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. Microbiologia O VÍRUS DA RAIVA 1 Sumário Introdução.......................................................................................................................2 Objetivos.........................................................................................................................2 1. Raiva............................................................................................................................2 1.1 O vírus da raiva .......................................................................................................2 1.2 Prevenção da raiva ................................................................................................4 1.3 Tratamento da raiva...............................................................................................5 1.4 Distribuição da raiva ..............................................................................................5 Exercícios........................................................................................................................6 Gabarito...........................................................................................................................7 Resumo............................................................................................................................7 2 Introdução Na apostila intitulada “hepatites virais” aprendemos um pouco sobre os diferentes tipos de hepatite, o modo de transferência, alguns sintomas, possíveis tratamento e forma de prevenção. Nesta apostila iremos aprender sobre o vírus da raiva, seu modo de transmissão, os principais vetores associados, as etapas de evolução da doença e os sintomas característicos, além das consequências para o organismo do indivíduo infectado e as formas de prevenção. Objetivos • Conhecer os mecanismos usados pelo vírus da raiva; • Identificar os principais agentes etiológicos. 1. Raiva 1.1. O vírus da raiva Com certeza você já ouviu falar sobre o vírus da raiva e seus sintomas, mas você conhece bem os sintomas e a forma prevenção da doença? A raiva é uma das doenças mais antigas que se tem conhecimento e que pode ser transmitida pela mordida de diversos animais domésticos ou selvagens (Figura seguinte). O agente etiológico pertence ao gênero Lyssavirus, que são vírus que contêm DNA, envelopados, em formato de bastões que podem medir entre 100 a 430 nm de comprimento e 45 a 100 nm de largura. A infecção causada pelo vírus da raiva é fatal por conta de sua rota de inoculação que ocorre intramuscular e o local inicial de replicação pode ser nos neurônios motores presentes no músculo. O vírus se prolifera no sistema nervoso periférico e depois atinge o sistema nervoso central e se move em direção ao SNC, no geral, causando encefalomielite. 3 01 Forma de transmissão do vírus da raiva. O cão doméstico é o principal vetor da doença, principalmente na América Latina, África e Ásia. O principal reservatório do vírus são animais pertencentes à família Carnivora, incluindo raposas, coiotes, chacais, gambás e guaxinins. Nos Estados Unidos, a maior parte dos casos de raiva estão relacionados com morcegos insetívoros. O período de incubação é em média entre 1 a 2 meses, mas pode variar de 1 semana a alguns anos. Um fator que pode influenciar o tempo de incubação é o local da mordida e a proximidade com o sistema nervoso central. O índice de mortalidade também pode variar de acordo com o local da mordida. Caso uma pessoa seja mordida no rosto ou na cabeça, a taxa de mortalidade varia de 40 a 80%. Em contrapartida, caso a mordida seja na perna, a taxa de mortalidade é entre 5 a 10%. 4 Os sintomas clínicos da raiva em humanos podem ser divididos em 3 fases: pródromo, fase neurológica aguda e coma precedido de morte. A fase de pródromo pode durar entre 2 a 10 dias e os sintomas são inespecíficos e podem incluir náusea, vômito, diarreia, febre, dor de cabeça, fotofobia e dores musculares. Durante essa fase, caso o estado de hiperatividade seja dominante, é caracterizado como raiva furiosa e caso o estado de paralisia seja dominante, é classificado como raiva paralítica. Durante a fase neurológica aguda, os pacientes desenvolvem sintomas de ansiedade, agitação, produção excessiva de saliva, paralisia, disfagia e delírio. Outro sintoma frequente é a hidrofobia, no qual o paciente só de pensar em água começa a ter espasmos. O último estágio da doença é o coma que dura em média de 3 a 7 dias e resulta na morte. Em animais, os sintomas clínicos não são diferentes dos apresentados em humanos, com exceção da ausência da hidrofobia. SAIBA MAIS! O diagnóstico laboratorial é feito através da detecção do antígeno viral usando o teste de anticorpo fluorescente direto (DFA, do inglês direct fluorescent-antibody), que tem alta especificidade. O teste pode ser feito a partir de amostras de saliva, biópsias de certos tecidos e amostras pós-morte. 1.2. Prevenção da raiva A vacina contra raiva em humanos é aplicada apenas em grupos de risco, como por exemplo, profissionais de laboratório, profissionais que trabalham com controle animal e médicos veterinários. A forma mais frequente de transmissão de raiva é através da mordida de animais infectados, mas existem casos de inalação do vírus. Por essa via de transmissão, o vírus infecta as células do bulbo olfatório. 5 Após a mordida, o ferimento deve ser lavado com água e sabão para evitar infecções secundárias. Caso o animal seja positivo para a raiva, a pessoa mordida deve receber profilaxia pós-exposição (PEP, do inglês postexposure prophylaxis), que consiste em uma série de vacinas antirrábicas e injeções de imunoglobulina. O ideal é que o animal seja diagnosticado antes de realizar o tratamento, mas caso isso não seja possível, como por exemplo animais selvagens, a PEP é recomendada. As vacinas após a exposição ao vírus da raiva são administradas em uma série de cinco ou seis injeções, durante um período de 28 dias. A imunização passiva é fornecida simultaneamente injetando-se soro antirrábico (RIG, do inglês rabies imune globulin) coletado de pessoas que estão imunizadas contra a raiva. 1.3. Tratamento da raiva Não existe tratamento contra o vírus da raiva, pois a morte ocorre em quase 100% dos casos. Até o momento, apenas 6 casos de recuperação de raiva humana foram descritos. A raiva apresenta a maior taxa de mortalidade entre todas as doenças infecciosas. O que pode ser feito após o diagnóstico e aparecimento de sintomas da raiva, é prolongar a vida do paciente através de sedação, mas essa intervenção não evita a morte. Uma medida que pode ser mais efetiva é o controle da raiva em animais, que dificilmente será uma doença erradica porque apresenta diversos animais como reservatório do vírus, incluindo animais selvagens. Entretanto, a vacinação contra o vírus da raiva emanimais domésticos tem mostrado resultados positivos. No Brasil, a vacinação contra a raiva em animais domésticos (cães e gatos) ocorre anualmente. 1.4. Distribuição da raiva A raiva é uma doença com distribuição global, mas em cada região, o principal vetor pode variar. No caso da América Latina, Ásia e África, a maior taxa de transmissão de raiva é decorrente da mordida de animais domésticos, como por exemplos os cães. Já nos Estados Unidos, a raiva é transmitida principalmente por animais selvagens, como por exemplo morcegos, gambás, raposas e guaxinins (Figura seguinte). 6 02 Principais vetores da raiva nos Estados Unidos. A doença é menos frequente em algumas ilhas, na Antártica e no Reino Unido, além de não haver padrões sazonais. Estima-se que anualmente, cerca de 15 milhões de pessoas no mundo inteiro recebem a PEP. CURIOSIDADE Exercícios 1) (Autora, 2019). Qual o agente causador da raiva? Em 2009, cerca de 92% dos casos de raiva no Estados Unidos era referente a animais selvagens. De todos os estados, apenas o Havaí é considerado livre de raiva. Nenhum caso de raiva, até os dias de hoje, foi reportado. 7 2) (Autora, 2019). Qual o período de incubação médio do vírus da raiva? 3) (Autora, 2019). Além dos animais domésticos, que outros animais podem transmitir a raiva? Gabarito 1) O agente causador é o vírus da raiva, um lyssavírus. 2) Períodos de incubação dura em média entre 1 a 2 meses. 3) Guaxinins, morcegos, gambás, raposas, chacais e coiotes. Resumo A raiva é uma doença reconhecida em animais e nos seres humanos desde os tempos mais antigos. O agente causador é o vírus da raiva é um vírus pertencente ao gênero Lyssavírus que apresentam uma forma de bastão medindo entre 100 a 430 nm de comprimento e 45 a 100 nm de largura. São vírus que apresentam DNA como material genético e são envelopados. A forma de transmissão mais comum é através da mordida de animais infectados que podem ser tanto domésticos (cães e gatos), quanto selvagens (guaxinins, morcegos e raposas). O vírus ao ser inoculado através da musculatura, atinge os neurônios motores, que fazem parte do sistema nervoso periférico, e posteriormente atingem o sistema nervoso central. Como principais sintomas da doença estão a febre, náusea, vômito, dor de cabeça, agitação, produção excessiva de saliva, paralisia, hidrofobia e coma, seguido de morte. Não há tratamento para a doença, mas algumas medidas podem ser tomadas para a prevenção da transmissão, como por exemplo a vacinação de animais domésticos. 8 Referências bibliográficas TORTORA, Gerard J. MICROBIOLOGIA, 10ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2012. Referências imagéticas Figura 01. TORTORA, Gerard J. MICROBIOLOGIA, 10ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2012. Figura 02. TORTORA, Gerard J. MICROBIOLOGIA, 10ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2012.
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