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Mac+Conkey+e+bact +gram+negativas

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PROF. HELOISA OSANAI 1 
 
EMPREGO DE MEIOS DE CULTURA SELETIVO-INDICADORES 
 
Os meios seletivo-indicadores são utilizados para selecionar grupos bacterianos 
(através da utilização de substâncias inibidoras que impeçam o crescimento de 
bactérias indesejáveis) e indicar uma propriedade bioquímica destas bactérias, 
que contribuam para o processo de identificação. 
 
AGAR MAC-CONKEY: 
 
Finalidade: meio de cultura seletivo-indicador, utilizado para isolamento de 
enterobactérias (bacilos Gram negativos) a partir de fezes, urina, líquor, 
alimentos, água residual, etc. 
 
FÓRMULA: 
 
Peptona de caseína cristal violeta 
Peptona de carne agar-agar 
Lactose água destilada 
Mistura de sais biliares 
Cloreto de sódio 
Vermelho neutro pH: + ou - 7.1 
 
FUNDAMENTOS: 
 
1) Os sais biliares e o cristal violeta inibem o crescimento da microbiota Gram-
positiva por ventura existente no material (seletividade para Gram-negativo). 
 
2) A lactose junto com o indicador de pH (vermelho neutro) serve para comprovar 
a degradação (fermentação) deste carboidrato (o que é feito por apenas parte 
dos membros desta família). Quando ocorre a fermentação, a bactéria é 
classificada como Lac +. 
PROF. HELOISA OSANAI 2 
 
LEITURA: 
 
Colônias lactose-positiva (Lac. +): 
degradação (fermentação) da lactose 
com acidificação do meio que produzirá 
colônias de cor rosa com halo central 
mais claro. Ex.: E. coli, Klebsiella, 
Enterobacter. 
 
Colônias lactose-negativa (Lac. -): não 
utilização da lactose, formação de 
colônias incolores e transparentes. As 
colônias assumem a coloração do meio, 
que se apresentará um pouco alterado, 
devido a utilização dos outros 
componentes (só não utilizará a 
lactose). Ex.: Proteus, Salmonella, 
Shigella. 
 
 
 
Família Enterobacteriaceae 
 
PROF. HELOISA OSANAI 3 
 
Lactose + 
 
Degradação (fermentação) da lactose com acidificação do meio que 
produzirá colônias de cor rosa com halo central mais claro. Ex.: E. coli, 
Klebsiella, Enterobacter. 
 
São bactérias que podem infectar o trato urinário ou respiratório, por cateteres 
intravenosos usados para dispensar fármacos ou fluidos, queimaduras, feridas 
contraídas durante cirurgia ou pela corrente sanguínea. 
 
Klebsiella 
 
Reside no intestino de até um terço das pessoas saudáveis. 
 
A identificação em uma amostra obtida de tecido infectado confirma o diagnóstico. Se 
a infecção for adquirida na comunidade, os antibióticos podem curá-la, mas se for 
adquirida em um estabelecimento de saúde, é difícil tratar porque a bactéria tende a 
ser resistente. 
 
Raramente a bactéria Klebsiella causa pneumonia em pessoas que vivem fora de um 
estabelecimento de saúde (na comunidade), geralmente em pessoas alcoólicas, idosas, 
com diabetes ou com sistema imunológico enfraquecido. Tipicamente, essa infecção 
severa causa tosse, trazendo um escarro marrom ou vermelho escuro pegajoso, e 
acúmulo de pus (abscessos) nos pulmões ou na membrana entre os pulmões e parede 
do tórax (empiema). 
 
Uma espécie de Klebsiella pode causar inflamação do cólon (colite) após os antibióticos 
serem tomados. Este distúrbio é chamado de colite associada ao consumo de 
antibióticos. Os antibióticos podem destruir bactérias que normalmente residem no 
intestino. Em seguida, as bactérias Klebsiella são capazes de se multiplicar e causar 
infecções. 
 
Diagnóstico: Os médicos suspeitam de uma dessas infecções ocorrerem em pessoas de 
alto risco como aquelas que vivem em um estabelecimento de cuidados de longo prazo 
ou em um local onde houve um surto. Para confirmar o diagnóstico, os médicos podem 
obter amostras do escarro, das secreções do pulmão, do sangue, da urina ou do tecido 
infectado. A amostra é tingida com coloração Gram, desenvolvida em cultura e 
examinada ao microscópio. Essas bactérias podem ser prontamente identificadas. 
 
Outros testes dependem do tipo de infecção. Eles podem incluir exames de diagnóstico 
por imagem, como ultrassonografia, radiografias e tomografias computadorizadas (TC). 
 
As bactérias identificadas nas amostras são testadas para determinar que antibióticos 
são possivelmente eficazes (um processo chamado testes de suscetibilidade). 
 
PROF. HELOISA OSANAI 4 
 
O tratamento é geralmente realizado com antibióticos: cefalosporina (como 
ceftriaxona) ou fluoroquinolona (como levofloxacina). 
 
Enterobacter 
 
São bacilos Gram negativos, da família Enterobacteriaceae. Várias cepas dessas 
bactérias são patogênicas e podem causar infeções oportunistas em pacientes 
imunocomprometidos e em pacientes internados em hospitais. As vias respiratórias e 
as vias urinárias são os sítios mais comuns de infecção. O gênero Enterobacter faz parte 
do grupo de bactérias coliformes, não pertencendo aos coliformes fecais (ou coliformes 
termotolerantes), como a E. coli, visto que não cresce à temperatura de 44,5ºC na 
presença de sais biliares. 
 
As espécies mais comumente isoladas deste gênero são a E. aerogenes e a E. cloacae. 
Esses microrganismos têm sido identificados cada vez mais como a causa de infecções 
hospitalares e também estão associados ao consumo de fórmulas infantis. 
 
O gênero Enterobacter pode ser diferenciado do gênero Klebsiella pela sua motilidade, 
usualmente descarboxila a ornitina, e não produz urease, além disto a maioria das cepas 
de Enterobacter são resistentes à cefatina e cefoxitina, enquanto que as espécies de 
Klebsiella são sensíveis a esses antibióticos. 
 
 
As espécies de Enterobacter podem ser encontradas nas fezes de humanos e animais, 
na água, plantas, insetos e em produtos de laticínios, como leite, queijos manteiga etc. 
Casos de infecções hospitalares têm sido atribuídos à contaminação de soluções 
intravenosas, produtos de bancos de sangue, água destilada, estetoscópios, swabs de 
algodão, soluções lipídicas de nutrição parenteral etc. 
 
Enterobacter são oportunistas e raramente causam doença em indivíduos sadios. Como 
patógenos oportunistas somente há pouco tempo foram reconhecidos como causa 
importante de infecções hospitalares. Muito pouco se conhece a respeito da sua 
patogenicidade e virulência. 
 
Como patógenos Gram negativos eles possuem endotoxina e, assim, têm todas as 
características patogenéticas devido a este fator de virulência. Além da endotoxina, 
pouco se conhece do potencial patogênico das cepas de Enterobacter. Tendo em vista 
que as infecções causadas pelo Enterobacter estão frequentemente associadas ao 
emprego de cateteres, houve uma suspeita de que os Enterobacter spp. teriam uma 
afinidade maior com estes materiais do que outros microrganismos. Entretanto, outros 
estudos não comprovaram esta associação. 
 
 
 
 
PROF. HELOISA OSANAI 5 
 
Lactose - 
 
Não utilização da lactose, formação de colônias incolores e transparentes. 
As colônias assumem a coloração do meio, que se apresentará um pouco 
alterado, devido a utilização dos outros componentes (só não utilizará a 
lactose). Ex.: Proteus, Salmonella, Shigella. 
 
Proteus mirabilis 
 
Bactéria oportunista, formadora de esporos, gram-negativa, anaeróbia facultativa, em 
forma de bastonete, com motilidade e capaz de produzir grandes quantidades de 
urease. 
 
Está associada a cálculos renais pelo fato de possuir uma potente urease, que 
transforma a ureia em amônia, tornando a urina alcalina. 
 
Doenças: ITU - Infecções do Trato Urinário 
 
Habitat principal de Proteus: Os intestinos, pois é parte da microflora (microbiota) 
normal. 
 
Mecanismo de infecção: Água, alimentos e hábitos de higiene. 
 
Tratamento: Antibiótico 
 
Shigella 
 
A shigelose, também conhecida como disenteria bacteriana, é uma forma de intoxicação 
alimentar com diarreia sanguinolenta, que tem como agente etiológico a bactéria do 
gênero Shigella. 
 
São bactérias gram-negativas, imóveis, anaeróbicasfacultativas, pertencentes à família 
Enterobacteriaceae. 
 
Ao contrário de outros patógenos que habitam o intestino, as Shigella são altamente 
invasivas. Estas bactérias produzem a Exotoxina ShT1 (no caso da S. dysenteriae, esta 
produz a Exotoxina Shiga) responsável por destruir ribossomos das células nas quais se 
hospedam, bloqueando a síntese protéica e matando, assim, a célula. 
 
São fagocitadas pelas células M presentes na mucosa intestinal, invadindo a submucosa, 
sendo então fagocitadas por macrófagos. Como são resistentes à fagocitose, induzem a 
apoptose do macrófago. Por conseguinte, produzem proteínas extracelulares 
específicas, denominadas invasinas, que lhes possibilitam acoplar e invadir os 
enterócitos, multiplicando-se neles até destruí-los. 
 
PROF. HELOISA OSANAI 6 
 
Adquire-se a infecção por meio da ingestão de água contaminada ou alimentos 
contaminados. Também foi demonstrado que essa bactéria pode ser transmitida por 
contato pessoal. Sua ocorrência se dá mais comumente em países em desenvolvimento, 
pois sua transmissão é eficazmente combatida pelas medidas básicas de higiene. Nos 
países desenvolvidos, é responsável por aproximadamente 7% dos casos de intoxicação 
alimentares. Infectam apenas os seres humanos, sendo necessárias serem ingeridas 
apenas algumas centenas para provocarem a doença. 
 
O período de incubação dessa bactéria varia de 12 a 48 horas. Depois de ingerida, a 
bactéria irá invadir as células intestinais, destruindo-as e, consequentemente, levará à 
perda de capacidade de absorção de água por parte delas, e à hemorragia dos vasos 
locais, com perda adicional de muco acentuada após a destruição das células 
caliciformes. O resultado dessa destruição é a diarreia sanguinolenta e mucoide, 
denominada disenteria. Essa diarreia vem acompanhada de febre, dores intestinais e 
dor ao evacuar as fezes (tenesmo). Os principais riscos são a extensão da hemorragia e 
a peritonite, bem como a excessiva desidratação. Outras manifestações clínicas também 
podem acompanhar o quadro, como náuseas, vômitos, cefaleia, convulsões nas crianças 
e mialgia. 
 
O diagnóstico é feito com base no quadro clínico e nos achados laboratoriais. Esse último 
é feito por meio da semeadura das fezes do paciente em meio de cultura, com posterior 
identificação das colônias, utilizando-se provas bioquímicas e sorológicas. 
 
O tratamento é semelhante para todos os tipos de diarreias, por meio de da 
administração de líquidos eletrolíticos (ou água com sal e açúcar) para evitar a 
desidratação. Pode também ser indicado o uso de antibióticos, como penicilina, 
quinolonas e cefalosporinas. 
PROF. HELOISA OSANAI 7 
 
COCOS PATOGÊNICOS GRAM NEGATIVOS DE INTERESSE CLÍNICO 
 
Neisseria meningitidis 
Bactéria em forma de diplococos Gram negativos. Apresenta 13 sorogrupos, sendo 8 
responsáveis, com maior frequência, pela doença meningocócica (A, B, C1+, C1-, X, Y, 
W-135,L). Estes podem ainda ser classificados em sorotipos e subtipos. 
 
RESERVATÓRIO 
O homem doente ou portador assintomático. 
 
MODO DE TRANSMISSÃO 
Contato íntimo de pessoa a pessoa, através de gotículas das secreções da nasofaringe. 
O principal transmissor é o portador assintomático. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
De 2 a 10 dias, em média de 3 a 4 dias. 
 
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE 
Dura enquanto houver o agente na nasofaringe. Em geral, após 24 horas de 
antibioticoterapia, o meningococo já desapareceu da orofaringe. 
 
COMPLICAÇÕES 
Necroses profundas com perda de tecido nas áreas externas, onde se iniciam as 
equimoses; surdez, artrite, miocardite, pericardite, paralisias, paresias (perda parcial 
da motricidade), abcesso cerebral, hidrocefalia, dentre outras. 
 
DIAGNÓSTICO 
Através do isolamento da Neisseria meningitidis do sangue, líquor, líquido sinovial ou de 
derrame pericárdico ou pleural. O LCR pode se apresentar turvo, com cor leitosa ou 
xantocrômica (indica a presença de bilirrubina ou hemólise). A bioquímica evidencia 
glicose e cloretos diminuídos (concentração de glicose inferior a 50% da glicemia, 
coletada simultaneamente ao líquor) proteínas elevadas (acima de 100mg/dl) e 
pleiocitose (aumento do número de leucócitos, predominado polimorfonucleares 
neutrófilos). A contraimuno-eletroforese (CIE) é positiva, o Gram evidencia a presença 
de diplococos gram negativos, e a cultura isola. Nas meningococcemias, o leucograma 
apresenta-se com milhares de leucócitos, havendo predominância de neutrófilos, e 
desvio para a esquerda, a hemocultura e a CIE no soro são positivas. O raspado das 
lesões de pele pode ser cultivado para identificação do agente. Outros exames que 
PROF. HELOISA OSANAI 8 
 
podem ser utilizados para identificação do meningococo é a pesquisa de antígenos no 
líquor, através da CIE, fixação do látex, ELISA ou radioimunoensaio. A reação de 
polimerase em cadeia (PCR) para o diagnóstico tem sido utilizada, apresentando elevada 
sensibilidade e especificidade. 
 
Diagnóstico diferencial - Meningites e meningoencefalites em geral, principalmente as 
purulentas; encefalites, febre purpúrica brasileira, septicemias. 
 
TRATAMENTO 
Penicilina G cristalina, 300.000 a 500.000UI/kg/dia, com dose máxima de 24.000.000 
UI/dia, IV, fracionadas em 3/3 ou 4/4 horas, durante 7 a 10 dias; ampicilina, 200 a 
400mg/Kg/dia, até no máximo de 15g/dia, IV, fracionadas em 4/4 ou 6/6 horas, durante 
7 a 10 dias. Em casos de alergia, usar cloranfenicol, na dose de 50 a 100 mg/kg/dia, IV, 
fracionadas em 6/6 horas. 
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS 
É a meningite de maior importância para a saúde pública, por se apresentar sob a forma 
de ondas epidêmicas que podem durar de 2 a 5 anos. Tem distribuição universal e casos 
ocorrem durante todo o ano (forma endêmica). O Brasil viveu uma grande epidemia de 
doença meningocócica na primeira metade da década de 70. Nos anos 80 e 90, elevação 
da incidência tem sido localizada, atingindo várias cidades brasileiras. Os principais 
sorogrupos, no Brasil, são o A, B e C. A letalidade depende do diagnóstico precoce da 
doença e da qualidade da assistência (± de 20%). 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
Objetivos - Diagnóstico e tratamento precoce dos casos, visando à redução da 
letalidade. Acompanhamento da tendência para a adoção das medidas de controle. 
 
NOTIFICAÇÃO 
É de notificação compulsória e investigação obrigatória. 
 
DEFINIÇÃO DE CASO 
a) Caso Suspeito: Todo paciente com sinais e sintomas de meningite (febre, 
cefaleia, vômitos, rigidez de nuca, sonolência, convulsões). Menores de um ano, 
em geral, não apresentam rigidez de nuca, mas sim abaulamento de fontanela; 
b) Caso Confirmado: A confirmação é feita através de exame laboratorial 
(fundamental para se saber a etiologia das meningites visando subsidiar a 
vigilância epidemiológica), seja do LCR ou das hemoculturas ou através critério 
clínico-epidemiológico. 
 
 
PROF. HELOISA OSANAI 9 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
Quimioprofilaxia: é feita em contatos íntimos do doente (pessoas que residem no 
mesmo domicílio, ou que compartilham o mesmo dormitório em internatos, quartéis, 
creches). A droga de escolha é a rifampicina, na dose 600 mg, VO, de 12/12 horas, 
durante 2 dias (dose máxima total de 2.400mg), para adultos. Crianças de 1 mês até 10 
anos, administrar 10mg/kg/dose em 4 tomadas, com intervalos de 12/12 horas, sendo 
a dose máxima de 600mg. Recém-nascidos, 5mg/kg/dose de 12/12 horas, em 4 tomadas 
(dose máxima de 600g). A quimioprofilaxia não garante proteção absoluta. Na prática, 
não se faz pesquisa de portador assintomático, mas a quimioprofilaxia dos contatos 
elimina parte deles, pois a maioria dos casos se contamina com portadores de convívio 
íntimo.As vacinas contra meningites conferem proteção durante um tempo limitado e 
são sorogrupo específicas, não induzindo a imunidade cruzada. Sua indicação está na 
dependência da análise da situação epidemiológica de cada área e do sorogrupo 
responsável pela elevação dos casos. Não está disponível na rotina dos serviços de 
saúde, ficando seu uso condicionado a partir da decisão de três instâncias: municipal, 
estadual e federal, após a identificação do (s) sorogrupo (s) predominante (s) em cada 
área. O isolamento do paciente só se faz durante as primeiras 24 horas de tratamento, 
com o antibiótico indicado. 
Desinfeção concorrente e terminal - deverá ser feita em relação às secreções 
nasofaríngeas e aos objetos contaminados por elas. O paciente deve receber 
quimioprofilaxia antes da alta, pois a antibioticoterapia venosa nem sempre elimina 
as N. meningitidis da orofaringe. 
 
Neisseria gonorrhoeae 
Gonorreia, conjuntivite neonatal e a doença inflamatória pélvica (DIP) 
AGENTE ETIOLÓGICO 
A Neisseria gonorrhoeae é um diplococo Gram-negativo, não flagelado, não formador 
de esporos, encapsulado, anaeróbio facultativo, com diâmetro entre 0,6 a 1,06µ. Na 
bacterioscopia corada pelo método de Gram, apresenta-se como duas estruturas 
reniformes justapostas, espelhadas pela concavidade e aproximadas pela extremidade, 
quase sempre agrupadas em massa no espaço extracelular e/ou no citoplasma dos 
polimorfonucleares abundantes. 
A gonorreia é uma infecção bacteriana frequente, causada pela Neisseria gonorrhoeae, 
um diplococo Gram-negativo de transmissão quase que exclusiva através de contato 
sexual ou perinatal. Primariamente afeta membranas mucosas do trato genital inferior, 
e mais raramente, as mucosas do reto, orofaringe e conjuntiva. A infecção genital 
ascendente na mulher leva a uma complicação séria, a salpingite aguda, uma das 
principais causas de infertilidade feminina. A partir dos anos 90, deu-se início a um novo 
tempo no que se refere a descobertas sobre a patogenia da gonorreia e seu agente 
PROF. HELOISA OSANAI 10 
 
etiológico. O controle da gonorreia tem sido difícil na maioria das populações, e essa 
permanece um exemplo da influência que os fatores sociais, comportamentais e 
demográficos exercem na epidemiologia de uma doença infecciosa. O manejo da 
gonorreia e de outras doenças sexualmente transmissíveis requer tanto o tratamento 
do paciente e de seu parceiro sexual como medidas de saúde pública para interromper 
a transmissão da infecção e evitar complicações a longo prazo. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Poucos países possuem sistemas de notificação que permitem estimativas confiáveis da 
incidência da gonorreia. No Brasil, os estudos revelam-se escassos, tanto no que se 
refere a dados epidemiológicos quanto a dados de eficácia terapêutica e de resistência. 
O número de casos relatados nos Estados Unidos cresceu de 250.000 na década de 60 
para 1 milhão de casos em 1978. Nesse período, a gonorreia transformou-se na doença 
infecciosa mais prevalente após o resfriado comum. A incidência estabilizou ou 
lentamente declinou na década de 80 e, a partir de 1992, rapidamente decresceu. As 
maiores taxas de incidência de gonorreia e de suas complicações ocorrem nos países em 
desenvolvimento. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Após contato sexual do parceiro fonte com o novo hospedeiro e vencidas as barreiras 
naturais da mucosa, e em período de incubação relativamente curto (2 a 5 dias), a 
infecção evoluirá para doença. Dar-se-á um processo localizado autolimitado em alguns 
casos sem maiores repercussões, enquanto em outros ocorrerão complicações no 
próprio aparelho urogenital ou a distância, provocando alterações sistêmicas. 
Gonorreia no homem: A uretrite aguda representa a manifestação predominante no 
homem. O período de incubação é de 2 a 5 dias, podendo variar de 1 a 10 dias. Os 
principais sintomas incluem o corrimento uretral e a disúria, geralmente sem aumento 
da frequência ou urgência urinária. O corrimento pode ser inicialmente mucoide, mas 
em 1 a 2 dias, torna-se purulento. 
Gonorreia na mulher: A evolução natural na mulher continua menos compreendida que 
no homem, parcialmente pela frequência de co-infecção com outros patógenos, como 
Chlamydia trachomatis e Trichomonas vaginalis. A maior parte das pacientes infectadas 
provavelmente desenvolve sintomas, mas muitas permanecem assintomáticas ou 
desenvolvem sintomatologia leve que não incita preocupação e busca de assistência 
médica. Então, mulheres com infecção subclínica acumulam-se na população, e em 
grupos nos quais identifica-se a maioria das infecções por triagem ou por busca ativa, 
mais de 90% das mulheres permanecem assintomáticas. Há, ao que parece, cepas de 
gonococo capazes de determinar infecções assintomáticas. O período de incubação da 
gonorreia é mais variável e menos definido nas mulheres que nos homens, mas a 
maioria das que se tornam sintomáticas fazem-no em 10 dias. Os sintomas 
predominantes incluem a cervicite (inflamação do colo do útero), às vezes uretrite, 
corrimento vaginal, disúria (dificuldade para urinar que pode ser acompanhada de dor) 
PROF. HELOISA OSANAI 11 
 
e sangramento intermenstrual. Isso ocorre em qualquer combinação e varia em 
gravidade. Dor abominal ou pélvica geralmente se associa à salpingite (inflamação da 
tuba uterina), mas às vezes ocorrem em mulheres cuja laparoscopia mostra trompas 
normais. O exame físico pode ou não revelar exsudato cervical purulento ou 
mucopurulento e outros sinais de cervicite purulenta. 
Gonorreia na gravidez. A gonorreia nas gestantes associa-se com risco aumentado de 
aborto espontâneo, parto prematuro, ruptura prematura de membranas e mortalidade 
fetal perinatal, constituindo um marcador para alto risco devido a outros mecanismos 
patogênicos. Mães infectadas podem transmitir a N. gonorrhoeae para o concepto 
intraútero, durante o parto, ou no período pós-parto. A conjuntivite gonocócica do 
neonato (oftalmia neonatorum) representa a manifestação mais comumente 
reconhecida e já foi a principal causa de cegueira nos Estados Unidos, sendo ainda em 
alguns países pobres. 
DIAGNÓSTICO 
Uma simples cultura em meio seletivo mostra sensibilidade de 95% ou mais para 
amostras uretrais de homens com uretrite sintomática e 80-90% para infecção 
endocervical nas mulheres, dependendo da qualidade do meio e da adequação da 
amostra. 
 
TRATAMENTO 
Deve ser ressaltado que quando se comparam as taxas de resposta da N. gonnorhoeae 
à penicilina há algumas décadas às respostas hoje obtidas, observam-se crescentes 
níveis de resistência. A falência na cura de um caso de gonorreia tem implicações em 
nível de saúde pública, pelo potencial para transmissão continuada e pela rápida 
emergência de resistência. Recomenda-se como terapia inicial um dos quatro esquemas 
terapêuticos alinhados abaixo: ceftriaxona, cefixime, ciprofloxacina ou ofloxacina, sendo 
todos administrados em dose única. Ciprofloxacina e ofloxacina devem ser evitadas em 
gestantes e não apresentam atividades contra a sífilis, não abortando a sífilis em 
incubação. Esquemas em dose única com várias outras cefalosporinas, quinolonas ou 
outros antibióticos podem ser utilizados, mas não mostram vantagens sobre esses 
quatro regimes recomendados. 
MANEJO DO PARCEIRO SEXUAL: O manejo dos parceiros sexuais representa parte 
integral do tratamento de pacientes com gonorreia e outras doenças sexualmente 
transmissíveis. Os parceiros devem ser examinados e tratados com uma das drogas 
recomendadas, independente da presença de sintomas. 
PROF. HELOISA OSANAI 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Haemophilus influenzaeHaemophilus são cocobacilos gram negativos pleomórficos (têm formato variável), 
anaeróbios facultativos, oxidase positivos, fastidiosos (nutricionalmente exigentes, 
tendo bom crescimento em ágar sangue ou chocolate) e necessitam de helmina (fator 
X) e nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD ou fator V) para crescerem. Esses fatores 
podem ser adicionados em discos aos meios de cultivo, favorecendo o crescimento. São 
capnofílicas (têm afinidade pelo CO2), imóveis (não apresentam flagelo) e não 
esporulam. Podem apresentar cápsula. Colonizam o trato respiratório humano. 
SINTOMAS 
Haemophilus influenzae tipo b (Hib) é uma bactéria que atinge principalmente crianças 
até cinco anos, causando infecções que começam geralmente no nariz e na garganta, 
mas podem se espalhar para outras partes do corpo, incluindo pele, ouvidos, pulmões, 
articulações, membranas que revestem o coração, medula espinhal e cérebro. Essa 
bactéria pode causar diferentes doenças infecciosas com complicações graves, como 
pneumonia, inflamação na epiglote, dor de ouvido, infecção generalizada na corrente 
sanguínea, inflamação do pericárdio, inflamação das articulações e sinusite. Uma das 
PROF. HELOISA OSANAI 13 
 
piores doenças causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b é a meningite, que 
geralmente tem um início súbito com febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e 
rigidez de nuca. Sequelas graves ocorrem de 3% a 5% dos sobreviventes de meningite 
por Hib como déficit auditivo grave e lesões cerebrais permanentes. 
TRANSMISSÃO 
A Haemophilus influenzae coloniza o aparelho respiratório. A transmissão da Hib se dá 
pelo contato com pessoas infectadas com a bactéria, mesmo que estes não apresentem 
manifestações clínicas. Os germes passam de pessoa a pessoa através das secreções da 
mucosa nasal. Se permanecerem no nariz e na garganta, provavelmente a pessoa não 
ficará doente. Algumas vezes, os germes localizam-se nos pulmões ou na corrente 
sanguínea e, então, a Hib pode causar problemas graves. 
PREVENÇÃO 
A vacinação é a única forma de se prevenir contra a doença e sua eficácia é de 95% a 
100% após a aplicação do esquema completo de imunização. Depois de implementar 
programas de vacinação abrangentes, vários países praticamente eliminaram as 
doenças causadas pela Hib (meningite e pneumonia, por exemplo). A maioria das 
crianças deve tomar a vacina contra Hib de acordo com o calendário vacinal: aos dois, 
quatro e seis meses de vida. Se a criança deixar de tomar uma dose ou estiver atrasada 
em relação às datas previstas, deve tomar a próxima dose da vacina assim que for 
possível - não é preciso começar novamente. Crianças com mais de cinco anos 
geralmente não precisam ser vacinadas contra Hib. 
Crianças com idade entre 2 e 6 meses: 3 injeções com intervalo de 1 ou 2 meses, 
seguidos de um reforço 1 ano após a terceira dose. Pode ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses, 
juntamente com a vacina tríplice bacteriana (DTP). 
PROF. HELOISA OSANAI 14 
 
Haemophilus ducreyi 
É uma bactéria altamente contagiosa capaz de penetrar a pele através de microscópicas 
feridas, como aquelas causadas pelo atrito do ato sexual. Não é preciso haver ejaculação 
para que ocorra a transmissão. A bactéria pode ser transmitida através do sexo pela via 
anal, vaginal ou oral. Também pode ser transmitido por vias não sexuais, pelo contato 
direto com as lesões, apesar desse modo ser bem menos comum. Tocar em uma ferida 
de cancroide pode contaminar as mãos, que por sua vez podem transportar a bactéria 
até outros pontos do corpo, como a cavidade oral. 
O cancro mole é cerca de 20 vezes mais comum em homens do que em mulheres. Entre 
os homens, a doença é mais comum naqueles não circuncidados. 
SINTOMAS DO CANCRO MOLE 
O período médio de incubação do cancro mole é de 4 a 10 dias, porém há casos em que 
a lesão surge já no dia seguinte e casos que demoram mais de 30 dias para aparecer. 
O quadro inicia-se com uma pequena lesão avermelhada, que rapidamente se 
transforma em uma pústula (ferida com pus) e posteriormente em uma úlcera, a lesão 
típica do cancroide. A úlcera do cancro mole costuma medir 1 a 2 cm de diâmetro e é 
muito dolorosa. A base da lesão costuma ser inflamada e purulenta, sangrando 
facilmente com atrito. O paciente contaminado normalmente apresenta mais de uma 
úlcera em sua região genital, tipicamente 1 a 4 lesões ao mesmo tempo. 
No homem, as úlceras do cancro mole acometem principalmente o prepúcio, o sulco 
balanoprepucial e a região perianal (em homossexuais passivos); nas mulheres, grandes 
e pequenos lábios, colo uterino e região perianal são os locais mais acometidos. 
As úlceras do cancroide podem ser confundidas com as da sífilis por leigos ou 
profissionais menos experientes. A lesão da sífilis, porém, costuma ser única, indolor e 
sem secreção purulenta. 
A presença do cancro mole aumenta o risco de contaminação pelo HIV e por outras DST. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico laboratorial do cancro mole pode ser feito através de coleta de material 
da úlcera para cultura ou pesquisa do H. ducreyi por PCR (Polymerase Chain Reaction). 
 
TRATAMENTO DO CANCRO MOLE 
O tratamento do cancroide é simples e apresenta taxas de cura acima de 90%. 
Atualmente as três opções mais usadas são: Azitromicina, Ceftriaxona, Ciprofloxacino. 
As úlceras começam a melhorar com 48 horas de tratamento. Se após 7 dias não houver 
sinais de melhora, é preciso voltar ao médico para reavaliar o tratamento.

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