolism, endurance and performance. Sports 
Medicine, v. 31, n. 11, p. 785-807, 2001. 
 
GRAHAM, T. E.; HIBBERT, E.; SATHASIVAM, P. Metabolic and exercise endurance 
effects of coffee and caffeine ingestion. Journal applied physiology, v. 85, n. 3, p. 883-889, 
1998. 
 
GRAHAM, T. E.; SPRIET, L. L. Performance and metabolic responses to a high caffeine 
dose during prolonged exercise. Journal applied physiology, v. 71, p. 2292-2298, 1991. 
 
GRAHAM, T. E.; SPRIET, L. L. Metabolic, cathecolamine, and exercise performance 
responses to various doses of caffeine. Journal applied physiology, v. 78, n. 3, p. 867-874, 
1995. 
 
GREER, F.; McLEAN, C.; GRAHAM, T. E. Caffeine, performance and metabolism during 
repeated Wingate exercise tests. Journal of applied physiology, v. 85, n. 4, p. 1502-1508, 
1998. 
 
HULLEMANN, K. D.; METZ, J. Doping. In: ______. Medicina esportiva: clínica e prática. 
São Paulo: Edusp, 1982. p. 213-235. 
 
IVY, J. L. et al. Influence of caffeine and carbohydrate feedings on endurance performance. 
Medicine & science in sports and exercise, v. 11, n. 1, p. 6-11, 1979. 
 
JACKMAN, M. et al. Metabolic, catecholamine, and endurance responses to caffeine during 
intense exercise. Journal of applied physiology, v. 81, n. 4, p. 1658-1663, 1996. 
 
JAMES, J. E. Understanding caffeine: a biobehavioral analysis. London: Sage, 1997. 
 
KALMAR J. M.; CAFARELLI, E. Central fatigue and transcranial magnetic stimulation: 
effect of caffeine and the confound of peripheral transmission failure. Journal of 
neuroscience methods, v. 30, n. 138, p. 15-26, 2004. 
 
KALOW, W.; TANG, B. K. The use of caffeine for enzymatic assays: a critical appraisal. 
Clinical pharmacology & therapeutics, v. 53, n. 5, p. 503-514, 1993. 
 
 
73 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
MAUGHAN, R. J.; BURKE, L. M. Nutrição esportiva. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
 
MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição 
e desempenho humano. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
 
MELLO, D.; KUNZLER, D. K.; FARAH, M. A cafeína e seu efeito ergogênico. Revista 
brasileira de nutrição esportiva, São Paulo, v. 1, n. 2, p. 30-37, mar./abr. 2007. 
 
MUMFORD, G. K. et al. Absorption rate of methylxantines following capsules, cola and 
chocolate. European journal of clinical pharmacology, v. 51, n. 3-4, p. 319-325, 1996. 
 
NABHOLZ, T. V. Nutrição esportiva: aspectos relacionados à suplementação nutricional. 
São Paulo: Sarvier, 2007. 
 
PAGALA, M. K.; TAYLOR, S. R. Imaging caffeine induced Ca2+ transients in individual 
fast-twitch and slow-twitch rat skeletal muscle fibers. American journal of physiology, v. 
274, n. 3, p. 623-632, 1998. 
 
PATON, C. D.; HOPKINS, W. G.; VOLLEBREGT, L. Little effect of caffeine ingestion on 
repeated sprints in teamsport athletes. Medicine & science in sports and exercise, v. 33, n. 
5, p. 822- 825, 2001. 
 
PAULA FILHO, U.; RODRIGUES, L. O. C. Estudo do efeito da cafeína em diferentes níveis 
de exercício. Revista brasileira de ciências do esporte, v. 6, n. 2, p. 139-146, 1985. 
 
PEREIRA, L. A. et al. A cafeína melhora o desempenho em teste de sprints repetidos em 
jovens jogadores de futebol? Revista andaluza de medicina del deporte, v. 4, n. 3, p. 109-
113, 2011. 
 
PINTO, S.; TARNOPOLSKY, M. Neuromuscular effects of caffeine in males and females. 
Canadian journal of applied physiology, v. 22, p. S48, 1997. 
 
RAGUSO, C. A. et al. Effect of theophylline on substrate metabolism during exercise. 
Metabolism, v. 45, p. 1153-1160, 1996. 
 
REID, T. What’s the buzz? National Geographic, Jan. 2005. 
 
ROBERTS, S. P. et al. Effects of carbohydrate and caffeine ingestion on performance during 
a Rugby Union Simulation Protocol. Journal of sports sciences, v. 28, n. 8, p. 833-842, 
2010. 
 
ROGERS, C. C. Caffeine. Sports medicine, v. 13, n. 3, p. 38-40, 1985. 
 
RYAN, M. Complete guide to sports nutrition. [S. l.]: Velo Press, 1999. 
 
SALDANHA, L. A. Efeitos da ingestão de cafeína, café (Coffea arábica) e chá-mate (Ilex 
paraguariensis) sobre a atividade lipolítica do tecido adiposo e parâmetros metabólicos 
em ratos submetidos ao exercício físico. 2012. Tese (Doutorado)-Faculdade de Saúde 
Pública-Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. 
 
SASAKI, H. et al. Effect of caffeine ingestion on performance of prolonged strenuous 
running. International journal of sports medicine, v. 8, n. 4, p. 261-5, 1987. 
 
74 
SILVA, D. F.; GUIMARÃES, L. C. Utilização da cafeína como ergogênico nutricional no exercício físico. 
Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 1, p. 59-74, jan./jun. 2013 
 
 
 
SIMÕES, H. G.; CAMPBELL, C. S. G. Recursos ergogênicos: suplementação de 
carboidratos, líquidos, monoidrato de creatina, aminoácidos ramificados e cafeína. 
Treinamento desportivo, v. 3, n. 2, p. 52-61, 1998. 
 
SINCLAIR, C. J. D.; GEIGER, J. D. Caffeine use in sport: a pharmacologicalreview. The 
journal of sports medicine and physical fitness, v. 40, n. 1, p. 71-79, 2000. 
 
SOARES, A. I. S. M.; FONSECA, B. M. R. Cafeína. Faculdade de Farmácia, 2004/2005. 
Disponível em: <http://www.ff.up.pt/toxicologia/monografias/ano0405/Cafeina/cafeina.pdf>. 
Acesso em: 27 jun. 2013. 
 
SÖKMEN, B. et al. Caffeine use in sports: considerations for the athlete. Journal of strength 
and conditioning research, v. 22, n. 3, p. 978-986, 2008. 
 
SPRIET, L. L. Caffeine and performance. International journal of sport nutrition, v. 5, n. 
1, p. 84-89, 1995. 
 
TARNOPOLSKY, M. A. Protein, caffeine and sports. The physician and sports medicine, 
v. 21, n. 3, p. 137-147, 1993. 
 
TRICE, I.; HAYMES, E. M. Effects of caffeine ingestion on exercise induced changes during 
high-intensity, intermittent exercise. International journal of sport nutrition, v. 5, p. 37-44, 
1995. 
 
VANDENBERGHE, K. et al. Caffeine counteracts the ergogenic action of muscle creatine 
loading. Journal of applied physiology, v. 80, p. 452-457, 1996. 
 
WAHYNE, T. F. Una taza de café y otras terapias alternativas en medicina clínica. Revista 
costarricence de cardiologia, v. 11, n. 2, p. 41-46, jul./dic. 2009. 
 
WEIR, J. et al. A hight carboidrate diet negates the metabolic effects of caffeine during 
exercise. Medicine & science in sports and exercise, v. 19, n. 2, p. 100-105, 1987. 
 
WYSS, V. et al. Influenza di prodotti caffeinici sulla potenza e sulla capacità anaerobiche in 
soggetti giovani. Medicina dello sport, v. 39, n. 3, p. 467-476, 1986. 
 
YEO, S. E. et al. Caffeine increases exogenous carbohydrate oxidation during exercise. 
Journal of applied physiology, v. 99. p. 844-850, 2005.