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O vírus da raiva

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RaivaRaiva
Encefalomielite viral aguda
O vírus da raiva, do gênero Lyssavirus e 
família Rhabdoviridae, é uma zoonose 
praticamente fatal que afeta a medula 
espinhal e o encéfalo (que é composto 
por cérebro, cerebelo e tálamo), ou seja, 
seu foco é o sistema nervoso. São vírus 
com envelope lipídico e RNA em formato 
de projétil. 
O seu RNA negativo codifica 5 proteínas:
 N: nucleoproteína (genoma + 
capsídeo)
 P e L: polimerases (enzimas virais)
 M: matriz (proteína matriz)
 G: glicoproteína (espícula)
O vírus da raiva é inativado por raios 
ultravioletas, se exposto a 56°C por 30 
minutos, além de também ser sensível a 
agentes químicos como formalina 1%, 
cresol 3% e solventes lipídicos. Já a 
ambientes com temperatura a 4°C, é 
capaz de sobreviver por semanas, assim 
como permanecer no tecido cerebral do 
animal já falecido por até 10 dias – 
levando em consideração a temperatura 
do ambiente.
No Brasil, as variantes encontradas são:
 2: cães (variante urbana)
 3: morcego hematófago (Desmodus
rotundus)
 4 e 6: morcegos insetívoros
 5: morcego venezuelano, raposas 
cães silvestres.
Todos os animais mamíferos são 
suscetíveis à raiva, entretanto, em 
questão de resistência ao vírus, os 
morcegos apresentam um melhor 
desempenho, uma vez que podem estar 
infectados e não virem a óbito – já os 
cães, são mais fracos imunologicamente. 
Sendo então uma zoonose, os seres 
humanos também estão suscetíveis à 
raiva, havendo a necessidade de medidas 
profiláticas devido a sua altíssima taxa de
fatalidade.
A raiva pode ser encontrada no mundo 
inteiro, embora haja continentes mais 
propensos como a África, parte da 
Europa e da Ásia, além de parte da 
América do Sul e América Central. O vírus
só não circula nos polos – norte e sul – 
por conta do frio, como também em ilhas
isoladas, já que o alcance de voo dos 
morcegos não é suficiente. 
Na região Sul e Sudeste, os morcegos não
hematófagos são predominantemente as 
fontes de transmissão.
Vias de transmissão
O vírus pode ser adquirido por meio de 
salivas, contato com tecido cerebral – 
que é mais voltado para médicos 
veterinários) e mucosas dos olhos e boca. 
Através do contato direto com mordidas, 
lambeduras e arranhões, e também por 
inalação e transplante (de córnea). 
É necessário um trauma, geralmente uma
mordida, e a presença do vírus na saliva. 
Com auxílio da espícula, o vírus se liga aos 
receptores de acetilcolina nicotínico. Ao 
mesmo tempo, migra para as glândulas 
salivares, onde irá se replicar – sendo 
também a principal via de eliminação.
O animal infectado começa a transmissão
de 2 a 5 dias antes dos sinais clínicos pela
saliva, que tem uma carga viral alta. O 
lobo é o animal que apresenta maior 
carga viral na saliva, seguido do morcego 
e depois, o cão.
Epidemiologia
O período de incubação é variável, 
podendo oscilar entre 2 a 3 meses nos 
cães e isso se deve ao local da inoculação,
gravidade da mordida e a quantidade de 
vírus inoculado. 
Como o foco principal do vírus é o 
sistema nervoso, a distância da mordida 
até a medula espinhal aumenta o período 
de incubação. Ou seja, se a mordida for 
na perna, levará mais tempo – caso seja 
nos próximo ao rosto e pescoço, menos 
tempo.
Após o começo dos sinais clínicos, a 
duração da doença é de, no máximo, 10 
dias até o óbito.
 Homem: 4 a 10 dias;
 Cão: 3 a 7 dias;
 Herbívoros: 3 a 5 dias
 Animais silvestres: variável entre 5
a 10 dias.
Sinais clínicos
Nos herbívoros, equídeos e carnívoros, a 
raiva possui 3 estágios: 
1. Prodrômica: mudança de 
comportamento, anorexia (falta de 
fome) e isolamento, principalmente 
evitando lugares muitos claros;
2. Excitatória: é caracterizada pelo 
aumento da agressividade e falta 
de memória afetiva. É nesse 
estágio que acontece a 
transmissão do vírus devido às 
mordidas;
3. Paralítica: os nervos motores já se 
encontram lesados de modo que o 
animal não consiga se mover ou 
ficar de pé, vindo a óbito horas 
depois.
Nos carnívoros, a fase excitatória é a 
mais longa, sendo a mais observada e 
dando a falta sensação de que as outras 
não acontecem. Já nos herbívoros, é a 
paralítica. 
Diagnóstico
Para que possa realizar um diagnóstico 
com excelência, o histórico vacinal do 
animal que supostamente possui a doença
é fundamental, ajudando na suspeita pós 
mordidas ou brigas.
Todavia, nos animais, é necessário o óbito 
para, então, diagnosticar a raiva. Assim 
que ocorrido, é realizada a necrópsia e a 
coleta de fragmentos do cérebro, 
cerebelo e tálamo – já no cavalo, também
é pedido um pedaço da medula espinhal. 
Primeiramente, é passado pela prova 
biológica, com a utilização de 
camundongos. O animal é infectado e é 
fica sendo observado a espera do óbito, 
para que assim, após 14 dias, seja 
realizada a imunofluorescência, para 
confirmar a doença. O órgão do animal 
possui pouca carga viral para ir direto 
para a IF.
Outro exame que pode ser feito de modo
complementar é a pesquisa dos 
corpúsculos de Negri: inclusões 
citoplasmáticas do vírus. 
Tratamento
Após infecção e apresentando sinais 
clínicos, a taxa de letalidade da raiva é de 
100%. Dessa forma, é preciso investir 
nas medidas profiláticas para evitar que 
haja infecção.
No caso da pré-exposição, há a vacina 
que possui o vírus inativado e pode ser 
dada aos animais à partir dos 3 meses de
idade e deve ser reforçada anualmente, 
podendo ser uma única vez ou duas. 
Também, a captura de animais errantes, 
controle de morcegos e vigilância 
epidemiológica. 
Pós-exposição, é indicado que se faça 
limpeza do ferimento com água corrente 
e sabão líquido, que tem a capacidade de 
neutralizar o vírus, além de levar o animal
ao veterinário para a aplicação da vacina 
imediatamente. Assim, animal mordido é 
observado por 6 meses. 
É de extrema importância a captura e 
observação do agressor por 10 dias, dado
o período de duração da doença – caso 
passa os dias e o animal continue vivo, a 
raiva é descartada.
No Brasil, a vacina antirrábica não é 
obrigatória, sendo tomada 
predominantemente por veterinários e 
estudantes. 
Caso haja contato humano com um animal
suspeito, deve haver a limpeza do 
ferimento, a também isolação do animal 
suspeito e vacinação pós-exposição 
imediata, podendo ser dada num período 
de 0, 3, 7, 14 e 28 dias + soro (0d, 
dependendo do local da mordida). 
A aplicação da imunização passiva contra 
a raiva em humanas deve ser realizada 
por conta de acidentes graves com cães 
e gatos suspeitos ou não observáveis, 
acidentes graves por animais silvestres e 
morcegos.

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