Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Transferência de massa Livro Texto: Fundamentos de Transferência de Massa Marco Aurélio Cremasco - São Paulo: Blucher, 2015. 3ª Edição Bibliografia: 1. Bird, R.B., Stewart, W.E., Lightfoot, E.N., “Transport Phenomena, John Wiley & Sons, 2007. 2. Hines, A. e Maddox, R., “Mass Transfer, Fundamentals and Applications” , Prentice-Hall, 1985 3. Welty, J.R., Wick,C.E. e Wilson, R.E., “Fundamentals of Momentum, Heat and Mass Transfer”, John Wiley & Sons, 1984 Transferência de massa Ementa: 1. Coeficientes e Mecanismos de Difusão 2. Fluxos, concentrações e velocidades 3. Equações da Continuidade em Transferência de Massa 4. Difusão em Regime Permanente sem Reação Química 5. Difusão em Regime Transiente 6. Difusão com Reação Química 7. Introdução a Convecção Mássica 8. Convecção Mássica 9. Transferência de Massa entre Fases (correspondente ao cap. 11 do Cremasco) Introdução Exemplo 1: Concentração e distribuição dos alunos em sala de aula Professor pede que todos os alunos se acomodem em um canto na sala de aula (deixando o restante da sala vazia) em um dia quente. Qual será a tendência dos alunos? Buscar cadeiras vazias e mais espaço Introdução Introdução • Disciplinas do Curso de Eng. Química que envolvem fenômenos de T.M.: 1. Operações Unitárias I e II 2. Engenharia das Reações Químicas I e II Introdução Aplicações da T.M. na Engenharia • Áreas em que T.M. é importante: 1. Processamento de Urânio extração de sal de urânio em solução por um solvente orgânico 2. Destilação para separar álcool e água 3. Remoção de H2S em uma corrente de hidrocarbonetos derivados de petróleo (absorção com etanolamina) 4. Processos Bioquímicos nutrientes e oxigênio dissolvidos em solução difundem para os microorganismos 5. Difusão dos reagentes das vizinhanças para a superfície do catalisador em uma reação catalítica Outras aplicações T.M. no corpo humano difusão do O2 dos pulmões para o sangue (conc. O2 no ar > conc. O2 no sangue) e difusão do CO2 do sangue para os pulmões Difusão em gases z x y Plano B Plano O Plano A Fluxo Fluxo líquido da população molecular (espécie A) z Difusão em gases teoria cinética dos gases y x z B A Hipótese iv Difusão em gases Cálculo da velocidade relativa (vr) Sobrepondo os dois planos Φ Difusão em gases Diâmetro de choque (d*) A B d* Supor moléculas A e B Difusão em gases Frequência de Colisões A colisão entre duas moléculas irá ocorrer, quando o centro das moléculas se aproximarem de uma distância r r D = 2r Difusão em gases Frequência de colisões Volume descrito pelo percurso de duas moléculas D l D D = 2rA A Difusão em gases Frequência de colisões A D = 2rA l Volume descrito pelo percurso da molécula A – cilindro fictício Difusão em gases Frequência de colisões Uma molécula tem diâmetro d e a outra é um ponto material A D = 2rA l Difusão em gases Dependência do coeficiente de difusão com as propriedades do gás e diâmetro da molécula T ↑ DAA ↑: quanto mais agitado for o meio, maior será a mobilidade do soluto d ↑ DAA ↓: é mais fácil atravessar uma floresta contendo 100 árvores com d= 10 cm do que atravessar a mesma floresta contendo árvores com d= 100 cm P ↑ DAA ↓: quanto mais próximas estiverem as árvores, maior será a dificuldade em atravessar a floresta. Difusão em gases Equação de Chapman-Enskog – reavaliação do diâmetro de colisão atração repulsão A B Molécula B indo de encontro a molécula A cargas elétricas das moléculas acarretam forças atrativas e repulsivas entre o par soluto/solvente σAB Difusão em gases Substância M Parâmetros de Lennard Jones (Å) /k (K) H2 2 2,915 38 He 4 2,576 10,2 Obs: [k] = J/K; [ε] = J [ε/k] = K Difusão em gases kT/εAB ΏD 0,30 2,662 0,35 2,476 0,40 2,318 Difusão em gases Tipos de átomos na molécula carbono cloro (R-Cl) hidrogênio Compostos cíclicos anéis de 4 membros Incrementos de volume (cm3/mol) 14,8 21,6 3,7 -8,5 Difusão em gases Exercício 1.1: Estime o coeficiente de difusão para o sistema hidrogênio – metano a 1 atm, nas seguintes condições: (a) a 273 K, usando a equação de Chapman-Enskog e a Tabela de Hinnes e Maddox (b) Compare os resultados obtidos em (a) com os valores experimentais (c) a 358 K, usando as integrais de colisão. (d) Resolva os itens (a), (b) e (c) com a equação de Fuller Difusão em gases Difusão em sólidos porosos Grão de sólido Agregado de partículas Espaços vazios - poros Difusão em sólidos porosos Difusão em sólidos porosos (a) Difusão Ordinária dporo > Difusão em sólidos porosos (b) Difusão de Knudsen dporo Difusão em sólidos porosos Difusão em sólidos porosos Difusão em sólidos porosos Sólido gases T (K) rp (Å) Pellets de Al2O3 N2, He e CO2 303 96 0,812 0,85 Sílica gel C2H6 323-473 11 0,486 3,35 Sílica alumina He,Ne, Ar, N2 273-323 16 0,40 0,725 Valores típicos para difusão de gases em alguns sólidos porosos Velocidades Em um rio há várias espécies de peixes (lambari, traíra, etc.) •velocidade média do lambari = velocidade do cardume de lambaris = vi •velocidade do rio = velocidade média mássica ou velocidade média molar •velocidade do cardume i em relação à velocidade do rio = velocidade de difusão da espécie i Fluxos x x x x x x x x x x x x x x x x x x o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o x x x x Referencial estático Diversos cardumes passando por debaixo de uma ponte (situada perpendicularmente ao escoamento do rio) x x x x x x x x x x x x x x x x x x o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o x x x x Pergunta: Qual é a velocidade associada ao fluxo? Nesse caso, existem 3 velocidades: (a) velocidade do rio = v ou v* (b) velocidade de difusão = velocidade do cardume – velocidade do rio (vi – v) ou (vi – v *) (c) velocidade absoluta do cardume = velocidade do cardume – velocidade da ponte (vi – 0 = vi) ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ Para cada velocidade surge um determinado fluxo Caso (a): o rio arrasta o cardume Caso (b): o cardume i difunde no rio Caso (c): fluxo total do cardume i referenciado a um eixo estacionário, que é dado por: Nesse caso, existem 3 velocidades: (a) velocidade do rio = v ou v* (b) velocidade de difusão = velocidade do cardume – velocidade do rio (vi – v) ou (vi – v *) (c) velocidade absoluta do cardume = velocidade do cardume – velocidade da ponte (vi – 0 = vi) ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ Movimento do cardume i observado da ponte = Movimento do cardume i provocado pelo ato de nadar + Movimento do cardume i resultante do escoamento do rio Caso (c) Caso (b) Caso (a) Fluxos, concentrações e velocidade Exercício 2.1: Na figura abaixo, metano e hidrogênio se difundem através de uma membrana porosa de 4,0 mm de espessura a 0°C e 1 atm. A pressão parcial de metano em cada lado da membrana é mantida a 2,66 x 104 N/m2 e 1,33 x 104 N/m2, respectivamente. Calcule o fluxo molar total de metano em H2, sabendo que a difusividade é de 1,0 x 10 -5 m2/s. Considere contradifusão equimolar. z1 z2 PA2 = 1,33 x 10 4 N/m2PA1 = 2,66 x 10 4 N/m2 Fluxos, concentrações e velocidade Exercício 2.2: Uma mistura a 1 atm e 50°C, contendo 60 % em massa de metanol e 40 % em massa de etanol, escoa com velocidade média mássica de 1m/s. Admitindo que a velocidade média de difusão de metanol é igual a -0,5 m/s, determine: (a) O fluxo mássico difusivo (em relação à velocidade média mássica) de metanol (a) A contribuição convectiva molar do metanol Dados: Espécies M (g/mol) Metanol (M) 32,04 Etanol (E) 46,065 Equação da Continuidade Permitem a análise pontual do fenômeno de T.M. conhecimento da distribuição de concentração de um determinado soluto no tempo e no espaço Eq. Continuidade Simplificações Condições de contorno apropriadas + + Contato com diversas situações físicas dentro de fenômenos de T.M. x y z nA|z +z x z y nA|x nA|x +x nA|z nA|y nA|y +y Equação da Continuidade Elemento de volume xyz Capítulos seguintes: compreensão física de um determinado fenômeno de T.M. e soluções de equações similares às apresentadas anteriormente • Existem basicamente dois tipos de equação: (1) equação da continuidade e (2) equação do fluxo global • Questões importantes para resolver os problemas de T.M. (1) Regime de transporte é permanente ou transiente? (2) Identificar o meio onde ocorre o transporte e a sua geometria (coordenadas cartesianas, cilíndricas, esféricas?) (3) O meio é reacional? (4) O fluxo é multidirecional ou unidimensional? (5) O termo difusivo presente no fluxo é importante? (6) O termo convectivo presente no fluxo é importante? (7) Existe alguma informação sobre a relação entre o fluxo de A e de B? (8) O fluxo de B é nulo? (9) Estabelecer as condições de contorno e inicial adequadas Considerações Finais Difusão em filme estagnado Exemplo: evaporação através de um filme gasoso estagnado T e P = constantes regime permanente nível z1 = constante capilar A z z = z2 yA = yA2 Líq. A Gás A+B z = z1 yA = yA1 Gás inerte (B) B é insolúvel em A yA = fração molar de A Líquido A evapora ao longo da coluna (na direção z) até chegar ao topo, onde um gás inerte escoa fenômeno difusivo ocorre na fase gasosa Vapor B é estacionário yA1 = fração molar de A na interface líquido-gás = constante corresponde ao equilíbrio líquido-vapor yA2 = fração molar de A no topo da coluna = constante gás B arrasta lentamente o gás A de forma a manter yA2 constante Não há reação química Difusão em filme estagnado Exemplo: evaporação através de um filme gasoso estagnado A z z = z2 yA2 Líq. A A+B z = z1 yA1 capilar Gás inerte (B) yA1 yA2 z1 z2 Perfil de conc. de A (em termos de fração molar) ao longo de z Difusão pseudo-estacionária em um filme gasoso estagnado T e P = constantes nível z1 = varia com o tempo Capilar semi-preenchido por um líquido volátil Filme gasoso estagnado yA = fração molar de A Nível do líq. A varia com o tempo e delimita a região de transferência (fronteira) Na fronteira: yA1 corresponde ao equilíbrio líquido-vapor e yA1 e yA2 não variam com o tempo Difusão ocorre em regime permanente com variação lenta da superfície de contorno (modelo pseudo-estacionário): composições na fronteira permanecem constantes com o tempo A z z = z2 yA = yA2 Líq. A z = z1 em t = t0 yA = yA1 z = z1 em t = t yA= yA1 Gás Estag. Experimento usado para a determinação da difusividade Difusão pseudo-estacionária em um filme gasoso estagnado A z = z2 Líq. A z = z1(t0) z = z1(t) Gás Estag. zt0 zt Experimento usado para a determinação da difusividade Difusão em filme estagnado H2SO4 ar z = z2 yA = yA2 = 0,0 (absorção instantânea) z A = CO2 B = ar Exercício 4.1: Obtenha a distribuição da fração de CO2 que difunde em uma película estagnada de ar de 1 cm de profundidade a 1 atm e 25°C. Esta película está em um capilar que contém ácido sulfúrico. O CO2 é absorvido instantaneamente ao atingir o líquido e sua concentração na boca do capilar é 1% (em mol). Calcule, também, a concentração média (CA) e o fluxo global de CO2 adsorvido na interface gás/líquido. Considere que yA = 1-(yB)ln Dados: DCO2,ar = 0,159 cm 2/s a 1 atm e 25°C CO2 z = z1 yA = yA1 = 0,01 z Difusão em filme estagnado A = etanol e B = ar Exercício 4.2: Um capilar de 30 cm de altura contém 2 cm de etanol. Calcule o tempo necessário para que o nível de etanol decresça em 0,02 cm, considerando que o capilar esteja preenchido por ar seco e estagnado a 1 atm e 25°C. Suponha que o vapor de etanol é totalmente arrastado no topo do capilar. Dados (a 1 atm e 25°C): etanol= 0,787 g/cm 3; (pvapor)etanol = 58,62 mmHg; Metanol = 46,069 g/mol; Detanol,ar = 0,132 cm 2/s A z z = z2 = 0 yA = yA2 = 0,0 (vapor de A totalmente arrastado) Líq. A z = z1 em t = t0 yA = yA1 z = z1 em t = t yA= yA1 B 30 cm 2 cm zt0 zt Experimento da esfera isolada suporte meio estagnado cilindro com extremidades abertas manta térmica sólido D d D = diâmetro do cilindro d = diâmetro da esfera D >> d Sólido esférico puro A sublimando em um ambiente espaçoso, estagnado e inerte (podemos imaginar, também, uma gota líquida evaporando) Supor que não há variação significativa do raio da esfera, mas que se consiga medir a variação de massa em um intervalo de tempo considerável regime permanente Experimento da esfera isolada Experimento da esfera isolada R0 R∞ Elemento de volume: localizado em uma região externa à partícula Região difusiva: entre a superfície da esfera e um ponto qualquer no filme gasoso a uma distância suficientemente longa do sólido (concentração varia de R0 a R∞) Experimento da esfera isolada Estado pseudo-estacionário: R0 diminui com o tempo (R0)t0 R∞ t = 0 R∞ t = t (R0)t Regime permanente CA z t (CA)média = CA = cte Difusão em regime transiente CA t CA = CA (t) zz* CA(t1) CA(t2) CA0 t CA Difusão em regime transiente CA CAS z x Y A = umidade NA Pedaço de madeira submetido à secagem com uma corrente de ar Nesse processo, temos dois tipos de resistência: Resistência externa: está associada à interface sólido/ meio externo, onde pode haver a influência das características do meio externo (convecção mássica) Resistência externa =1/Kc (Kc =coeficiente de T.M. convectivo vamos estudar nos capítulos 7 e 8) Resistência interna: está associado à difusão do soluto no interior da matriz Resistência interna = 1/DAB Difusão em regime transiente Relação entre as Resistências = Número de Biot Mássico (BiM) BiM = kc L/(Def K), onde L : dimensão do corpo geométrico K : constante de equilíbrio (ex.: constante de Henry) Conforme os valores de BiM , pode-se desprezar o efeito de uma das fases: • Caso 1 BiM 0: Apenas a resistência externa é importante (T.M. é controlada pelo processo situado externamente ao meio) Ocorre em sólidos compactos: Umidade se concentra na superfície do material • Caso 2 BiM (BiM > 50): Apenas a resistência interna é importante (resistência externa é desprezível tempo para atingir a concentração de equilíbrio na superfície do sólido é desprezível) Ocorre em sólidos porosos, quando a remoção da umidade interna é muito lenta) Neste curso, estudaremos apenas o caso 2: Difusão com resistência externa desprezível Difusão em regime transiente – difusão em uma placa plana infinita x y z w L z 2a L >> a w >> a Difusão em regime transiente extração de óleo vegetal NAz Semente é descascada, fatiada em lâminas e inserida em um vaso contendo um solvente para a remoção do óleo vegetal (A) Difusão em regime transiente Considerando a semente com formatoesférico difusão do óleo ocorre do centro da esfera até a superfície = r = R Difusão em regime transiente Considerando a semente com formato cilíndrico com L >>> s (cilindro infinito) difusão do óleo ocorre somente na direção radial = Difusão em regime transiente Difusão em regime transiente Difusão em regime transiente Difusão em regime transiente Difusão em um meio semi-infinito Meio semi-infinito: aquele que se estende até o infinito em todas as direções, exceto em uma (pode-se identificar uma única superfície) CA = CAa CA = CA0 Difusão em regime transiente Difusão em um meio semi-infinito Sólido (ou meio) semi-infinito: aquele que se estende até o infinito em todas as direções, exceto em uma (pode-se identificar uma única superfície) CA = CAa CA = CA0 1(t1) 2(t2) 3(t3) CA(z,t1) CA(z,t2) CA(z,t3) Difusão em regime transiente Exercício 5.1: Secaram-se as faces de uma placa de madeira de dimensões (0,2 x 20 x 40) cm3 a 40°C e 1 atm. A umidade de equilíbrio era 9,0 % em peso e o coeficiente efetivo de difusão era de 0,5 x 10-5 cm2/s. Qual foi o tempo necessário para reduzir a umidade média de 16,6 % para 13% em peso? Faça o exercício considerando: (a) a série truncada no 1° termo; (b) a série truncada no 2° termo; (c) o método gráfico Curvas para difusão em regime transiente com resistência externa desprezível FOM 0,40,0 1,0 placa cilindro esfera 0,2 0,5 6. Difusão com reação química 6.1 Considerações Tipos de reação química: (a) Reação homogênea: Ocorre em todos os pontos do elemento de volume a ser considerado no balanço (em todo o meio onde ocorre o transporte de A) descrição da reação química aparece diretamente como o termo da equação da continuidade (b) Reação heterogênea: Ocorre em uma determinada superfície (ex: na superfície de um catalisador) Etapas envolvidas no processo: (1) Difusão dos reagentes da superfície até os sítios ativos internos do catalisador (2) Adsorção dos reagentes nos sítios ativos e reação (3) Dessorção dos produtos (4) Difusão dos produtos através da matriz porosa do catalisador até a superfície da partícula Reação heterogênea em partícula não porosa R1 R2 r reagente produto Transporte do soluto ocorre de um ponto do fluido até a superfície externa do grão do catalisador Balanço é feito em um elemento de volume externo à partícula Reação ocorre na superfície do grão termo da taxa de reação não entra diretamente na equação da continuidade vai aparecer apenas nas condições de contorno Reação heterogênea em partícula porosa reagente produto r Ocorre difusão intraparticular (no interior dos poros) Balanço é feito em um elemento de volume situado no interior da partícula Reação química ocorre no interior da partícula (nos sítios ativos do catalisador) termo reacional aparecerá na equação da continuidade (sistema pseudo-homogêneo) Difusão sobre catalisador não poroso coberto por um filme gasoso estagnado R1 R2 r reagenteproduto (a) Reação lenta na superfície de um grão esférico (reação é a etapa controladora) Considerações: (i) Regime permanente (ii) Gás é consumido de maneira irreversível na superfície do catalisador de acordo com a reação: 1KaA B K1 = cte de velocidade de reação (iii) Fluxo na superfície é dado por (admitindo reação química de 1ª ordem na superfície do catalisador): NA = K1CA = K1CyA Difusão com reação química heterogênea na superfície de uma partícula não-catalítica e não-porosa aA + sS bB R r r meio I R R∞ yA0 yA∞ NAr A: soluto; S: sólido; B: produto Superfície sólida é reagente e está sendo consumida Soluto A difunde através da camada gasosa inerte e reage quando entra em contato com a superfície do sólido Produto B contradifunde em relação ao fluxo de reagente Regime pseudo-estacionário (difusão ocorre em regime permanente com variação lenta da superfície de contorno) Ex: processos de combustão (queima de carvão com O2) Difusão com reação química heterogênea na superfície de uma partícula não-catalítica e não-porosa aA + sS bB R r r meio I R R∞ yA0 yA∞ NAr A: soluto; S: sólido; B: produto R r NBr meio I R R∞ yA0 yA∞ NAr Rt0 r Regime pseudo-estacionário difusão ocorre em regime permanente com variação lenta da superfície de contorno (yA nas fronteiras permanece constante com o tempo) Difusão com reação química heterogênea na superfície de uma partícula não-catalítica e não-porosa Exercício 6.2: Uma partícula de grafite, C(s) queima em ar a 1200°C. O processo é limitado pela difusão do oxigênio em contracorrente com o CO2 formado instantaneamente na superfície da partícula. Esta é de carbono puro com massa específica igual a 1,28 g/cm3; esférica com diâmetro, antes da queima, igual a 3 x 10-2 cm. Nas condições de combustão, a difusividade do O2 na mistura é igual a 0,134 cm 2/s. Quanto tempo levará para o diâmetro da esfera se reduzir a 1 x 10-2 cm? A reação de combustão do grafite é descrita por: C(s) + O2 (g) + N2 (g) CO2 (g) + N2 (g) Dados: Mc = 12 g/mol e P = 1 atm R C r r O2CO2 Difusão com reação química homogênea NAz NAz + z Gás A Líquido B Z = 0 Z = δ Suposições: (1) A se dissolve ao atingir a interface gás- líquido (2) A se difunde em B e o processo difusivo é acompanhado por uma reação química irreversível de 1ª ordem em relação à A: A + B P (3) B é um líquido reacional estagnado e a solução é diluída: contribuição convectiva é desprezível (4) P não interfere no processo difusivo (P é altamente solúvel em B) (5) Em z = δ, ocorre o desaparecimento total de A (CA = 0) (6) B está em excesso (CB >>> CA) (7) Regime permanente Difusão com reação química homogênea CA = CA0 CA = 0 Reação química muito lenta Com reação química Distribuição da concentração de soluto com a presença de reação química homogênea Difusão com reação química homogênea Exercício 6.3: Um certo gás A é dissolvido em um líquido B contido em uma proveta. Na medida em que A se difunde, ele sofre reação química irreversível na forma A +B P até desaparecer completamente depois de penetrar a uma distância δ da interface gás-líquido. Considerando que: (i) A cinética da reação é de ordem zero em relação a A (ii) A reação química é lenta (iii) A concentração de gás A dissolvido é pequena em relação à do líquido B (iv) O produto da reação P é altamente solúvel em B (não influencia a difusão de A) Determine a expressão para: (a) A distribuição de conc. molar de A (b) O fluxo global molar de A na interface gás-líquido (c) A conc. média molar de A Transferência de massa bidimensional em colunas de parede molhada ou difusão em um filme líquido em escoamento vertical w L y x Elemento de volume (wz x) CA0 = conc. original de A em B CAP = conc. de A na fase líquida que está em equilíbrio com a fase gasosa CA no filme vai variar na direção z e x z NAx NAz x z δ ζ Separação de um soluto A de uma corrente gasosa P ar ed e Gás A - CAP ζ x y z vz,máxCA0 δ Líquido B (pode conter um pouco de A) Transferência de massa bidimensional em colunas de parede molhada ou difusão em um filme líquido em escoamento vertical P ar ed e Gás A - CAP ζ x y z vz,máxCA0 δ Líquido B (pode conter um pouco de A) CA0 = conc. original de A em B CAP = conc. de A na fase líquida que está em equilíbrio coma fase gasosa Hipóteses: (i) Regime permanente (ii) Fluxo bidimensional (iii) Não há reação química (iv) Líquido B escoa em regime laminar e pode ser uma solução binária contendo um pouco de A (i) Gás pode ser uma mistura binária contendo A (iv) A é pouco solúvel em B (A penetra lentamente na fase líquida) distância de penetração (ξ) é pequena em relação à espessura do filme(ξ <<<δ) (v) Velocidade da película líquida na espessura ξ é constante e igual a vz,max 2 ,max 1z z x v v 2 ,max 2 z g v Analogia de Escoamento 8. Convecção Mássica 8.1 Análise dimensional da T.M. Método para se obter equações para a determinação dos coeficientes de T.M. em sistemas laminares e turbulentos Para a determinação experimental dos coeficientes de T.M. é comum o uso de números adimensionais (como visto em mecânica dos fluidos) 8. Convecção Mássica 8.1.1. Convecção Mássica forçada Considerações: T.M. convectiva nas paredes de um tubo de seção circular para um fluido escoando com uma determinada velocidade Determinação das variáveis importantes: (a) diâmetro do tubo (D) (b) velocidade do fluido (v) (c) coeficiente de T.M. (Km) (d) coeficiente de difusão (DAB) (e) viscosidade do fluido (μ) (f) densidade do fluido () Aplicação do Teorema de Buckingham (visto em mecânica dos fluidos) para a obtenção dos grupos adimensionais (xerox) A Gás B 8.1.1 Convecção Mássica Forçada Grupos adimensionais importantes da T.M. (1) N° de Sherwood (Sh): relação entre a T.M. convectiva e difusiva (2) N° de Schmidt (Sc): relação entre o fenômeno de transferência de quantidade de movimento (forças viscosas) e o fenômeno de T.M. a nível molecular (forças difusivas) Sh = f (Re, Sc) Correlações empíricas para a determinação de Km (que está contido em Sh) podem ser descritas combinando-se estes grupos adimensionais (3)N° de Stanton mássico (StM): relação entre o fenômeno de convecção mássica e a contribuição do movimento do meio (4) N° de Peclet mássico (PeM): relação entre a influência do movimento do meio e a difusão 8.1.2 Convecção Mássica Natural Ocorre devido aos efeitos da gravidade e do gradiente de densidade Ex: Tubo vertical aquecido encoberto por uma camada de naftaleno Determinação das variáveis importantes: (a) diâmetro do tubo (D) (b) empuxo gA (resulta da pressão que o fluido exerce em todos os pontos da superfície do corpo que esteja em contato com ele) (c) coeficiente de T.M. (Km) (d) coeficiente de difusão (DAB) (e) viscosidade do fluido (μ) (f) densidade do fluido () Aplicação do Teorema de Buckingham (visto em mecânica dos fluidos) para a obtenção dos grupos adimensionais (xerox) Grupo adimensional importante da T.M. N° de Grashof mássico (GrM): relação entre o empuxo e as forças viscosas 8. 2 Algumas correlações para os grupos adimensionais 8.2.1 Escoamento em Tubos Líquido A A Gás B Porção vertical de um tubo circular Gás B inerte escoa para cima Líquido volátil A escorre sobre a superfície Interna do tubo A Líquido A evapora e entra na corrente gasosa x = comprimento do tubo Regime turbulento 8.3.2 Analogia de Prandtl Considerações: Escoamento dividido em duas regiões: (a) Região próxima à parede do tubo com escoamento laminar (subcamada laminar – T.M. ocorre por mecanismo molecular) (a) Região turbulenta 8.3.2 Analogia de Prandtl ' ' 1 v 2 1 5 ( 1) 2 mK f f Sc AB Sc D T T Sc D No regime turbulento No analogia de Reynolds T TD Sc =1 Para Sc = 1 analogia de Prandtl se reduz a analogia de Reynolds 8.3.2 Analogia de Prandtl ' ' v 2 1 5 ( 1) 2 m AB AB D K D Df D f Sc Analogia de Prandtl-Taylor: obtida multiplicando-se ambos os lados da Analogia de Prandtl por D/DAB Sh ' ' Re.Sc 2 1 5 ( 1) 2 f Sh f Sc v v Re. AB AB D D Sc x D D 8.3.3 Analogia de von karman Extensão da Analogia de Prandtl: inclui a existência de uma região de transição (subcamada amortecedora) entre a subcamada laminar e a região turbulenta 8 v 5 1 1 5 ln 1 8 6 m f K f Sc Sc ' ' 2 v 5 1 1 5 ln 1 2 6 m f K f Sc Sc ou Para Sc < 25 bons resultados Para Sc = 1 analogia de Prandtl se reduz a analogia de Reynolds Pode ser expressa em termos de Sh e Re: ' ' Re 2 5 1 1 5 ln 1 2 6 f Sc Sh f Sc Sc 8.3.4 Analogia de Chilton- Colburn Mais usada baseada em dados experimentais e válida tanto para regime laminar quanto para regime turbulento extensão da analogia de Reynolds Para Sc ≠ 1 Pelo termo: ' 1 5 ( 1) 2 f Sc Troca do termo da analogia de Prandtl: 2 / 3Sc Melhora na correlação dos dados de T.M. ' 2 /3 1 v 2 mK f x Sc ' 2 /3 ou 2 v m D M kf x Sc j j jD ou jM = fator de Chilton-Colburn para T.M. 8.3.4 Analogia de Chilton- Colburn 2/3 v m D k ScD j x Sc x ScD Multiplicando-se e dividindo-se a expressão para jD por ScD, temos: Sc-1/3 1/3 v ( ) m D k ScD j x Sc D 1/3 v ( ) m AB D k D D j x x Sc D 1/3 1 v ( ) m AB D k D D j x D Sc 1/3 1 v ( ) m AB D k D D j x D Sc Sh Re ' 1/3 1 Re ( ) 2 D Sh f j x Sc 8.4.1 Teoria do Filme Primeiro modelo e o mais simples de todos: proposto por Whitman (1923) CA2 P ar ed e • Fluido escoa no interior de um cilindro em regime permanente e escoamento turbulento • O soluto A presente nas paredes do cilindro se dissolve no fluido • Resistência à T.M. está em uma fina película estagnada de espessura , cujo fluxo é governado pela difusão do soluto (etapa controladora = difusão do soluto em regime permanente) • Supondo-se que a espessura é muito pequena considera-se coordenadas retangulares • Usando-se as considerações e expressões apresentadas no item 7.3, conclui-se que: Km DAB/ • Dados experimentais: Km DAB 2/3 8.4.1 Teoria do Filme Primeiro modelo e o mais simples de todos: proposto por Whitman (1923) CA2 P ar ed e • Diferença entre a teoria do filme e dados experimentais: (a) Dificuldade para se estimar a espessura do filme (b) Hipótese que a região de T.M. é um filme de espessura constante e que o transporte é controlado apenas pela difusão vimos que existe a influência difusiva e convectiva e que a espessura não é constante. É na verdade a camada limite 8.4.2 Teoria do Penetração Modelo proposto por Higbie (1935): aplicado, principalmente, para T.M., envolvendo interface gás/líquido (absorção) e adequado para o escoamento turbulento CA1 P ar ed e • Filme líquido é constituído por bolsões de matéria, que entram em contato com a fase gasosa por um determinado tempo de exposição e, depois, migram para dentro do fluido, sendo substituídos por novos bolsões • Admite a turbulência da solução líquida • Considera difusão em estado transiente Km DAB 1/2 Dedução (vide material da xerox) Gás A CA0 Líquido B x 8.4.3 Teoria do Renovação da Superfície Modelo proposto por Danckwerts (1951): aprimoramento da teoria de penetração CA1 P ared e • Tempo de exposição foi substituído por um tempo médio de exposição (determinado a partir de uma distribuição de tempo de residência, durante o qual uma porção do fluido é exposta na superfície) Km (DAB/) 1/2, onde = tempo de residência médio Dedução (vide material da xerox) Gás A CA0 Líquido B x Cloro está sendo absorvido de um gás através de uma pequena torre experimental de parede molhada, conforme mostrado na figura abaixo. O fluido absorvente é a água (pura) que escoa com uma velocidade média de 17,7 cm/s. Qual é a taxa de absorção em mol/h, se a difusividade do cloro em água é de 1,26 x 10-5 cm2/s na fase líquida e se a concentração de saturação do cloro na água é de 0,823 g Cl2/100 g H2O (dados experimentais a 16°C). As dimensões da coluna estão dadas na figura abaixo. Exercício 7.1: Difusão em filme líquido com escoamento descendente Exercício 8.1: Por um tubo de naftaleno com diâmetro igual a 2,5 cm e 183 cm de comprimento, escoa ar com uma velocidade média igual a 1525 cm/s. O ar está a 10°C e a uma pressão média igual a 1 atm. Sendo desprezível, por hipótese, a variação de pressão ao longo do tubo e supondo que a superfície de naftaleno esteja a 10°C, determinar o teor de naftaleno no ar que sai do tubo. O teor de naftaleno na interface gás-sólido é de 1,52 x 10-7g/cm3 Dados a 10°C: ar = 1,25 x 10 -3 g/cm3 μar = 1,786 x 10 -4 g/cm.s (Pvapor)naftaleno = 0,0209 mmHg Dnaftaleno,ar = 5,16 x 10 -2 cm2/s Mnaftaleno = 128,2 Exercício 8.2: No interior de uma tubulação escoa água a 25°C e com velocidade de 1m/s. Inseriu-se no centro da tubulação uma esfera feita de ácido benzóico de raio igual a 0,5 cm durante uma hora. Sabendo-se que o n° de Schmidt é 740 e que a solubilidade do ácido benzóico (A) na água (B) é 3,0 x 10-3 g/cm3, determine o raio final da esfera Dados a 25°C: A = 1,316 g/cm 3 DAB = 1,21 x 10 -5 cm2/s
Compartilhar